Capítulo 4: Enquanto Isso...
Assim que Rio deixou a aldeia com Christina e Flora, o primeiro príncipe Duran do Reino Paladia se despediu do Rio e parou na aldeia antes de retornar ao castelo. Os aldeões o viram entrar em sua aldeia com medo, mas ele nem lhes deu uma olhada enquanto se dirigia direto para o caminho que levava à estrada principal. Em sua mão estava a espada de Lucius que ele havia obtido de Rio.
"Ora, ora, se não é o príncipe
Duran."
Quando ele estava prestes a deixar a aldeia, alguém
apareceu no caminho de Duran. Era Reiss, o embaixador do Império Proxia.
"Hou. E quando você chegou
aqui?", Duran respondeu com um sorriso.
"Momentos atrás. Assim que o Lucius foi morto, na
verdade. Francamente, que esquema astuto.", Reiss lamentou com um suspiro
enquanto protestava.
"Hum? Não me lembro de ter planejado nada.",
Duran encolheu os ombros de forma dramática e fingiu ignorância.
"Você ignorou meu pedido em favor do
Lucius, não foi?"
"Só fui informado por Lucius que o plano havia mudado.
Não havia como saber qual pedido era o verdadeiro, então eu acreditei na pessoa
que veio até mim diretamente."
"Então, por que você me deu uma localização falsa? É
verdade que você me enganou quanto à localização do Haruto Amakawa e do Lucius.
Acabei procurando em uma área não relacionada por sua causa."
Depois que Lucius usou o cristal de teletransporte para o
Reino Paladia, Aishia perseguiu Reiss. Assim que mal conseguiu escapar, ele
voou para o Reino Paladia e visitou Duran. Mas quando ele perguntou sobre o
paradeiro de Rio e Lucius, lhe foi dito que Rio tinha sido enviado para outro
lugar e Lucius tinha ido atrás dele.
"Fuhaha! Isso foi porque a situação mudou depois que
eu falei com você. Não sei como e por que mudou, mas o Haruto reapareceu diante
de mim assim que você saiu. Então Lucius reapareceu também. Depois disso, eu
segui as ordens do Lucius e atraí o Haruto para esta aldeia. Mas quem esperaria
que o Lucius enganaria um homem como você? Você com certeza parece estar em
pânico com isso.", Duran mentiu suavemente, alegando sua inocência com
confiança.
"....... Certamente, eu fui totalmente enganado desta
vez. E como resultado, passei por uma grande provação. Bem, o que está feito
está feito. Com Lucius morto, não há como descobrir a verdade, e eu também não
pretendo punir você.", Reiss suspirou e recuou com relutância.
"Deixando isso de lado, estou impressionado que você
chegou aqui. Como você sabia que este era o lugar?", Duran perguntou por
curiosidade.
"Não há nada para se
impressionar, considerando que eu não cheguei a tempo. Cheguei praticamente
quando o golpe final estava sendo dado. Respeito a forma como cheguei, bem, é
um segredo.", disse Reiss. Ele então olhou para a espada na mão de Duran.
"Hum. Suponho
que não importa. Então, que negócio você tem comigo? Eu gostaria de voltar para
a capital em breve.", Duran percebeu o olhar de Reiss e tentou encerrar a
conversa rapidamente.
"Bem, espere um pouco. Eu tenho um favor a pedir a
você — poderia devolver essa espada para mim?"
"Fumu. Isso é estranho. Quando o
Lucius foi morto, o Haruto se tornou o dono desta espada, correto? E eu recebi
isso do Haruto porque ele disse que não precisava. Você está me dizendo para
devolver uma espada que por direito pertence a mim?"
"Essa espada originalmente pertencia a mim— eu deixei
o Lucius pegá-la emprestada. Eu sou seu verdadeiro dono."
"Você tem prova disso?", Duran
perguntou com um sorriso.
"Claro, não vou pedir que você a
devolva de graça. Oferecerei várias espadas mágicas do nosso país em
troca.", era uma oferta extraordinária.
"..... Hou~, então você diz que essa espada tem o
valor de várias espadas mágicas? Eu esperava que fosse excepcional com base na
magia negra embutida nela, mas...", Duran não aceitou de imediato.
"Não vou negar, mas essa espada
é uma lâmina particularmente maligna com um passado."
"Existe algum tipo de maldição oculta
nessa magia negra?"
"Não tenho certeza, mas essa espada tem vontade
própria. Ela saboreia o sangue dos vivos e engole as almas daqueles que mata.
Dizem que por último ela acaba devorando a alma de seu dono também.",
Reiss disse com um sorriso assustador.
"Uma espada que devora seu dono. Você acha que eu
serei devorado?", Duran riu com vontade, então olhou para a espada de
Lucius. A lâmina estava completamente envolta em trevas, sem refletir nenhuma
luz.
"Bem, isso se você for capaz de trazer à tona o poder
dessa espada em primeiro lugar. Ela é bastante particular sobre seu dono. A
espada não vai aprovar você, a menos que você seja um perverso como Lucius;
alguém que cede às suas emoções negativas e gosta de matar outras pessoas. Se
alguém inadequado para a espada a usar, eles estarão apenas balançando uma
espada afiada com uma lâmina negra "
"Interessante. Vamos testar isso.", Duran zombou,
enviando essência mágica para a espada de Lucius. Essa era a maneira de testar
a aptidão para a maioria das espadas mágicas do mundo. Se o portador fosse
considerado adequado para a lâmina, eles perceberiam imediatamente.
"…..... Fun, não é bom, huh?",
Duran bufou, descontente.
"O que acha? Você gostaria de
devolvê-la agora?", Reiss sorriu.
"Tudo bem, é uma troca.", Duran concordou,
estalando a língua. "Traga as espadas mágicas da sua escolha — eu vou
ficar com esta até então.", ele estava teimosamente pensando em fazer seus
cavaleiros testarem sua aptidão para a espada.
"Entendido. Voltarei ao Império Proxia em uma data
posterior e pegarei várias espadas antes de enviar um mensageiro ao seu
castelo. Tenho alguns pequenos negócios para resolver depois disso, então não
será imediato, mas não mais do que duas ou três semanas.", Reiss baixou a
cabeça com um sorriso falso.
"Pequenos negócios... Está relacionado ao
Haruto?", Duran estreitou os olhos.
"Que afiado da sua parte.", a boca de Reiss se
contorceu com uma risada, sem se preocupar em esconder nada.
"Não é óbvio? Você me pediu para cooperar em atrair o
Haruto em primeiro lugar. Agora que o Lucius deu o primeiro passo e falhou, é
natural supor que seu objetivo ainda não foi alcançado."
Nesse caso, seria de se supor que o próximo alvo de Reiss
seria o próprio Haruto.
"Eu não apenas falhei em atingir meu objetivo — não é
mais possível alcançá-lo agora que o Lucius está morto. Meu plano era organizar
um duelo entre Lucius e o garoto, entende?", Reiss respondeu sombriamente.
"Se for assim, não vejo o motivo pelo qual o Lucius
agiria contra você, já que me parecia que ele desejava um duelo com o Haruto
também..."
Por que os dois não cooperaram um com o outro? Duran não
tinha ouvido nada sobre isso de Lucius, então ele inclinou a cabeça em dúvida.
"Eu também não entendo. Nossos objetivos e interesses
estavam perfeitamente alinhados, mas por algum motivo o Lucius não podia
confiar em mim como parceiro. É por isso que os humanos são tão..."
Criaturas
misteriosas. Reiss suspirou como se dissesse isso.
"Você certamente é o homem mais sombrio que já
conheci— o suficiente para eu sentir apreensão com a ideia de confiar minhas
costas a você em uma guerra. Eu posso entender o Lucius nessa parte.",
Duran riu vigorosamente.
"Eu tento agir o mais racionalmente
possível para ser confiável, no entanto."
"Racional demais. Você deve aprender a
ser emocional quando necessário."
"Emoções, huh...? Parece difícil. Bem então, acho que
devo ir agora.", Reiss sorriu com desprezo, então fez menção de deixar a
área. Ele estava indo para o campo de batalha onde Haruto havia lutado com
Lucius.
"…… Espera.", Duran gritou.
"O que foi?"
"Eu sei que você tem os seus próprios
mistérios, mas você não pode vencer o Haruto."
"Eu estou ciente. Afinal, eu quase morri quando lutei
com ele.", Reiss acenou com a cabeça claramente para as palavras diretas
de Duran.
"Por que você está indo atrás dele? Eu assisti sua
luta com Lucius, e está claro que você estará caminhando para sua própria
morte. Não me importo se você o irritar e causar problemas para o Império
Proxia, mas ele também é um cavaleiro honorário de Galark, não é? Na pior das
hipóteses, ele pode aparecer no campo de batalha se Galark e Proxia forem para
a guerra. Paladia é aliada de Proxia, então corro o risco de enfrentá-lo— e eu
não pretendo travar uma batalha perdida, sabe?", Duran enfatizou com um tom
afiado, colocando um pouco de calor por trás de suas palavras.
"Eu posso seguir essa linha de pensamento, mas o que
você quer que eu faça sobre isso?"
"Estou dizendo para você recuar se for provocá-lo
desnecessariamente. Se o embaixador de Proxia aparecer em uma situação em que
as princesas do Reino de Bertram foram sequestradas, o envolvimento de Proxia
no incidente será assumido. A suspeita em relação a Paladia também
aumentará."
Eles já estavam chegando à borda da
zona cinza em seu estado atual, mas se Reiss fizesse algo agora, eles estariam
completamente na zona vermelha.
Reiss deu uma rara risada divertida. "Hahaha! Duro,
mas justo. Fique tranquilo, eu não pretendo lançar um ataque surpresa contra
ele nem nada. Não teria sido um problema se o Lucius tivesse me enganado e
vencido, mas a situação mudou agora que ele foi derrotado.", ele respondeu
seriamente às preocupações de Duran sobre o Rio.
"O que você pretende fazer na direção
que está seguindo, então?"
"Princesa Christina e Princesa Flora incluídas, todas
são figuras importantes, você vê. Vou observar seu próximo movimento de longe.
Mas não vou fazer nada contra eles enquanto eles ainda estiverem no Reino
Paladia. Eu valorizo minha vida um pouco.", Reiss disse com um encolher
de ombros, passando por Duran e indo embora.
Não
é da minha conta se ele cair morto em algum lugar.... Mas, ele está agindo de
forma mais suspeita desde que os Heróis foram invocados. U~mu.
Duran olhou afiadamente para as costas de Reiss e sentiu
que algo desconhecido estava para ocorrer.
◇ ◇ ◇
Enquanto isso, na floresta nos arredores de Rodania, Celia
estava visitando a casa de rocha com Aishia. O encontro com Reiss em Rodania,
perseguindo-o com Aishia, e sendo recuperada por Oufia no meio do caminho para
se esconder na casa de rocha tinha acontecido anteontem.
Assim que Aishia derrotou Reiss e voltou para a casa de
rocha, Celia partiu imediatamente para verificar a situação em Rodania. Lá ela
soube que Christina e Flora estavam desaparecidas e passou todo o dia de ontem
em Rodania cuidando da situação para qualquer evolução antes de fugir para a
casa de rocha hoje. Recebida por Miharu, Latifa, Sara, Oufia e Alma, ela se
sentou no sofá da sala com Aishia.
"Pessoal, obrigada pelo outro dia. Eu queria fazer uma
visita ontem, mas uma situação terrível surgiu na Restoration.", Celia
olhou para todas enquanto agradecia, então suspirou preocupada.
"O que aconteceu?", Sara
perguntou.
"Christina-sama e Flora-sama
desapareceram."
"Eh...?", todas presentes
ficaram chocadas.
"Elas aparentemente desapareceram no caminho de volta
do Reino de Galark. A aeronave encantada em que estavam foi atacada e muitos a
bordo foram mortos.", Celia explicou com o cenho franzido.
"Elas ainda não foram encontradas, certo? Você tem
alguma pista...?", Oufia perguntou.
"Ainda não foram encontradas.
Também não há pistas. A guarda das duas, Vanessa-san, sobreviveu
milagrosamente, mas perdeu tanto sangue que ainda está inconsciente agora...
"
"A Vanessa-san?"
".... Ela vai ficar bem?", Oufia
e Alma se preocuparam.
"Ela vai ficar bem... eu acho. Suas feridas foram
fechadas com Heal, sua respiração
está estável e ela não está com febre nem nada.", explicou Celia.
"Se houver algo que nós possamos fazer para ajudar na
busca pela Christina-san...", Sara ofereceu com uma expressão preocupada.
Sara, Oufia e Alma viajaram junto com Christina e Vanessa de Cleia para
Rodania, então elas não eram estranhas.
"Obrigada.", Celia disse feliz, mas
imediatamente mudou para uma expressão severa. "Mas, vocês deveriam ficar
e fortalecer nossas defesas aqui. Aishia derrotou Reiss, mas o fato da
Christina-sama e Flora-sama terem sido atacadas é inquietante. Vocês não devem
sair enquanto o Rio não estiver aqui."
"... Entendido.", Sara assentiu baixinho.
"O momento é um pouco estranho, no entanto. O
desaparecimento da Christina-san fora de Rodania coincidiu com o aparecimento
do Reiss dentro de Rodania.... Imagino que os dois incidentes estejam
relacionados.", Alma disse, pensativa.
"Como imaginei, vocês também acham. Também nunca
descobrimos o objetivo do Reiss em se infiltrar no prédio...", mesmo sem
evidências, a suspeita em torno de Reiss estava lá. Celia mordeu o lábio
apaticamente.
"É possível que a Celia-san fosse o alvo dele?",
Miharu hesitantemente levantou a mão.
"Hmm, eu acho que não. Ele tentou fugir assim que o
encontramos. Na verdade, ele realmente fugiu.... Acho que seria mais natural
presumir que ele tinha negócios no escritório central.", respondeu Celia.
O fato de a primeira ação de Reiss ter sido largar tudo e fugir a fez pensar
que ela não era o alvo.
"Foi dito ao pessoal da Restoration que o Reiss havia
se infiltrado no prédio?", Oufia perguntou.
"Sim. Eu informei a eles que um homem parecido
com o embaixador do Império Proxia entrou sorrateiramente no prédio e fugiu
assim que o vi. Ninguém mais estava lá para testemunhar isso, então eu escondi
a presença da Aishia, mas..."
"O que as pessoas da Restoration
disseram?", Alma perguntou.
"Eles praticamente tinham a mesma opinião que eu— que
ele havia se infiltrado no escritório central para roubar algo da Restoration.
Eles também disseram que estão considerando a possibilidade do ataque a
aeronave encantada ser obra do Império Proxia ou um esforço colaborativo entre
Reiss e a facção do Duque Albor. Embora não pudessem ver nenhuma razão para que
o próprio embaixador fizesse algo assim... Eles estarão investigando mais a
fundo, juntamente com a busca pelas princesas.", quando Celia terminou de
falar, ela suspirou pesadamente.
"A cor do seu rosto não parece muito boa, está tudo
bem? Celia-oneechan?", Latifa perguntou, olhando para o rosto de Celia.
"Sim. Estou bem.", Celia assentiu com um sorriso
gentil para tranquilizá-la, mas ainda estava claro que ela estava se
esforçando.
"....... Espero que o Onii-chan volte para casa logo.", Latifa voltou seus pensamentos para Rio preocupadamente.
◇ ◇ ◇
Por volta do meio-dia do mesmo dia, no Reino Rubia, na
fronteira com o Sudoeste do Reino Paladia, um garoto dormia no castelo real.
"..............."
Ao lado da cama onde Kikuchi Renji
dormia, a primeira princesa Sylvie estava sentada em uma cadeira, olhando pela
janela. Nesse momento, alguém bateu na porta do quarto.
".... Entre.", Sylvie falou
olhando em direção à porta.
A porta estava entreaberta para começar, mas se abriu
lentamente com a voz de Sylvie. Uma cavaleira estava parada na porta— era
Elena, a comandante da guarda pessoal de Sylvie.
"Elena, o que foi?", Sylvie deu
uma olhada no rosto de Elena.
"Sua refeição está pronta. Vim
buscá-la para a sala de janta."
"Não precisa. Não tenho
apetite."
"Você já pulou o café da manhã hoje e quase não comeu
nada na noite passada.", as sobrancelhas de Elena franziram em preocupação
por Sylvie.
"Não posso evitar se não estou com
apetite.", respondeu Sylvie, cansada.
"Nesse caso, por favor, saia e se mova. Não há apetite
a ganhar ficando dentro deste quarto o dia todo."
"Não. O Renji pode acordar enquanto
eu estou fora."
"Sylvie-sama, por favor, deixe os cuidados dele para
os criados. Por que você tem que se preocupar com um homem como este...?",
havia um tom de desaprovação na voz de Elena.
"Um homem como
este, cuidado como fala. O Renji é um Herói.", Sylvie disse com um
sorriso amargo.
"....... Eu ainda não consigo acreditar que este homem
é um Herói. As ações imprudentes deste homem colocaram Sylvie-sama e
Estelle-sama também em muito perigo.", Elena reclamou com um olhar severo.
Faz três dias que Renji seguiu Sylvie e Reiss, atrapalhando
seu reencontro com Estelle. Lá, Renji perdeu para Lucius e teve seus membros
decepados no que foi uma derrota esmagadora.
Renji provavelmente interveio pensando que estava ajudando
Sylvie ao salvar Estelle, mas a situação não era tão simples. Um pequeno reino
como Rubia não poderia se opor a uma grande nação como o Império Proxia. Seria
uma coisa resgatar Estelle secretamente, mas resgatar a refém na frente de
Reiss era equivalente a declarar guerra ao Império Proxia.
Em outras palavras, as ações de Renji foram muito
impensadas. Por causa de suas ações, Sylvie foi forçada a fazer uma escolha —
se opor ao Império Proxia ou se juntar ao Império Proxia.
Mas Sylvie não foi capaz de rejeitar o Império Proxia. Ela
empurrou Renji para o lado e o deixou lutar sozinho com Lucius.
Se eu tivesse escolhido lutar ao lado do Renji e salvar a Estelle...
O resultado teria sido diferente? Renji poderia ter evitado
ser derrotado? Esses foram os únicos pensamentos que ocuparam sua mente nos
últimos três dias.
"..... Teríamos eventualmente que fazer uma escolha
entre ficar do lado do Reino de Galark ou cruzar para o lado do Império Proxia.
O fato de nosso reino ter mudado de lado ainda é desconhecido— é apenas um
acordo entre o Reiss e eu, então ainda há uma chance de salvar a
Estelle.", a boca de Sylvie estava torcida amargamente enquanto ela
falava.
"Mas, e se o Reiss fizer mais exigências da próxima
vez? Este homem também se tornou parte do Império Proxia. Este homem fez um
pacto por conta própria com o Reiss. Se quisermos enfrentar o Império Proxia no
futuro, então este homem..."
.... Pode acabar se
tornando inimigo da Sylvie-sama. Tem certeza? Essas foram as palavras na
garganta de Elena, mas ela as engoliu com um olhar azedo.
"Bem, não há como dizer o que vai acontecer.",
quase parecia que havia resignação nas palavras de Sylvie, fazendo Elena olhar
feio para Renji na cama.
"........."
Elena não gostou de Renji desde o início. Sua primeira
impressão dele foi a pior. Ele parecia uma criança por fora, mas por dentro era
um aventureiro arrogante como qualquer outro. Sua maneira de falar tinha sido
indelicada desde a primeira vez que ele encontrou Sylvie e Estelle, mas ela
podia admitir que ele tinha força para apoiar sua atitude.
"Pensando bem, você mencionou uma refeição. Não estou
com apetite, mas você poderia trazer um pouco de sopa?", Sylvie pareceu
notar o olhar feio de Elena e suspirou enquanto mudava de assunto. Ela tinha
acabado de inventar um motivo para Elena deixar temporariamente o quarto.
"Mm.…", Renji gemeu de repente,
seu corpo estava tremendo.
"Renji?"
"Mm—.",
Renji abriu os olhos fracamente ao ouvir a voz de Sylvie.
"Você finalmente
acordou.", Sylvie disse e sorriu.
"Syl.…
-vie...? ......Kuh—!", Renji saiu de seu torpor ao relembrar os
acontecimentos antes de desmaiar e pulou da cama. Ao mesmo tempo, ele invocou
seu Equipamento Divino em sua mão dominante e o apertou com força.
"O-Oi! Renji! Acalme-se! Oi!",
Sylvie disse em pânico.
"Onde...?", Renji perguntou,
olhando nervosamente ao redor do quarto.
"Um quarto de hóspedes no castelo do Reino Rubia. Pode
guardar sua arma... seu Equipamento Divino?", Sylvie disse com um suspiro.
"............", Renji
silenciosamente fez sua alabarda desaparecer.
"Se você pode se mover tanto, seu corpo provavelmente
está bem. Os membros que foram cortados foram restaurados perfeitamente.",
Sylvie encolheu os ombros exasperada. Enquanto isso, Elena observava Renji com
uma expressão de descontentamento.
"...... O que aconteceu?", Renji perguntou
surpreso, examinando a presença de seus membros recolocados de forma limpa.
"O
que aconteceu, você pergunta?!", Elena imediatamente explodiu de
raiva.
"Quieta, Elena. Eu não te dei
permissão para falar."
".... Minhas desculpas.", Elena
relutantemente acatou o aviso de Sylvie.
"Você se lembra do que aconteceu antes de você perder
a consciência?", Sylvie perguntou primeiro.
".... Sim.", Renji acenou com a
cabeça franzindo a testa.
"Seus membros foram cortados e você perdeu para o
Lucius. O choque da perda de sangue o deixou inconsciente por três dias, mas
agora você está acordado.", Sylvie resumiu os eventos de maneira franca e
concisa.
"Como meus membros foram
recolocados?", Renji perguntou confuso.
"Aparentemente foi trabalho do Equipamento Divino. Uma
habilidade ativada para mantê-lo vivo, mas também não sei os detalhes de como
isso aconteceu."
".... Entendo."
"Alguma outra pergunta?"
".... Onde eles estão agora?", Renji perguntou
nervosamente. Ele estava se referindo a Reiss e Lucius.
"Eles voltaram para o Império Proxia. Você se lembra
do seu pacto com o Reiss antes da sua batalha?"
"…", Renji ficou em silêncio com
um olhar terrivelmente desconfortável. Ele lembrava.
"Você se tornou um subordinado do Império Proxia...
Não, subordinado do Reiss. Você pode ficar neste castelo até que ele venha
buscar você, mas quando ele vier, você deve seguir as ordens dele.",
Sylvie declarou categoricamente.
".........", Renji franziu a
testa.
"Não me diga que você pretende voltar
atrás com a sua palavra."
"Vale a pena cumprir uma promessa com
pessoas como eles?", Renji respondeu a Sylvie, envergonhado.
"..... Ouvi dizer que você costuma brigar com
aventureiros que menosprezam você.", disse Sylvie, mudando de assunto
abruptamente.
Dois lados apresentavam algo importante para eles, e o
vencedor obtinha ambos — esses eram os fundamentos de um duelo. A realeza e a
nobreza não os executavam impensadamente, mas eram uma ocorrência frequente
entre aventureiros precipitados. Renji derrotava qualquer um que puxasse briga
com ele por meio de duelos, usando a fortuna de seus oponentes como um aviso
para os outros. Foi assim que os rumores sobre Renji se espalharam, o que
reduziu muito o número de rufiões que o menosprezavam.
".... Sim.", Renji assentiu, ligeiramente
confuso. Ele não conseguia descobrir por que os duelos estavam sendo
mencionados.
"Você já deixou alguém que você
derrotou ir contra sua palavra?"
".... Não.", diante da pergunta
de Sylvie, ele finalmente entendeu o ponto.
Renji se lembrou de como ele despojou todos que derrotou de
suas fortunas impiedosamente e desajeitadamente desviou os olhos de Sylvie.
"Em outras palavras, você vai fazer qualquer um mais
fraco do que você obedecer, mas vai quebrar a sua palavra contra alguém mais
forte? Em resumo, você vai fugir?", Sylvie olhou para Renji com um olhar
de desdém.
"—......", incapaz de fazer
contato visual, Renji se encolheu.
"Patético. Gostei do seu espírito rebelde em relação
às injustiças do mundo, mas parece que o julguei mal. Você é apenas um covarde
que só pode agir grande diante dos fracos— um pária da sociedade. Você não
passa de um pirralho rebelde."
".........", seu tom de zombaria fez Renji cerrar
os dentes, com os olhos ainda voltados para baixo.
"Qual é o problema? Não tem nada a dizer por si mesmo?
Não era seu lema não perdoar aqueles que te desprezam? Quem foi que falou com
uma princesa em nível de igualdade na primeira vez que a conheceu?"
"............", com a cabeça
ainda baixa, Renji cerrou os punhos.
"Agora mesmo, eu não estou desprezando você? O mesmo
com a Elena ali. Elena zomba sempre que olha para você.", disse Sylvie,
olhando para Elena. Elena zombou propositalmente para que Renji pudesse ouvir,
encontrando satisfação em fazê-lo.
"Por que Sylvie está dizendo isso?", Renji finalmente explodiu.
"Porque,
você pergunta? Depois de todos os problemas que você me causou, você acha que
eu não tenho o direito de expressar minhas queixas?"
"Eu, eu só estava tentando salvar a Estelle. Se está
dizendo que eu fugi, então Sylvie é uma covarde que não conseguiu salvar a
Estelle também.", apesar de estar amuado, Renji ergueu a voz para
demonstrar seu ponto de vista.
"Sim, isso mesmo. Mas eu não pretendo fugir do Reiss
como você. Eu tenho que carregar o fardo não apenas da Estelle, mas de todo o
reino. De forma alguma eu posso fugir.", Sylvie deu uma resposta
destemida, reconhecendo sua própria covardia.
"Eu, eu tentei salvá-la. Naquele momento, Sylvie ficou
do lado do Reiss...", Renji implicitamente colocou a culpa em Sylvie — que
foi tudo porque ela não fez nada.
"A situação tomou um rumo problemático por causa da
sua selvageria imprudente. Reiss é apoiado por uma grande nação chamada Império
Proxia. Se eu tivesse me oposto a ele lá, eles acabariam por confrontar nosso
reino. Você está dizendo ao nosso pequeno reino para enfrentar uma grande
nação? Ou você lutaria contra o Império Proxia ao nosso lado? Você, um homem
que fugiria da sua promessa com o Reiss, não fugiria de uma guerra contra seu
império?", Sylvie cerrou os dentes, endurecendo o tom enquanto o repreendia.
"E-Eu... não sabia que ele era
apoiado pelo Império Proxia."
"Eu chamei você de selvagem porque você se intrometeu
nos meus assuntos sem saber de nada. Reiss e Lucius mencionaram isso antes do
duelo— que você se tornou arrogante em pensar que tudo pode ser resolvido com a
sua força, não foi?"
"............", ele não podia negar. Ele queria
argumentar por si mesmo, mas não conseguia encontrar as palavras. A única
defesa que ele tinha na ponta da língua era que era um exagero, mas era tão
patético que ele engoliu em seco.
"Covarde. Para onde foi o homem arrogante que conheço?
Não, aquela atitude era apenas uma fachada e esse é o seu verdadeiro eu,
huh?", Sylvie suspirou em grande decepção.
"—.........!", Renji levantou a cabeça para
protestar, mas quando percebeu que Sylvie estava olhando para ele, ele
rapidamente olhou para baixo novamente.
"Tão patético... Chega. Deixe este castelo— não, deixe
o reino. Você é irritante.", Sylvie cuspiu friamente.
"S-Sylvie-sama?! E o
que vai fazer sobre o acordo deste homem com o Reiss?", Elena ficou
chocada.
"Eu não me importo. Realmente, que irritante. Vou
apresentar uma explicação para aqueles homens mais tarde.", Sylvie acenou
com a mão em irritação.
".........", Renji não se levantou. Ele ainda
estava sentado na cama, apertando os lençóis com os dois punhos enquanto
trabalhava seu conflito interno.
"O que? Saia já. Ou você está pedindo para ser abatido
aqui?", Sylvie zombou.
"............ muito.", Renji
murmurou.
"O que?", Sylvie olhou para ele
com cautela.
".......... Eu sinto muito. Sylvie está certa. Eu não
tenho desculpa.", Renji disse em um volume audível.
"Então o que?", Sylvie perguntou
em um tom imparcial.
"....... Me permita ajudar no resgate da Estelle. Você
também quer salvá-la, certo? Eu farei tudo o que puder para ajudar. Vou expiar
meu fracasso depois que ela for resgatada.", a resposta de Renji assumiu
uma atitude bastante mansa. Era um visual que realmente se encaixava na idade
do garoto que Sylvie conheceu.
"....... Fu—, haha—, então você tem a capacidade de
fazer uma cara dessas?", depois de uma confusa pausa, Sylvie começou a
rir.
"Não tire sarro de mim. Eu estou falando sério.",
disse Renji, mordendo o lábio.
"..... Desculpa. Mas sua ajuda é desnecessária.
Agradeço o sentimento, mas você realmente deveria ir embora.", Sylvie
disse com um sorriso irônico, depois mudou seu tom para um gentil.
"...... P-Por que?", Renji
perguntou, confuso.
"Você detém um poder tremendo, mas fatalmente está
faltando alguma coisa. Sempre achei isso estranho, mas essa também era a parte
de você que me atraía. E, no entanto, a resposta foi surpreendentemente
simples. Para o bem ou para o mal, você ainda é uma criança. Eu percebi isso
hoje. É por isso que eu não posso permitir que você se envolva.", alertou
Sylvie.
"Isso não é verdade! Eu tenho
dezessete anos!", Renji gritou.
Embora não fosse o caso no Japão, os jovens de dezessete
anos eram formalmente tratados como adultos neste mundo. A própria Sylvie tinha
dezoito anos, razão pela qual Renji baseou seu argumento em torno de sua idade.
"A maneira como você menciona sua
idade só o torna mais infantil."
"V-Você está enganada! Não me trate
como uma criança!"
"Eu não estou. Você força os outros a assumirem
responsabilidades, embora você não tenha um senso de responsabilidade. Isso é o
que faz de você uma criança."
"Isso não é.…!"
"Você está tentando quebrar sua
promessa com o Reiss neste momento." "Isso é.…", Renji tropeçou
em algo para dizer em protesto.
"Escuta, Renji. Este é um aviso. Você é apenas uma
criança agraciada com um incrível poder sem ter feito nenhum esforço por si
mesmo — tudo trabalho do Equipamento Divino. É por isso que você está
confundido.", Sylvie afirmou sem rodeios. "Você vive dentro da
sociedade enquanto se esquiva de todas as obrigações sociais. Você só participa
da sociedade quando ela o beneficia — quando não, você exerce seu poder para
dobrar as coisas à sua maneira. É assim que você tem vivido todo esse tempo,
mas finalmente encontrou alguém em que isso não vai funcionar. Você achou que
poderia viver assim para sempre?", ela disse com raiva para intimidá-lo.
".........", Renji engoliu em
seco silenciosamente.
"Existem pessoas mais fortes do que você— você já
perdeu para uma delas. Só porque você é forte como indivíduo, não significa que
você pode subestimar o poder das massas. Eu vou te ensinar essa lição
agora."
".........?", Renji parecia
confuso, se perguntando como ela faria isso.
"Por seus graves crimes contra o reino, eu o declaro
inimigo do Reino Rubia a partir de hoje. Você não pode mais viver neste reino
daqui em diante."
"Que—...", Renji ficou sem fala com a declaração
repentina.
"....... No entanto, irei expiar
minha cota de culpa. Este é meu último ato de bondade — vou permitir que você
fuja. Então, deixe este castelo agora.", declarou Sylvie.
".........", Renji permaneceu
congelado na cama.
"O que foi? Por que você não está
indo embora?", Sylvie perguntou insatisfeita.
"E-Espera um momento! Sylvie! Eu não
posso, não posso fazer isso!", Renji finalmente levantou a voz.
"…… Por que não?", Sylvie
perguntou com uma expressão farta.
"Eu percebi isso graças às palavras da Sylvie— se eu
fugir agora, vou me arrepender para sempre! Eu não serei mais eu mesmo! Isso é
o que eu sinto! Eu tenho que derrotar aquele homem para seguir em frente com
minha vida!"
"....... Isso é assunto seu. Não tem nada a ver
conosco.", a expressão de Sylvie vacilou por um breve momento durante os
apelos desesperados de Renji, mas ela rapidamente se recompôs e balançou a
cabeça.
"M-Mas, você precisa do meu poder, certo?! Isso mesmo,
meu poder será benéfico para este reino. Porque eu sou um herói.", Renji
disse sem se importar em como isso o fazia soar.
"Não é o seu poder, mas o poder do
Equipamento Divino... Esse seu orgulho mesquinho é o que estou chamando de
infantil."
"Então, eu vou me tornar um adulto! Eu não vou
estragar na próxima vez! Por favor acredite em mim!", Renji protestou
teimosamente.
"Você acha que sempre haverá uma próxima vez? E
acreditar em você? Você realmente acha que eu posso acreditar na maneira como
você é agora?", Sylvie disse, dando a Renji uma dose fria de realidade ao
apontar sua arrogância.
"—......", Renji engoliu em
seco.
"Isso é tudo o que tenho a dizer. Saia. E nunca mais
pise nesta capital— não, neste reino novamente. A próxima vez que eu ver seu
rosto em nossas terras, vou cortar você sem piedade. Portanto, esteja
preparado.", Sylvie ameaçou.
Renji estava sem palavras.
"............. Você realmente está falando sério?", ele perguntou,
tremendo.
"Sim, eu estou. Então saia.", Sylvie assentiu sem
hesitar, apontando para a porta aberta.
".......... Eu não vou sair.", declarou Renji.
Seus olhos estavam injetados e sua respiração difícil.
"O que?"
"Eu não vou deixar este lugar.",
Renji repetiu claramente.
"Renji, você...", Sylvie disse,
claramente descontente.
"Se eu ficar no reino depois de
deixar este castelo, serei abatido, certo?
Então eu não vou embora. Você não vai me
cortar se eu não sair, certo?"
"Você acha que a sua lógica de medíocre vai funcionar
comigo?!", Sylvie se levantou com um olhar feroz, alcançando a espada que
descansava nas proximidades.
"S-Sylvie-sama.", Elena rapidamente agarrou o
braço de Sylvie e a bloqueou com seu próprio corpo.
"Me solte, Elena!"
"E-Eu não vou soltá-la!"
Sylvie e Elena discutiam, enquanto Renji falava ao lado
delas.
"Eu não vou sair deste
castelo.", Renji declarou mal-humorado.
"Por isso você é uma criança... Nesse caso, está
dizendo que você se tornará subordinado do Reiss?!", Sylvie gritou.
"....... Se isso é assumir a responsabilidade como
adulto, então sim.", Renji respondeu com uma careta.
"—......., então, faça o que quiser! Me solte,
Elena!", Sylvie fez uma careta amarga e cedeu de frustração. Ela embainhou
sua espada e empurrou para o lado o agarre de Elena antes de marchar para fora
do quarto.
"E-Espere, por favor, Sylvie-sama!", Elena disse
e correu atrás dela.
◇ ◇ ◇
Em uma área desabitada do Reino Paladia, logo depois que o
Rio saiu dos arredores da aldeia onde matou Lucius e convidou Christina e Flora
para sua casa de rocha...
Havia alguém observando de cima. Reiss. Ele os acompanhou
enquanto Rio carregava Christina e Flora para longe da aldeia onde ele duelou
com Lucius até a morte.
Se
ele preparou sua casa, então ele não viajará novamente hoje. A princesa Flora
parecia bastante exausta, então ele devia estar priorizando a recuperação dela,
Reiss imaginou para si mesmo, de onde olhava para a casa.
Deixando
isso de lado, como devo agir a seguir? Sem a opção de coordenar com o Lucius,
eu não tenho escolha a não ser desistir de lidar com Haruto Amakawa. Os riscos
de fazer um movimento superam os riscos de deixá-lo em paz, mas deixá-lo voltar
sem qualquer resistência...
Era humilhante. A bagunça que Lucius fez deixou Reiss em
uma situação muito preocupante.
O que aconteceria se ele permitisse que Rio e as princesas
voltassem assim? Que tipo de informação chegaria à Restoration e Galark, e como
eles reagiriam? Reiss considerou as possibilidades.
Não
há como esconder o fato de que foi Lucius quem sequestrou as princesas reais de
Bertram. Também é do conhecimento geral que Lucius tinha ligações com o
embaixador do Império Proxia — comigo.
Considerando o fato de que fui flagrado em Rodania pouco antes do
desaparecimento das irmãs reais, então...
O sequestro de Christina e Flora provavelmente seria
considerado obra do Império Proxia. Se ele tivesse o azar, suas conexões com a
facção do duque Albor também poderiam ser levantadas.
Embora não haja nada
que possa ser feito sobre a crescente cautela de Galark e da Restoration em
relação ao Império Proxia, o risco e o retorno serão muito desequilibrados se
as coisas continuarem nesse ritmo. A única coisa que ganhei com tudo isso foi
minha morte fingida, e eu nem sei se aquele espírito foi enganado...
Durante a batalha nos arredores de Rodania, Reiss fez parecer que Aishia o
encurralou e o derrotou. Ele na verdade convocou um monstro para ser morto em
seu lugar, ajudando-o a escapar com sucesso.
Não
posso aparecer diante dele agora. Se eu fingindo minha morte realmente saiu
como planejado, então a atenção dele será direcionada para longe de mim. Seria
um desperdício descartar essa vantagem aqui. O que significa que terei que
enviar os membros do esquadrão para compensar as falhas de seu comandante. Eles
podem pensar nisso como uma forma de vingança por ele.
Havia apenas dois problemas com isso — o primeiro sendo que
tipo de situação ele queria criar com eles.
No
entanto, a princesa Sylvie deve chegar a um acordo com sua situação em breve, e
eu obtive um novo peão para substituir o antigo, então talvez eu possa fazer
dele um bode expiatório.
Reiss imediatamente apresentou um bom
plano e sorriu maliciosamente.
O
problema restante é onde fazê-los se enfrentarem, mas eles deveriam estar indo
para Rodania ou o Reino de Galark. Seja qual for o caminho que eles vão, eles
terão que passar pelo Reino Rubia. A janela de oportunidade será extremamente
limitada se ele voar com as duas princesas, mas vou me esforçar para arranjar
algo.
Como era uma regra de ferro viajar apenas durante o dia,
ele passou as horas do dia rastreando o Rio. Se ele precisasse dar ordens e
mover pessoal, ele faria isso depois que Rio parasse de se mover para
descansar.
Então, acho que vou até Arein e os outros depois de marcar este local.
Com isso decidido, Reiss desceu ao solo.
◇ ◇ ◇
Cerca de dez minutos depois, Reiss usou um cristal de
teletransporte de uso único para se realocar imediatamente. Ele reapareceu em
outro lugar no Reino Paladia, em um vilarejo deserto a poucas dezenas de
quilômetros de onde o Rio havia alocado sua casa de rocha.
"Agora...", sem hesitar em seus passos, Reiss
marchou em frente. Ele parou diante de uma casa em ruínas que teria pertencido
ao antigo chefe da aldeia e bateu na porta em um ritmo particular. Logo depois
que ele fez isso, a porta da casa se abriu. Parecia que o ocupante estava se
sentindo um tanto apressado.
"Se não é o Reiss-sama..."
Com certeza, quem abriu a porta foi Arein, subordinado de
Lucius. Lucci e Ven estavam imediatamente atrás dele.
"Vocês três parecem bem.", Reiss
disse com um sorriso ilegível.
"Umm, o Danchō não está com você?", Arein perguntou,
examinando a expressão de Reiss antes de olhar em volta para ver se alguém que
o acompanhava. Como sua pergunta implicava, ele estava se perguntando sobre o
paradeiro de Lucius.
Esta aldeia deserta foi originalmente indicada para ser o
ponto de encontro depois que o plano fosse concluído, mas Reiss já a visitou há
dois dias, depois que ele escapou de Aishia. Ele estava buscando informações de
Arein e dos outros. No entanto, ele não sabia que Christina e Flora haviam sido
sequestradas no momento — ele só descobriu isso quando chegou ao campo de
batalha — e não tinha escolha a não ser priorizar seu encontro com Duran.
Consequentemente, o lado de Arein se escondeu na aldeia por
dois dias, acreditando que Lucius voltaria vitorioso.
"Ele foi morto.", Reiss declarou
simplesmente.
"............"
Os rostos dos três homens endureceram — suas expressões
eram de descrença, claramente em negação da verdade. Reiss se repetiu mais uma
vez, não deixando espaço para dúvidas.
"Eu disse, Lucius está morto. Ele lutou contra seu
inimigo predestinado e, lamentavelmente, perdeu.", ele disse com um
suspiro pesado.
"Não, não, que tipo de piada é essa? O Danchō foi
morto? Não me faça rir.", Lucci riu secamente, mas seu sorriso não
alcançou seus olhos.
"Não é uma piada.", Reiss disse
com uma cara séria.
"....... Isso é impossível!", Lucci gritou. As
paredes da casa eram feitas de madeira umedecida, mas sua voz ecoou alto.
"…. Você não precisa gritar.",
Arein murmurou com um olhar irritado.
"Cala a boca! É o Danchō! O Danchō sendo morto?!
Não, tem que ser uma piada. O Danchō não chutaria o balde tão
facilmente!", Lucci teimosamente se recusou a aceitar a verdade.
".........", Arein e Ven ficaram em
silêncio, cerrando os dentes.
"....... É mentira. Tem que ser
mentira.", Lucci murmurou. Seu corpo tremia ligeiramente.
"Como eu disse antes, dois dias atrás, Lucius de
repente agiu por conta própria. Vocês alegaram que não tinham ideia de para
onde ele foi, mas na verdade sabiam o tempo todo, certo?", Reiss perguntou
de repente, olhando para os três homens.
"........."
Lucci ainda tremia com os olhos fixos no chão, mas Arein e
Ven trocaram olhares secretos.
"Não adianta esconder. Eu já sei que a princesa
Cristina e a princesa Flora foram sequestradas como reféns para serem usadas
contra o garoto. Considerando a situação, vocês três são as únicas pessoas que
poderiam ter cooperado com ele. Não tenho intenção de culpar vocês. Eu só quero
confirmar a verdade.", Reiss explicou cansado, implicitamente pedindo que
eles confessassem tudo.
"....... Bem, sim. Priorizamos as ordens do
Danchō.", Arein e Ven cederam com um olhar culpado.
"Vocês eram originalmente subordinados dele, afinal.
Faz sentido. No entanto, as coisas poderiam ter terminado de forma diferente se
vocês tivessem cooperado comigo em vez dele— gostaria que vocês mantivessem
esse pensamento em mente."
Reiss sugeriu implicitamente que Lucius não teria morrido
se eles tivessem obedecido às suas ordens.
"—........."
Arein e Ven desviaram os olhos sem jeito. Eles acreditaram
na vitória clara de Lucius. Eles haviam seguido suas ordens sob essa crença,
mas a realidade que os esperava era cruel.
"Havia uma beleza na maneira como ele sempre era
vitorioso. Ele pode ter usado truques covardes, mas era forte precisamente
porque não hesitava em usar esses truques. Mas os derrotados não valem nada.
Essa era sua crença, e ele seguiu essa crença para chegar ao auge de todos os
mercenários. Agora que ele perdeu, ele se tornou nada mais do que um covarde.
Ele não era forte porque era covarde, mas um covarde porque era fraco. Isso é
tudo que há para dizer, eu suponho.", Reiss lamentou em um tom dramático.
"Isso não é verdade!", Lucci
gritou de repente, com seus olhos arregalados de raiva.
"O que, não é?"
"O Danchō não era fraco. Ele não era um covarde porque
era fraco...", a voz de Lucci tremeu.
"Então, você pode provar isso?",
Reiss perguntou.
Não havia como provar— esse era um exemplo
da prova do diabo.
"Nós vamos vencer. Os Leões Celestiais do Danchō nunca
perderão. Não perdemos para aquele garoto como um esquadrão de mercenários
ainda— então vamos vencer. Podemos provar a força do Danchō dessa forma.",
Lucci respirou pesadamente pelo nariz. Então, uma batida lenta ecoou ao redor
deles— era o som das palmas de Reiss.
"Maravilhoso. Nesse caso, posso
fazer um pedido aos membros dos Leões Celestiais diante de mim? Meu pedido não
será para vocês vencerem o garoto, mas incluirá o combate contra ele. Isso
parece interessante para vocês?"
"................."
Arein e Ven trocaram olhares com o cenho franzido. Rio foi
quem matou Lucius — ele também tinha cruzado espadas com o grupo de Arein
antes, e eles estavam totalmente cientes da lacuna em suas habilidades. Eles
não se intimidaram, mas sabiam que não poderiam aceitar o pedido tão
facilmente.
"....... Mestre Reiss. Não temos permissão para
eliminá-lo?", Lucci perguntou com um olhar feroz.
"Não é isso, eu não me importo se
vocês o eliminarem. Meu pedido será atendido no momento em que vocês entrarem
em combate com ele, mas vocês são bem-vindos a ir mais longe."
"Então, aceitaremos esse
pedido."
"Oi, Lucci. Você nem ouviu os termos ainda...",
Ven repreendeu com um suspiro.
"O que foi? É uma luta por vingança pelo que aconteceu
com o Danchō. Você está com medo?", Lucci disse, completamente ansioso
para ir.
"Não estou com medo. Você esqueceu como a gente foi
facilmente deixado de lado antes? Este é o bastardo que matou o Danchō. Eu só
não quero subestimá-lo.", Ven zombou com desgosto.
"Tem uma coisa que eu quero confirmar primeiro.",
Arein disse a Reiss, despenteando o próprio cabelo. "Parece que está
pedindo isso como um pedido separado das nossas tarefas para o Império Proxia.
Isso está certo?"
Os homens eram oficialmente mercenários
dos Leões Celestiais, mas durante os tempos de paz, eles eram pagos para usar
suas habilidades como agentes secretos para Reiss.
"Sim. Afinal, esta é uma luta para vingá-lo. Vocês
serão recompensados adequadamente com base em seus resultados. Eu também não me
importo em confiar a vocês a espada mágica que eu tinha emprestado a ele. É uma
espécie de lembrança para vocês, certo?", Reiss olhou para eles e riu.
"Nós não podemos dizer não a isso.", Lucci disse
com um sorriso agressivo, olhando para Arein e Ven.
"Vamos ouvir os detalhes
primeiro.", Arein suspirou, decidindo ceder.
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