Capítulo 1: Após A Feroz Batalha
No Reino Paladia, em uma área montanhosa próxima a uma aldeia agrícola a trinta quilômetros a oeste da capital...
Toda a área foi completamente destruída. O terreno foi aberto,
com placas de solo aparecendo por toda parte. Mas, ao contrário da visão
desastrosa, um espetáculo fantástico estava acontecendo nos arredores. A água
pairava no ar como névoa, criando um arco-íris. Rio caminhou sob tal céu
enquanto o cadáver de Lucius queimava brilhantemente atrás dele. Ele caminhou
até alcançar Christina em seu vestido esfarrapado e a febril Flora que havia
caído inconsciente.
"A Flora-sama está bem?", Rio perguntou a
Christina enquanto embainhava sua espada em sua cintura. Christina estava
olhando para a visão mística de Rio passando sob o arco-íris em transe, mas
voltou aos sentidos para explicar os sintomas de Flora.
".... Ah, e~tto, ela foi picada por uma aranha
venenosa na floresta e está com febre."
"Uma aranha venenosa. .... Já tentou
lançar Detoxify?"
"S-Sim. Mas, não é um veneno que pode ser
tratado com magia...", Christina recuperou um pouco a compostura e
examinou o estado de Flora com o rosto pálido.
"Entendo...", Rio olhou para o rosto corado
de febre de Flora.
"Detoxify"
só pode decompor substâncias nocivas dentro do corpo em substâncias
inofensivas, o que significa que o corpo dela está sendo atacado por uma
infecção em vez de uma substância tóxica. Ela pode se curar se eu fortalecer
sua recuperação natural com artes espirituais, mas...
Havia outro método de recuperação que teria um efeito mais
imediato e confiável. E então, Rio decidiu usar isso. Ele enfiou a mão no bolso
do sobretudo e moveu a boca levemente para ativar uma magia.
"Discharge."
O espaço sob seu casaco se distorceu imediatamente e uma
pequena garrafa apareceu em sua mão. Rio a agarrou e tirou a mão do bolso. Para
Christina e a outra figura que estava por perto, parecia que Rio a havia tirado
de seu bolso normalmente.
"Aqui. É uma poção mágica poderosa que pode ser
considerada uma panaceia. Ela parece bastante exausta, então pode levar algum
tempo antes que ela recupere seu vigor, mas isso deve tratar o veneno
imediatamente.", Rio disse, estendendo a garrafa para Christina. Continha
uma receita secreta criada pelo povo espiritual, então seu efeito era
garantido.
"....... Tem certeza?",
Christina piscou com hesitação.
"Sim, claro?", Rio inclinou a cabeça, sem saber
por que ela estava perguntando tal coisa.
"M-Muito obrigada.", Christina disse com sua mais
sincera gratidão e aceitou a garrafa.
"De nada. Mais importante, os ferimentos da
Christina-sama...", Rio perguntou, olhando para a aparência de Christina.
Seus pés descalços e delicados apareciam por baixo da
bainha esfarrapada do vestido enlameado. Eles estavam claramente manchados de
sangue, tornando óbvio que ela estava ferida. Havia um colar de selamento
mágico ao redor de seu delicado pescoço, aumentando a visão trágica.
"E-Eu estou bem. Eu estava andando descalça pela
floresta, mas não é nada importante.", Christina moveu as mãos para cobrir
os pés sujos com agitação.
"Despeje isso sobre a ferida e beba o restante. Vai
aliviar qualquer dor que tenha em seu corpo. Vou remover esse colar mais
tarde.", Rio enfiou a mão no bolso do sobretudo mais uma vez e sussurrou
"Discharge" para recuperar
outra garrafa. Ele então a ofereceu a Christina.
"Umm, poções mágicas são itens bastante valiosos...
Antes de mim, Amakawa-kyō use em suas próprias feridas, por favor.",
Christina disse hesitante, olhando para o sobretudo manchado de sangue de Rio.
Porém, para o Rio, era algo que ele podia produzir em massa
e não tinha receio de usá-las.
"Eu apliquei um tratamento mínimo em minhas feridas
enquanto estava lutando, então estou bem. A questão mais urgente agora é a
pessoa que está se aproximando de lá, então vou lidar com isso enquanto trata a
Flora-sama."
Rio meio que forçou a garrafa em suas mãos antes de voltar
seu olhar para a terceira pessoa que se aproximava— o primeiro príncipe do
Reino Paladia, Duran. Seu olhar não era totalmente hostil, mas Rio colocou a
mão no punho da espada com cautela. No entanto, Duran levantou ambas as mãos
enquanto se aproximava, expressando sua falta de intenção de lutar.
"Pare. Eu não desejo lutar com
você."
".... Mas, você não era aliado do
Lucius?", Rio perguntou.
Duran foi quem disse ao Rio sobre a localização do Lucius
enquanto ele estava na capital. Ele até acompanhou Lucius aqui para assistir à
batalha; havia motivos suficientes para concluir que os dois eram aliados.
"Nós éramos companheiros de armas que lutaram no mesmo
campo de batalha antes, mas eu sou um príncipe e ele era um mercenário. No
final, estávamos vinculados por nada mais que um contrato. De jeito nenhum eu
consideraria retaliar só porque ele foi morto — muito menos depois de ver você
lutar agora há pouco. Não sou um tolo imprudente.", Duran se lembrou da
visão de Lucius lutando contra o Rio e riu com uma pitada de exasperação.
"Então, por que você estava aqui
junto com o Lucius?"
"Ele me pediu para atraí-lo até aqui, mas depois de
conhecê-lo na capital, você despertou meu interesse. É por isso que eu queria
assistir a sua batalha com ele — não sou mais do que um curioso espectador, na
verdade. Bem, eu concordei em aceitar uma das irmãs reais como recompensa por
minha ajuda.", Duran respondeu honestamente, voltando seu olhar para
Christina, que estava alimentando Flora com o remédio.
"Então, você quer as duas?", o
olhar de Rio ficou mais afiado.
"Não há como você permitir isso, não é? Como eu disse,
não desejo me opor a você.", a atitude de Duran permaneceu despreocupada
como sempre.
"....... Nesse caso, eu estaria
certo em presumir que você não tem nenhum problema comigo levando as duas para
longe daqui?", Rio perguntou, buscando a expressão de Duran.
"Claro, eu não me importo. Mas, eu gostaria de
negociar um pouco com você primeiro.", Duran respondeu, assentindo
prontamente.
".... Sobre o que?", Rio perguntou com suspeita.
A conexão de Duran com Lucius por si só foi o suficiente para deixar Rio cauteloso,
então essas palavras imediatamente o fizeram suspeitar de um motivo oculto.
"Não seja tão cauteloso. Como eu disse há pouco, não
preciso daquelas duas princesas. Deixando isso de lado, seu nome era Rio. Não,
era Haruto?"
"Rio é um nome que eu descartei. Por favor, me chame
de Haruto.", Rio respondeu com um olhar para Christina e Flora.
"Entendo. Então, Haruto. Em Paladia…, não, teria algum
interesse em trabalhar para mim? Eu quero você mais do que quero aquelas
duas.", Duran disse, de repente fazendo uma proposta inesperada.
"....... Eh?", Rio fez uma cara de perplexidade
com o assunto em questão, o qual havia superado suas expectativas.
"Estou pedindo que você trabalhe para mim. Posso te
dar o que você quiser, seja dinheiro, poder ou mulheres.", Duran começou
sua campanha de propostas com uma expressão totalmente séria.
"...... Não, eu recuso.", Rio
declinou claramente apesar de sua perplexidade.
"Pense bem antes de responder. Você pode estar se
perguntando o que estou falando tão de repente, mas eu estou falando sério. Não
estou tentando prendê-lo em nada. Eu também não tenho um motivo oculto.",
Duran apelou persistentemente.
"Mesmo que diga isso... O que fez você propor isso
agora?"
Qual
é exatamente o seu objetivo?
"Um ponto muito razoável. Que tal
discutirmos mais isso no castelo, sentados e tomando um pouco de álcool?",
Duran assentiu solenemente, aproximando-se do Rio.
"……. Eu humildemente passo essa
oferta."
O castelo de Paladia era onde Duran
tinha a maior quantidade de poder.
Não havia motivo para Rio de dar o trabalho
de visitar tal lugar.
"Vamos, não seja assim.", Duran
foi extremamente persistente.
"N-Não. Vou ouvir o que você quiser dizer aqui.",
Rio se afastou dele.
"Mō~... Que desmancha-prazeres. Mas acho que não há nada que eu possa fazer — não quero ultrapassar meus limites e antagonizar você.", Duran suspirou dramaticamente e aceitou as palavras de Rio com relutância. Com isso, Rio pôde ver que Duran realmente não tinha má vontade.
Por favor, não saia do rumo... A guarda de Rio relaxou pela primeira vez.
Ele baixou a mão que tinha sobre a espada
e suspirou.
"Então, vamos voltar ao assunto. Você tem interesse em
trabalhar para mim?", Duran disse, encorajando Rio com um olhar ansioso.
"..... Honestamente, o fato de você se dar bem com o
Lucius como camaradas de armas é razão suficiente para eu recusar.", havia
uma miríade de outras razões que ele não conseguia explicar bem o suficiente,
então Rio escolheu responder dessa forma.
"Fumu. Então você me considera igual
aquele homem?"
"Não exatamente, mas não posso confiar em você.",
já sabendo que nunca trabalharia para ele, Rio então falou seus pensamentos sem
se preocupar em esconder a verdade.
"Hahaha! Vejo que você realmente odiava muito aquele
homem. Bem, isso só é compreensível depois que ele matou sua mãe…. Mas, se ele
estava andando no caminho da heresia, então eu estou andando no caminho da
dominação. Poder é justiça— eu pego o que quero com minhas próprias mãos. Acho
que sou semelhante ao Lucius nesse aspecto, e não vou negar que tenho o
temperamento de um tirano, mas meus gostos não são tão terríveis quanto os
dele. Assim, eu não sou o mesmo que ele, mas éramos semelhantes o suficiente
para que eu achasse algumas partes dele toleráveis."
Duran não se ofendeu por ser comparado ao Lucius e, em vez
disso, começou a divagar fluentemente sobre si mesmo. Ele até sorriu quando se
chamou de tirano. Provavelmente era sua maneira de parecer atraente para Rio
como empregador.
".... Você fala muito
francamente."
Se
ele realmente está tentando me recrutar, deveria ter formulado suas palavras um
pouco melhor, Rio pensou.
"Isso é porque estou seriamente tentando empregar
você. Se eu mentisse para você agora, o que eu faria quando você fosse
realmente contratado?", Duran respondeu abertamente.
".... Uma razão justa. Mas mesmo assim, eu ainda
questiono a sua decisão de contratar um estranho que acabou de matar seu
conhecido.", Rio argumentou de volta.
"Não somos completos estranhos e é preciso ter a mente
aberta para trilhar o caminho da dominação. Quer você tenha matado um amigo meu
ou não, eu quero o que quero. É por isso que direi mais uma vez — eu quero você
mais do que quero as duas princesas. Você trabalhará para mim?", Duran
tentou persuadir Rio mais uma vez.
"Nós estamos andando em
círculos.", Rio disse com um sorriso irônico e um encolher de ombros.
"Bem, terminaríamos imediatamente se
você apenas concordasse.", Duran deu uma risada.
"....... Estou lisonjeado com a oferta, mas por que
você tem uma opinião tão alta de mim?", Rio suspirou com a tenacidade de
Duran.
(NT.:
Porra, diga que NÃO, e pronto! Está começando a parecer um BL.)
"Fuhahahaha! Ora, é simples — eu adoro pessoas fortes.
Eu as quero para mim. É por isso que eu quero você. Por todos os meios
possíveis."
"Por que está tão
desesperado por pessoas fortes? É pela dominação de que Vossa Alteza falou
anteriormente?"
Domínio— o poder de subjugar os outros e fazê-los obedecer.
O fato de que eles estavam falando assim significava que Rio já estava sendo
arrastado para o ritmo de Duran, mas Rio decidiu perguntar de qualquer maneira.
"É minha maneira ideal de ser, mas não está totalmente
relacionado. Em suma, acredito na necessidade de olhar as coisas de forma mais
ampla."
"...... O que quer dizer?"
"Meu reino é apenas um de muitos pequenos reinos. É
por isso que o reino precisa de poder suficiente para não ser desprezado por
outros reinos no sentido diplomático. Tenho orgulho de ser capaz de fazer o
trabalho de mil soldados de infantaria, mas existem guerreiros habilidosos em
outros reinos, e não somos páreo para os recursos de uma grande nação. É por
isso que formamos uma aliança com o Império Proxia, mas ainda somos um pequeno
reino aos olhos deles. Não posso suportar que meu reino seja visto como um
fraco para ser comido. Pelo futuro do reino, preciso mudar essa visão. Você
entende?", Duran olhou para Rio com fogo queimando em seu olhar.
".... Precisa de poder militar para que outros reinos
não o desprezem?"
"Isso mesmo.", Duran assentiu presunçosamente.
"Existem inúmeros pequenos reinos aglomerados ao nosso redor, e eles estão
constantemente em um estado de inquietação. Eu, pessoalmente, não quero começar
lutas sem nada a ganhar, mas a guerra pode começar a qualquer momento,
dependendo das nações maiores que a apoiam. Portanto, estou constantemente em
busca de pessoas fortes."
"Quando se trata de conflito, há momentos em que as
palavras não podem resolver tudo. Eu concordo que a força é necessária em tais
casos."
No entanto, a maneira como Duran expressou suas palavras
soou como se ele estivesse disposto a iniciar uma guerra quando houvesse algo a ganhar. Rio não poderia
concordar com uma postura como essa.
"Uma abordagem de defesa não agressiva. O ato de
evitar conflitos de forma proativa, contanto que a outra parte não se mova,
huh? Mas há um número incontável de pequenos reinos ao nosso redor, então não
podemos existir sem interagir com eles. Depois de considerar as conspirações de
nações poderosas além disso, não há como usarmos métodos ingênuos de defesa não
agressiva. Para alimentar o povo, temos que buscar os lucros do reino antes de
qualquer coisa."
"Isso é verdade. .... Por isso, eu realmente não
desejo ser associado a nenhum reino em particular.", disse Rio com
cansaço, sinceridade.
"Hah! Você tem tanta força, mas não quer ser associado
a um reino. E aqui estava eu pensando que você estava seguindo o caminho da
justiça, quando na verdade você busca o desapego do mundo real. Você pretende
se tornar um eremita?", Duran riu vigorosamente.
"Bem, quem sabe?", Rio riu levemente, se
esquivando da pergunta.
"... Fumu. O demônio que assombra você foi exorcizado
agora que você se vingou? Você não tem espírito. Subordinados excessivamente
ambiciosos são um problema, mas os completamente apáticos também são
problemáticos. Eles são terrivelmente difíceis de motivar.", ao contrário
de suas palavras, Duran sufocou uma risada calorosa enquanto falava.
"Nesse caso, por favor desista de me
recrutar."
"Não. Eu não vou recuar tão facilmente. Posso ver que
você tem força escondida o suficiente para arrasar um campo de batalha. Não, um
reino inteiro."
"Eu sou tecnicamente um cavaleiro
honorário do Reino de Galark..."
Você
continuará sua tentativa de recrutamento apesar disso? O Reino Paladia está do
lado do Império Proxia, hostil ao Reino de Galark, certo? Rio implicou.
"Eu estou ciente. É por isso que
não posso deixar você como está. Desde que Paladia faça parte do lado Proxia
das coisas, eu temo que poderemos enfrentá-lo no campo de batalha um dia."
"Nesse caso, você pode ficar tranquilo. Eu não
pretendo ficar no campo de batalha."
Ele não queria um título em primeiro lugar, e foi por isso
que foi nomeado cavaleiro honorário. Ele não tinha obrigações para com o reino,
mas todos os benefícios — era um caso especial.
"Mesmo que você não tenha nenhuma intenção, a situação
pode não permitir tal coisa. Você também pode mudar de ideia. Por exemplo, se
alguém próximo a você for feito refém. Considerando como você trilhou o caminho
da vingança, é uma possibilidade perfeitamente realista, não é? Você pode
parecer uma pessoa de coração frio às vezes, mas você não é sem coração. Essas
duas princesas não eram próximas a você, mas você as protegeu até o fim
perfeitamente.", disse Duran, olhando para Christina e Flora atrás de Rio.
Flora ainda estava deitada flacidamente, mas Christina
havia acabado de alimentá-la com o remédio. Ela também tinha terminado sua
própria garrafa que Rio tinha entregado a ela e estava ouvindo silenciosamente
a conversa deles.
"..................", Rio não
negou nada, permanecendo em silêncio com um rosto em conflito.
"É uma dificuldade, mas não seria mais fácil se
separar das pessoas próximas a você se fosse esse o caso? Não há ninguém
próximo de você aqui no Reino Paladia, certo?", Duran parecia ser um
militar bruto, mas na verdade parecia ter uma perspectiva ampla e uma visão
profunda. O próprio Rio também considerou deixar aqueles que lhe são queridos,
afinal.
"Certamente, você tem um
ponto.", Rio assentiu com um sorriso tenso.
"Não é mesmo? Agora que cumpriu sua vingança, você
precisa de um novo objetivo em sua vida. Eu poderei fornecer a você um. As
nações maiores são exigentes quanto ao status social e à tradição, mas meu
reino permitirá que você cresça tanto quanto suas habilidades se estendam. Você
pode ter qualquer desejo seu realizado assim que for oficialmente
nomeado.", o discurso de recrutamento de Duran foi verdadeiramente
persistente e habilidoso. Ele valorizou muito o Rio e trouxe à tona todas as
suas condições favoráveis nos momentos perfeitos.
"É uma proposta muito tentadora, mas... Não tenho
certeza sobre um objetivo de vida, mas tenho um lugar ao qual desejo
retornar."
Os sentimentos de Rio não mudaram. A cautela que sentia no
início desapareceu com o decorrer da conversa, e ele descobriu que Duran tinha
uma personalidade muito simpática, mas as pessoas com quem ele queria estar
estavam em outro lugar.
".... Então eu não posso te influenciar.",
Duran olhou para o rosto de Rio, então suspirou tristemente.
"Me desculpe. Se isso é tudo que você queria discutir,
estarei levando as duas princesas sob os meus cuidados.", Rio olhou para
Christina e Flora atrás dele.
"Se você desejar, posso convidar vocês
três para o meu castelo como hóspedes?"
"Tecnicamente, eu ainda sou um
cavaleiro honorário do Reino de Galark, e as duas princesas não podem se dar ao
luxo de criar uma dívida com um reino aliado ao Império Proxia."
".... Você pode carregar as duas princesas
feridas sozinho?", Duran perguntou.
"Você achou que eu não poderia?",
Rio retornou à pergunta com ousadia.
"Francamente. Não há absolutamente nenhuma fraqueza
para aproveitar aqui. Devo apenas ameaçá-lo com o crime de arruinar a terra do
meu reino?", Duran argumentou de volta, embora ele não tivesse qualquer
intenção de fazer isso.
"Se você fizesse, eu o ameaçaria de volta pelo
envolvimento do Reino Paladia no sequestro das duas Altezas Reais..."
"Eu imaginei. Só para você saber, foi
o Lucius quem planejou tudo. Tudo o que eu fiz foi ajudar Lucius a enfrentar
você depois que ele já havia sequestrado as princesas."
"No entanto, você aceitou a oportunidade de receber
uma das princesas como recompensa, certo?"
"Esse plano foi suspenso, mas com certeza me faz
parecer mal.", Duran deu uma leve risada.
"Se você permitir que eu saia deste lugar em silêncio,
irei pessoalmente me abster de fazer declarações desnecessárias sobre o Reino
Paladia.", Rio apresentou uma moeda de troca e olhou para Christina.
".... Nós iremos seguir o exemplo do Amakawa-kyō.
Enquanto o seu lado não agir de acordo com este incidente, não pretendo
perseguir o seu reino por qualquer responsabilidade adicional.", disse
Christina.
"Francamente...... certo, eu entendo. Façam como
quiserem.", Duran bagunçou seu próprio cabelo em frustração.
"Obrigado por sua generosa
consideração."
"Fun. Só para você saber, eu não estou satisfeito com
isso. Mas se não posso negociar para trazê-lo para o meu lado, então não tenho
escolha a não ser deixá-lo ir embora em silêncio. Já sei o que vai acontecer se
eu tentar te impedir pela força."
"Embora isso não seja uma troca de forma alguma,
sinta-se à vontade para levar a espada do Lucius de volta com Vossa
Alteza.", Rio olhou para a espada de Lucius, que estava cravada no chão
próximo.
"................ Não vejo razão para eu aceitar. É a
espada do homem que você derrotou, então ela pertence a você por
direito.", Duran respondeu após uma longa pausa.
"Eu vou realizar uma limpeza mínima, mas causei muitos
problemas para esta terra e para a aldeia. Você consideraria isso uma
compensação por isso, bem como um suborno pelo seu silêncio em relação ao nome
'Rio'?", Rio disse, oferecendo
razões para confiar a espada de Lucius a Duran.
"Entendo..."
"Essa espada mágica provavelmente tem a capacidade de
liberar a essência mágica do portador como ataques cortantes, a capacidade de
teletransportar a lâmina dentro do campo de visão de alguém e a capacidade de
teletransportar o próprio usuário dentro do seu campo de visão. Se Vossa Alteza
está buscando poder militar, então não deve ser uma perda mantê-la."
"..... Certamente, não é um mau negócio......, mas,
você não acha que é um pouco caro para um suborno? Essa é provavelmente uma
espada mágica de primeira classe, sabe?", Duran disse, rindo.
"Eu não me importo. Não tenho
interesse em brandir a espada do meu inimigo.", apenas olhar para a espada
era o suficiente para lembrá-lo do rosto de Lucius.
"... Fun. Está bem. Eu devo
aceitar."
"Então, temos um acordo.", Rio sorriu com
satisfação, virando-se como para encerrar a conversa.
"Espere.", Duran chamou Rio de
volta.
"O que é?"
"Isto não é um recrutamento, mas um puro convite — da
próxima vez que nos encontrarmos em algum lugar, faça uma refeição comigo como
um amigo."
"Uma refeição... como um amigo?",
Rio inclinou a cabeça com curiosidade.
"Estou dizendo que vamos beber. Não me diga que você
não consegue lidar com o álcool?"
"Não, eu posso beber com
moderação..."
"Então está decidido.", Duran
sorriu animado.
".... Entendido.", ele duvidava que eles tivessem
essa oportunidade, mas não havia nada que Rio pudesse fazer a não ser acenar
com a cabeça.
"Então, vou pegar a espada do Lucius e partir. Estou
curioso para saber como você fará para limpar este lugar, mas uma promessa é
uma promessa.", Duran encolheu os ombros.
Eu
não sei que efeito está infundido na espada mágica dele, mas é provavelmente
aquela magia negra problemática que ele usou durante a batalha com o Lucius.
Vou investigar isso mais a fundo na próxima vez que nos encontrarmos, ele
pensou consigo mesmo.
"Se cuidem."
Duran silenciosamente caminhou até onde a espada de Lucius
estava cravada no chão e a puxou. Afinal, era uma cortesia comum alguém limpar
o que fez. Ele então se virou e partiu na direção da aldeia. Isso deixou apenas
Rio, Christina e Flora para trás.
Agora...
Rio verificou se Duran estava fora de vista, então sacou
sua espada de sua bainha. Ele a cravou no solo e despejou essência mágica no
solo através dela. A terra em ruínas começou a se mexer como se estivesse viva.
Terra e pedra se moveram até que a superfície voltou a ficar plana.
"Que—...", Christina observou a cena com o queixo
caído. Ela tinha testemunhado muitas cenas estranhas durante a batalha com
Lucius, mas isso era algo para se contemplar também. Isso era algo que ela não
poderia recriar com a magia de Strahl.
".... Isso deve servir.",
Rio ajustou o terreno em cerca de mais ou menos dez segundos, então olhou ao
redor da área e murmurou, embainhando a espada de volta em sua cintura.
"...........",
Christina piscou para o rosto de Rio com os olhos arregalados.
"Desculpem a espera.", ele se
voltou para ela e disse.
"Ah... S-Sim.", Christina
respondeu, voltando aos seus sentidos.
"Consegue se levantar?", Rio
ofereceu a mão a Christina.
"Sim...", Christina aceitou sua mão nervosamente
e deixou que ele a colocasse de pé.
"Esse colar precisa ser removido.", Rio disse,
alcançando seu pescoço. Christina não podia ver isso acontecer, mas a mão dele
brilhou levemente antes que o colar se destravasse com um estalo.
"Está feito.", Rio agarrou o
colar e o jogou no chão.
"Eh? Ah……, muito obrigada."
Como ele fez isso sem
usar magia desencantadora? Essa foi a pergunta que ficou clara no rosto de
Christina. Confusa, ela estendeu a mão para confirmar que a sensação de
estrangulamento em seu pescoço havia desaparecido.
"Seus ferimentos estão bem?"
"S-Sim. Tudo está curado graças à
poção que me deu."
"Isso é bom."
"Mais importante que isso, os ferimentos do
Amakawa-kyō estão melhores? Você disse que pelo menos parou o
sangramento...", Christina observou, preocupada com os ferimentos de Rio.
"Sim, parece que o sangramento parou. Não deve haver
problema se eu me tratar depois de transportar vocês duas, então devemos nos
mover logo. Vou levá-las a um lugar onde vocês duas possam descansar
tranquilamente. Podemos discutir todo o resto lá."
Ele podia sentir uma dor incômoda, mas
o sangue grudado em seu sobretudo já estava começando a secar. Rio tocou a área
que Lucius havia cortado enquanto pensava consigo mesmo.
Deixando
isso de lado, eu não esperava que o couro do Black Wyvern fosse cortado tão
facilmente. Eu me pergunto se isso pode ser consertado...
A espada de Lucius tinha a capacidade de se teletransportar
através do espaço, então talvez cortar o próprio espaço teve um efeito sobre o
que a espada poderia cortar.
"Você não se curou ainda, então você não deveria se
mover por aí... Pode pelo menos reservar um tempo para lançar Heal corretamente antes de
partirmos?", Christina sugeriu preocupada.
"No entanto, também não podemos ficar aqui, certo? O
príncipe Duran partiu, mas há uma possibilidade de que ele volte para verificar
a área. Eu não vou me mover tão intensamente, e é apenas uma curta distância,
então eu vou ficar bem."
"....... Nesse caso, permita-me tratá-lo enquanto
estamos nos movendo. Eu posso usar Heal.",
Christina disse franzindo a testa enquanto sugeria o segundo melhor plano.
"Não, eu posso lançar magia de cura
sozinho enquanto me movo, então vou ficar bem."
Ele precisava colocar a mão diretamente na área afetada
para curar com eficiência, mas era possível parar o sangramento de sua ferida
sem tocá-la enquanto corria ou voava em um estado fisicamente melhorado. Como
ele precisou usar suas artes espirituais para detectar continuamente a essência
mágica em uma ampla área para prever para onde Lucius se teletransportaria
durante a batalha, ele não teve tempo para se concentrar na cura. No entanto, agora
ele poderia gastar essa parte de seu foco na cura.
"Não, por favor, deixe-me curar você. Não é suficiente
agradecer a você, então eu só quero fazer algo, qualquer coisa, por você.
Então, ao menos isso... por favor.", Christina abaixou a cabeça, implorando.
".... Eu entendo. Nesse caso, poderia fazer isso, por
favor? E levante a cabeça, por favor.", Rio olhou para o céu com
desconforto.
"Muito obrigada...", a voz e os ombros de
Christina tremiam enquanto ela mantinha a cabeça baixa.
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