Interlúdio: O Quinto Herói

 Vários meses atrás, na época em que Satsuki, Rui, Hiroaki e Takahisa foram invocados para a região de Strahl...

No grupo de pequenos reinos espremidos entre o Reino de Galark e o Império Proxia, havia um pequeno país chamado Reino Vilkis. No lado oriental deste reino, um Herói foi secretamente invocado.

O nome do Herói era Kikuchi Renji, um estudante do ensino médio que morava no Japão. Ele estava um pouco abaixo da altura média de um estudante do ensino médio, com 160 centímetros de altura, e tinha uma expressão inocente, mas obstinada.

".... Que lugar é esse? Eu estou... parado em uma cratera?", Renji murmurou, com os olhos arregalados e confuso.

Depois de voltar da escola, ele saiu de casa ainda vestido com o uniforme para passar na loja de conveniência. No entanto, antes que percebesse, ele se viu parado em um lugar desconhecido. A área onde Renji estava foi escavada no chão como uma cratera redonda, deixando-o no centro. Não era de admirar que ele tenha ficado surpreso.

Não havia sinal de nada feito pelo homem ao seu redor, e parecia que o que quer que tivesse criado esta cratera tinha destruído tudo ao seu redor durante o impacto — não havia nada além do solo se espalhando em um círculo ao redor dele para onde quer que ele olhasse. A borda da cratera parecia estar a várias centenas de metros de distância, mas Renji não conseguia dizer o que estava acontecendo fora da cratera de onde ele estava.

"Está um pouco frio... E hoje era para ser quente... Ainda é o Japão?", Renji tremia em seu blazer escolar enquanto dava outra boa olhada ao redor. A hora do dia não havia mudado, mas o local era completamente diferente. Foi nesse momento que um pensamento cruzou sua mente.

É quase como um daquelas novelas de invocação em outro mundo.

Os japoneses estavam lendo muitas novelas envolvendo invocação para outro mundo, então a possibilidade ocorreu a ele.

"Não, isso seria impossível."

As light novels que Renji lia eram apenas uma forma de entretenimento para matar o tempo. Mundos fictícios dentro de histórias fictícias. Não havia como isso acontecer na vida real.

"Mas..."

Algo que deveria ser impossível aconteceu. Ele estava em uma situação que não poderia ser explicada de outra forma. Renji lançou o olhar sobre a área e engoliu em seco.

Acho que vou verificar o que está acontecendo fora da cratera.

Com isso decidido, Renji começou a caminhar em direção à borda da cratera. Havia uma inclinação do centro para a borda mais distante, então sair da cratera foi fácil. Ele chegou à borda para ver uma floresta de árvores espalhada diante dele.

"Uma floresta, huh...", Renji fechou os olhos como se quisesse evitar a realidade e bateu algumas vezes na própria cabeça, depois abriu os olhos e olhou em volta novamente. A cratera ainda estava cercada por árvores, tanto quanto ele podia ver.

"—, isso mesmo, meu smartphone...... está fora de alcance, huh?", Renji de repente tirou seu smartphone do bolso do blazer. A situação impossível o abalou tanto que ele se esqueceu da primeira ferramenta que deveria ter verificado. No entanto, o símbolo perto do indicador de bateria mostrou que ele estava fora do alcance da rede. Isso significava que mesmo se ele ainda estivesse no Japão, não seria capaz de usar um aplicativo para encontrar sua localização.

"........ Por agora, acho vou dar uma olhada fora da cratera."

Era possível que esta cratera estivesse localizada na borda da floresta, e ele seria capaz de sair facilmente.

Com isso decidido, Renji suspirou pesadamente e começou a andar.

  

Algum tempo depois...

"Como imaginei, isso não é bom."

Renji não conseguiu encontrar uma saída e suspirou profundamente. Não importa onde ele estivesse ao longo do perímetro externo da cratera, ele não conseguia ver o fim da floresta.

"Eu não tenho escolha a não ser entrar na floresta? Acho que não... Hm?"

Ele se encostou em uma árvore enquanto olhava ao redor e falava sozinho. Então, do outro lado da cratera, um grupo de pessoas apareceu da floresta. Havia oito delas.

"Aquilo é.…!"

Renji avistou as figuras opostas à sua posição e quase correu na direção delas sem pensar. No entanto, ele foi parado pela cautela que cresceu dentro dele.

....... Não importa como se olhe para isso, eles não são japoneses.... Eles estão vestidos como se tivessem saído diretamente de um mundo de fantasia. Alguns deles até têm espadas.

Renji rapidamente se escondeu atrás da árvore em que estava apoiado e forçou os olhos para observar o grupo que saía da floresta. Todos eram homens na casa dos vinte a quarenta anos. Alguns deles tinham espadas nas mãos. Se aquilo eram ferramentas agrícolas, estavam sendo usados ​​no lugar de armas? Eles não tinham nenhum equipamento defensivo, como armadura, escudos ou elmos equipados, e as roupas que vestiam eram variadas. Comparadas com o uniforme escolar que Renji usava, elas pareciam bastante simples.

Eles não parecem soldados.... Eles são aldeões? Renji supôs.

Estão apontando para a cratera e dizendo algo.

Os aldeões pareciam animados. Ele não sabia o que eles estavam dizendo, mas não parecia haver qualquer raiva em suas expressões. Eles estavam surpresos?

Deixando isso de lado, meus olhos parecem que podem ver muito claramente agora.... Eles deveriam estar bem distantes, mas eu posso ver seus rostos sem problemas, Renji pensou de repente. Sua visão não exigia óculos, mas ambos os olhos estavam abaixo de 1,0. Ele se perguntou por que podia ver tão longe e tão claramente.

Estão vindo para cá?

Os homens começaram a caminhar pelo lado de fora da cratera.

Mesmo se eu me mostrasse, não seríamos capazes de nos comunicar. Eu também não quero me aproximar de homens armados com as minhas mãos vazias. Vamos ver o que acontece um pouco mais.

Renji decidiu recuar um pouco mais para dentro da floresta. A atenção dos aldeões foi atraída para a cratera, como se estivessem preocupados com alguma coisa.

Pode haver lobos ou outras feras perigosas. Não, este é um mundo de fantasia, então monstros também podem ser possíveis.

Assim que chegou a esse pensamento, Renji olhou de volta para a floresta com medo. Havia apenas árvores densas crescendo lá, mas o pensamento de criaturas perigosas lhe deu calafrios. No entanto, ele não podia se mover de sua posição atual. Renji se escondeu nas árvores e esperou que os aldeões se aproximassem.

Depois de quase dez minutos terem passado, os homens estavam finalmente ao lado das árvores atrás das quais Renji estava escondido. Renji recuou um pouco mais para dentro da floresta para evitar ser detectado, mantendo o silêncio enquanto os ouvia com atenção.

"Chefe, como a gente explica isso para o senhor da região?"

"Não sei. Nós não temos escolha a não ser contar a verdade como ela é— que toda a água do lago sumiu."

Obstruído pelas árvores, havia cerca de dez metros de distância entre eles, mas ele podia ouvir claramente a conversa entre os aldeões.

Então aquela cratera era um lago, huh... Espera, espera, o que?! Eu entendi as palavras deles?! Eles falam japonês?!

Renji engoliu a respiração em choque.

"Demos uma volta uma vez, mas não havia nada. O sol vai se pôr em breve, então vamos voltar.", disse o chefe da aldeia, fazendo os outros moradores se moverem. Eles começaram a partir rapidamente, sem perceber a presença de Renji. Assim que confirmou isso, Renji os seguiu a uma distância suficiente para não os perder de vista.

Ser capaz de falar japonês é como o padrão exato de uma história de outro mundo, mas sou grato. Não quero me aproximar de estranhos armados, mas se eu puder me comunicar com eles, então posso ser capaz de negociar algo. De qualquer forma, não adianta ficar aqui. Quer eu negocie com eles ou não, devo pelo menos segui-los para sair desta floresta.

Renji tinha quase certeza de que aquele era outro mundo agora. Ele decidiu que iria seguir os aldeões até que eles deixassem a floresta.

  

Nós só andamos um pouco, mas saímos da floresta bem rápido, surpreendentemente.

Renji havia chegado à beira da floresta. Cem metros à frente dele estavam os aldeões que ele vinha seguindo, e além deles estava a aldeia para a qual eles se dirigiam. A aldeia era cercada por uma cerca bastante alta para impedir a entrada de intrusos, e havia um portão de entrada para a aldeia.

Eles devem ser residentes dessa aldeia.

Vendo os telhados de madeira mal construídos e seus números, a população da aldeia era provavelmente de algumas centenas de pessoas. O sol já estava começando a se pôr, então sua única opção era contar com a hospitalidade da aldeia ou dormir fora.

Posso imaginar como é o padrão de vida deles pela aparência das suas construções, mas acho que seria melhor do que dormir ao ar livre. Bem, eu vou ter que me virar. Renji decidiu ir para a aldeia.

Se eu seguir esses caras para a aldeia assim, eles vão perceber que eu saí da floresta depois deles. Seria um problema se eles bisbilhotassem por que eu estava na cratera. Eu devo me mover. Com esse pensamento, ele fez um desvio. Ele se distanciou para que os aldeões não o vissem, então deu a volta na aldeia para o lado oposto da floresta. O lado oposto da floresta eram terras agrícolas. A estrada em direção à aldeia cortava as plantações, então ele fez seu caminho até a estrada e pelo portão, quando—

".............."

Ele encontrou uma garota que parecia ser uma aldeã. Ela devia estar no meio da adolescência — ou da mesma idade de Renji, ou mais jovem. A garota o viu e congelou ao ver um estranho desconhecido.

"Ei, você é um dos aldeões aqui?", Renji marchou direto para ela.

"Sim, eu sou. Umm... Você é um nobre?", a garota perguntou, olhando para o rosto de Renji com um pouco de cautela.

"Não, eu não sou um nobre."

"Mas, você está vestindo roupas finas..."

"Fumu. Então, essas roupas parecem finas para você?", Renji olhou para o uniforme do colégio que estava vestindo.

"Elas são tão limpas... Só um nobre usaria algo assim.", a garota olhou entre as roupas dele e as dela em comparação. As dela estavam bastante desgastadas e sujas por seu trabalho diário, parecendo um tanto surradas aos olhos de Renji.


"Certamente, as suas roupas parecem gastas. Mas eu não sou um nobre."

"H-Haa~, entendo."

"A propósito, o que você está fazendo aqui?", Renji perguntou para a garota ligeiramente mal-humorada.

Quando a garota percebeu que Renji não era um nobre, ela relaxou a guarda e suspirou levemente. Com sua mudança de atitude, ela o questionou de uma maneira menos formal. "Isso é o que eu deveria estar perguntando... —, haa~. Quem é você?"

"Eu sou um viajante."

"Um viajante...", a garota lançou a Renji um olhar duvidoso.

"Não há necessidade de suspeitar de mim. Não estou aqui para fazer nada de ruim."

"Fu~n... Então o que você quer da nossa aldeia? —, ah, você está aqui porque viu o pilar de luz?", a garota ainda olhava para Renji com desconfiança, mas então ela pensou em uma possível razão pela qual Renji veio visitá-los e perguntou sobre isso.

"O pilar de luz?", Renji inclinou a cabeça.

"Ele desapareceu imediatamente, mas havia um incrível pilar de luz no céu agora mesmo."

"Ah... aquela luz. Certo. Eu vi isso à distância e vaguei nessa direção. Eu realmente não tinha um destino, então segui a luz.", Renji rapidamente combinou sua história com as palavras dela.

"Eu sabia. Se é o pilar de luz que você está procurando, ele veio da floresta. Todos na aldeia ficaram chocados e fizeram um alvoroço por causa disso. Algumas pessoas foram para a floresta investigar, mas devem voltar logo.", a garota explicou, animada.

Com base na situação, o centro da cratera onde eu estava seria o ponto do pilar de luz, certo? Então essa luz foi o que me invocou a este mundo.

"Entendo.", Renji assentiu enquanto analisava a situação em sua cabeça.

“Se você quiser ouvir mais sobre isso, eu posso te mostrar ao chefe.", a garota ofereceu gentilmente.

".... Não, também estou interessado nisso, mas tenho outro favor a pedir."

"Um favor?"

"Eu não tenho outro lugar para ir. Posso ficar nesta aldeia?"

"Eh…?"

"Posso? Caso contrário, eu teria que dormir fora."

"Eu teria que perguntar ao chefe da aldeia."

"Por favor, pergunte a ele, então."

"Eh—? Por que eu? Eu vou te mostrar o caminho para o chefe, então você pergunta a ele.", a garota franziu a testa.

"Entendo. Não tem outro jeito.", Renji concordou com um encolher de ombros.

Que cara esquisito. A cor do cabelo dele também... não é muito estranha, mas preto não é uma cor que eu já vi nesta vila. O rosto dele não é muito feminino, mas sim infantil? Ainda assim, ele é arrogante e sem vergonha. Acho que todos os garotos são assim. O amigo de infância da garota veio à mente quando ela comparou a atitude de Renji com a dele, fazendo-a suspirar baixinho.

"Então, vamos.", ela instou.

"Certo."

"A propósito, qual é o seu nome?"

"....... É Renji."

Quando a garota perguntou seu nome, Renji hesitou antes de responder. O motivo do atraso de sua resposta foi porque ele temia que dar seu nome japonês soasse questionável. No entanto, Renji era um nome que passou até mesmo no exterior, então ele percebeu que poderia usá-lo abertamente aqui. "Bem. Meu nome é Rea. É um prazer.", foi assim que Renji e Rea se conheceram.

  

Naquela noite, na casa da Rea...

"Aah~, por que ele tem que ficar aqui? Sou uma jovem solteira, morando sozinha...", Rea murmurou para si mesma com os lábios em um beicinho enquanto cozinhava na cozinha.

"Foi você quem concordou, certo?", Renji disse sem jeito.

"Honestamente, por que eu concordei?"

Rea havia mostrado Renji ao chefe da aldeia, mas ele expressou sua desaprovação em fornecer alojamento.

"Sério. Quem é você?"

"........ Eu disse que era um viajante errante."

"Isso é muito suspeito..."

Renji se recusou a explicar sua origem de maneira adequada. Porque ele estava tentando esconder sua invocação para este mundo, ele não pôde evitar a carência de seu histórico, mas como resultado, todos os aldeões, incluindo o chefe, olharam para ele com um olhar desconfiado.

Se ele não era um nobre, por que ele tinha roupas tão limpas? Se ele era um viajante como dizia, por que não tinha uma espada com ele? Por que ele estava viajando sem dinheiro ou ferramentas? Além disso, ele queria que eles lhe mostrassem a cidade mais próxima.

"Bem, é a verdade, então não posso evitar.", Renji declarou corajosamente, deixando uma má impressão no chefe da aldeia. Ele expressou seu descontentamento em deixar um forasteiro desconhecido ficar na aldeia.

Mas quem deteve o chefe foi Rea. "As noites são frias; seria lamentável fazê-lo acampar do lado de fora...", foram as palavras que iniciaram um debate entre ela e o chefe sobre como " este homem não tem modos" e "isso não significa que podemos deixar ele dormir lá fora.", e assim por diante.

No final, o chefe disse: "Se você é tão insistente, então o hospede em sua própria casa. Eu vou permitir ao menos isso.", e com a permissão de Rea, foi decidido que ele ficaria na casa dela.

"Bem, eu sou grato por não ter que dormir fora. ...... Desculpa.", Renji se desculpou sem jeito, sentindo-se mal por tudo que tinha feito.

"Está bem. Mas você vai embora na próxima vez que um comerciante vier, entendeu?", Rea enfatizou. Renji estava hospedado na casa dela com a condição de que partisse com o próximo comerciante que passasse pela aldeia, que daria no máximo um mês.

"Sim, eu sei. Em troca de ficar aqui, vou ajudar com todo o trabalho que puder."

"Naturalmente.", Rea suspirou. Ela voltou a cozinhar e disse secamente: "Eu deixei uma muda de roupa fora, então use as que eu coloquei lá."

"Você mora sozinha porque seus pais morreram, certo? De quem são essas roupas?", Renji perguntou.

"Do meu falecido irmão mais velho.", Rea respondeu suavemente.

".......... Fuun. Entendo.", Renji foi pego de surpresa, mas ele não sabia como reagir, então ele ignorou levemente.

"………", Rea não disse nada mais do que isso, silenciosamente trabalhando na cozinha.

Assim começou a vida temporária de Renji e Rea juntos.

 

  

Tarde da noite, quando todos os aldeões haviam adormecido profundamente...

"Mm.…", Renji estava dormindo na cama que Rea havia emprestado a ele. Ele estava sonhando, mas sua consciência estava completamente agitada.

Onde estou...?

Antes que ele percebesse, ele estava em uma sala totalmente branca. A sala continuava indefinidamente.

(Herói.)

Uma voz masculina desconhecida de repente ecoou na cabeça de Renji.

Quem está aí?! Renji olhou em volta com um engasgo.

(Herói. O Herói escolhido.)

Herói...? Ele está se referindo a mim?

(Eu o concedo o conhecimento de como usar o Equipamento Divino de Gelo que você recebeu. Aceite-o).

O que? ...?!

No momento seguinte, o conhecimento irrompeu na cabeça de Renji. Era um conhecimento das ferramentas chamadas Equipamentos Divinos, que ele nunca tinha ouvido falar. De repente, ele entendeu o que era um Equipamento Divino, o que eles podiam fazer e até como usá-los.

Isso é... Renji foi pego de surpresa em seu sonho.

(O Equipamento Divino atenderá suas solicitações, concedendo-lhe poder. Você é um Herói. Você é uma existência especial, escolhida. Saiba disso.)

Kuh—, que diabo é isso?! Quem é você?! Isso é tão unilateral! Renji questionou o dono da voz.

O dono da voz falou com Renji sem reconhecer o outro. Não havia conversa para ser mantida. E então—

(Este é meu último conselho para você. Até o dia chegar: sobreviva.)

O dono da voz deixou para trás essas palavras e sumiu da consciência de Renji.

O-Oi, espera! Você se foi?! Quem é você?! Você é quem me trouxe a este mundo? Porque você fez isso?! Renji gritou às pressas, mas não houve resposta. No momento seguinte, Renji acordou de repente.

"—?!"

Seu coração estava batendo forte, possivelmente de excitação.

"Hah... Hah... Foi... um sonho? Não...", Renji engoliu em seco.

Imagine. O Equipamento Divino que consegui.

Pelas informações em sua cabeça, o Equipamento Divino se materializaria na forma da arma imaginada por seu portador. Renji fechou os olhos e focalizou sua mente, estendendo a mão direita.

Um momento depois, leves partículas de luz flutuaram no ar, juntando-se no instante seguinte para formar uma alabarda em sua mão. Era mais alta do que a altura de Renji, com um design intrincado e artístico.

".... Consegui.", Renji sorriu. "Pelo que aprendi, esse Equipamento Divino tem o poder do gelo. Aparentemente, se eu der um nome, minha impressão dele vai fortalecer e acelerar a materialização... Gelo, né? Nesse caso, Cocytus*...?"

(NT.: コキュートス: [Kokyūtosu])

Cocytus era o nome do mundo gelado na camada final do inferno. Embora mantivesse isso em segredo das pessoas ao seu redor, Renji era na verdade um otaku quando se tratava de coisas assim, então ele tinha uma quantidade abundante de conhecimento inútil.

"Desapareça. Pronto, desapareceu."

Cocytus desapareceu em um instante.

"Cocytus."

Desta vez, ele tentou materializá-lo. Talvez tenha sido porque ele o nomeou, mas praticamente não houve intervalo de tempo.

"Parece familiar na minha mão. Não é nada pesado. Parece que meu corpo e minhas habilidades físicas também foram aprimorados."

A alabarda tinha cerca de dois metros de comprimento. Ele não sabia de que material era feita, mas era um objeto de metal que deveria pesar bastante.

No entanto, por algum motivo, parecia que ele poderia lidar com isso livremente.

"Eu quero tentar usá-la.", Renji não pôde evitar o desejo dentro dele de experimentar brandir Cocytus. Ele tinha a expressão ansiosa de alguém que havia acabado de comprar um novo jogo para jogar.

"….... Talvez eu possa escapar silenciosamente e experimentar?"

Os aldeões estavam todos dormindo, incluindo sua colega de casa. Eles não deveriam notar se ele escapulisse da casa. Com esse pensamento, Renji saiu da casa de Rea.

A lua cheia está quase aqui. Eu deveria ser capaz de andar nesta escuridão.

Não havia luz vazando de nenhuma das casas, então os aldeões deviam estar dormindo profundamente. A única fonte de luz era a lua, mas os bastonetes* do olho humano podiam ver claramente sob o luar sem nenhuma lâmpada de rua.

(NT.: Os bastonetes são células da retina dos olhos dos vertebrados, que detectam os níveis de luminosidade. São basicamente responsáveis pela visão noturna, têm este nome devido à sua forma alongada e cilíndrica e são também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas mais externamente na retina e existem, na retina dos humanos, cerca de 120 milhões de bastonetes. São 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones, mas detectam apenas tons de branco, preto e cinza.)

A região em que Renji vivia no Japão era cercada por fazendas sem luzes artificiais também, então ele não tinha medo desse tanto de escuridão.

"Até aqui deve estar tudo bem.", Renji chegou a um local longe o suficiente para supervisionar as casas da aldeia e começou a passar alguns minutos fazendo alguns alongamentos leves para relaxar os músculos de seu corpo. Então—

"Cocytus.", ele chamou o nome do Equipamento Divino que havia desaparecido antes e o materializou em sua mão. Em seguida, ele tentou segurá-lo em uma posição com as duas mãos.

"Eu não sei se esta é o jeito certo de segurar, mas... Haah—!", Renji confiou na força de seu corpo aprimorado para oscilar Cocytus horizontalmente com todas as suas forças.

"Fumu…. Muun! Hah—!", ele balançou a alabarda uma segunda e terceira vez para captar a sensação.

"Entendo.", Renji sorriu presunçosamente e começou a balançar o Equipamento Divino silenciosamente. Horizontalmente, verticalmente para baixo, verticalmente para cima, girando-o sobre a cabeça... Ele executou com agilidade todos os movimentos complicados que considerou legais. Era uma façanha que nenhuma pessoa normal poderia fazer. Depois disso, ele mudou de um agarre com as duas mãos para um agarre com uma mão, balançando Cocytus várias vezes para traçar o caminho que ele queria.

"Eu peguei o jeito agora.", ele balançou a alabarda para baixo uma última vez, parando apenas antes de raspar o chão. Ele então a ergueu e apoiou o cabo no ombro direito, rindo.

"Ainda assim, eu estive girando uma coisa tão grande por aí de forma tão dramática e ainda não estou sem fôlego. Faz sentido, já que estou em outro mundo, huh."

Graças a todos as light novels e histórias de outro mundo que havia lido enquanto estava obcecado pelo subgênero, Renji foi de alguma forma capaz de aceitar a situação em que havia sido deixado com bastante tranquilidade. No entanto, como ele não sabia nada sobre como retornar à Terra no momento, ele ainda tinha suas preocupações.

".............. Hora de voltar?"

Renji olhou para o céu, perdido em pensamentos, antes de retornar para a casa de Rea.

  

Na manhã seguinte, durante o café da manhã...

"Diga, Rea."

"O que é?"

"Você sabe sobre os heróis?", Renji perguntou.

"Eu sei, mas..............., você está tirando sarro de mim por eu ser do campo?", Rea estava com uma expressão exasperada, como se não houvesse forma de ela não saber.

"Não, essa não era a minha intenção...", Renji coçou a bochecha, franzindo a testa.

"Nós ouvimos falar deles em contos de fadas, então até as crianças sabem sobre eles. Eles são os discípulos dos Seis Deuses Sábios que salvaram o mundo, certo?"

".... Sim, isso mesmo. Eu só estava me perguntando se havia alguma disparidade com os contos de fadas que eu conheço. Estou curioso. Como são os contos de fadas contados nesta aldeia?", Renji perguntou, imediatamente ajustando suas palavras para caber na resposta dela.

Rea olhou para o teto para relembrar suas memórias da história. "Fu~un. Duvido que houvesse muita diferença, mas.... É uma longa história, então, para resumir, um rei demônio maligno que podia controlar monstros apareceu mil anos atrás. Para salvar o mundo, os Seis Deuses Sábios transmitiram sabedoria a nós, humanos. A luta com os demônios se intensificou, então os Seis Deuses Sábios invocaram seis Heróis-sama do mundo dos deuses para o bem da humanidade. Os Heróis-sama podiam matar milhares de monstros com um único golpe. Os Seis Deuses Sábios e os Heróis-sama trabalharam juntos para derrotar o exército de demônios, trazendo paz ao mundo. E todos eles viveram felizes para sempre. Parece familiar para você?"

"Entendo. Não é diferente da história que eu conheço, então."

"Bem, é uma história escrita nas escrituras sagradas. Se alguém tentasse distorcer a verdade, seria declarado um herege e denunciado."

"…. Sim, isso mesmo.", os Heróis eram seres religiosos, aparentemente.

Se é um conhecimento que até uma criança saberia, então não posso fazer muitas perguntas sobre isso. Caso contrário, minha falta de conhecimento seria exposta. Com esse pensamento—

"Acha que os heróis existem?", Renji perguntou.

"Eles são os heróis de uma lenda, então seria uma coisa incrível se eles aparecessem, não acha?", Rea respondeu com uma risada divertida.

"Sim, é claro. E mesmo se eles aparecessem, é improvável que alguém acreditasse neles.", Renji murmurou significativamente, então não falou mais nada sobre os Heróis para Rea depois disso.

  

Cinco dias se passaram desde que Renji chegou a este mundo.

Ele estava se acostumando com a vida na casa de Rea, mas ainda não se encaixava na aldeia. Ele havia se familiarizado completamente com a vida na casa de Rea, mas todos os aldeões o rejeitavam por ser um estranho suspeito.

Ele foi tratado como um inimigo pelo amigo de infância de Rea mais do que por qualquer outra pessoa; ele era um garoto que veio até ele um dia depois de ele ter se hospedado pela primeira vez na casa dela e exigiu que ele deixasse a aldeia. Naquela vez, Rea ficou ao lado de Renji enquanto agia como mediadora, o que fez Renji sorrir e fazer o amigo de infância explodir de raiva. Renji imediatamente aprimorou seu corpo com o poder de seu Equipamento Divino para escapar de todos os socos do garoto facilmente, continuando até que o garoto ficasse sem resistência para se mover. Mal se podia chamar de uma briga.

Alguns moradores que testemunharam aquela cena temeram a força de Renji, espalhando rumores até que Renji ficou completamente isolado.

Os aldeões não tinham ressentimentos em relação a Rea, mas não tentaram se aproximar dela enquanto ela estava com Renji. Além de ficar na casa dela, ele sempre ia com ela para o trabalho do lado de fora, então uma atmosfera desconfortável cercava a aldeia.

"Seu amigo de infância estava me encarando de novo.", Renji disse para Rea durante o jantar.

"Depois do que você fez, isso é natural.", Rea disparou.

"Só para você saber, o que eu fiz foi legítima autodefesa.", Renji disse calmamente.

Seria mais correto dizer que ele propositalmente criou uma situação em que seu ato de autodefesa seria visto como legítimo, mas Renji não tinha a menor intenção de mostrar misericórdia a alguém tão hostil em relação a ele, então foi realmente nada mais do que um ato de vingança. Rea não tinha visto o sorriso provocador que ele mandou para seu amigo de infância.

"..... Mas com a sua força, Renji não teria sido capaz de derrotar o Yoran com facilidade?", Rea perguntou indiretamente.

"Não seja boba. Eu não tive tempo para fazer algo assim. Seu amigo de infância é a pessoa mais forte desta aldeia, não é? Eu também sou muito mais baixo do que ele."

"Isso é verdade, mas..."

Naquela vez, Renji parecia estranhamente feliz por ter sido atacado por Yoran. Na verdade, Renji queria testar como o aprimoramento de seu corpo físico se sairia contra Yoran, então a impressão que Rea recebeu não estava errada.

No entanto, Rea não achava que Renji era um cara mau. Ele era direto e pouco comunicativo, e às vezes falava com uma atitude arrogante, mas morar com ele a fazia notar seu lado inesperadamente gentil. Ele carregava as coisas pesadas para ela quando ela estava no trabalho e também ajudava nas tarefas da casa. Os outros homens da aldeia careciam de tal consideração.

"..... Aquele cara está apaixonado por você?", Renji perguntou, observando Rea para ver sua reação.

"Haah? O que você está falando?"

"Ele ficou muito irritado por causa de você. É por isso que eu estava me perguntando se ele estava."

"Isso não é verdade. Somos apenas amigos de infância. Ele tem sido grosseiro comigo desde antes de você vir para esta aldeia. Não tenho ideia de por que ele está tão bravo com isso agora.", Rea disse com um suspiro cansado.

"Fuun. Então você está apaixonada por aquele cara?", não importava como Renji olhasse para isso, estava claro que o garoto tinha uma queda por ela, mas ele decidiu não apontar isso.

".... Isso também não é verdade. Você quer levar um soco?"

"Eu entendo."

Rea tinha enviado um olhar feroz para ele, mas Renji apenas ignorou com uma risada alegre.

"Não é como se alguém fosse querer se casar comigo. Estou condenada a envelhecer sozinha nesta casa solitária.", Rea disse mal-humorada.

"Bem, você pode fazer bem o trabalho doméstico. Tenho certeza de que há muitas pessoas por aí que gostariam de você como noiva. Seu rosto também não é tão ruim.", Renji murmurou.

"... H-Haah?! O que você está dizendo?!", Rea piscou várias vezes antes de ficar vermelha.

"Só disse o que eu estava pensando."

".... Você disse que acha que meu rosto não é tão ruim, isso significa que Renji me acha fofa?", Rea olhou para Renji com um leve rubor nas bochechas.

"Bem, como você sabe, eu sou um andarilho... Um imigrante, basicamente. Não tive muitas mulheres ao meu redor antes, e não vi os rostos das mulheres em outras aldeias, então não posso dar uma opinião objetiva.", Renji desviou os olhos e se esquivou da pergunta. Ele frequentou uma escola de ensino fundamental e médio só para garotos, então sentiu um pouco do charme da relutantemente carinhosa Rea. Talvez tenha sido por isso que ele disse algo em elogio a ela, mas não podia ser franco e chamá-la de fofa na cara.

"Estou perguntando o que o Renji acha agora?"

"Eu acabei de dizer isso. Seu rosto não é tão ruim."

"Esse jeito de dizer.", Rea fez beicinho, olhando para Renji com desdém.

"O que?", Renji se virou e perguntou.

"Renji é sempre tão arrogante. É por isso que você acaba antagonizando todos na aldeia.", Rea apontou com franqueza.

"Eu? Os arrogantes são os aldeões. Especialmente o chefe da aldeia e o seu amigo de infância."

"Eu não vou negar isso. Mas o Renji também tem uma atitude condescendente quanto fala às vezes. Quando pediu para ficar nesta aldeia, as coisas teriam corrido melhor se tivesse explicado as coisas antes de fazer o seu pedido. Muitos viajantes ficaram na aldeia no passado."

"Mas, eles foram rejeitados pelos aldeões por serem forasteiros também, certo?"

"Bem, mantivemos nossa distância para observar o que eles faziam, mas ninguém evitou eles ativamente como fazem com o Renji agora."

"................", Renji ficou em silêncio.

"Eu sei que Renji não é um cara mau, então aposto que eles mudariam de ideia se tivessem a oportunidade de fazer isso.", disse Rea, observando Renji mais uma vez.

"Há uma necessidade de eles mudarem de ideia?"

"Você disse que era um andarilho, mas, Renji tem um objetivo para a sua jornada?", Rea respondeu à pergunta de Renji com uma própria.

".......... Não, nenhuma em particular.", Renji pensou por um momento antes de responder.

"Fu~un... Então, que tal morar nesta aldeia por um tempo?", Rea sugeriu de repente.

".... Eu me pergunto.", Renji evitou a pergunta.

"Eu acho que o Renji seria uma grande ajuda para a aldeia se ficasse. Renji é bem forte."

"Os aldeões já não gostam que um forasteiro fique aqui temporariamente. Seria ainda pior se eu me instalasse aqui."

"Isso não é verdade. Já tivemos pessoas que se mudaram para a aldeia antes. As pessoas mudarão quando tiverem a oportunidade certa de fazer isso."

"Eu não sei. Além disso, eu não tenho onde morar."

".... Pode simplesmente continuar morando nesta casa."

"O acordo não era que eu só poderia ficar até o próximo comerciante viajante chegar?"

Em outras palavras, pode demorar um mês, no máximo, ou ser amanhã. Renji olhou para Rea com uma leve surpresa.

"Se Renji insistisse em ficar nesta aldeia, então eu não me importaria, sabe? É chato morar sozinha nesta casa e é um pouco assustador à noite. Eu sou a única nesta aldeia que mora sozinha também..."

"…. Você está solitária?", Renji perguntou, observando a expressão de Rea.

"Não é exatamente solitária, mas......, ter alguém para conversar e fazer as refeições em casa tem sido muito bom, isso é tudo.", Rea murmurou.

Talvez fosse por isso que os arranjos de moradia que ela tinha sido contra no início não pareciam mais tão ruins. Ela não precisava mais ver os outros moradores voltando para suas famílias no final do dia de trabalho com inveja.

"Renji não se sente solitário viajando sozinho?", Rea perguntou com cautela.

"Eu........", Renji pensou em suas palavras. Era mentira ele ter viajado sozinho. No entanto, ele podia entender como era estar sozinho. Na realidade, ele achava muito mais divertido morar com Rea nesta pequena casa do que quando ficava trancado dentro de seu quarto quando não estava na escola.

Havia uma parte dele que concordava com ela.

"Mas, não é problemático para um garoto e uma garota solteiros viverem juntos de verdade? Nosso atual arranjo de moradia é bastante questionável...", Renji expressou sua hesitação, fazendo sua pergunta de forma inarticulada.

"Então, vamos nos casar?"

".... Só se passaram cinco dias desde que nos conhecemos. Certo?", Renji disse sem jeito, com seus olhos se arregalando. Ele ficou bastante surpreso.

".... É-É mesmo. É tudo porque Renji disse coisas estranhas para começar. Me chamando de fofa e tudo mais.", Rea se recompôs e falou com o rosto vermelho brilhante.

"Eu não me lembro de ter chamado você de fofa..."

Renji parou, incapaz de negar claramente. Depois de vagar por outro mundo e viver junto com uma garota, seu humor estava em alto astral sem que ele percebesse. Em sua década de vida, ele nunca experimentou a sensação de ser querido por alguém que não fosse sua família, então os sentimentos de Rea ecoaram profundamente em seu coração.

  

Na tarde seguinte, Renji e Rea fizeram uma pausa no trabalho e voltaram para casa para almoçar, quando apareceu um visitante.

"Oi, Rea. Venha comigo."

Era o amigo de infância de Rea, Yoran. Yoran foi até a mesa de jantar e lançou um olhar furioso para Renji antes de ignorá-lo e falar com Rea.

"O que você quer?"

"O chefe da aldeia está te chamando. Ele tem algo importante para discutir sobre o futuro da aldeia."

"..... O chefe da aldeia? O que você quer dizer com 'importante'?", Rea perguntou, olhando para ele com cautela.

"Não posso te dizer na frente de um forasteiro.", respondeu Yoran, ciente da presença de Renji.

".... Isso significa que envolve o Renji?", Rea perguntou mal-humorada.

"—........., eu não sei. Só me disseram para te levar para lá.", Yoran disse, seu foi tom áspero pelo constrangimento.

"Vá em frente, Rea. Não se preocupe comigo."

Renji sorriu para Yoran de uma maneira relaxada enquanto falava com Rea.

"....... Entendo."

Rea parecia infeliz por ser chamada por um motivo incerto, relutantemente assentindo apenas depois de ouvir as palavras de Renji.

"—.... Venha."

Yoran cerrou os punhos e saiu da casa. Rea o seguiu, indo em direção à casa do chefe da aldeia.

  

Yoran levou Rea para a casa do chefe da aldeia.

"O que você queria discutir, chefe da..."

Rea avistou o chefe da aldeia assim que ela entrou na casa e começou a questionar por que ela foi convocada em um tom agressivo. No entanto, ela parou no meio da frase. Havia pessoas que não eram da aldeia na casa — um total de oito pessoas. Todos estavam armados e vestidos com uniformes militares de aparência cara. O mais bem vestido entre eles era um homem rechonchudo posicionado na cabeceira da sala.

"Você é a garota que mora com o homem chamado Renji?", o homem gordo em um uniforme militar olhou para Rea.

"Eh, umm...", Rea estava completamente perplexa.

"Responda à pergunta. Você é a garota que mora com o homem chamado Renji?", o homem gordo disse em um tom ameaçador.

"S-Sim!"

Ele era um nobre. Assim que Rea percebeu o status social da outra parte, ela balançou a cabeça com medo.

"Vou fazer perguntas sobre aquele homem. Responda com tudo o que você sabe."

Depois que o homem gordo falou novamente, ele fez a Rea pergunta após pergunta. Coisas assim, o cabelo dele era realmente preto, ele fez alguma declaração ideológica, onde você conheceu o Renji, você sabe por que ele veio para esta aldeia, ele falou alguma coisa sobre o lago na floresta, e assim por diante. Rea respondeu a todas as perguntas com honestidade.

"Entendo. Então você não sabe de nada útil. Nesse caso, não tenho escolha a não ser investigá-lo diretamente.", O nobre gordo suspirou de aborrecimento.

"U-Umm, por que estão investigando o Renji?", Rea poderia facilmente prever que Renji era a quem o nobre se referia, então ela questionou o motivo nervosamente.

"O lago perto desta aldeia secou completamente. Esse lago era um dos solos sagrados deste reino, e aquele homem chamado Renji é suspeito de secar o lago. Se isso for verdade, então é um crime que merece pena de morte.", disse o nobre gordo.

"P-Por favor, espere um momento! Renji não faria uma coisa dessas...!", de forma alguma ele faria algo assim.

"É isso que estou investigando. Vamos. Mostre o caminho, chefe da aldeia."

"S-Sim."

O nobre se fez de surdo e se levantou, saindo com os cavaleiros na sala.

O-O que devo fazer...?

Rea observou suas costas recuando com horror antes de voltar aos seus sentidos e segui-los.

  

Alguns minutos depois, na casa de Rea...

Da entrada, ela podia ver Renji sentado em frente ao nobre gordo nos fundos da casa. Dois cavaleiros estavam atrás do nobre, e Rea estava mais atrás deles na entrada. Havia mais cavaleiros de prontidão do lado de fora da casa de Rea, junto com uma reunião de aldeões curiosos.

"Qual é o significado disto?", Renji perguntou infeliz, olhando para os nobres e cavaleiros que invadiram a casa.

"Seu nome é Renji, correto? Aquele que veio para esta aldeia seis dias atrás?"

"...... E o que tem se eu for?", a atitude de Renji não mudou mesmo quando ele estava na frente da nobreza. Ele questionou o nobre de volta com uma maneira igual de falar.

O homem franziu as sobrancelhas em desgosto enquanto falava. "Eu sou um interrogador do Reino Vilkis. Fui enviado da capital para cá para investigar o pilar de luz que apareceu há seis dias. Depois de questionar os aldeões, concluí que você está sob suspeita de secar o lago próximo na floresta."

"...O que você está falando?", Renji parou por um momento, fingindo compostura ignorante.

"Aquele lago era um solo sagrado para o reino. Seis dias atrás, no dia em que você chegou a esta aldeia, um pilar de luz se ergueu no céu. Foi algo em que você estava envolvido? A secagem do lago foi culpa sua, não foi?"

".... Você está suspeitando de mim sem qualquer prova?"

Parecia que os aldeões haviam repassado informações sobre ele depois que os nobres chegaram à aldeia. Renji chegou a essa conclusão e buscou a divulgação de provas.

“Eu não sou obrigado a mostrar nada a você. Qual foi o seu propósito em visitar esta aldeia?"

"Nesse caso, eu não sou obrigado a te dizer nada."

Renji deu um sorriso desdenhoso como retribuição. Isso fez o nobre franzir a testa abertamente.

"Renji! Este é um nobre com quem você está falando! Peça desculpas imediatamente ou você será morto!", nesse ritmo, Renji incorreria no desagrado do nobre e seria morto. Rea estava com o rosto pálido quando espiou pela porta de entrada e chamou Renji.

"Eu não tenho nada pelo que me desculpar.", Renji respondeu mal-humorado.

"Eu não me importo se você não responder. Você será enviado a um local apropriado pelo crime de secar o lago.", o nobre afirmou com frieza.

"Eu não fiz isso.", Renji insistiu com firmeza.

"Nesse caso, você pode provar isso respondendo às minhas perguntas. Se uma pessoa suspeita com uma cor de cabelo desconhecida e roupas incomuns visitar uma aldeia imediatamente após um pilar de luz subir ao céu, é natural sentir uma certa desconfiança, não acha? Você alegou ser um viajante, mas estava praticamente com as mãos vazias. Você disse que perdeu seus pertences, mas onde você os perdeu?"

O nobre não perdeu a paciência com a atitude indelicada de Renji, em vez disso, o observou atentamente enquanto fazia suas perguntas em um tom neutro.

"........ Eu vim para a aldeia pela estrada em frente à floresta. Eu literalmente atravessei o portão daquele lado e encontrei a Rea nas plantações de lá. Eu não cheguei perto da floresta. Meus pertences foram perdidos em algum lugar ao longo dessa estrada. Já que os perdi, obviamente não me lembro de onde."

Parecia que Renji não suportava a situação atual, pois falava com firmeza.

"Fumu. Se for a estrada oposta à floresta, você quer dizer que veio pela estrada oeste? Isso significa que você pode ter perdido seus pertences no vale, a uma curta distância na estrada. Essa área é rochosa e difícil de andar.", o nobre gordo supôs como se estivesse pensando profundamente.

"Sim, isso mesmo.", Renji declarou imediatamente.

"... Fumu. Isso é estranho. Muito estranho. Eu me lembrei das coisas erroneamente agora, e não deveria haver nenhum vale na estrada oeste.", o nobre estreitou os olhos.

"O que...?", o rosto de Renji congelou.

"Você realmente veio para a aldeia pela estrada oeste?", o nobre de repente adotou uma expressão séria.

".............", o olhar de Renji vacilou enquanto ele ficava em silêncio.

"Por que você mentiu? De onde você veio? Você realmente estava na floresta, não estava? Você deve saber algo sobre o lago secando, ou talvez você seja o autor por trás disso...", depois de concluir que Renji estava mentindo, o interrogador olhou para ele com severidade. Como esperado de um interrogador, um mero estudante do ensino médio como Renji foi encurralado facilmente.

".... Eu não sei de nada.", Renji balançou a cabeça, hesitando.

"Você acha que as palavras de alguém que mente durante um interrogatório são confiáveis?", o nobre perguntou asperamente.

"—...", Renji finalmente sentiu uma sensação de perigo e saltou da cadeira. No momento seguinte, os cavaleiros atrás do interrogador se separaram à esquerda e à direita para cercar Renji.

"Não seja precipitado, agora. É meu trabalho revelar a verdade. No entanto, se um suspeito lutar ou tentar fugir, não posso garantir que você manterá sua vida.", advertiu o interrogador gordo.

".......", Renji olhou para os dois cavaleiros que se aproximavam dele em sucessão para mantê-los sob controle.

"Segurem ele."

Por ordem do interrogador, os dois cavaleiros prontamente se aproximaram de Renji. Eles avançaram com vigor para capturar Renji, que havia recuado até a parede.

Dois cavaleiros que haviam passado por treinamento militar, contra Renji que havia sido um estudante normal do ensino médio poucos dias atrás. A diferença em seus físicos era clara como o dia, e era apenas uma questão de tempo antes que o Renji, mais baixo que a média, fosse apreendido, não importa o quanto ele lutasse.

"—!", Rea fechou os olhos com força contra a cena de partir o coração. No entanto, no momento seguinte, algo aconteceu que ninguém além de Renji poderia ter previsto.

"Haaah!", Renji, que estava encurralado contra a parede, de repente avançou em direção a um dos cavaleiros que avançavam.

"Ugh... Guh...!", o cavaleiro se aproximando pela direita recebeu o ataque de Renji e foi lançado voando em direção à parede. Ele atravessou a madeira fina e caiu do lado de fora.

"Que—...", aqueles que haviam testemunhado aquela cena estavam todos congelados e sem palavras. No momento seguinte, Renji usou essa chance para enviar o cavaleiro que se aproximava pela esquerda voando com todas as suas forças.

"Nngh?!"

O cavaleiro que foi enviado voando colidiu com a parede assim como o outro cavaleiro. Os eventos foram tão inesperados que toda a sala ficou em silêncio.

Todos observaram Renji, congelados.

"Hah... Hah...", Renji devia estar intensamente agitado, pois sua respiração estava pesada enquanto ele olhava para as mãos com os olhos injetados de sangue.

"R-Renji...?", em um estado de choque, Rea chamou seu nome com a voz trêmula.

"........", Renji lentamente ergueu o rosto e olhou para a entrada onde Rea estava.

"Hi—", Rea se encolheu, claramente apavorada.

Renji engoliu em seco. ".... Não é minha culpa. Eu não fiz nada de errado!", ele gritou enquanto corria em direção à parede destruída.

"N-Não o deixem escapar! Não me importo se o matarem!", o interrogador gritou com os cavaleiros do lado de fora.

Os cavaleiros estavam em alerta máximo depois que a parede da casa foi destruída e aguardando Renji na parede quebrada. Todos eles tinham suas espadas desembainhadas.

"Venha, Cocytus!"

Renji materializou sua alabarda divina assim que saiu da casa. Os cavaleiros congelaram em seus passos por um breve momento, antes de todos ativarem a magia para encantar sua habilidade física e atacar Renji com suas espadas.

"Enchant Physical Ability!"

"Uooooooh!"

Renji balançou sua alabarda desesperadamente nos cavaleiros que se aproximavam dele. Seus movimentos eram completamente os de um amador, mas ele tinha uma força física avassaladora. A ponta do machado na ponta da alabarda cortou os corpos dos cavaleiros como uma faca no papel.

"Que..."

O interrogador que apareceu tardiamente da parede destruída observou Renji lutar, sem palavras. De onde ele tirou a alabarda? Por que os cavaleiros experientes estavam sendo massacrados sem nem mesmo lutar...?

"—, ugh..."

Quando Rea e os moradores viram a cena, eles pressionaram as mãos na boca para conter a náusea.

"S-Seu monstro! Fireball!"

O interrogador nobre apontou a varinha que estava pendurada em sua cintura para Renji e lançou uma magia que mataria um humano normal ao contato. Um círculo mágico apareceu imediatamente no final da varinha, formando uma bola de fogo com mais de um metro de largura que foi disparada na direção das costas de Renji.

"R-Renji!", Rea gritou imediatamente.

"—?!"

Renji prontamente se virou e usou seu impulso para balançar sua alabarda. Então, uma lança robusta de gelo foi disparada da ponta. A lança de gelo perfurou a bola de fogo facilmente, passando suavemente pelo torso do interrogador atrás dela.

"Guh...?"

Com a varinha ainda erguida, o interrogador olhou para a cavidade em seu abdômen. No momento seguinte, ele caiu para frente com um baque. Todos sabiam que ele morrera instantaneamente. Ainda havia três cavaleiros restantes.

"Aaahhh!"

Todos eles fugiram o mais rápido que puderam, deixando para trás os cadáveres do interrogador e de outros cavaleiros.

"Hah... Hah... Hah..."

Renji ofegou pesadamente, congelado em sua postura depois de balançar sua alabarda. O silêncio caiu por um longo momento.

"I-Isso é ruim. O que é que você fez? Você matou um nobre que estava visitando a aldeia. Isso, isso é péssimo. Muito, muito ruim...", murmurou o chefe da aldeia com o rosto pálido, tendo aceitado a cena diante de si como realidade.

Imediatamente ao lado dele estava o amigo de infância de Rea, Yoran, que deu um passo à frente.

"O-O que você fez?! Você está tentando destruir esta aldeia?!"

"Y-Yoran!", Rea tentou deter Yoran agitadamente.

"Cale a boca, Rea! Tudo começou com você deixando aquele monstro ficar nesta aldeia! Agora tem um nobre morto! O que você vai fazer sobre isso?!", Yoran disse, olhando para os cadáveres no chão.

"E-Eu não... Isso é.…", Rea ficou mortalmente pálida enquanto lutava para encontrar as palavras com lágrimas nos olhos.

"Você não é a culpada. É tudo culpa daquele cara!", o sangue parecia estar subindo para a cabeça de Yoran, quando ele apontou para Renji e gritou histericamente.

"..........", Renji olhou feio para Yoran.

"—..... V-Você vai me matar também?", Yoran gritou de medo.

"………...."

"O que tem isso? Huh? Huh?! Não fique em silêncio, diga alguma coisa!"

O silêncio de Renji deu a Yoran mais confiança. Eventualmente, ele foi encorajado o suficiente para se aproximar, agarrando Renji pelo ombro e o sacudindo. Então, com exceção de Rea, todos os aldeões começaram a olhar para Renji com olhares irritados.

"E-Ei! Pare com isso, Yoran!", Rea pediu que ele parasse, mas a raiva de Yoran apenas se intensificou.

"Eu não vou parar! É tudo culpa desse bastardo!"

"…………….."

"Esse—, oi!"

"Não me toque!"

"Gah?!"

Enfurecido com o silêncio contínuo de Renji, Yoran finalmente ergueu o punho, mas Renji o socou de volta e o fez rolar pelo chão. Ele não usou tanta força como quando mandou os cavaleiros voando antes, mas Yoran estava sangrando pela boca.

"... Ha?", Yoran olhou para o rosto de Renji como se perguntasse por que ele levou um soco.

"Não tente aproveitar esta oportunidade para parecer legal. Pedaço de lixo. O que eu fiz foi legítima autodefesa."

É por isso que não fui culpado. Eu não fiz nada de errado. Renji olhou para Yoran, enfatizando seu ponto.

"Renji...", Rea chamou o nome de Renji com tristeza.

"Eu...", Renji abriu a boca para dizer algo.

Eu não tenho culpa. É por isso que quero que você venha comigo!

Ele foi impulsionado pela vontade de gritar isso e pegar a mão de Rea. No entanto, Renji puxou sua mão de volta. Então, ele desviou o olhar de Rea com a consciência pesada.

"Se vocês me atacarem, eu não vou me conter.", disse ele, olhando para os curiosos da aldeia que o encaravam com olhares críticos.

"Hi—..."

Os aldeões recuaram com medo.

".......", Renji mordeu o lábio e começou a correr para fugir da aldeia. Além desta estava o lago onde Renji estava quando ele vagou pela primeira vez neste mundo, e mais além dele estava a nação inimiga do Reino Vilkis, o Reino Rubia.


 









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