Capítulo 7: Antes Da Batalha Mortal

 Imediatamente após Lucius se teleportar até Duran, Christina pisou na aldeia ao lado da floresta com Flora — que estava inconsciente — nas costas.

A aldeia estava extremamente quieta, mas ela podia ver os aldeões andando aqui e ali. Eles também haviam notado Christina e estavam olhando para ela atentamente, mas havia uma atmosfera isolada pairando sobre a aldeia que tornava difícil chamá-los.

"Umm..."

Na verdade, quando Christina olhou para eles e falou, eles desviaram o olhar com desgosto. Mas ela não podia se dar ao luxo de se sentir tímida. Christina se aproximou do próximo aldeão que viu; o homem estava na casa dos vinte anos e no meio de um trabalho ao lado de uma cabana, então não percebeu a aproximação de Christina.

"Com licença, você tem um minuto?", Christina falou atrás dele. O aldeão estremeceu e se virou. Quando ele viu Christina com Flora nas costas, ele claramente congelou no local. Parecia que ele não esperava que ela estivesse falasse com ele, pois olhava ao redor para verificar se não havia ninguém por perto antes de responder.

".... Uh, sim. Quem é você?"

"Há um médico nesta aldeia?", Christina perguntou educadamente.

"Um médico. Esse seria o chefe da aldeia.", o homem respondeu com um murmúrio.

"Se estiver tudo bem, poderia me levar até ele? Minha irmã foi picada por uma aranha venenosa e está com febre.", explicou Christina sucintamente.

".... Tudo bem.", o homem olhou para seus vestidos esfarrapados com suspeita, mas assentiu em silêncio antes de começar a caminhar. Christina o seguiu. Eles mal trocaram palavras ao longo do caminho, mas o homem continuou olhando curiosamente enquanto as guiava.

Suponho que essa roupa se destaque.

Christina olhou para suas roupas e se sentiu estranha.

"Há uma coisa que eu gostaria de perguntar."

"O que é?", o aldeão estremeceu antes de se virar.

"Em que área estamos?", Christina tentou confirmar sua localização com uma pergunta vagamente formulada.

"A área? A oeste do Reino Paladia, eu acho...? Eu realmente nunca deixei a aldeia, então eu não saberia.", o homem respondeu, inclinando a cabeça curiosamente com a pergunta estranha.

"É mesmo...?", o rosto de Christina se enrijeceu levemente antes de ela dar uma resposta estranha.

Bem longe de Rodania, então. E aliado ao Império Proxia...

Elas finalmente conseguiram sair da floresta, mas sua situação não havia melhorado. A influência do Reino de Bertram, um dos maiores poderes da região de Strahl, não seria de nenhuma ajuda aqui— pelo contrário, era mais provável que fosse um obstáculo.

Não é uma distância que eu posso viajar enquanto carrego a Flora. O que devo fazer...?

Diante de uma realidade tão dura, o rosto de Christina se enrijeceu ainda mais. Por enquanto, algo precisava ser feito sobre o veneno corroendo sua irmã, mas ela não tinha nenhuma boa ideia sobre o que fazer depois disso.

No final, eles chegaram à casa do chefe da aldeia antes que ela pudesse bolar um plano para voltar ao Reino de Bertram.

"Esta é a casa do chefe da aldeia. Vou explicar a situação, então espere aqui um pouco."

O aldeão deixou para trás essas palavras e entrou na casa sozinho. Christina esperou diante da entrada e ele voltou um minuto depois.

"O chefe da aldeia vai ver você. Entre."

"Com licença.", com Flora nas costas, Christina fez uma pequena reverência antes de entrar. Um homem de meia-idade estava esperando na sala logo após a entrada.

O aldeão que os conduziu até aqui estava ao lado do homem que parecia ser o chefe da aldeia. Ao lado dele estava outro homem de idade semelhante. Ele olhou para o estado sujo de seus vestidos com curiosidade enquanto elas se aproximavam.

"Isso é... Bem-vinda, eu sou o chefe desta aldeia. Eu ouvi a essência das coisas— você está precisando de um médico, não é?", o homem de meia-idade se apresentou e fez uma profunda reverência.

"Sim. Minha irmã foi picada por uma aranha venenosa na floresta. Você poderia examiná-la e ver se você tem algum antídoto para tratá-la?"

"Sim, isso pode ser feito, mas... vocês duas seriam nobres?", o chefe da aldeia olhou para Christina com um olhar indagador. Embora estivesse bastante sujo, o vestido que ela usava deve ter feito ele assumir isso.

"Sim.", embora fosse tecnicamente da realeza, Christina assentiu sem corrigi-lo.

"Como eu pensei, então é assim. Oi. Eu cuido do resto, então vocês dois podem ir."

O chefe da aldeia ordenou que os dois jovens a seu lado saíssem, mas eles permaneceram parados, relutantes em fazê-lo. O chefe olhou para eles com impaciência. "Vocês estão atrapalhando. E vocês não deveriam estar aqui para testemunhar um exame médico de uma nobre. Saiam."

"E-Entendido.", os dois homens trocaram olhares antes de arrastar os pés para fora.

"Peço desculpas pelos jovens.", o chefe da aldeia baixou a cabeça.

"Não, sou eu que lamento ter causado uma confusão.", disse Christina, curvando-se em resposta.

"Então, deixe-me dar uma olhada em sua irmã. Há um quarto de hóspedes na parte de trás deste andar, então, por favor, vá até lá. Eu me ofereceria para carregá-la, mas temo que minhas costas não sejam o que costumavam ser.…"

O chefe da aldeia as instou a se mover, sorrindo ironicamente com a última metade de suas palavras. Assim, as duas se dirigiram para o quarto de hóspedes.

"A propósito, posso perguntar o que duas nobres estavam fazendo na floresta? Vocês parecem estar sozinhas também...", o chefe perguntou ao longo do caminho.

"....... Estávamos viajando a bordo de nosso veículo de transporte quando fomos atacados por bandidos. Minha irmã e eu escapamos com vida correndo para a floresta, mas...", Christina respondeu habilmente.

"Minha nossa... como deve ter sido horrível para vocês. Não haveria uma grande comoção por causa do seu desaparecimento agora, então?", o chefe perguntou preocupado, como se acreditasse na história dela agora há pouco. Eram palavras de um nobre — contanto que não houvesse contradições claras ou fatores suspeitos, elas não seriam suspeitas. Embora o colar em volta do pescoço de Christina fosse um pouco curioso...

"…. Sim, provavelmente."

"Considerando o estado da sua irmã, vocês deveriam ficar aqui esta noite. Pode não agradar o paladar da nobreza, mas também temos comida quente aqui."

"Muito obrigada."

Eles chegaram ao quarto de hóspedes e o chefe da aldeia as convidou a entrar. "Agora, entre. Deite-a ali.", Christina moveu-se para o lado da cama e colocou Flora com delicadeza.

"...... Onee-sama?"

Flora vagamente recuperou a consciência e abriu os olhos.

"O médico da aldeia está dando uma olhada em você.", Christina sorriu gentilmente para tranquilizá-la.

"............. Muito obrigada.", Flora viu o chefe da aldeia parado ao lado e disse fracamente.

"De nada. Agora, onde você foi picada pela aranha? Por favor, conte-me tudo sobre a situação em que você foi picada e quanto tempo se passou desde então.", o médico balançou a cabeça e começou o exame.

"Ela foi picada no pescoço pela aranha no início da manhã. Ela usou magia de desintoxicação imediatamente, mas não pareceu surtir nenhum efeito. Caminhamos a tarde toda, o que pareceu fazer o veneno circular... então ela desmaiou com febre.", Christina respondeu em nome de Flora.

"Entendo. Se me der licença... Hmm, entendo, entendo.", o chefe da aldeia se aproximou de Flora e moveu seu cabelo para verificar a área afetada. Ele imediatamente avistou a marca inchada semelhante a um hematoma.

Uma marca negra, huh? Certamente, eu me lembro de haver uma aranha venenosa na floresta que pode criar isso. Se não for tratado, o preto se espalha gradualmente até se transformar em necrose. Pode ser tratado imediatamente após a picada com a aplicação de um álcool forte, mas não tenho ideia de como tratar isso, uma vez que progrediu até agora.... Ouvi dizer que os sintomas podem se tornar contagiosos se agravados também...

O chefe da aldeia olhou atentamente para a marca no pescoço de Flora. Se o veneno que corrompia o corpo de Flora era do tipo contagioso, então esses sintomas eram extremamente preocupantes. A ideia do veneno se espalhando pela aldeia era aterrorizante, então ele queria que elas fossem embora o mais rápido possível. Mas ele hesitou em dizer isso diretamente à nobreza.

"Flora vai ficar bem?", Christina perguntou.

".... Não parece bom.", o chefe da aldeia respondeu com um olhar dolorido.

"—, você não pode tratá-la?", Christina empalideceu imediatamente.

"Infelizmente, não tenho como tratá-la. Talvez se você tivesse um farmacêutico nobre.... Além disso, é possível que esses sintomas não sejam venenos.", sugeriu o chefe com incerteza.

"…… Não é veneno?"

"Temo que seja uma doença infecciosa. Se deixada sozinha, a pele gradualmente escurece e apodrece. Poderia ter sido tratável imediatamente após a mordida, mas não ouvi falar de ninguém se recuperando desses sintomas depois de que tanto tempo passou. Embora seja realmente lamentável para mim dizer isso..."

"Isso não pode ser.…", o rosto de Christina ficou visivelmente mais pálido a cada segundo.

"............"

Temo que a doença possa se espalhar, então vocês poderiam deixar a aldeia? Essas palavras estavam na ponta da língua, mas o chefe da aldeia as engoliu na frente das nobres.

"Flora... vai morrer?", Christina perguntou com a respiração suspensa.

"Não tenho certeza. Ouvi dizer que a necrose se espalha rapidamente... e como é no pescoço, pode ser ruim. Há também o medo da doença se espalhar, então pode ser melhor não chegar muito perto..."

"—..."

Não chegar perto? Não havia como ela fazer isso. Christina quase quis argumentar com raiva, mas ela podia sentir que o chefe estava preocupado com a presença de Flora como uma fonte de doença e engoliu suas palavras.

"B-Boas notícias! Oyaji*!", de repente, os dois homens que haviam partido reapareceram. Eles devem ter corrido para cá, pois estavam ofegantes enquanto disseram do outro lado da porta aberta.

(NT.: 親父[Oyaji]: pode signifar pai, velhote, chefe, etc.)

"O-O que foi?", o chefe perguntou confuso, vendo a atmosfera séria.

"Alguma pessoa importante do reino veio para a aldeia!"

"O que você disse...?", o chefe da aldeia virou lentamente a cabeça para olhar para Christina e Flora.

Eles vieram buscar a mim e a Flora? Nesse caso, isso significaria que o Reino Paladia estaria envolvido com este incidente também...

Christina imediatamente processou seus pensamentos, mas carecia de informações para tirar qualquer conclusão.

"Você tem alguém em mente?"

"....... Eu não tenho ideia.", Christina sacudiu a cabeça nervosamente.

"Yō."

"Estamos entrando."

Dois novos homens apareceram na porta. Foram Lucius e Duran.

"—?! Kuh—...", Christina se levantou e se preparou por reflexo. No entanto, ela se lembrou tardiamente do fato de que sua magia havia sido selada pelo colar em seu pescoço.

"Hou. Que espírito feroz nós temos aqui.", os olhos de Duran se arregalaram de interesse.

"Esta é a irmã mais velha, Christina Bertram.", Lucius o informou. Os dois entraram no quarto sem reservas.

"Então, a que está deitada deve ser a irmã mais nova, Flora Bertram. Fumu, ela parece estar em um apuro além de qualquer ajuda...", o olhar de Duran se voltou para Flora, deitada na cama.

"Haha! Deve ter sido envenenada por alguma criatura irritante da floresta.", Lucius riu vigorosamente, dando um palpite assustadoramente preciso da situação.

"Isso é verdade?"

"............", Christina manteve o silêncio diante da pergunta de Duran.

"Oi, chefe da aldeia. O que você acha?", Lucius perguntou.

"S-Sim! Ela foi aparentemente picada por uma aranha na floresta! Acabei de informar que não pode ser tratada aqui...", oprimido pela atmosfera na sala, o chefe da aldeia deu sua resposta com medo e tremor.

"Entendo... Hah, é por isso que vocês deviam apenas ter esperado em silêncio na cabana. Agora vocês fizeram todo esse esforço para deixar a floresta antes de serem encontradas de qualquer maneira. Um esforço desperdiçado, eu diria.", Lucius disse zombeteiramente.

"—...", Christina mordeu o lábio e cerrou os punhos.

Ela não podia negar isso. Se elas tivessem escolhido esperar na cabana da floresta, Flora não teria sido picada pela aranha. Esse era o pensamento em sua mente, mas—

"N-Não foi desperdiçado. Foi minha culpa. Eu diminuí a velocidade da Onee-sama...", Flora entrou na conversa de onde estava deitada na cama, protegendo a irmã mais velha.

"O que, você está acordada?", Lucius olhou para a cama.

"Sua voz... é familiar.", Flora disse fracamente.

"Estou honrado por você se lembrar. No entanto, é a primeira vez que encontro a primeira princesa. Eu sou Lucius Orgueil.", Lucius se apresentou em um tom pomposo e sorriu.

"V-Você é quem tentou sequestrar a Flora em Amande...", o olhar de Christina se aguçou.

"Bem, naquela vez eu fui interrompido por aquele bastardo.", Lucius se lembrou daquela época e abaixou a voz em irritação.

Duran deu uma tapinha no ombro de Lucius para acalmá-lo antes de olhar para Flora. "Guarde essa raiva para quando ele chegar. Mais importante, talvez possamos tratar a segunda princesa no castelo de Paladia."

"—...", o coração de Christina balançou. Sua preciosa irmãzinha poderia ser salva.

"O preço será uma noite na cama com a primeira princesa. Que tal isso?", Duran acrescentou.

"Que—... S-Seu demônio!", Christina olhou para Duran, com o rosto vermelho.

"Ha! Bem, embora a visão patética do seu vestido imundo tenha me feito perder o apetite. Quem poderia imaginar a princesa de um reino importante caindo tão longe? Ela parece pior do que uma prostituta da periferia. Não, só posso vê-la como uma mendiga.", ridicularizou Duran.

"—........."

Que homem rude e pouco refinado era aquele — Christina nunca havia se sentido tão desgraçada desde que nasceu.

"Kuh, ku, ku. Uma princesa de uma nação inimiga. E uma obstinada também. Mm, que mulher maravilhosa de fato.", Duran riu zombeteiramente, mas Christina não tinha ideia se estava sendo elogiada ou insultada.

"..................... O que está acontecendo aqui?"

Nesse exato momento, Rio estava de repente parado diante da porta, olhando ao redor para o interior do quarto. Christina, Flora, Lucius e Duran estavam presentes. Que tipo de combinação era essa? Ele questionou a situação com uma expressão severa e duvidosa.

"A-Amakawa-kyō?! Por que você está aqui...?", Christina ficou chocada, e sua boca se abriu em transe.

"....... Bem, isto é uma surpresa. Como você já chegou? Há pelo menos trinta quilômetros da capital até esta aldeia.", Duran olhou atentamente para Rio. Apenas dez minutos se passaram desde que ele se teleportou aqui, então como Rio já estava aqui? Mas o Rio voou a toda velocidade depois de deixar a capital do Reino Paladia.

"Não há nada para ficar chocado. Esse cara pode se mover em velocidades monstruosas.", Lucius olhou para Rio.

"....... O que você vai fazer?", o olhar de Rio se aguçou.

"—...", virada para cima, onde estava deitada na cama, Flora enrijeceu levemente. Lucius havia desembainhado sua espada e a apontado para a garganta de Flora.

Rio também se preparou para lutar a qualquer momento.

"O~tto, você pretende lutar aqui?", Lucius disse, olhando para o ar perigoso ao redor de Rio, que estava pronto para sacar sua espada.

"Foi você quem sacou a espada primeiro, certo?"

"Vamos, não precisa ter pressa. Eu queria te matar com cada fibra do meu ser desde a última vez em que nos encontramos— eu me sinto da mesma forma que você."

Sem desviar o olhar de Rio por um momento, Lucius afundou a ponta de sua espada no pescoço de Flora por um mero milímetro.

"............"

Rio não parecia querer que Flora fosse ferida, pois franziu a testa enquanto suprimia sua sede de sangue.

"Ha. Assim está melhor. Não podemos nem mesmo brandir nossas espadas totalmente neste lugar apertado. Vamos mover a matança para fora."

".... Bem.", Rio concordou com a proposta de Lucius.

"Vossa Alteza Duran. Poderia carregar a princesa Flora?", Lucius perguntou a Duran, mas Duran lançou um único olhar a Flora antes de recusar à queima-roupa.

"Eu recuso. Ela está suja e fede. Não tenho interesse em carregar tais mulheres."

"—...", tanto Flora quanto Christina tremiam com os rostos vermelhos.

"Hah, não se pode evitar. Oi, primeira princesa. Você carrega sua irmã.", Lucius deu a ordem a Christina em vez disso. O grupo todo então deixou a casa do chefe da aldeia juntos. Observadores curiosos se reuniram em torno da casa do chefe, observando-os sair da casa com um ar pesado.

"Deem o fora. Isto não é um show.", Duran ameaçou os aldeões com um mau humor e eles se espalharam em todas as direções. Por alguma razão, o chefe da aldeia e os dois aldeões com ele os seguiram, então Duran se voltou para eles também.

"Não há necessidade de vocês todos virem também. Vocês estão no caminho."

Os três homens assentiram e voltaram para a casa. Depois disso, Rio, Duran, Christina, Flora e Lucius deixaram a aldeia, caminhando nessa ordem.

"A princesa Christina e a princesa Flora devem ser separadas do nosso confronto.", Rio disse a Lucius enquanto caminhavam.

"Isso não é verdade — elas estão funcionando perfeitamente bem como reféns agora, não estão? Você lutou em Amande pelo bem da segunda princesa também. De qualquer forma, o bastardo do Reiss está atrás dessas duas por um motivo ou outro. Embora ele tenha sido continuamente frustrado por você.", Lucius riu friamente, encostando sua espada no pescoço de Christina.

".........", Christina começou a suar nervosamente com a pontada de perigo que sentia em seu pescoço. Como Lucius disse: não importa como ela olhasse agora, elas eram os grilhões que prendiam Rio. Ela se sentiu péssima por causa disso.

"Além do mais, você tem uma conexão bastante curiosa com as duas irmãs reais. Eu estava interessado nisso também, então decidi escolher as duas como reféns.", Lucius acrescentou suavemente.

"...... O que você está dizendo?", Rio franziu o cenho.

"Oh, acabei de descobrir que seu sofrimento é semelhante ao do seu pai. Você não tem obrigação de salvar essas duas, mas aqui está. Elas não retribuíram o suficiente do seu bem com o mal?", Lucius perguntou, insinuando algo.

Christina e Flora prenderam a respiração enquanto ouviam.

"E então? O que tem isso?"

"Isso não é algo a ser descartado, não é? Estou falando sobre a razão pela qual um órfão das favelas deixou a Academia Real de Bertram e cruzou a fronteira, mudando seu nome para Haruto. Quer dizer alguma coisa para você? Hein, Rio."

"... E por eu estou perguntando: o que tem isso?"

Sua identidade havia sido revelada além do ponto de esconder qualquer coisa de Christina e Flora, mas a expressão de Rio não vacilou — ele estava totalmente ciente de que Lucius estava tentando provocá-lo. No entanto, Christina e Flora não pareciam bem. Lucius propositalmente caminhou ao lado de Christina para examinar seus rostos.

"Haha! As princesas parecem mais perturbadas do que você. Ei, princesas. O nome 'Rio' parece familiar para vocês? O garoto que vocês desprezaram, acusado de um crime infundado e depois banido cresceu e se tornou esse cara aqui. Vocês não estão curiosas sobre o passado dele? Vocês não têm nada que queiram dizer?", Lucius podia ver através do estado mental de Christina e Flora e escolheu palavras para incitar o sentimento de culpa. Suas expressões ficaram cada vez mais rígidas.

"Como de costume, você é homem ainda mais desagradável do que eu.", Duran suspirou, balançando a cabeça.

"Oi, oi, Rio. Sua aura assassina está assustando as princesas.", Lucius zombou de Rio.

"...............", Rio continuou o ignorando.

"Escutem, princesas. Os pais dele costumavam ser da região de Yagumo. Por causa de algumas circunstâncias inevitáveis, eles migraram para a região de Strahl, e o lugar que escolheram para se estabelecer por acaso foi a capital de Bertram.", Lucius continuou por conta própria, expondo o passado de Rio para Christina e Flora.

"O pai dele... Zen, era realmente capaz. Ele usou suas habilidades para se destacar como aventureiro, e foi assim que ele chamou minha atenção quando eu ainda morava na capital do Reino de Bertram. Consegui conquistar sua confiança depois disso, mas o que mais me surpreendeu foi o fato de a mãe do Rio ser uma realeza com uma criação protegida. Aparentemente, Zen era o guarda pessoal da Ayame."

A mãe do Rio era da realeza. Esse fato fez a cara de pôquer de Christina desmoronar, seu olhar estava tremendo pelo choque.

"Vocês poderiam comparar isso a uma princesa de seu reino se casando com um cavaleiro. Os dois migraram desde que alguns problemas aconteceram, mas aquele bastardo, Zen, estava vivendo uma vida feliz. Ayame estava completamente apaixonada por ele, e os dois adoravam o Rio. A família perfeita, por assim dizer. Eu socializei com a família, até mesmo brinquei com o jovem Rio com frequência."

Lucius exagerou seu tom emocional enquanto falava, como se estivesse relembrando aquelas memórias com carinho. Então sua boca se torceu com um sorriso malicioso.

"Isso me deixou mal do estômago, então decidi destruí-la — aquela felicidade. Eu matei o Zen antes que o Rio tivesse idade suficiente para se lembrar, então matei a Ayame quando ele tinha cinco anos."

".... Como eu pensei, foi você quem matou meu pai.", Rio interrompeu o monólogo de Lucius quando ele fez uma pausa, falando em um tom desprovido de qualquer calor.

"Aquele Zen bastardo estava em tanto desespero quando percebeu que foi traído por seu melhor amigo. Ele fez uma cara como a que você tinha quando a Ayame foi morta bem diante dos seus olhos.", Lucius podia sentir que a raiva de Rio estava crescendo lentamente e sorriu grosseiramente enquanto falava.

"Que cruel...", Flora murmurou com tristeza, seu rosto estava vermelho de febre.

"Cruel? Seu reino fez muitas coisas terríveis com ele também. Ele era apenas um pirralho vivendo feliz com sua mãe até os cinco anos. Ele pode ter ficado áspero depois de dois anos lutando nas favelas, mas vocês deram a ele um tratamento severo só porque ele era órfão, não foi?", Lucius aproveitou a chance para incitar a culpa de Christina e Flora mais uma vez.

....... Este homem pretende nos usar como reféns contra o Amakawa-kyō? Mas, por que ele desenterraria o passado do Amakawa-kyō e o revelaria para nós assim...?

Christina suava nervosamente enquanto tentava descobrir as intenções de Lucius, mas não havia como — a única coisa que ela sabia com certeza era que ela e Flora eram potencialmente a razão pela qual Rio estava encurralado agora.

"Qual o problema? Não vão dizer nada, princesas? Não sei se ele vai salvá-las, mas por que vocês não tentam implorar ao Rio por suas vidas? Vocês estão pensando em uma desculpa conveniente para vocês? Vocês sabem que ele provavelmente irá salvá-las, mesmo nesta situação.", Lucius olhou para os rostos de Christina e Flora, zombando delas.

"—...", Christina se arrepiou. Como Lucius havia apontado, parte dela estava na expectativa — talvez o Amakawa-kyō as salvasse. Sentindo-se envergonhada de si mesma, Christina mordeu o lábio. Ela estava tão entusiasmada em proteger Flora, mas no final, não foi capaz. Em vez disso, ela estava buscando a ajuda da pessoa para quem ela havia causado tantos problemas no passado.

Mesmo que eu não tenha direito a isso...

Mas, mesmo que tivesse que se sacrificar, ela queria proteger a Flora. Ela não tinha escolha a não ser confiar no Rio para isso. Então, Christina tentou pensar em uma maneira de dar a Flora a maior chance de sobrevivência. Por exemplo, se elas tivessem que ser usadas ​​como reféns, ela precisava se certificar de que Rio a descartasse primeiro. E então, um olhar de dor passou pelo rosto de Christina por um breve momento, antes que ela fizesse uma declaração curta.

".... Esse não é o caso."

"Hou? O que?", Lucius perguntou curiosamente.

"É natural sacrificar o indivíduo pelo bem do reino. Se você deseja condenar isso como um ato terrível, você pode condenar o quanto quiser. Não me lembro de ter feito nada horrível com ele — pelo menos em um nível individual, eu acredito. Flora pode não pensar o mesmo.", Christina falou como se estivesse recitando um discurso memorizado. Não havia nenhum indício de suas emoções por trás dessas palavras. No entanto—

"Kukuku—. Que terrível. Rio foi colocado em um ambiente que poderia fazer o infortúnio de uma pessoa comum parecer mesquinho, entende? Ele podia ter crescido como realeza em vez disso. Mesmo assim, por algum tipo de engano, ele se tornou órfão na favela aos cinco anos de idade. Se você está dizendo que é natural que alguém assim seja usado para seus benefícios políticos, então você realmente tem sangue frio.", Lucius gargalhou de alegria, trazendo à tona ansiosamente os infortúnios de Rio.

"Não acredito que você deva dizer isso, já que foi você quem o tornou um órfão.... Mas você cometeu um erro. Eu não tenho valor como refém.", Christina olhou para Lucius com claro desdém.

"Você ouviu isso, Rio? O que você acha? Parece realmente admirável, hein? Ela está tentando te irritar de propósito— provavelmente para que ela seja a primeira a ir, certo?", Lucius riu, vendo através de seu plano.

"Que—...", Christina tentou objetar, mas acabou mordendo o lábio com amargura.

"Você ficou senil andando pela floresta? Esse bastardo não iria abandonar você. Se ele fosse te abandonar, ele teria cortado minhas costas há muito tempo atrás. Ele está tentando te salvar nesta situação. A hipocrisia é nojenta.", Lucius cuspiu.

"É o bastante. Até onde vamos?"

Rio falou a Lucius que parassem. Eles estavam atualmente em uma colina, a várias centenas de metros do limite da aldeia.

"....... Está bem. Vamos resolver isso.", Lucius disse, apontando sua espada para o pescoço de Christina.

"—...", Christina engoliu em seco e congelou.

"O quê, não consegue sacar sua espada?", Lucius zombou.

"...............", Rio olhou para Lucius afiadamente, mas não sacou a espada em sua cintura.

"Ha. Se você quer vencer contra mim, você deve jogar fora tudo que não seja sua sede de sangue. Você é igual ao Zen— você tenta lutar enquanto carrega o excesso de peso sobre você. E ainda assim, você é forte. É para isso que eu não tenho estômago. Vivendo como uma contradição ambulante.... Mas é exatamente por isso que você vai morrer incapaz de proteger aqueles próximos a você. Eu vou provar para você— a tolice de um humano carregando por aí esse tipo de peso desnecessário.", até agora, Lucius tinha usado um tom exagerado para provocar o Rio, mas a sede de sangue que ele estava segurando foi liberada quando ele olhou para ele.

"........ Eu não entendo. O que você ganha se eu jogar fora esse chamado excesso de peso?", Rio perguntou em um tom indiferente. Lucius estava obviamente falando de Christina e Flora.

"Estou dizendo que se você não fizer isso, não vai ser capaz de me derrotar nesta batalha. Então... Era Celia Claire? E uma mulher chamada Miharu— irei atrás dessas mulheres depois. Claro, vou me divertir ao máximo com elas antes de matá-las. Não se preocupe, no entanto. Eu vou deixar você meio vivo e te levar para assistir.", Lucius se gabou para irritar Rio.

"......"

Talvez seja porque os nomes de Celia e Miharu foram mencionados, mas a ira de Rio aumentou. Como se fosse para incorporar essa raiva, uma tremenda quantidade de essência mágica jorrou do corpo de Rio.

"Ha! Você finalmente parece um vingador de verdade agora.", Lucius sorriu, removendo o tapa-olho esquerdo.

Rio observou cada pequeno movimento que Lucius fazia para que pudesse reagir se ele tentasse machucar Christina e Flora. Então, Lucius de repente abraçou Christina em sua direção, com Flora ainda nas costas dela.

"Kyaa—...!", Christina soltou um grito ao perder o equilíbrio. Enquanto isso, Lucius tirou o olhar de Rio e olhou para longe. Imediatamente depois disso Lucius, Christina e Flora desapareceram.

"O que—?!" Quem levantou a voz em confusão foi Duran, que havia estado em silêncio até agora. Ele ficou surpreso com o desaparecimento repentino de Lucius, mas—

Bem ali!

Rio foi capaz de identificar a localização de Lucius com precisão. Ele podia ver alguém caindo do céu a vários metros de distância, como se ele tivesse se teletransportado para lá.

No entanto, Rio não estava disposto a perder para isso. Ele usou suas artes espirituais de vento para acelerar com força seu corpo e se aproximar de Lucius.

"Kya—!"

Lucius agarrou o tecido do vestido de Christina e jogou ela e Flora juntas no chão. O tecido na parte de trás de seu vestido rasgou ruidosamente. Não havia como ela sair ilesa após cair várias dezenas de metros.

"—...", Rio manipulou o vento para muito forçadamente mudar de direção, acelerar e pegar Christina e Flora que estavam caindo. Ele então aterrissou no chão com as duas.

"Proteja elas se você puder.", Lucius estava atrás de Rio, a espada dele estava baixando sobre sua cabeça.

Que rápido! Ou melhor, isso é—

Rio abraçou Christina e Flora perto dele enquanto aparava o golpe com uma das mãos com sua espada. Mas mesmo ele não conseguia lidar com tudo isso— seu equilíbrio foi completamente prejudicado, e ele mal conseguiu desviar o ataque.

"Ei, qual é o problema? Oi! Seus movimentos entorpeceram!", Lucius brandiu sua espada sem se importar.

"Kuh—...", com Christina e Flora abraçadas, Rio se manteve firme para lutar, mas estava em grande desvantagem. Até mesmo Christina poderia dizer isso só de olhar.

"Amakawa-kyō, você pode nos deixar de lado!", Christina torceu o corpo ao redor para suplicar a ele em pânico.

"É perigoso, então, por favor, fique parada. Agarre bem a Flora-sama e não me solte!", Rio instruiu, abraçando Christina ainda mais firme.

"Suas costas estão abertas!"

Lucius desapareceu repentinamente da frente de Rio. No momento seguinte, ele estava parado diagonalmente atrás dele, oscilando a espada em suas costas. No entanto, como se previsse esse movimento, Rio avançou com Christina abraçada em um braço. A espada de Lucius cortou o espaço vazio no último momento.

Como imaginei, ele realmente está se teletransportando. Na última vez que lutamos, ele também se moveu como se estivesse se teletransportando, mas não baseou sua luta em torno dessa habilidade. É o poder da espada dele? Ou tem algo a ver com o olho? Há muita essência mágica fluindo dele...

Rio evitou os ataques enquanto analisava a situação com precisão. Ele supôs que a razão pela qual parecia que Lucius havia se teletransportado era provavelmente porque ele realmente tinha se teletransportado.

Na realidade, ele foi capaz de prever o destino do teleporte de Lucius bem agora, sentindo a flutuação de odo e mana ao seu redor. Mas ainda era uma habilidade extremamente problemática — ele não seria capaz de deixar Christina e Flora escaparem para um lugar seguro dessa forma. Graças a isso, Rio não conseguiu se separar das duas, o que impossibilitou que ele se movesse em alta velocidade.

Isso tornava o combate corpo-a-corpo bastante difícil, já que Lucius era capaz de se mover livremente ao se teletransportar. Suas chances eram muito ruins assim... e foi por isso que Rio decidiu descartar sua mão. Ele reuniu a essência dentro de si e pisou forte contra o chão.

Um círculo de terra de dois metros de largura sob os pés de Rio e Christina se projetava do chão, levantando-os dez metros no ar.

"Eh—?", a repentina sensação de flutuação deixou Christina em choque. Ela estava tremendamente confusa ao ver o chão sob seus pés erguendo-se como uma torre viva.

"Impertinente!", Lucius brandiu sua espada diagonalmente para cima, do chão.

A lâmina negra de sua espada lançou um golpe negro, cortando a torre de terra que Rio tinha criado na base.

Rio colocou essência em seus pés e saltou da torre antes que ela desmoronasse. Imediatamente depois, a torre de terra que funcionava como seu ponto de apoio se desfez em blocos retangulares que flutuaram no ar.

O-O que está acontecendo? Qual é o significado disto!? Também estamos flutuando!?

Christina olhou ao redor em pânico, olhando para os blocos flutuando no ar e para eles próprios em um espanto mudo.

Ninguém havia pronunciado nada para ativar uma magia até agora, mas todos os tipos de fenômenos sobrenaturais continuavam acontecendo um após o outro. Sua surpresa era natural.

Enquanto isso, Rio olhou para Lucius no chão e apontou sua espada para ele. Assim que ele fez isso, o grupo de blocos flutuando no ar começou a cair em direção ao solo em alta velocidade. Não, era como se eles tivessem sido disparados por um poder invisível.

Se cada bloco pesasse vários quilos, eles deveriam causar um grande impacto quando caíssem no chão. Na realidade, os blocos que se chocaram contra o solo criaram pequenas crateras e nuvens de poeira.

O-O que é isso? O que está acontecendo? Amakawa-kyō está usando a habilidade da sua espada mágica? Mas, a espada dele não era uma espada mágica de vento?

Christina não conseguia mais acompanhar a situação. No entanto, Flora uma vez testemunhou a luta do Rio usando artes espirituais, então ela não ficou tão surpresa quanto sua irmã mais velha. Ainda sofrendo com o veneno, sua expressão era confusa quando ela olhou para o chão. Mas, nesse momento— Boom!

Uma tremenda explosão rugiu atrás de Christina e Flora.

O-O que?!

Christina se virou confusa. Lá estava Lucius, que deveria estar no chão, com sua espada erguida acima.

"Tch..."

E ainda assim, ele não foi capaz de cortar Christina e Flora nas costas. Rio criou uma barreira de essência mágica para bloquear a espada de Lucius. Ainda assim, um único golpe da lâmina de Lucius teve força suficiente para quebrar a barreira...

De qualquer forma, o ataque de Lucius foi bloqueado, fazendo-o estalar a língua em irritação. Christina e Flora também puderam ver a tênue parede de luz bloqueando a espada de Lucius de alcançá-lo. Elas também sabiam que foi Rio quem colocou a barreira, embora elas não o tivessem visto fazer isso.

"Agora é a minha vez.", disse Rio, convocando orbes de luz com vários centímetros de largura ao seu redor. Claro, Lucius não tinha intenção de apenas levar o golpe e desapareceu no local.

Mas, Rio foi capaz de prever para onde Lucius se moveria com um alto grau de precisão. Ele disparou as esferas na área no chão onde ele previu o aparecimento de Lucius. Havia cerca de uma centena de orbes de luz que orbitavam no ar antes de cair no chão. Além disso, Rio fez uso total de sua tremenda essência mágica para criar continuamente mais orbes, disparando-os contra o solo. Quase parecia uma chuva de meteoros de orbes de luz.

O-O que? O que foi isso? Realmente...? Christina ficou ainda mais confusa.

Na Academia Real, Rio foi ridicularizado como um fracasso por ser incapaz de fazer um contrato com a magia. E, no entanto, agora ele podia criar fenômenos mágicos sem nem mesmo recitar a magia... Ele estava até pairando no ar, sem nenhum sinal de cair tão cedo.

A chuva de orbes de luz que Rio estava disparando, cada um tinha o poder de uma magia de baixo grau, mas juntos eram uma ameaça avassaladora. E ele estava atirando uma centena de cada vez em direção ao solo a cada pouco segundo. Ele tinha uma quantidade infinita de essência? A escala do fenômeno sendo criado era maior do que magia avançada — era praticamente igual ao mais alto grau de magia de ataque possível.

No entanto, Lucius também era impressionante. Ele correu pelo solo, balançando sua espada para cortar os orbes de luz enquanto evitava a chuva de ataques. Ele às vezes desaparecia e reaparecia em uma posição diferente à distância.

Depois de um tempo, Lucius parou e olhou para Rio flutuando no ar. De repente, uma voz soou acima de suas cabeças.

"Pode pegar de volta."

Lucius estava olhando para baixo de dez metros acima da cabeça do Rio, apontando a ponta de sua espada para ele. Imediatamente depois, várias centenas de orbes de luz cercaram o Rio em todas as direções.

Ele absorveu minhas balas de luz para ele mesmo usar?

Rio imediatamente deduziu que não havia rota de fuga possível e derramou essência em sua espada. Ele criou um vendaval para soprar os orbes, abrindo à força um buraco no cerco. Ele então tentou escapar por ele.

"Eu não vou deixar!", Lucius se teletransportou para cortar a rota de saída do Rio. Ele derramou essência mágica em sua espada para estocar energia negra e golpear Rio com ela.

No entanto, Rio também derramou essência em sua espada para combater o ataque com uma rajada de vento. Suas respectivas energias se chocaram, formando uma tremenda onda de choque.

Que luta é esta ...

Christina estava desesperadamente agarrada a Rio com Flora em seus braços há algum tempo, observando a batalha que ela não podia acreditar que estava acontecendo entre dois humanos. Flora parecia estar passando por momentos difíceis sendo movida tanto assim pelo ar, pois seus olhos febris eram incapazes de manter o foco.

"Merda—...", embora Lucius pudesse se teletransportar, ele não era capaz de voar — a onda de choque de seu ataque atingindo Rio o fez cair. O fato de que ele não foi capaz de derrotar Rio, apesar de sua posição favorável, fez sua testa franzir em frustração enquanto ele se teletransportava direto para o chão.

Rio também baixou sua altitude, encarando Lucius enquanto ele descia. Assim que ele pousou, cerca de dez metros de solo ergueram-se em ladrilhos quadrados.

"Que—...?!", o repentino espetáculo deixou Christina sem palavras mais uma vez.

Os ladrilhos que se ergueram bloquearam a visão de Lucius diante deles— na verdade, eles desabaram sobre ele, esmagando-o por baixo.

No entanto, Lucius se teletransportou para escapar do ataque, movendo-se para fora do alcance dos ladrilhos que se erguiam e caíam — com base em sua posição original, ele havia se movido horizontalmente para o lado.

Ele não se teletransportou através da parede.... Isso confirma "aquilo". A habilidade de teletransporte do Lucius só permite que ele se mova onde seu olho esquerdo pode ver.

Usando o ataque agora, Rio foi capaz de confirmar o que ele havia notado enquanto disparava os orbes de luz em Lucius de cima.

"Tch...", Lucius estalou a língua em aborrecimento.

"A Flora-sama está bem?", Rio repentinamente perguntou a Christina, que agora estava ao lado dele. Atordoada, ela voltou aos seus sentidos e respondeu a ele em um tom de desculpas.

"...... S-Sim. Umm, para ser honesta, ela não está nas melhores condições. Ela foi envenenada com uma toxina que não podia ser tratada com magia."

"Foi mesmo? Nesse caso, não devemos movê-la muito.", Rio disse, olhando para Lucius, parado cerca de dez metros à frente deles.

Não há dúvida de que a espada mágica do Lucius pode controlar o espaço. Seus principais poderes são a habilidade de teletransportar a distâncias curtas visíveis ao seu olho esquerdo, e a habilidade de absorver artes espirituais e dispará-las de volta. Ele ainda não o usou nesta luta, mas também pode abrir um buraco no espaço e enfiar a espada nele como da última vez. Aquele braço esquerdo dele envolvido por essência também deve ter algum tipo de truque...

Rio recordou sua luta até agora e analisou a habilidade da espada mágica de Lucius. Esses eram os destaques com os quais ele tinha que ter cuidado.

Nessa hora, Lucius transferiu sua espada da mão direita para a esquerda.

Ele mudou a espada para a mão esquerda? Ele não era destro?

Ele sempre lutou com a mão direita até agora. Rio ficou mais cauteloso com o braço esquerdo de Lucius.

"........ Há uma coisa que eu acho incompreensível.", Lucius disse de repente para Rio.

"..................", Rio o observou silenciosamente.

"Seja suas artes espirituais, artes de espada ou artes marciais— onde você aprendeu tudo isso?"

(NT.: Ah—, Internet!)

"Quem sabe?"

"Você é muito eficiente nos seus movimentos. Mesmo se você tiver talento, há uma quantidade absurda de experiência por trás das suas habilidades. Não é uma coisa que um pirralho na adolescência deveria ser capaz de fazer. Supondo que você tenha aprendido a manejar uma espada durante a sua infância, você teria aprendido na Academia Real em Bertram, mas esses movimentos não são o estilo do Reino de Bertram."

"........ É o meu estilo."

"Seu estilo? Bem, que seja. É hora da segunda rodada, um novo começo. Infelizmente, no entanto, eu sou destro. Posso não pegar leve com você usando meu braço esquerdo, então não se contenha contra mim.", apesar de sua clara suspeita na resposta de Rio, Lucius descartou o assunto e verificou seu agarre na espada em sua mão esquerda.

O braço esquerdo é o que eu queimei sem deixar vestígios na última luta. Deve ter sido regenerado através de algum tipo de técnica proibida junto com aquele olho esquerdo...

O fato de ele ter trocado sua espada significava que a habilidade não poderia ser ativada a menos que a espada estivesse em sua mão esquerda.

"—...?!"

De repente, Lucius balançou sua espada dez metros à frente de Rio, mas a lâmina da espada havia desaparecido e estava se aproximando por trás. Rio prontamente segurou sua espada em posição atrás de suas costas e defendeu o golpe. O som de metal colidindo ecoou, surpreendendo Christina a procurar a origem do som. Quando ela viu a lâmina que havia se teleportado através do espaço para flutuar no ar, ela começou a suar frio.

"Ha! Então você vai reagir a este ataque como se não fosse nada também, huh? Pensando bem, eu usei esse movimento uma vez antes, na última vez que lutamos. Mas...", Lucius disse insatisfeito, enquanto Rio pensava consigo mesmo.

Se ele puder usar esse ataque agora sem qualquer restrição, pode ser um pouco arriscado tentar fazer isso enquanto protejo duas outras pessoas.

Rio sentiu uma pontada aguda de perigo— e esse perigo já se aproximava. Outro som agudo de choque ecoou.

"Eh......?"

Christina olhou na direção do som. Desta vez não veio de trás do Rio, mas de Christina. Rio a havia contornou para defender o golpe, embora Lucius ainda estivesse de pé a mais de dez metros de distância. Então, no seguinte choque metálico em sucessão, ela finalmente entendeu. Mais uma vez, embora Lucius estivesse diante deles, desta vez veio da esquerda de Flora...

... Ele está teleportando apenas a lâmina da sua espada usando magia negra espacial?

A realidade era exatamente o que parecia, e Christina se encheu de terror no momento em que a compreendeu.

"Eu sabia maldito— você pode dizer de onde os meus ataques estão vindo, não é? Pirralho bastardo. Mas isso não é tudo o eu que tenho— graças ao braço esquerdo que você cortou, posso usar minha espada ainda melhor do que antes. Aqui, vamos aumentar o ritmo.", Lucius disse, então voltou a brandir sua espada. Um golpe, depois outro, seguido por mais um — todos em diferentes ângulos e velocidades.

Kin, kin, kin. O som de espadas se chocando gradualmente ficou mais rápido. Rio viu através dos ataques de Lucius e repeliu todos os golpes, mas ele estava pisando em gelo fino fazendo isso.

"—...", Christina estava congelada. Tudo o que ela estava fazendo era ficar parada, mas se sentia mais perto da morte do que de viva. Os ataques aparentemente vieram de lugar nenhum, mas Rio bloqueou todos eles por ela— essa era a única coisa que a mantinha viva.

Isso tornou ainda mais difícil para o Rio deixar Christina e Flora. No momento em que o fizesse, as duas estariam praticamente mortas.

"Não se preocupe. Simplesmente atacar de longe não é artístico o suficiente para o meu gosto. Eu vou chegar mais perto, então.", Lucius disse, usando seu teletransporte para aparecer atrás de Christina e Flora. No momento em que ele terminou teleporte, ele já havia feito um movimento de esfaqueamento.

Rio imediatamente se interpôs entre Lucius e as princesas, mas a distância para Lucius era estranhamente grande.

Isso é ruim—!

Rio voltou a sua posição original assim que percebeu o porquê. No momento seguinte, a lâmina da espada que Lucius segurava veio voando. Se Rio não tivesse retornado, ela teria perfurado o corpo de Christina, mas—

"Kuh..."

Embora tenha sido apenas um momento, aquele momento custou tudo do Rio. Ele foi incapaz de bloquear o ataque com sucesso e recebeu a lâmina em seu braço esquerdo.

"A-Amakawa-kyō?!", Christina empalideceu. Estava claro que ele havia sido apunhalado para protegê-la.

"Ha, finalmente um golpe. Parece que o sangue corre nas suas veias afinal, huh? Bem, então vamos continuar com o show!", Lucius riu presunçosamente, então começou a atacar usando uma combinação de teletransporte e o teleporte da lâmina de sua espada.

"—...", com o braço esquerdo ferido, Rio tinha que proteger Christina e Flora enquanto evitava todos os ataques de Lucius. Seria uma coisa se ele estivesse sozinho, mas era óbvio que protegê-las era um fardo.

"Oi, oi! Qual é o problema?! Huh?!"

O corpo e a espada de Lucius se teletransportavam, avançando em Rio de todas as direções possíveis. Rio tinha que bloquear o ataque de 360 ​​graus sobre os três sozinho — se ele tentasse contra-atacar, Lucius mataria as outras duas assim que ele saísse de seu lado.

Dito isso, ele não poderia escapar pelo ar carregando as duas. Estar no ar o abriria para ataques de baixo, e carregar as duas significava ainda mais aberturas.

Além disso, se ele disparasse suas artes espirituais descuidadamente, ele poderia correr o risco de tê-las absorvidas. As condições não eram apenas ruins— eram as piores. O alcance que ele tinha que defender triplicou, afinal. Além disso, Lucius continuou se teletransportando para as piores áreas para atacar o Rio.

Desta vez do solo...

A lâmina da espada saiu disparada, mirando no pé de Christina. Rio a golpeou de cima para bloquear o ataque. Desviada, a lâmina de Lucius recuou para a escuridão com um ruído de afundamento — mas assim que o fez, voou de um local diferente para mirar em Flora. E no momento para Rio lidar com isso—

"Estou aqui!"

Lucius se teletransportou para golpear Christina. Rio se aproximou para atacá-lo, mas Lucius desapareceu antes que ele pudesse fazê-lo. Em vez disso, uma espada saiu voando atrás de Christina, com o objetivo de perfurar suas costas.

"...............", Christina e Flora estavam congeladas com medo dos ataques aparentemente vindos do nada. Lucius estava claramente apontando para elas como um estorvo.

"Kuh—..."

Christina, Flora, Christina, Christina, Flora, Flora, Christina, Flora. Os ataques ocorreram em um padrão irregular, mas contínuo. Finalmente, Rio foi incapaz de bloquear um ataque dirigido a Christina e se interpôs para tomar o ataque.

Christina foi incapaz de ver Rio movendo-se em sua velocidade ultrarrápida, mas seus movimentos vigorosos fizeram com que seu sangue salpicasse contra sua bochecha. Ela saiu de seu torpor quando enxugou a bochecha para ver o sangue de Rio. Essa foi a gota d'água para ela.

"...... A-Amakawa-kyō! Está bem! Apenas nos deixe! Você será derrotado neste ritmo! Por favor, pare com isso!", incapaz de assistir por mais tempo, Christina suplicou ao Rio com um olhar angustiado.

"..................", mas Rio não respondeu, e ele não parou seus movimentos para cobrir as duas também. Aguçando seus sentidos, ele previu calmamente para onde o corpo e a espada de Lucius iriam teleportar e se moveu para bloqueá-los.

Onee-sama...

Apoiando-se na irmã, o veneno dificultava para Flora continuar consciente, mas o chamado dolorido da irmã a alcançou. Isso foi o suficiente para seu peito parecer que iria explodir.

"Por favor, pare, estou implorando, por favor..."

Ele estava tão perto, mas a voz dela não conseguia alcançá-lo. A voz dolorida de Christina sumiu fracamente. Seu coração estava realmente à beira de romper.

Enquanto isso—

Concentre-se. Elimine todos os resíduos até o limite.

Rio não tinha desistido nem um pouco. Na verdade, ao longo dos ataques que ele teve que desviar de todos os ângulos, ele foi gradualmente aguçando sua mente até que maximizou a eficiência de seus movimentos e memorizou o padrão de ataque de Lucius.

Haverá uma chance de contra-atacar. Por enquanto, só preciso continuar evitando os ataques e reunir a essência mágica para essa chance. E para isso, tenho que imaginar. Minha técnica mais poderosa...

A lógica era simples. As artes espirituais eram uma técnica que envolvia o uso de energia vital, odo, e energia da natureza, mana, para alterar o mundo de acordo com sua vontade. Se dois conjuradores de arte espiritual tentassem ativar duas artes diferentes na mesma posição, contanto que as duas artes não fossem semelhantes o suficiente para serem fundidas, o fenômeno mais forte superaria o fenômeno mais fraco.

Em outras palavras, aquele com maior influência sobre o fenômeno se ativaria em sua forma completa. Isso era afetado pela natureza da arte, a escala da arte e a habilidade do lançador. Se a força das duas artes rivalizasse uma com a outra, as duas artes iriam se chocar durante a ativação, mas quando havia uma diferença significativa na força dos lançadores, a arte do oponente poderia ser completamente anulada.

Assim, se Lucius estava se teletransportando ao redor deles ativando seu fenômeno de alteração do espaço, Rio simplesmente tinha que preencher a área com uma arte poderosa o suficiente para oprimir isso. Assim que o fizesse, Lucius não seria mais capaz de atacar Christina e Flora.

No entanto, mover-se através do espaço era um fenômeno que tinha uma influência extremamente poderosa; não funcionaria com uma arte antiga qualquer para obstruir essa ativação. Ele teria que criar um fenômeno em escala grande o suficiente para preencher toda a área com mana. Era por isso que ele tinha que imaginar — uma arte maior do que qualquer coisa que ele já havia ativado antes.

Ele teve uma visão. A habilidade que um oponente anterior dele usou antes— ou melhor, a habilidade daquela arma. Ele recriaria aquilo com artes espirituais.

Mais poder, maior qualidade... Rio desesperadamente manteve suas defesas enquanto esperava pelo momento em que pudesse combater a esta situação desesperadora.

◇　◇　◇

Um longo, longo minuto se passou.

"..............."

Flora estava pálida como um lençol por causa do corpo envenenado e da febre alta, mas o mesmo se aplicava a Christina. Ela teria feito qualquer coisa que pudesse para ajudar, mas ela sabia que fazer o movimento errado poderia resultar atrapalhando o Rio ao invés.

"Fuu... fuu..."

Durante uma breve pausa nos ataques de Lucius, ela pôde ver a rara visão de Rio ofegando duramente por respirar. Sua resistência havia sido exaurida pelos ataques de Lucius e ele estava sangrando abertamente, o que era algo que ele não podia se recuperar. Considerando a escala da arte que estava prestes a ativar, ele só poderia reservar uma quantidade mínima de essência para se curar. Enquanto isso—

Tch, ele está resistindo por mais tempo do que eu pensava. Meus ataques estão até começando a falhar.

Lucius estava se sentindo impaciente.

Rio tinha a desvantagem de ter que proteger dois pesos mortos. Lucius deveria ter levado vantagem, mas não conseguiu obter uma vitória — em termos de desempenho, ele era definitivamente o perdedor, então não era surpresa que ele estivesse se sentindo impaciente.

"Vamos acabar logo com isso.", Rio disse depois de recuperar o fôlego.

Travar uma batalha intensa ferido enquanto reunia a maior essência que ele já reuniu em sua vida foi uma tarefa difícil até mesmo para o Rio, que finalmente havia terminado seus preparativos.

".... Huh? Você está falando dormindo agora? Sou eu quem está ganhando aqui.", Lucius retrucou.

"Eu não vou deixar as coisas acontecerem do seu jeito por mais tempo. Eu não vou deixar você tomar nada. Nunca mais...", Rio olhou para Lucius com um olhar penetrante. Embora o ambiente estivesse completamente seco, Rio manifestou uma tremenda quantidade de água em um instante. A água cercou completamente ele e as princesas, então inchou rapidamente para tentar engolir Lucius também.

"O que—...", Lucius quase congelou por um momento, mas rapidamente olhou para cima e se teletransportou para o céu.

Aquele bastardo trouxe uma tonelada de água em um instante.

Lucius olhou para a cena de cima. A quantidade de água que o Rio criou era grande o suficiente para engolir toda a aldeia próxima. No entanto, a enorme massa de água não perdeu a forma, mantendo sua forma de gota elástica.

......... O que diabos está acontecendo?

Lucius derramou essência em sua espada e lançou um golpe de escuridão na massa de água. No entanto, o golpe meramente ricocheteou na superfície da água— não foi capaz de abrir um buraco. Além disso, a água que ricocheteava na superfície voltou à massa. Foi apenas um desperdício de essência mágica.

"Tch... não consigo ver o que está acontecendo lá dentro. Não posso me teletransportar assim... O que aquele bastardo está tentando fazer?", Lucius olhou com ódio para a massa de água que Rio havia criado. Enquanto isso, dentro da água, Rio havia criado uma cúpula de ar com vários metros de raio ao seu redor.

O-O que... é isso...?

Christina olhou ao redor da cúpula.

360 graus. Não importa para onde ela olhasse, era apenas água, água e mais água. Havia tanta água que ela não conseguia ver fora da bolha. A água estava tingida de essência e brilhava, iluminando o interior da cúpula.

....... É lindo.

Christina se esqueceu da realidade por um momento — assim de maravilhoso era o cenário.

"Vou contra-atacar manipulando esta água. Vocês estarão seguras, desde que não saiam daqui. Por favor, esperem eu terminar esta batalha.", Rio disse a Christina.

"...... S-Sim."

Você criou isso? O que exatamente está acontecendo agora? Essas perguntas encheram sua cabeça, mas Christina não as disse em voz alta. Ela não sentiu necessidade de fazê-lo. A situação há muito havia excedido o que ela era capaz de entender.

"Então, estou indo agora.", disse Rio.

A parede de água ao redor deles começou a ondular, girando e mudando de forma, se separando em um total de dezesseis bolhas de água.

Cada uma dessas bolhas de água mudou ainda mais de forma. Oito delas se transformaram em longos dragões que voavam livremente no ar, enquanto as oito restantes estavam fixas no chão, tomando a forma de cauda de dragão para proteger Christina e Flora.

Oito cabeças de dragão e oito caudas de dragão. Todas se moviam como se fossem um ser gigantesco, e Christina teve uma sensação de déjà vu ao olhar para elas.

"Aquele é o do Hiroaki-sama... Yamata no Orochi?"

Certamente, era muito semelhante à especialidade do Hiroaki — na verdade, estava em um nível mais alto em comparação com aquele.

Era imponente o suficiente para ser sua forma final.

Rio usou as artes espirituais de vento para voar para fora do círculo das caudas. Depois que ele ascendeu a um certo nível, ele olhou para Lucius de cima das oito cabeças dos dragões de água.

"... Ha—, hahaha! Você deixou as irmãs reais completamente abertas!", Lucius, que tinha sido impressionado pelo espetáculo até aquele momento, sorriu e tentou teleportar seu corpo ao lado de Christina e Flora, mas—

".... Não posso teletransportar?!"

Não pode ser! Lucius tentou teleportar a lâmina da espada dentro das caudas para atacar Christina, mas também não conseguiu fazer isso.

...... O que diabos está acontecendo?

Lucius começou a suar nervoso. Rio enviou um dos dragões de água para cair em direção a ele no chão. A quantidade de massa-energia caindo era incomensurável.

"—?!", Lucius tentou se teletransportar para cima com pressa. Desta vez, o teleporte funcionou e ele imediatamente se moveu para onde esperava.

Então eu posso me teletransportar.

No exato momento em que Lucius pensou isso, outro dragão d'água apareceu diante de seus olhos.

"Merda—!"

Lucius se teleportou para outra posição. O local para o qual ele se teleportou também estava no céu, mas outro dragão estava esperando por ele onde ele apareceu.

B-Bastardo! Ele está prevendo completamente para onde eu vou!

Como se quisesse provar isso, outro dragão de água se aproximou de Lucius para atacar.

Cada uma das oito cabeças de dragões tinha mais de dez metros de comprimento e voava livremente por todo o céu, atacando Lucius imediatamente, não importando para onde ele se movesse. Elas até se moviam para fornecer apoio uma a outra— não, era Rio que as estava controlando para fazer isso. A velocidade com que se moviam também não era motivo de riso.

"N-Não brinque comigo!"

Mesmo que ele pudesse se teletransportar, não havia para onde correr no céu. Rio liberaria um dragão de água onde quer que ele se teleportasse, forçando-o a usar seu teletransporte de curta distância sucessivamente. Nesse ritmo, ele estaria ocupado apenas evitando os ataques. Suas posições estavam completamente invertidas em relação a antes.

Meu novo corpo aumentou o número de vezes que eu posso me teletransportar, mas usá-lo tantas vezes em sucessão é ruim. Se pelo menos eu tivesse tomado aquelas duas princesas no chão como reféns... Merda—!

Lucius tentou entender a situação fazendo outra tentativa de atacar Christina e Flora de cima, mas ainda não conseguia teleportar sua lâmina.

Então terei que me teletransportar ao seu lado!

Imaginando que o lançador não iria manipular um ataque contra si mesmo, Lucius tentou se teletransportar para o lado de Rio. No entanto—

".... Eu não posso me teletransportar?! Guoh—!"

Por alguma razão, ele não podia teleportar para o lado do Rio também. Então, em seu pânico, um dos dragões de água do Rio conseguiu atingir Lucius. Foi como colidir com uma gigantesca bola de ferro. O corpo de Lucius foi lançado em uma velocidade incrível, se espatifando no chão.

"I-Impossível...", vendo os outros dragões d'água se aproximando, ele prontamente tentou outro teleporte— desta vez, com sucesso.

O-O que...

Seu corpo deveria ter sido aprimorado, mas tomou tudo dele para ficar de pé. Aparentemente, o ataque agora tinha sido especialmente eficaz, pois suas pernas tremiam.

Eu não posso me teletransportar ao lado do bastardo. Eu não posso me teletransportar ao lado das irmãs reais. Ele encontrou uma maneira de selar as minhas habilidades?!

Lucius não podia alcançar os céus sem se teletransportar, então se aproximar do Rio tornou-se exponencialmente mais difícil por ser ele incapaz de se teletransportar.

"Nesse caso, que tal eu mirar nas princesas, então?!"

Lucius aumentou o grau de aprimoramento de seu corpo e correu em direção a Christina e Flora dentro das caudas de dragão com as pernas instáveis. Se ele não pudesse se teleportar, ele teria apenas que correr — ele não tinha intenção de desistir. No entanto, as caudas de metros de comprimento ondularam como chicotes, varrendo a área que Lucius estava tentando cruzar. O chão estava completamente revirado, quase como se um desastre natural tivesse ocorrido.

"Merda—!" Lucius mal conseguiu escapar do ataque se teleportando para cima. Desconfiado de que outro ataque viesse imediatamente, ele tentou se teletransportar sucessivamente para fugir, mas—

... O que?

Seu teletransporte não foi ativado, porque o próprio Rio estava descendo rapidamente em direção a Lucius.

"Ah—...?"

A ponta de uma espada perfurou o torso de Lucius como um meteoro, jogando-o no chão.

"............", Rio cravou sua espada no chão, direto no corpo de Lucius. Ele olhou para a expressão surpresa de Lucius sem largar a espada. A lâmina definitivamente atravessou o coração de Lucius.

"Guh—... Ha—... Gaha... Gaha..."

Lucius tossiu violentamente, expelindo o ar e o sangue de seus pulmões. Esse foi o momento em que ele finalmente percebeu que o ataque de Rio o havia atingido.

"Acabou desta vez...", Rio agarrou o punho de sua espada com as duas mãos e a torceu. Para acabar com ele, ele destruiu completamente o coração de Lucius.

A luz nos olhos de Lucius desapareceu rapidamente.

"H-Heh—... Então você mesmo terminou? Esses dragões de água devem ter sido uma isca. Merda... eu deixei... minha guarda... baixar..."

Olhando Rio através de sua visão embaçada, Lucius riu. Ao contrário do ódio que enchia sua cabeça e peito, ele estava sorrindo. A única coisa que mal conseguia manter Lucius vivo agora era seu aprimoramento físico. Desta vez, Reiss não estava aqui para salvá-lo. Ele certamente morreria desta vez.

Por alguma razão, esse pensamento fez o riso surgir dentro dele.

"Eu não entendo de jeito nenhum... Por que você faria isso por aquelas princesas... o Reino de Bertram não tem nada de especial. Foi tomado pelo Reiss— uma praga ambulante de um homem. Aquele reino não vai durar muito... Goho—... Goho—."

Lucius espremeu o resto de sua energia para falar com Rio. O sangue jorrou de seus lábios.

"Sou eu que não entendo..."

Por que sua mãe teve que ser morta? Por que seu pai teve que ser morto? Ele teve que passar onze anos amarrado por sua vingança por causa disso.

Rio olhou para Lucius no leito de morte e fortaleceu seu agarre em volta de sua espada. As chamas da vingança queimavam intensamente dentro dele.

Ao mesmo tempo, ele relembrou suas boas lembranças de sua mãe, Ayame.

A felicidade que ele havia perdido. Os dias que ele nunca teria de volta. O carinho que ele nunca mais sentiria— tudo isso foi levado por este homem.

Era por isso que Rio não sentia pena enquanto observava Lucius à beira da morte. Ele não o perdoaria. Ele nunca olharia para trás. Enquanto ele estivesse vivo, ele viveria apenas com o propósito de matar este homem. Isso era tudo. Sim foi por isso—

"..............."

Silenciosamente, Rio enfiou sua espada mais profundamente no coração de Lucius.

"........................"

Lucius ficou completamente em silêncio. Sua vida havia acabado.

Está morto.

Sem pestanejar, Rio baixou o olhar para seu rosto. Ele o matou. Com suas próprias mãos.

Este era o destino final de sua vingança, mas não havia nenhuma sensação de realização aqui.

Ele não buscou vingança por um sentimento de realização.

Ao contrário, ele sentiu uma sensação de perda e uma escuridão que transbordou dela. Mas esta era de fato a conclusão que Rio desejava — o que ele queria desde o início.

Ele não tinha arrependimentos.

"........ Acabou."

Rio ativou suas artes espirituais através de sua lâmina e acendeu o corpo de Lucius. O corpo instantaneamente irrompeu em chamas, e Rio puxou sua espada do coração de Lucius e deu alguns passos para trás. As chamas queimavam em um calor intensamente alto, transformando Lucius em cinzas em questão de segundos.

Onze anos desde que sua mãe foi morta.

Onze anos vivendo por vingança.

Demorou muito, mas finalmente acabou.

Ele não tinha pensado sobre o que fazer além disso — ele tinha vivido com a intenção de se dedicar totalmente a isso.

Não havia necessidade de um futuro, ele pensou.

Mas agora, Rio tinha um lugar para onde voltar. Ele pensava que todos iriam odiá-lo se soubessem a verdade, mas não era o caso. Foi por isso—

"Hora de ir para casa."

Rio se virou e começou a andar. Havia pessoas esperando o retorno de alguém como ele, e ele queria voltar para elas. E então, ele voltaria.

Rio olhou para os dragões de água no céu e os dispersou em névoa, então fez o mesmo com as caudas no chão. A névoa criou um arco-íris cintilante que cobriu a área. Caminhando por aquele arco, ele se dirigiu às formas irregulares de Christina e Flora.