Histórias Curtas Bônus

 Sua Pervertida!

Rio tinha terminado suas tarefas do dia na casa de rocha e estava tomando um descanso no sofá da sala. Envolto em seu cobertor favorito, ele sentiu uma leve sonolência dominá-lo e cochilou por cerca de meia hora.

"Hmm...?"

Em algum momento, Aishia e Latifa haviam sentado uma de cada lado dele e adormeceram em seus ombros. Eram apenas os três na sala de estar.

.... Eu não posso me levantar desse jeito.

Ver as duas dormindo tão profundamente o deixou relutante em se levantar e acordá-las. Mas, ao mesmo tempo, elas teriam cãibras no pescoço se continuassem a dormir assim.

Talvez eu deva carregá-las para a cama em vez disso? Rio ponderou.

"Ah, você está acordado, Rio.", Celia disse, entrando junto com Sara.

"Sim. Para onde foi todo mundo?", Rio perguntou, olhando ao redor da sala.

"Estávamos tomando chá no quarto da Oufia, mas ficamos sem lanches, então saímos para nos reabastecer." Sara respondeu com uma risadinha.

"Entendo. Enquanto vocês estão aqui, poderiam tirar este cobertor de mim? Não consigo me mover agora."

"Claro, espere.", a pedido de Rio, Celia se aproximou para tirar o cobertor dele.

"... Mm. Bom dia.", Aishia piscou lentamente os olhos abertos.

"Bom dia, Aishia. Ainda com sono?", Rio perguntou, observando Aishia esfregar os olhos.

"Sim...", Aishia assentiu, ainda meio adormecida.

"Você pode mudar para a sua forma espiritual e entrar em mim por um momento? Eu vou carregar a Latifa para a cama."

"Está bem.", Aishia desapareceu imediatamente. Com isso, Rio ficou livre para se mover.

"Bem. Vou levar a Latifa para a cama, então.", ele se virou para ela e a ergueu nos braços de uma maneira familiar. A boca de Latifa relaxou em um sorriso feliz enquanto ela confiava a si mesma ao Rio.

"Ela dorme tão feliz.", Celia observou o rosto adormecido de Latifa e sorriu.

"Ela às vezes finge, no entanto.", Sara disse com um suspiro.

"Ela é uma bestial raposa, afinal.", Celia riu divertida.

"Estou indo, então.", Rio disse e começou a caminhar em direção ao quarto de Latifa. Enquanto isso, Sara foi pegar lanches na cozinha e voltou para o quarto de Oufia com Celia. Oufia e Alma estavam esperando lá dentro.

"Bem-vindas de volta, as duas.", Oufia disse para as duas com um caloroso sorriso.

"... O que há com o cobertor?", Alma perguntou ao ver Celia.

"Ah, é o do Rio..."

O cobertor ainda estava aquecido com o calor do corpo do Rio; ela o dobrou enquanto Sara tinha ido buscar os lanches. Rio não havia retornado, então ela acabou carregando-o com ela — quase como se ela não pudesse suportar a separação dele. Os olhares de Sara, Oufia e Alma naturalmente se reuniram no cobertor.

"Agora que penso nisso, não havia necessidade de trazê-lo comigo. Rio já pode ter voltado, então devo deixá-lo na sala de estar.", Celia disse com um tom agudo em sua voz. Ela se sentiu envergonhada por algum motivo.

"Fufu, por que Celia-san não aproveita para tentar dormir com o cobertor do Rio-san? Ainda está quente, certo? Tenho certeza de que seria maravilhoso.", Oufia disse para Celia com um sorriso travesso.

"Eh? E-Eu não posso fazer isso!", Celia piscou algumas vezes antes de ficar vermelha.

"Então, e quanto a Sara-chan e Alma-chan?", Oufia perguntou as duas.

"O-O que está dizendo, Oufia?", Sara perguntou timidamente, aparentemente agitada com isso.

"......", Alma fingiu não ter ouvido para evitar cavar sua própria cova.

"Ara, é mesmo? Então vou pegar emprestado e dormir com ele.", Oufia deu uma risadinha, olhando para Celia.

"V-Você não pode fazer isso! Pervertida!", Celia abraçou o cobertor com força.

"Fufu, foi só brincadeira.", Oufia disse, divertida.

"... Mō~.", as bochechas de Celia permaneceram vermelhas enquanto ela fazia beicinho.

"Oufia parece séria, mas ela pode ser bem brincalhona.", Sara suspirou cansadamente.

Quanto mais tempo ela o segurasse, mais provavelmente a conversa tomaria um rumo estranho. Esse pensamento fez Celia se levantar.

"Ahaha... eu vou deixar o cobertor na sala. Rio já deve estar de volta."

"É uma pena, Sara-chan."

"Não, não é!"

Deixando as garotas briguentas para trás, Celia voltou para a sala sozinha.

"Rio ainda não está aqui..."

Ninguém estava na sala de estar. Celia se dirigiu ao sofá em que Rio dormia mais cedo. Ela estava prestes a colocar o cobertor no sofá, quando—

"... Hmm."

O calor do cobertor era tão reconfortante que ela hesitou em soltá-lo. Celia olhou para ele. Depois de vários segundos, ela repentinamente o abraçou e enterrou o rosto no cobertor.

".... Que aconchegante."

E também cheirava a Rio, provavelmente. Sara e Latifa saberiam com certeza...

—Espera, o que eu estou fazendo?! Pare! Agora eu sou a pervertida!

Celia voltou a si e rapidamente afastou o cobertor do rosto. Mas mesmo assim, ela não podia deixar de ansiar por aquele calor, sentindo inveja de Aishia e Latifa, que sempre se agarravam ao Rio sem reservas.

"M-Mais uma vez, só mais uma..."

Celia aproximou suavemente o cobertor de seu rosto novamente. Mas, quando a porta do quarto de Latifa se abriu com um estalo, ela se encolheu e congelou.

"... Huh? Sensei ainda está aqui?"

Rio inclinou a cabeça curiosamente para Celia de pé sozinha na sala de estar. Felizmente, ele não tinha visto nada do que Celia chamou de pervertido.

"S-Sim. Eu acidentalmente levei seu cobertor para o quarto da Oufia, então eu estava trazendo de volta.", Celia exalou de alívio e controlou seu batimento cardíaco o máximo que pôde para dar uma calma resposta.

Uma Cena do Banquete


Na primeira noite do banquete oferecido pelo Reino de Galark, quando Satsuki foi apresentada pela primeira vez, Miharu ficou ao lado do Rio com Liselotte, os três se movendo juntos.

Havia um fluxo constante de nobreza vindo para saudá-los, então eles ainda não haviam se movido desde o início do banquete, recebendo um nobre após o outro no andar superior.

A convidada principal da noite era Satsuki, um Herói, então ela estava chamando mais atenção, mas Miharu tinha atraído quase a mesma atenção dos nobres. Embora parte do motivo fosse porque ela era amiga de Satsuki, sua elegante beleza também desempenhou um papel importante.

"Minha nossa, que visão maravilhosa. Aquele cabelo preto em tal donzela..."

"De fato. Tanto o esplendor da Satsuki-sama quanto a elegância da Miharu-sama — deve haver muitos jovens se apaixonando por elas."

Os nobres de meia-idade com famílias elogiaram Miharu com admiração. Muitos dos nobres se apaixonaram por sua beleza exótica, que raramente era vista na região de Strahl, e estavam olhando para ela com olhares acalorados. Mas, ao mesmo tempo, Rio ganhava inveja por ser atendido por Miharu e Liselotte, uma das mais belas solteironas do Reino de Galark.

Os olhares que posso sentir... provavelmente não são apenas minha imaginação.

Rio podia adivinhar a razão por trás da maioria desses olhares e mostrou um sorriso dolorido. Liselotte também deve ter percebido, mas estava acostumada com essas situações e parecia perfeitamente calma. Enquanto isso, Miharu não parecia notar os olhares acalorados ainda.

"Há algo errado, Haruto-san?", Miharu imediatamente percebeu que Rio a olhava e falou. Ele ficou um pouco surpreso com o quão consciente Miharu estivera de seu olhar, mas sorriu mesmo assim.

"Não é nada. Miharu-san está cansada?"

"Estou bem.", Miharu respondeu com um sorriso. Ver seu sorriso de perto fez uma emoção indescritível crescer dentro do Rio. Se era Amakawa Haruto ou Rio, ele não sabia.

"É bom ouvir isso.", Rio respondeu com um sorriso, escondendo os sentimentos residindo em seu coração.

Palavras Mágicas Para Tornar O Sabor De Um Omurice Melhor


Pouco antes da Miharu comparecer ao banquete no Reino de Galark, Rio havia saído sozinho da casa de rocha, então Miharu, Latifa e Celia prepararam o almoço um pouco mais tarde do que de costume. Assim que voltou, Rio esperou na sala de jantar que elas terminassem de cozinhar.

"Obrigada por esperar, Onii-chan!"

Latifa apareceu com uma bandeja, acompanhada por Miharu e Celia.

"Tan-dam! O favorito do Onii-chan— omurice! Miharu-oneechan ensinou a Celia-san e eu a prepará-lo de uma forma deliciosa! O que acha?", Latifa exibiu o omurice na bandeja com um sorriso despreocupado.

"Obrigado. Parece delicioso. E obrigado, Miharu-san e Celia-sensei também."

"N-Não foi nada. Só fiquei um pouco curiosa para saber como era feito depois de ouvir que o omurice era o seu favorito e achei delicioso quando o experimentei. Eu não fiz nada em particular.", Celia respondeu timidamente à gratidão de Rio.

"Isso não é verdade. Celia-san fez a maior parte do arroz de frango.", Miharu acrescentou com uma leve risada.

"Ei, ei, Onii-chan. Posso colocar ketchup em cima do seu omurice?", Latifa perguntou com os olhos brilhando.

"Sim, é claro.", Rio assentiu facilmente. Latifa começou a escrever "Eu te amo" com ketchup sobre o ovo macio e meio cozido.

"Feito. Está cheio do nosso amor, então certifique-se de comer tudo!", Latifa sorriu, olhando para o rosto de Rio. Celia e Miharu pareceram ficar envergonhadas por suas palavras.

"Entendido.", Rio respondeu sem jeito. Ele pegou a colher para esconder seu constrangimento.

"Ah, espere! Não está acabado ainda.", gritou Latifa.

".... Eh? Sério? Miharu não acabou de dizer que estava completo?", Celia inclinou a cabeça, olhando para a Miharu.

"Sim. Porque ainda não dissemos as palavras mágicas para deixar o sabor ainda melhor.", Latifa suspirou orgulhosamente e inflou seu modesto peito, ainda em desenvolvimento.

"Palavras mágicas...?", como uma maga, os olhos de Celia se arregalaram de interesse.

"Hehehe! Vou dizê-las agora, antes que esfrie.", Latifa sorriu travessamente.

"Fique delicioso, ruff, ruff, kyun~!"

Suas orelhas de raposa se contraíram enquanto ela usava ambas as mãos para fazer um formato de coração e derramar seu amor no omurice.

"O-O que... é isso...?", Celia perguntou com o rosto vermelho.

"São palavras mágicas para adicionar amor ao omurice. Agora é a vez de vocês duas! Vamos ver.…"

Latifa aproximou seu rosto dos ouvidos de Celia e Miharu, sussurrando algo para elas. Provavelmente estava ensinando as palavras mágicas a elas.

"D-De jeito nenhum! Eu não posso dizer algo tão constrangedor!", Celia ficou surpresa, ainda vermelha.

"E-É um pouco demais para mim também...", Miharu tentou sorrir para disfarçar sua timidez.

"Mu~, eu não posso acreditar que vocês duas não vão dar seu amor ao Onii-chan.", Latifa fez um pequeno beicinho.

"E-Eu não disse isso!", Celia objetou nervosa.

"Mesmo? Então vamos ver a Celia-san fazer o que eu ensinei."

"—..."

"Sensei, não há necessidade de se forçar a fazer isso.", Rio tentou oferecer uma tábua de salvação para Celia, que efetivamente tinha cavado sua própria sepultura.

"Eu... eu não estou me forçando. F-Fique delicioso, lovey-dovey kyun~."

Com um rosto vermelho brilhante e um sussurro de voz, Celia fez um formato de coração com as mãos. Mas ela logo atingiu o limite de constrangimento que poderia suportar e enterrou o rosto nas mãos com um gemido.

"Agora é a vez da Miharu-oneechan!", Latifa se virou animadamente para a Miharu.

"E~tto...", Miharu estava mergulhada em ansiedade, sua voz era mais aguda do que o normal.

"Isso é o bastante. Latifa está perturbando a Miharu-san, então deixe por isso mesmo. Miharu-san, não precisa ir junto com ela.", Rio suspirou cansadamente, então pegou a colher para começar a comer.

"Ah, e-espere um minuto!", Miharu gritou para parar Rio.

"E-Eu me sentiria mal pela Celia-san se.… se eu fosse a único que não fizesse isso... Então... F-Fique delicioso, moe, moe, kyun~...", Miharu murmurou, fazendo um coração com as mãos.

Elemental ☆ Admissão


No Japão, em algum lugar da cidade...

Era primavera, e pétalas rosa pálido dançavam ao vento durante a cerimônia de entrada nas escolas. Haruto estava visitando o campus da universidade principal de sua escola afiliada.

Ele não estava lá porque estava começando seu período na universidade, mas estava lá para comemorar a entrada de sua senpai.

"Parabéns, Satsuki-senpai."

Na tarde da cerimônia de entrada, ele esperou um pouco antes do horário do encontro para dar os parabéns a Satsuki, que chegou mais tarde.

"Obrigada, Haruto-kun. O que você acha do meu hakama? Combina comigo?", Satsuki deu uma risadinha, levantando os braços levemente para mostrar seu hakama.

"Sim, é bonito. Tanto o hakama quanto Satsuki-senpai nele.", Haruto elogiou com um largo sorriso.

".... Você com certeza não hesita em dizer coisas assim. E, ainda assim, não parece presunçoso ou falso de forma alguma.", as bochechas de Satsuki ficaram vermelhas de vergonha, antes que ela voltasse seus olhos ligeiramente reprovadores para o Haruto.

"Umm, eu disse algo errado?", Haruto perguntou desajeitadamente enquanto olhava para Satsuki.

"Não, você estava completamente certo. Obrigada.", Satsuki suspirou levemente, mas agradeceu feliz de qualquer maneira.

"Mas se Haruto-kun disser isso para todas as garotas, pode fazer algumas pessoas entenderem mal sua intenção, então certifique-se de escolher para quem vai falar, mesmo que seja apenas lisonja.", ela apontou o dedo para o Haruto e acrescentou.

"Não foi lisonja. E eu disse isso porque era a Satsuki-senpai."

"......", Satsuki piscou por alguns momentos antes de virar o rosto diagonalmente para longe de Haruto.

"Eu realmente vou entender mal, idiota.", ela murmurou para que Haruto não pudesse ouvir.

"... Senpai?", Haruto a chamou, perguntando-se o que havia de errado.

"Não é nada, estou farta da sua incapacidade de aprender. Miharu-chan e os outros ainda estão vindo para cá?", Satsuki afirmou sem rodeios, olhando ao redor.

"S-Sim. Ainda falta um pouco para o horário do encontro.", Haruto estremeceu um pouco, olhando para o relógio público próximo.

"Hmm. Acho que estamos por nossa conta até então.", Satsuki disse casualmente.

"É o que parece.", Haruto respondeu normalmente.

Satsuki fez beicinho antes de observar de repente as pessoas passando e se virar para Haruto.

"... A propósito, parece que estamos sendo observados?", eles estavam atualmente no campus da universidade, no terreno ao lado da escola afiliada que Haruto frequentava. Por causa disso, havia menos pessoas visitando para a cerimônia de entrada, mas ainda havia grupos agitados aqui e ali.

"Não é por causa da Satsuki-senpai?"

"Eu?"

"Porque a Satsuki-senpai fica linda em seu hakama.", disse Haruto.

"... I-Isso não é verdade!", Satsuki estava claramente com vergonha, mas ela deve ter ficado descontente em ser a única a se sentir envergonhada.

"Não há muitas chances de ficar sozinho com uma garota em um hakama. Bom para você não é, Haruto-kun?", ela perguntou a ele com um olhar feroz.

"Sim, realmente.", Haruto concordou com uma risada divertida.

".... Por alguma razão, eu só quero ver o Haruto-kun parecendo envergonhado, mesmo que seja a última coisa que eu faça.", Satsuki estufou as bochechas e olhou para o Haruto.

"Por que? Por favor, não."

"Toma isso!", Satsuki atrevidamente abraçou o braço do Haruto enquanto ele se afastava com cautela. Eles eram a viva imagem de namorados, fazendo com que os estudantes masculinos que passavam os encarassem com inveja.

"Quê—Satsuki-senpai?!", Haruto finalmente se sentiu envergonhado e corou.

"É raro ser abraçado por uma garota em um hakama, então não é ótimo? Se o Haruto-kun quiser, eu até mesmo vou usá-lo de novo— só para você.", disse Satsuki, olhando para o Haruto com um sorriso despreocupado.


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