Capítulo 6: Fuga
"Ce... Celia-chan?! Por que está aqui?!", Roland Claire gritou ao ver sua filha no porão escondido de sua casa. Ela estar aqui foi realmente inesperado.
C-Celia-chan? Por um momento, Rio duvidou de seus ouvidos.
"Otou-sama, por favor pare de me chamar de Celia-chan.…", Celia disse a Roland com um sorriso forçado. Roland abriu os braços e a abraçou.
"C-Como você está? Fiquei muito feliz quando eu encontrei a carta da Celia-chan e fiquei sabendo que a Celia-chan estava segura depois que foi levada para longe do casamento, mas eu me preocupei muito."
"Lamento muito por fazer tal coisa sem informá-lo..."
"Não, ainda bem. Se eu tivesse que dar a mão da Celia-chan em casamento para aquele pedaço de merda, preferia que a Celia-chan permanecesse solteira pelo resto da vida!", Roland ressaltou. Parecia que ele adorava muito sua filha. Roland era esguio e ligeiramente menor, mas sua dignidade e espírito o faziam parecer um jovem homem de meia-idade. No entanto, ele parecia bastante desleixado no momento.
"Umm, Otou-sama. Estamos em frente à Christina-sama e os outros, então, por favor, tenha cuidado com o que faz e diz.", Celia disse com uma expressão tensa.
"Mu—, e-entendo. Hmm. Eu tinha informações para passar para a princesa também, mas...", Roland parecia em conflito. Ele certamente tinha muitas coisas que gostaria de perguntar a Celia, como para onde ela foi depois que ela deixou o castelo, e o que ela estava fazendo aqui agora...
"Se está realmente com pouco tempo, por favor, fale com a Celia-sensei primeiro. Afinal, é o seu tão esperado reencontro.", Christina disse, entendendo como Roland deve estar se sentindo.
".... Não, vou dar meu relatório a princesa primeiro.", depois de toda sua hesitação, Roland tomou uma decisão.
A situação deve ser terrível, percebeu Cristina, ficando rígida.
"Eu entendo. Não parece que serão boas notícias, mas, por favor, deixe-me ouvir."
"Sim. A verdade é que a capital enviou equipes de busca adicionais, lideradas por Charles Albor. Um homem desconfiado e desprezível que usa tudo ao seu alcance. Ele considerou a mansão o local mais suspeito e convocou todos os carpinteiros da cidade para se reunirem amanhã e desmontarem minha casa em busca de salas escondidas. Ele até preparou um mandado de apreensão de Vossa Majestade para se certificar de que eu não possa recusar. Não há absolutamente nenhum tempo restando.", Roland explicou enquanto observava Celia com uma expressão em conflito. Celia parecia triste ao ouvir que Charles estava tão perto.
"... Amakawa-kyō. É possível partir hoje à noite?", Christina olhou para Rio suplicantemente.
"É possível. Não há outro momento além desta noite para partir, ao que parece.", Rio respondeu imediatamente.
"......... Princesa. E quanto a esse garoto?", Roland olhou para Rio e inclinou a cabeça.
"Ele é o recém-nomeado cavaleiro honorário do Reino de Galark, Haruto Amakawa-kyō."
"Cavaleiro honorário? Tão jovem? Mas o que um nobre do Reino de Galark está fazendo aqui...?"
"Amakawa-kyō é quem trouxe a Celia-sensei para esta sala subterrânea.", Christina explicou.
"O-O quê? Como você contornou todos os guardas de segurança lá fora...? Não, espera. Se foi você quem trouxe a Celia-chan aqui, então talvez você seja...?", Roland olhou para Rio surpreso.
"Quem levou a Celia-sama do casamento também fui eu.", afirmou Rio.
"C-Como... H-Hmm.", Roland olhou atentamente para o rosto de Rio e cantarolou.
"Otou-sama, como já escrevi na carta que deixei aqui, fui eu que decidi fugir daquele casamento. O Haruto simplesmente me concedeu esse desejo.", Celia enfatizou que era sua intenção fugir da cerimônia de casamento, afastando toda a responsabilidade do Rio.
".... Eu entendo. Então foi você quem salvou a Celia-chan. Haruto Amakawa-kyō. Em primeiro lugar, gostaria de agradecê-lo. Obrigado.", Roland colocou a mão direita sobre o peito e baixou a cabeça para o Rio.
"Não, fui eu quem a empurrou a se questionar se ela queria se casar dessa forma. Peço desculpas por causar qualquer grau de preocupação.", Rio baixou a cabeça de volta se desculpando.
"Não, eu pensei que meu coração iria parar depois que ela foi sequestrada, mas resultou em sua fuga do casamento com aquele Charles, eu suponho. Vou deixar você se safar com um único golpe da magia de fogo Fireball. ", Roland afirmou com um sorriso refrescante.
"Otou-sama! Por favor, não entenda mal. Fui eu que decidi sair do castelo. A responsabilidade é minha, não do Haruto. Se deseja culpar alguém, me culpe. Eu sou a culpada!", Celia fez beicinho em objeção.
"Não, Celia-chan nunca esteve errada!", Roland negou imediatamente.
"Então, o Haruto também não está errado, não é?", Celia confirmou.
"Claro!", Roland assentiu, com todo o seu rosto radiante.
"Agora que a suspeita sobre o Amakawa-kyō foi esclarecida, devemos começar a discutir a fuga? Embora todo o plano dependa do Amakawa-kyō...", Christina deu uma leve risada.
"O primeiro passo é realocar do porão para a superfície, mas isso não deve ser feito com todos em uma única viagem. Há muitos que correm o risco de se destacar. Seria uma coisa se fossem vistos na cidade, mas se Vossa Alteza for vista nos terrenos da propriedade, seria evidente que foi abrigada aqui. Mesmo o conde Claire, não seria capaz de se justificar por isso, correto?", Rio olhou para Roland e perguntou.
"Fumu~... Bem, até mesmo ser visto dentro da cidade está cruzando os limites, mas certamente é mais desculpável do que ser encontrada na propriedade.", disse Roland pensativamente.
"O que significa que mesmo que o risco de ser avistado seja pequeno, devo evitar tirar todos vocês daqui um por um. Quanto mais eu entrar e sair, maior será o risco de ser descoberto— e se eu for localizado, terei que fugir, tornando difícil entrar novamente. Posso ter que abandonar aqueles que ficaram para trás dessa maneira."
"Então o que podemos fazer...?", perguntou Christina. Que outro método poderia haver?
"Nessa situação, a melhor maneira de controlar o risco é eu sair do porão primeiro e causar uma comoção em outro lugar como isca. Depois que todos os guardas forem atraídos para mim, Vossa Alteza e os outros podem aproveitar a chance para escapar. Como isso soa? Vou fornecer artefatos mágicos suficientes para alterar as cores de cabelo de todos, então, por favor, use-os.", Rio sugeriu o plano mais seguro. Se houvesse muitas pessoas na propriedade para escapar facilmente, eles deveriam simplesmente reduzir o número de funcionários.
".... Isso está bem? Não seria um fardo demais para o Amakawa-kyō?", Christina engoliu em seco.
Considerando o quão pesado o ar da cidade estava agora, causar tal comoção normalmente seria considerado suicídio.
"Sim. Essa quantidade de segurança não é nada comparada à quando eu tirei a Celia-sama de seu casamento na capital do Reino de Bertram.", Rio respondeu completamente calmo.
"Ku—, haha—... Ah, desculpa. Isso normalmente seria uma função atribuída a um peão de sacrifício, mas você tem um tremendo poder de persuasão.", Roland riu vigorosamente.
"Estou honrado. Mas, os guardas podem se machucar e as casas da cidade podem ficar danificadas assim..."
"Está bem. Vou ignorar tal dano à cidade. No entanto, espero que você possa evitar ferir os cidadãos, se possível."
"Entendido. Vou me esforçar para evitar causar danos a qualquer não-combatente. Agora, vamos repassar os detalhes atentamente, para que nada seja deixado ao acaso. Seria de grande ajuda se você tivesse um mapa da cidade— até mesmo um mapa aproximado serve."
"Eu tenho um em minha cabeça. Vou desenhar para você.", disse Roland, como se esperaria do senhor do território.
"Por favor.", disse Rio.
Aishia, tenho um favor a pedir. Então ele secretamente se dirigiu a Aishia, que os tinha acompanhado em sua forma espiritual.
◇ ◇ ◇
Eles passaram cerca de meia hora repassando o plano de fuga.
".... Otou-sama, eu vou partir com a princesa, então."
"Sim, cuide-se. Bem, considerando quão habilidoso o Haruto-kun é, suponho que não haja necessidade de me preocupar."
"Sim. Tenho vivido uma vida muito tranquila e agradável desde que deixei o castelo com o Haruto. Mas, é por isso que continuei a me preocupar, bem no fundo.... Eu me perguntei se eu realmente tinha permissão para ser tão feliz depois de fazer o Otou-sama e os outros se preocuparem tanto. Pedi irracionalmente ao Haruto que me trouxesse aqui em busca dessa resposta, embora isso tenha acabado em mais problemas para ele..."
"Entendo... Depois que essa situação passar, eu adoraria me sentar com a Celia-chan e seu companheiro para conversar. Devo agradecê-lo por muitas coisas também.", o rosto de Roland suavizou com a maneira como Celia falou se desculpando.
"Claro. Vou falar um pouco com o Haruto antes de partirmos."
"Sim, vá.", Roland se despediu de Celia.
"Ei, Haruto."
"Celia-sama, algum problema?"
"Ei, é meio estranho quando você usa esse 'sama' comigo. Já pode parar de me chamar assim.", Celia disse com o cenho franzido.
"Não, eu não acho que posso me referir de um modo tão informal a uma nobre solteira.", disse Rio. Ele também não podia chamá-la de "Sensei", então decidiu referir-se a ela com o "sama".
".... Bem, que seja. Mais importante, eu queria me desculpar. Coloquei mais fardos sobre você antes de eu mesma perceber.", disse Celia, seu rosto se contorcia de pesar.
"Isso não é verdade. Estou fazendo o que quero, porque sou eu que quero retribuir meu favor a você.", Rio sacudiu a cabeça com um leve sorriso.
"Estou honrada em ouvir você dizer isso, mas... Você sabe que as coisas que eu fiz por você foram quase nada, certo? Você fez muito por mim, sou eu quem não pode retribuir o favor por tudo isso. É por isso que quero te agradecer. Por tudo, sempre.", Celia disse em tom de desculpa.
"Não, eu digo o mesmo.", Rio sorriu gentilmente de volta para Celia.
Haruto, os preparativos estão feitos. Pronta quando quiser, a voz de Aishia ecoou em sua cabeça.
Entendi. Entrarei em contato com você quando estiver pronto, então, por favor, comece.
Bem.
"Bem, a noite vai acabar se ficarmos muito tempo aqui, então vamos indo logo."
".... Sim."
Eles começaram a descer o corredor até o jardim. Além de Christina, Vanessa e Roland, Rei e Kouta estavam esperando lá também.
"Contamos com você, Amakawa-kyō.", Christina disse, baixando a cabeça. Vanessa, Rei e Kouta seguiram seu exemplo.
"Sim. Tudo ficará bem, contanto que nos movamos de acordo com o plano. Vou deixar a proteção deles com você, Vanessa-san.", Rio disse, olhando para Vanessa.
"Sim. Não sou páreo para você, mas farei o meu melhor.", ela assentiu profundamente.
"Amakawa-kyō... Não, Haruto-kun.", Roland se dirigiu a Rio com um olhar estranho.
"Sim, o que é?", Rio respondeu, ficando ligeiramente em guarda.
"Estou colocando minha confiança em você... Proteja a Celia-chan, por favor.", disse Roland, baixando a cabeça.
"Nem era necessário dizer.", Rio riu, assentindo com firmeza. Era tão natural que ele não precisava ser mandado fazer isso. No entanto, ele ficou feliz em ouvir o pai de Celia pedir isso a ele.
".... Entendo. Então, por favor, aceite isso.", Roland ofereceu uma pequena bolsa que estava cheia.
"Isso é?"
"Contém fundos para viagens. Você precisará reabastecer em sua jornada, certo? Você pode ficar com o restante como recompensa. Eu sei que não está nem perto do que vale este trabalho, mas podemos arranjar algo mais outro dia, depois que você voltar vivo."
"Não, isso é.… eu não posso aceitar algo assim.", Rio se recusou a aceitar a oferta de Roland com o cenho franzido.
"Está bem, apenas pegue. Deixe-me pelo menos arcar com as despesas de sua viagem.", Roland forçou Rio a segurar a bolsa.
".... Vou entregar o restante para a Celia-sama, então."
"Fu—, parece que você é bastante teimoso. Você é promissor para um jovem. Eu adoraria tomar um ou dois drinques com você, mas não há tempo. Melhor ir."
"Sim. Se me der licença. .... Nós vamos embora agora."
Com essas palavras, Rio subiu as escadas até o jardim da propriedade. Ele abriu a porta no telhado e vasculhou os arredores com suas artes espirituais. Assim que ele confirmou que não havia ninguém por perto, ele abriu a porta totalmente e saiu rapidamente.
Ele então abriu caminho por entre os guardas que patrulhavam o jardim, movendo-se com movimentos esplêndidos e pulando a cerca alta ao redor da propriedade como um acrobata.
Poucos minutos depois, no céu muito acima da cidade, longe da mansão do conde Claire, uma rajada de luz explodiu violentamente.
◇ ◇ ◇
Em uma praça dentro de Cleia, uma explosão repentinamente reverberou na área escura e vazia. No momento seguinte, uma rajada de luz foi disparada para o céu acima da praça, iluminando a cidade como se fosse de dia.
"O que aconteceu?!", soldados armados que patrulhavam por perto a cidade vieram correndo para a praça.
"Tem quatro pessoas ali!"
"O que?", a atenção deles imediatamente se concentrou nas quatro figuras na praça. Elas foram iluminadas pela explosão de luz no ar, tornando-as fáceis de localizar.
Com certeza, havia as pessoas que os soldados estavam procurando— ou seja, duas mulheres com as características de Christina e Vanessa. Os outros dois usavam capuzes e cobriam todo o corpo, dificultando a identificação do gênero.
"Cabelo roxo... É a princesa Christina!"
"A outra tem uma espada. É a cavaleira, Vanessa Emal!", os soldados gritaram.
"P-Por que elas estão paradas tão ousadamente ao ar livre...", algumas pessoas ficaram confusas com a visão.
"E-Espera! Ah, digo— esperem aí, por favor!"
O grupo de quatro pessoas escolheu uma rua sem soldados e fugiu da praça. Os soldados gritaram atrás deles, mas não havia como eles pararem. A rajada de luz disparada no ar rapidamente desapareceu, afundando os arredores de volta na escuridão.
"R-Reforços! Peçam reforços do quartel-general! Mandem pessoas para os portões também!"
"S-Sim!"
Um soldado mais velho deu ordens rapidamente, fazendo os soldados mais jovens se moverem em pânico. Observando todos do telhado de uma casa próxima estava o grupo de quatro pessoas que supostamente havia fugido da praça antes.
Aishia, até eu dar o sinal, continuem se mostrando aqui e ali e conduzam os soldados para o bloco norte.
Uma pessoa do grupo, uma garota de cabelos roxos, ouviu a voz de Rio em sua cabeça. A garota era ninguém menos que Aishia, e ela havia usado artes espirituais para mudar temporariamente a cor de seu cabelo para um tom lilás.
Entendi, Aishia respondeu com sua voz calma.
"Vamos.", ela disse aos outros três, e saltou do telhado para a rua.
◇ ◇ ◇
Algum tempo depois disso—
"O que?! A princesa Christina foi vista em uma praça no distrito civil?!"
A propriedade do conde Claire ficava dentro do distrito nobre. Charles estava dormindo no edifício dos hóspedes de honra quando foi acordado e recebeu um relatório inesperado enquanto ainda estava de pijama.
"S-Sim! Uma bola de luz apareceu de repente no céu e os soldados que saíram correndo para investigar avistaram um grupo de quatro pessoas semelhantes aos alvos. Eles estão fugindo para o norte.", explicou o soldado que veio fazer o relatório apressado.
"E-E quanto ao conde Claire?!"
"No local. Ele está buscando uma explicação para esta comoção."
"Mas... não pode ser.…", os olhos de Charles se arregalaram em choque.
Achei que ele tomaria uma atitude se eu o pressionasse com uma ordem irracional, mas... Ele não estava abrigando eles na mansão, então?! Por que eles estão no distrito civil?!
Se Christina estivesse escondida no distrito civil, então não haveria como ela contatar o conde Claire sob prisão domiciliar no distrito nobre. Não, era possível fazer contato por meio de artefatos mágicos, mas usando um faria com que a mensagem fosse enviada a todos os outros artefatos dentro do alcance. Eles não podiam ser usados para passar mensagens confidenciais um para o outro.
"O que devemos fazer? Temos apenas uma quantidade mínima de pessoal no distrito civil, além do portão, e eles enviaram um pedido de reforço.", o soldado que fez o relatório buscou novas ordens em pânico.
"Kuh—, vão para o norte! Mobilize todo o pessoal da mansão e do distrito nobre, e mande-os para o distrito civil! Sele a área, certifique-se de que eles não escapem! Capture-os a todo custo!", Charles gritou suas ordens.
Contanto que pudesse capturá-los, ele teria inúmeras maneiras de obter testemunho. Se ele os deixasse fugir, não sobraria nenhuma prova definitiva.
"Entendido!", o soldado respondeu, correndo para fora da sala para passar as ordens. Em seu lugar apareceram Rui e Alfred.
"Charles, o que diabos está acontecendo?", Alfred perguntou primeiro.
"E-Eles estão ao norte! A princesa Christina está no bloco norte! Testemunhas avistaram um grupo de quatro pessoas, apresse-se e prenda-os! Não os deixe escapar! Vou me trocar primeiro, antes de sair com meus subordinados também!", Charles ordenou a Alfred.
"Vamos lá.", Rui respondeu imediatamente, saindo correndo da sala. Alfred suspirou antes de seguir Rui em direção ao bloco norte da cidade.
◇ ◇ ◇
Ao mesmo tempo, em outras partes do distrito civil da cidade...
Ao longo do interior das muralhas do bloco norte, Rio corria ao longo dos telhados com seu corpo físico aprimorado.
"Depressa! Eles não deveriam ter ido longe ainda. Eles podem tentar escapar pelo portão norte. Vasculhem a área completamente!"
As ruas estavam repletas de guardas correndo em alvoroço. Eles foram atraídos pela distração que Aishia criou, reunindo um grande número de guardas para o bloco norte.
Rio viu alguns soldados movendo-se em pares e saltou com grande força. Ele habilmente manipulou suas artes espirituais de vento para apagar o som de sua aterrissagem e desferiu o primeiro golpe nos soldados antes que notassem sua presença.
"Gwah—"
"Gah—"
Os dois soldados foram instantaneamente nocauteados e caíram no chão. Os bastões de ferro com os quais estavam equipados rolaram ao lado deles. Rio pegou um bastão e o segurou em sua mão direita, brandindo-o algumas vezes para se familiarizar com a sensação. Depois que sua mão se familiarizou com o bastão, ele saltou sobre os telhados mais uma vez.
Depois disso, ele começou a nocautear pequenos grupos de soldados que se moviam juntos para aumentar a comoção, em seguida, dirigiu-se ao portão norte.
Aishia, eu vou derrotar os porteiros ao norte e abrir o portão. Você deve escapar pelo portão norte e garantir que as pessoas a vejam. Esse será o fim do seu trabalho, ele solicitou a Aishia, que estava próxima.
Entendido, Aishia respondeu imediatamente. Desconfiados de uma fuga pelo portão norte, a área diante do portão estava cheia de muitos guardas. Contudo—
Então, vou atacar o portão agora, Rio declarou enquanto observava os dez guardas perto do portão. Ele correu em direção ao portão sem qualquer hesitação, mantendo os dedos da mão direita como uma arma.
No momento seguinte, balas de luz das Photon Bullets foram disparadas. Os projéteis se moviam como se estivessem sendo sugados para os corpos dos soldados.
"Guh—"
"Argh—?!
"Gah—!"
"Uh—..."
Não havia como eles escaparem das rápidas balas de luz no escuro, então os soldados gritaram um após o outro enquanto eram lançados para longe.
"Hah, eh... ah......?"
Os soldados não tinham ideia do que havia acontecido e olharam ao redor.
"Guh—"
Nove tiros foram disparados no tempo que o Rio levou para atingir a última pessoa em pé. Todos eles atingiram os corpos dos soldados e os fizeram voar.
"Eek! Uuh—..."
Ele se revelou para a última pessoa restante e oscilou o bastão. Um baque surdo soou antes que o soldado desabasse no chão.
Os controles do portão devem estar dentro da sala.
Rio deixou os dez soldados inconscientes para trás, se dirigiu para a porta da sala e entrou como se estivesse abrindo sua própria porta da frente.
Outro soldado estava de prontidão lá dentro, mas ele também foi nocauteado rapidamente antes de Rio mexer nos controles do portão. Um instante depois, o portão norte começou a se abrir. O barulho nas proximidades aumentou imediatamente com o som do portão se abrindo.
Um grupo de quatro figuras chegou diante do portão. Soldados de outros lugares se aproximaram do portão quando ele estava prestes a se abrir totalmente.
"O-Oi, o portão está abrindo!"
"Os porteiros estão caídos. Eles devem estar bem aqui! É a princesa
Christina e os outros!"
Os soldados gritaram agitados quando avistaram o grupo de quatro pessoas, mas, ao mesmo tempo, o portão norte se abriu completamente, permitindo que o grupo corresse por ele. As fazendas de grãos estavam localizadas fora dos portões norte e sul, então os quatro continuaram avançando pela estrada até desaparecerem na noite.
Isso é o suficiente, Aishia. Obrigado. Eu vou seguir para o portão sul agora. Entrarei em contato com você quando eu terminar.
Rio tinha escalado acima do portão em algum ponto e estava falando com Aishia através de seu vínculo telepático. Dois soldados estavam nocauteados ao lado dele.
Está bem, entendi.
Aishia parou várias centenas de metros adiante na estrada. Os outros três correndo ao lado dela também pararam.
"Isso é o suficiente, Aishia-sama?", a mulher com a espada na cintura perguntou.
"Sim. Nosso trabalho termina aqui. O Haruto está indo para o portão sul.", Aishia respondeu.
"Haa~, eu estava tão nervosa.", disse uma pessoa encapuzada enquanto revelava seu rosto. Era Oufia. Suas longas orelhas de alta elfa haviam sido transformadas com um artefato, mas a cor de seu cabelo era a mesma de sempre.
"Foi uma experiência emocionante.", a outra pessoa encapuzada também abaixou o capuz. Era a anã anciã, Alma. Como Oufia, suas orelhas características estavam escondidas, mas a cor do cabelo era natural.
"Celia-san deveria escapar pelo portão sul para fazer parecer que ela foi para o sul, então seguir para o leste, certo? Algo ainda pode acontecer, então devemos dar uma volta pela cidade e ficar de olho na situação?", a mulher com a espada — Sara, fingindo ser Vanessa — disse. Ela não estava usando um capuz, mas suas orelhas de bestial loba prateada foram transformadas e seu cabelo foi alterado para a mesma cor do cabelo de Vanessa.
"Sim, vamos fazer isso.", Aishia assentiu.
Assim, as quatro se dirigiram para o portão sul por precaução.
◇ ◇ ◇
Muito acima dos céus da cidade, havia um homem observando a série de eventos acontecendo abaixo. Era Reiss. Ele vinha observando Rio e os outros desde que a rajada de luz foi disparada no ar e causou comoção na cidade. Seus olhos rastrearam suas localizações atentamente, como se ele pudesse ver através da escuridão.
"Entendo, entendo. Então, eles estão fingindo fugir pela estrada norte, enquanto na verdade estão saindo pelo portão sul, onde a segurança diminuiu. Que plano maravilhoso.", Reiss disse a si mesmo com admiração, olhando para Rio pulando de telhado em telhado. Um grupo de quatro pessoas estava se esgueirando perto do portão — era Christina e os outros.
Hmm, se quem está fugindo é a princesa Christina, então seria problemático se o governo principal do Reino de Bertram perdesse qualquer outro poder. Não se pode evitar, então.
Reiss suspirou baixinho e começou a descer. Assim que pousou perto do portão norte, ele se aproximou de alguns soldados.
"Com licença.", ele começou.
"Quem é você? Por que está se esgueirando?!", os soldados ergueram as armas e exigiram que Reiss se identificasse.
"Ora, com o barulho que vocês estão fazendo, não pude deixar de acordar e verificar o que estava acontecendo aqui fora. Há outras pessoas olhando pela janela também, você não consegue ver?", Reiss disse, olhando para as casas próximas. Realmente, havia várias pessoas espiando pelas janelas para observar a situação.
"... Tch. Você está no caminho. Volte para casa.", o soldado estalou a língua e enxotou Reiss.
"Vamos, vamos, não seja assim. Eu vim com informações que podem ser úteis para vocês."
"O que...? Então, diga logo."
"Eu vi um grupo de quatro pessoas suspeitas indo em direção ao sul e estava me perguntando se isso estava relacionado a este incidente que está acontecendo agora.", disse Reiss, sorrindo.
".... Um grupo de quatro pessoas?", os soldados congelaram.
"Sim, isso mesmo. Eles estavam descendo a estrada em direção ao portão sul. Era tudo o que eu tinha a dizer, então se você me der licença agora.", Reiss disse, partindo prontamente. Então, como se fosse para substituí-lo, duas novas pessoas se aproximaram da área diante do portão norte. Eram Rui e Alfred.
"Eu sou o comandante da Guarda Real do Reino de Bertram, Alfred Emal. Alguém, por favor, explique o que está acontecendo aqui."
◇ ◇ ◇
Enquanto a cidade estava em alvoroço, Celia e os outros escaparam do porão subterrâneo, escalaram o muro e escaparam com segurança da propriedade do conde Claire. Eles agora haviam chegado perto do portão sul e estavam se escondendo nas sombras.
"Há porteiros, mas nunca esperei chegar tão perto do portão tão facilmente. Ele realmente é habilidoso...", Christina murmurou admirada enquanto observava os soldados patrulhando o portão sul. Eles mal encontraram alguém da propriedade do conde Claire até este ponto, movendo-se facilmente apesar de vários de seu grupo serem inexperientes em qualquer tipo de tática furtiva. Ela não pôde deixar de sorrir ao ver como tudo correu melhor do que ela jamais poderia ter imaginado.
"O Haruto sempre faz seu trabalho de maneira confiável.", Celia disse com orgulho.
".... Você parece confiar muito nele.", Christina a olhou curiosamente.
"Eu não tenho razão para não confiar.", Celia sorriu com vergonha.
Quem é o Amakawa-kyō, realmente? Tudo o que sei sobre ele é que foi recentemente nomeado cavaleiro honorário do Reino de Galark. Se ele conhece a Celia-sensei, então talvez ele seja um ex-nobre...?
Christina estava extremamente curiosa sobre o Haruto Amakawa e sua história. Ela não conseguia imaginar alguém tão capaz como ele ter ficado completamente desconhecido até agora. Celia poderia dar algumas respostas, mas não fazia muito tempo que eles se conheceram, e se intrometer nessas coisas no meio desta situação seria um tanto indelicado.
Eles se veriam todos os dias em sua jornada, então haveria muito mais oportunidades de conversar no futuro. Seria tolice falar muito agora e ser descoberta por alguém, então ela decidiu esperar até a chegada do Rio, como planejado.
"Estou atrasado."
"—......!"
Uma voz de repente falou atrás deles. Todos no grupo de Christina estremeceram e se viraram para ver Rio em seu traje negro.
"Eu não o percebi de forma alguma. Que trabalho de pés esplêndido. Você até mesmo pegou a Vanessa de surpresa...", Christina comentou espantada. Vanessa franziu a testa, um pouco chateada.
"Peço desculpas por surpreendê-los.", Rio disse desajeitadamente.
"Não, é bastante reconfortante. Agora, há uma maneira de passar por este portão?"
O muro que cercava a cidade tinha facilmente dez metros de altura. Não era uma altura que eles pudessem pular, mesmo com a magia Enchant Physical Ability, então eles tinham que abrir o portão para sair.
No entanto, havia cinco guardas em pé diante do portão.
"Vamos atacar pela frente. Há menos guardas do que no portão norte, então tudo acabará rapidamente."
".... Então, posso pedir que faça isso?"
"Sim, deixe comigo.", Rio assentiu e partiu como se estivesse saindo para suas compras diárias.
"Eh........., ah......"
"O Haruto vai ficar bem."
Suas ações foram tão ousadas que Christina perdeu a chance de falar. Mas Celia imediatamente deu seu selo de aprovação, fazendo com que Christina engolisse nervosamente e se afastasse para observar.
Então, Rio acelerou repentinamente e se aproximou do portão sul. Christina o perdeu de vista em um instante, seus olhos se arregalaram de surpresa.
"Ugh..."
Assim que Rio se aproximou de um guarda, ele golpeou seu estômago com o cotovelo.
"—Ah!"
"Ugh—"
Ele torceu o corpo e deu um chute circular em dois guardas, fazendo-os voar. Três dos guardas foram nocauteados em um instante.
"Q-Quem diabos é você—...?!"
Um dos guardas restantes finalmente percebeu a chegada de Rio, mas ele foi acertado com uma joelhada no abdômen e lançado voando também. Sua força foi drenada e ele desabou no chão.
O último porteiro assistiu à cena atordoado.
"B-Bastard—... Gah—!"
Antes que ele pudesse terminar de gritar, uma palma foi cravada em seu torso, fazendo-o voar. Como resultado, os cinco guardas foram nocauteados em apenas alguns segundos. Christina e os outros observaram das sombras.
"Ah........."
Eles estavam completamente sem palavras.
"Ele é forte..."
"Quem é, aquela pessoa..."
Rei e Kouta murmuraram em choque.
Rio entrou na sala e confirmou que não havia guardas ao redor antes de assumir os controles do portão. Ele logo saiu da sala e acenou para os outros.
"O-Oi! Por que o portão está aberto?!", os guardas no topo do muro perceberam a abertura do portão e começaram a fazer barulho. No tempo que Christina e os outros levaram para chegar ao portão, Rio facilmente saltou sobre a parede de dez metros e nocauteou os dois soldados ali. Então ele saltou para o chão novamente.
"É como se não houvesse segurança quando ele está aqui...", Christina se surpreendeu sorrindo ao ver o quão ridiculamente habilidoso ele era.
"O portão se abrirá totalmente nos próximos dez segundos. Ativem seus encantamentos de habilidades físicas com suas magias ou artefatos mágicos, então corram pelo portão a toda velocidade ao meu sinal.", o estrondo alto da abertura do portão já havia ecoado em seus arredores, então Rio explicou as coisas em voz alta.
".... Entendido.", o grupo assentiu a cabeça com firmeza.
"Vocês peguem essas espadas. Usem para se proteger se chegar a hora.", Rio pegou duas espadas embainhadas dos porteiros e as entregou aos dois garotos japoneses de cabelos negros.
"S-Sim...", eles provavelmente nunca tinham matado ninguém antes; os garotos aceitaram as espadas com expressões rígidas. Eventualmente, o portão se abriu totalmente.
"Por favor, vão!"
Ao comando de Rio, Christina e os outros começaram a correr. Rio os seguiu na retaguarda, e seis pares de passos ecoaram pelas fazendas.
Infelizmente, o momento não foi o melhor para eles, pois o sol estava começando a nascer. O céu do Leste estava começando a clarear levemente. Pior ainda, os campos de trigo cresciam fora do portão sul e, atualmente, era a estação pouco antes de as sementes serem plantadas. Os campos eram planos e abertos, tornando mais fácil para qualquer perseguidor localizar todos imediatamente.
Não importa o quanto suas habilidades tenham sido aprimoradas com magia ou magia negra, sua resistência básica não havia sido melhorada. Rio e Vanessa treinavam seus corpos regularmente, mas os outros gradualmente se tornariam mais exaustos e perderiam o fôlego.
Os soldados provavelmente sabiam que o portão sul já estava aberto e agora que estava ficando mais claro do lado de fora, os perseguidores provavelmente os seguiriam para fora da cidade, pois poderiam usar cavalos e montarias aladas na luz.
Vou ficar aqui e ganhar mais algum tempo, apenas por precaução.
"Eu vou parar os perseguidores. Vamos nos encontrar antes da primeira cidade na estrada sul ao meio-dia. Deve haver uma pequena estrada lateral que leva a uma nascente. Vanessa-san, por favor, proteja a todos.", tendo decidido isso, Rio falou para Christina e os outros.
"Sinto muito e, entendido!", Vanessa respondeu prontamente. Os outros quatro estavam ocupados com a corrida e não conseguiram responder. Entre eles, Christina parecia ser a que estava tendo menos problemas.
"Bem, então, mantenham-se seguros!", Rio disse, parando e se virando.
"H-Haruto... D-Definitivamente, definitivamente, você tem que aparecer no ponto de encontro, aconteça o que acontecer! Hah... hah .... Por favor! Se você não aparecer, ...hah, eu... ", a voz de Celia podia ser ouvida atrás dele; ela estava sem fôlego e gritando desesperadamente. Rio respondeu com um aceno de mão direita e começou a voltar para a cidade.
Não muito depois, ele avistou cavaleiros irrompendo do portão sul. Havia dez deles.
Cavaleiros, huh?
Rio percebeu que todos usavam uniformes de cavaleiro. As capacidades de seus corpos treinados foram aumentadas até seus limites através do aprimoramento de habilidades físicas por meio de magia e artefatos mágicos.
Naturalmente, os soldados de carreira que haviam passado por treinamento poderiam extrair muito mais de sua resistência do que aqueles que não passaram, então se eles continuassem correndo assim, eles eventualmente alcançariam Celia e os outros.
Parece que ficar para trás foi a escolha certa, Rio pensou, puxando o capuz mais para baixo sobre o rosto. Ele recuperou duas adagas e vários punhais de arremesso de seu Armazenamento Espaço-Tempo e os equipou. Em pouco tempo, os cavaleiros chegaram diante do Rio.
"Parem!", o cavaleiro na liderança ordenou aos outros.
".........", os olhos de Rio se arregalaram levemente sob seu capuz. O líder deles era Charles Albor.
"Parece que foi a escolha certa para mim liderar a retaguarda e verificar o som do portão sul se abrindo. Eu realmente tive sorte.", Charles disse com um sorriso de escárnio selvagem. "Bastardo, quem é você?! O que você está fazendo aqui? Remova o capuz!", ele exigiu em uma voz ameaçadora.
".... Por que eu deveria te responder?" Rio respondeu provocativamente, recusando-se a responder à pergunta.
"O que você acabou de dizer? Seu bastardo, está com vontade de morrer?", Charles olhou para Rio com desprezo. "Está bem. Eu vou te mostrar um mundo de dor onde você certamente vai me implorar pela morte. Agora seria a hora de falar."
"Eu não tenho nada para dizer a você.", Rio apontou sua adaga para o homem de sorriso sádico para desafiá-lo. Uma ruga apareceu na testa de Charles.
".... Vão.", ele ordenou que a batalha começasse com uma voz fria. Os cavaleiros atrás dele se moveram ao mesmo tempo.
Rio abaixou sua postura e começou a correr. Ele investiu contra os cavaleiros enquanto enfiava a mão esquerda no bolso da camisa, pegando os punhais de arremesso que escondia ali e os atirando. A luz fraca desacelerou as reações dos cavaleiros, e um punhal de arremesso perfurou a coxa do cavaleiro que estava na frente.
"Guh..."
O cavaleiro apunhalado perdeu o equilíbrio e tombou. No entanto, os outros cavaleiros não deram sinais de parar; eles devem ter experiência em combate. Rio os analisou com calma.
"Cerquem-no!"
Os cavaleiros optaram pela tática certeira e se espalharam para cercar o Rio. Mas Rio acelerou, saindo do círculo antes que os cavaleiros pudessem cercá-lo e se aproximou dos cavaleiros por sua vez.
"Quê—..."
Os cavaleiros foram pegos de surpresa com a velocidade inesperada, apesar de sua experiência. Rio se lançou entre os cavaleiros como se estivesse saltando — seus movimentos eram quase acrobáticos, como se estivesse flutuando ou dançando.
Ele não deu aos cavaleiros a chance de cercá-lo. Suas mãos e pés dançavam enquanto ele passava por eles, causando danos certeiros aos cavaleiros. Os cavaleiros tentaram atacar de volta balançando suas espadas, mas a trajetória que suas espadas desenhavam não era capaz de pegar Rio.
"Merda! O que há com esse cara ?!"
"E-Ele é forte!"
Os cavaleiros estavam sendo manipulados pelos movimentos acrobáticos de Rio, fazendo com que sua inquietação subisse à superfície. Só por ter Rio passando uma vez entre eles, um cavaleiro seria golpeado com uma adaga enquanto outro era lançado voando com um chute — metade dos cavaleiros tinha sido reduzida. Os cavaleiros restantes — incluindo Charles — olharam para Rio, mas um momento depois, ele saltou para o lado sem aviso.
"O-O quê?"
Era quase como se Rio tivesse desaparecido, causando uma reação tardia entre Charles e os outros cavaleiros. Então, Rio reapareceu, investindo contra eles de lado. Ele saltou pela abertura entre dois cavaleiros alinhados e passou por eles, virando de cabeça para baixo no ar e nocauteando os dois com um único golpe com os joelhos.
"N-Não brinque comigo!"
Outro cavaleiro oscilou sua espada, mirando no momento em que Rio pousasse no chão. Mas Rio empurrou levemente sua mão contra o solo e torceu seu corpo, mudando seu ponto de aterrissagem para evitar o ataque. Além disso, ele usou o impulso de torcer seu corpo para cortar através do ar com sua adaga, cortando seu oponente enquanto ele se virava.
Restavam três cavaleiros: Charles, que assistia ao combate à distância, e dois cavaleiros regulares.
"O-Oi! Acabem já com ele!", Charles gritou em pânico. Sua ordem havia mudado de uma arrogante para uma que tornava clara a importância da queda de Rio, o que provavelmente foi uma decisão razoável, considerando a rapidez com que os cavaleiros que tinham força suficiente para derrotar um esquadrão de infantaria inteiro foram eliminados.
No entanto, se os dois cavaleiros restantes eram capazes de acabar com o Rio era outro problema.
"Guh... Haaah!", um dos cavaleiros gritou enquanto tentava cumprir a ordem, atacando o Rio.
Rio brandiu a adaga que segurava em sua mão esquerda de forma reversa, derrubando o cavaleiro com a força de seu braço que havia sido intensificada pelas artes espirituais. O cavaleiro fez uma careta pela dor entorpecente que percorreu sua mão, o recuo de seu golpe como se ele tivesse tentado cortar uma parede de ferro.
"Guh...", o último cavaleiro restante balançou sua espada em desespero. Rio se agachou para evitar o ataque. Ele então procedeu a golpear os pés do oponente, levantando-se prontamente para pisar em seu abdômen e nocauteá-lo.
Charles continuou observando, pasmo de que os subordinados dos quais ele se gabava tivessem sido derrotados de forma tão impotente. Não havia mais ninguém capaz de lutar, então ele vociferou histericamente.
"... P-P-P-Parem de brincar! Todos vocês, se levantem! O que estão fazendo?!"
"U-Ugh..."
Felizmente, ninguém havia morrido ainda, mas vários haviam sido cortados e corriam o risco de dessangrar.
"Kuh...", Charles de repente começou a correr de volta por onde tinha vindo. Ele provavelmente determinou que não havia maneira de vencer quando todos os seus aliados foram eliminados em um instante.
É quase revigorante o quão rápido ele decidiu abandonar seus camaradas.
Rio piscou enquanto observava as costas de Charles recuando. Seria simples alcançar os outros.
Devo dar a ele informações aleatórias para causar confusão?
Para ir de Cleia à Rodania, qualquer uma das estradas leste, norte ou sul pode ser usada. Com as pessoas fugindo pelo Norte e pelo Sul, Charles não teve escolha a não ser enviar perseguidores em ambas as direções.
Já havia confusão suficiente, mas adicionar ainda mais caos à situação aqui era outra opção. Pensando nisso, Rio se aproximou de Charles por trás.
"—?!", uma flecha de raio veio voando da direção do portão sul da cidade. Rio reflexivamente deu um passo para trás para evitá-la, então aumentou sua visão com o aprimoramento do corpo e olhou na direção de onde a flecha havia sido disparada. Lá, na parede acima do portão sul, a cerca de 600 metros de distância—
"Shigekura Rui... -san?"
O Herói que conheceu no banquete outro dia apontava seu arco para o Rio. Mesmo agora, um ataque de raio estava voando para ele.
Ele pode mirar com tanta precisão de uma distância tão longa...
Flechas de raio foram disparadas consecutivamente para manter Rio sob controle, enquanto evitava os cavaleiros inconscientes. Rio ficou impressionado com seu nível de habilidade como um franco-atirador.
"ALFRED! Vocês estão atrasados!", Charles gritou de repente enquanto corria com todas as suas forças. Quanto a quem ele estava gritando tão alto...
"Se você anunciar os reforços, então não faz sentido tentar uma emboscada. Idiota."
Alfred estava correndo a toda velocidade com seu corpo curvado para evitar que Rio o notasse. Graças a Charles gritando seu nome tão alto, Rio foi alertado de sua presença mais cedo.
Eu já lutei com aquela pessoa antes quando Celia-sensei e eu escapamos da cerimônia de casamento.... Não há dúvida. É a Espada do Rei.
Rio lembrou que ele era tão habilidoso quanto seu apelido indicava. Alfred era excelente em combate corpo-a-corpo, enquanto Rui era excelente como atirador de longa distância. Seria difícil enfrentar os dois ao mesmo tempo.
.... Está na hora. Rio deu meia volta e começou a correr. Ele olhou para trás para ver Alfred não mostrando nenhum sinal de persegui-lo; ele parecia estar priorizando o tratamento dos cavaleiros feridos.
Enquanto isso, Rui ainda estava com o arco em mãos. No momento seguinte, ele apontou para o céu por algum motivo— e disparou um tiro de raio particularmente poderoso.
Para onde ele está mirando? Não, ele deve ter algum plano.... —, então é isso!
Rio tinha estado observando onde o ataque terminava, mas o gigantesco raio de repente se dividiu e mudou de curso. Vê-los mirando no chão o fez perceber seu propósito.
Está muito mais lento do que antes, mas...
Era mais rápido do que Rio podia correr. E parecia que eles o estavam rastreando, seguindo os movimentos de Rio de uma maneira terrível e fechando a distância entre eles.
Posso evitá-los nessa velocidade apenas observando? O campo de impacto deve ser bem amplo para me impedir de fugir. Nesse caso—
Rio continuou correndo enquanto pensava, tentando alargar a distância tanto quanto podia antes de repentinamente parar e se virar para enfrentar a chuva de raios. Então, ele esperou até que o ataque estivesse quase em cima dele.
Ele usou as artes espirituais de vento para envolver seu corpo em uma barreira suave de vento, criando um caminho para a eletricidade passar e remover sua função teleguiada, então ele correu pelas aberturas em direção à chuva elétrica. Rio então torceu o corpo para escapar habilmente de todos os relâmpagos.
"O-O quê ?!"
Charles testemunhou Rio evitando a chuva de raios de longe e não pôde evitar levantar sua voz em alarme. Rio pousou no chão nesse momento, confirmando que não havia mais perseguidores antes de partir sem pensar duas vezes.
"... Hahaha."
O rosto de Rui se abriu em um sorriso como se elogiasse a evasão acrobática de Rio de sua chuva de relâmpagos.
◇ ◇ ◇
Ao mesmo tempo, o grupo de Christina e Celia havia atravessado os campos de trigo e corria pela estrada que atravessava a floresta.
"Hah... Hah... Quanto mais... temos que correr?", Kouta ofegou.
"Ainda não! Não desperdicem um único segundo do tempo que o Amakawa-kyō nos comprou!", Vanessa gritou de onde corria, lá na frente.
"Eek...", o senpai de Kouta, Rei, pranteou com uma voz lamentável.
Celia e Christina estavam em um estado semelhante, já tendo ultrapassado os limites de sua resistência há muito tempo. No entanto, elas compartilhavam os sentimentos de Vanessa e continuaram correndo desesperadamente.
Mais dez segundos se passaram assim, quando tudo no campo de visão de Vanessa de repente ficou escuro.
"...O que?", ela olhou para o céu, questionando.
"MROOOR!"
Um minotauro negro caiu do céu com um impacto estrondoso. Em cima disso—
"ROOOAR!"
Havia outro atrás deles.
"Que—..."
O grupo parou antes que percebesse, olhando para cima em transe.
"O-O que são aquilo...?", Rei enrijeceu.
"Aquilo... estava na academia durante o exercício ao ar livre daquela vez...", Christina se lembrou da vez em que encontraram um minotauro no exercício ao ar livre da academia e empalideceu.
"É-É um minotauro! P-Por que estão aqui?!", Celia, que realmente tinha testemunhado um antes, gritou.
"MROO!"
"BRREH HEH!"
Os minotauros riram vigorosamente com seus rostos distorcidos.
"T-Tem mais... vindo da floresta..."
Vanessa estava prestes a sugerir uma fuga para a floresta quando um grupo de orcs fez barulho por entre as árvores. Eles estavam completamente cercados por todos os lados.
Com nenhum deles capaz de se mover, eles ficaram lá tão parados quanto podem estar. Então, o minotauro atrás de Celia estendeu a mão esquerda, buscando por Christina. Contudo—
"MROOR?!"
O gigante negro foi incapaz de agarrar o corpo dela, já que foi arremessado com força pela lateral, colidindo com os orcs pela floresta ruidosamente. Enquanto isso, o local onde a cabeça do minotauro acabava de estar foi substituído por Alma.
"A-Alma?!", Celia murmurou seu nome em choque. Alma deve ter brandido sua maça na cabeça do minotauro por trás, pois ela pousou no chão em uma posição para recuperar seu equilíbrio.
"Guh... Grrguh...", o minotauro derrotado tentou se levantar, mas não conseguiu.
"Nós vamos cobrir vocês! Por favor, recuem!"
Outra voz que Celia reconheceu soou. Um flash prateado passou por ela— era a bestial loba prateada, Sara. Sara se aproximou do minotauro brigando para se levantar e cortou sua cabeça sem lhe dar chance de reagir.
"Grr..."
O minotauro derrotado desapareceu em cinzas. No entanto, a área ainda estava repleta de orcs, alguns dos quais haviam sido esmagados apenas alguns momentos atrás. Sara imediatamente recuou e se distanciou dos orcs restantes.
Ela foi substituída por uma chuva de incontáveis flechas de luz, perfurando os corpos dos orcs reunidos. Quem atacou foi a alta elfa de pé a cerca de dez metros de distância do grupo — Oufia — segurando um arco.
"P-Por que, vocês...?", Celia perguntou as recém-chegadas, estupefata. As três tiveram as características físicas de suas espécies alteradas por ouvidos humanos por meio de artefatos mágicos.
"Viemos ajudar. Foi desnecessário?', Sara perguntou um pouco sem jeito.
"V-Vocês nos salvaram..."
"Ainda não acabou. Vamos limpar o grandalhão restante e os orcs na floresta.", disse Alma, segurando a maça em prontidão.
"Celia-san e os outros, por favor, recuem para onde Oufia está.", Sara olhou para o minotauro parado diante deles.
"C-Celia-sensei, quem são essas garotas...?", Christina ficou perplexa com a rápida mudança da situação e se virou para Celia em confusão.
"Essas três são amigas do Haruto. De qualquer forma, vamos por aqui! Vocês também!", Celia deu uma resposta curta e puxou o braço de Christina, dando uma ordem para Rei e Kouta que estavam ao lado delas no caminho. Enquanto isso, Vanessa estava segurando sua espada contra os orcs.
"S-Sim...", apesar de como ela estava rígida, Christina recuou sob a orientação de Celia.
"MROOOR!", o minotauro restante rugiu para intimidar o grupo em fuga e saltou no ar.
"Você achou que vacilaríamos por algo assim?", Alma olhou para o minotauro com desgosto.
"Fomos subestimadas, ao que parece. Oufia, force-o a voltar!", Sara olhou para o minotauro severamente enquanto orientava Oufia atrás dela.
"Sim!", com um aceno de cabeça, Oufia rapidamente disparou flechas de luz de seu arco. Os grossos feixes de luz voaram direto pelo ar e em direção ao corpo do minotauro voando.
"Gragh?!"
O minotauro prontamente usou a espada larga de pedra em sua mão para bloquear as flechas, mas foi jogado para trás com o impacto.
"—...", Christina observou a cena com os olhos arregalados. O ataque de agora tinha poder suficiente para ser uma magia intermediária de classe superior, mas era impossível dispará-la em menos de um segundo com o conhecimento da região de Strahl.
Esse arco poderia ser um Ancient Artifact? Ela olhou para o lindo arco na mão de Oufia. No entanto, enquanto ela pensava nisso, Alma e Sara desapareceram abruptamente.
"Alma, faça ele cair! Eu vou acabar com isso!"
"Não precisa dizer duas vezes."
Sara começou a correr na direção em que o minotauro foi jogado enquanto Alma saltou alto no ar com sua maça armada. As duas tinham habilidades físicas que ultrapassavam em muito as dos humanos.
"MROR?!", Alma, com seu tamanho pequeno, bateu com sua maça no corpo gigante do minotauro, fazendo-o mudar rapidamente de direção e cair no chão.
Sara alcançou o minotauro no breve momento em que seu corpo estava se recuperando no ar e cortou sua cabeça de forma limpa. No momento seguinte em que o corpo negro caiu no chão, ele se dispersou em cinzas.
Com isso, restou os orcs à espreita na floresta.
"Grr, guh..."
Os violentos orcs pareciam se encolher depois de ver os minotauros serem subjugados com tanta facilidade.
"Gragh?!"
Oufia lançou várias flechas de luz de uma vez, eliminando os orcs em questão de instantes. Cada flecha era exata, sem nenhum sinal de errar o alvo. Como resultado, os orcs foram completamente exterminados em um instante.
".... Não há mais presenças."
"Parece que todos os monstros foram eliminados."
Sara e Alma passaram os olhos pela floresta ao redor enquanto se aproximavam de Celia e dos outros.
"Bom trabalho, vocês duas.", Oufia deu uma pequena risada.
"—?!"
De repente, as três assumiram suas posições de batalha em direção à floresta. No momento seguinte, um flash de luz negro teceu seu caminho por entre as árvores, apontando em sua direção— mas não foi direcionado para Sara, Oufia, Alma e nem Celia.
"Eh—?"
O alvo era Christina.
Quando perceberam isso, a luz negra que se movia rapidamente estava bem diante de seus olhos e elas foram incapazes de se mover, plantadas no lugar. Foi o ataque surpresa perfeito, sem nenhum vestígio do agressor — ninguém presente foi capaz de reagir.
Era tarde demais para fugir. No momento em que pensavam isso, uma sombra escura apareceu diante de Christina. Era, claro—
"... H-Haruto!"
Os olhos de Celia brilharam no momento em que ela o reconheceu. Rio segurou sua espada em sua mão para enfrentar a luz negra de frente — quando, no momento seguinte, ele brandiu sua espada e apagou completamente a luz.
Clap, clap, clap. Nesse momento, alguém começou a aplaudir de dentro da floresta. O som das palmas foi ficando cada vez mais alto até que uma pessoa logo apareceu.
"Ah, que esplêndido. Eu estava pensando em ajudar quando todos vocês encontraram tantos inimigos imprevistos, mas eles foram cuidados tão rapidamente."
Reiss aplaudiu enquanto saía da floresta, elogiando Rio e os outros.
".... Você.", Rio estreitou seus olhos. Era um rosto que ele reconhecia — a pessoa que levou Lucius embora depois que ele o encurralou durante o ataque de monstros a Amande.
"Estou honrado por você se lembrar de mim. Meu nome é Reiss, um membro dos Leões Celestiais.", Reiss se apresentou não como um embaixador do Império Proxia, mas como um mercenário.
"Depois de Amande, suponho que esses monstros também eram coisa sua?", Rio perguntou.
"De forma alguma. Como alguém poderia controlar tais monstros? Não acabei de dizer que estava pensando em ajudar?", Reiss encolheu os ombros, exagerando sua ignorância fingida.
"Então, o que foi esse último ataque que mirou na princesa Christina?"
"Oya~, você está me acusando?"
"Quem mais poderia ser?"
"Pode haver outro inimigo se escondendo, não?", Reiss respondeu com um sorriso.
"O inimigo é você.", Rio olhou para Reiss com suspeita. O mesmo acontecia com todos os outros presentes.
"Não, não, eu não tenho intenção de lutar aqui. Eu estava visitando Cleia por acaso quando notei você, então pensei em dizer olá. Parecia que você estava preso aos seus próprios negócios, então não consegui encontrar o momento certo para fazer isso.", Reiss disse em uma voz suave. De repente, ele se lembrou de algo e acrescentou em tom encantado: "Ah, isso mesmo. Aquele com o qual você tem uma conexão está indo muito bem também."
".... Onde está Lucius?", Rio perguntou friamente.
Celia e os outros ao redor ouviram silenciosamente a conversa, incapazes de acompanhar a situação, mas perceberam que o ar ao redor do Rio estava mais tenso que o normal e engoliram em seco.
"Ele guarda um grande rancor por você, então vocês se reunirão mais cedo ou mais tarde. Do vingador ao vingativo, se você quiser... O karma humano é um conceito verdadeiramente difícil. Você não concorda?"
"........."
Reiss sorriu provocativamente, mas a expressão de Rio não vacilou.
"Não é, 'Rio-san'?", Reiss disse com um sorriso.
"—....."
Celia, Sara, Oufia e Alma engoliram em seco no lugar do Rio. Elas se perguntaram como ele sabia o nome de Rio. Enquanto isso—
... Rio? —.....?!
Christina estava com os olhos arregalados enquanto olhava para as costas da pessoa que acabara de salvá-la. Instantaneamente, todas as suas suspeitas sobre a pessoa chamada Haruto Amakawa foram respondidas, tudo se conectando como um quebra-cabeça. Ela inadvertidamente engoliu em seco. Não era como se ela aceitasse isso como a verdade absoluta. Talvez, apenas talvez... Tais sentimentos de negação também surgiram dentro dela. Mas, apesar disso...
"......", Rio ergueu sua espada e observou Reiss severamente, pronto para cortá-lo a qualquer momento.
"Opa, vou me retirar agora, então, por favor, afaste essa espada de aparência perigosa.", Reiss estendeu as duas mãos diante de si, expressando dramaticamente sua recusa em lutar.
"......", Rio continuou olhando para Reiss, com a expressão inalterada.
"Bem, eu posso te fazer companhia se você insistir, mas se você ficar vagando por aqui os perseguidores podem alcançá-la, não? Você parece ter várias pessoas complicadas a reboque... seria uma pena se elas fossem os primeiros alvos da batalha. Você seria capaz de protegê-los todos se fosse necessário? Você ainda não conhece os limites do meu poder, certo?"
Quer tentar de qualquer forma? Era o que o sorriso de Reiss sugeria.
".... Desapareça antes que eu mude de ideia."
"Oh, que medo, que medo. Bem, então, se você me der licença."
Com isso, Reiss voltou para a floresta. Rio observou suas costas com uma expressão sombria.
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