Capítulo 5: Encontro Inesperado
Na manhã seguinte, Rio e as garotas saíram da casa de rocha em que moravam e partiram para o território do conde Claire no extremo leste do Reino de Bertram.
Rio, Aishia e Oufia voaram com suas artes espirituais de vento enquanto Celia, Miharu, Latifa, Sara e Alma montavam nas costas do espírito contratado de Oufia, a águia gigante Aerial. Viajando assim, eles chegaram ao domínio do conde Claire antes do anoitecer.
A capital do domínio que eles haviam visitado antes chamava-se Cleia, onde a casa da família de Celia estava naturalmente localizada. O plano que havia sido decidido com Celia era descer na floresta perto da cidade e estabelecer a casa de rocha como sua base, então esperar o anoitecer antes de deslizar pela escuridão e entrar furtivamente no terreno da propriedade como antes.
Cerca de meia hora depois de entrar no domínio, a capital poderia ser vista ao longe, mas—
"Haruto.", Aishia de repente chamou o nome de Rio.
"Eu sei. Pessoal, ainda há um pouco de distância até a cidade, mas vamos descer para a floresta abaixo de nós agora.", Rio imediatamente direcionou.
"O-O que há de errado?", Celia perguntou, preocupada com a descida repentina.
"Há algo voando perto da cidade. Seremos descobertos se nos aproximarmos assim, então vamos descer.", Sara tinha um conhecimento sólido da situação, então ela explicou o motivo para Celia.
"É uma aeronave encantada ou algo assim?"
"Não, provavelmente é algum tipo de criatura. Eu vi uma pessoa em suas costas, então provavelmente era um grifo..."
"... Era um dos grifos sendo mantidos em minha casa?", Celia se perguntou com uma inclinação de cabeça. Enquanto ela fazia isso, o grupo pousou na floresta. Eles estavam cercados por árvores de crescimento denso, então era improvável que a pessoa que montava no grifo acima os notasse.
"Eu gostaria de ver o que está acontecendo, então todas podem montar a casa de rocha e esperar aqui? Posso me perder no caminho de volta, então Aishia deveria ficar aqui também. Celia-sensei pode vir comigo, já que ela provavelmente conhece bem a cidade.", disse Rio, dando suas instruções rapidamente.
"Sim. Está bem, mas, não seremos vistos se voarmos?"
"É por isso que estaremos correndo pela floresta."
"E~tto, eu posso usar "Enchant Physical Ability", mas não vou conseguir acompanhar sua velocidade..."
Celia era uma típica pessoa não atlética. Como uma maga completa, ela podia usar todos os tipos de magia, mas mesmo com suas habilidades físicas aprimoradas, ela não conseguia acompanhar os aprimoramentos da arte espiritual inumana de Rio.
Mas o maior problema era o fato de que o cérebro não conseguia acompanhar o aumento físico da magia. Apenas melhorar a capacidade física não era suficiente — os sentidos atléticos para controlar os movimentos do corpo aprimorados também eram necessários. Celia carecia completamente dessa qualidade. Correr em uma floresta com apoios tão instáveis para os pés estava fora de questão. Contudo—
"Tudo bem. Eu vou te carregá-la e correr. Vai ser mais trêmulo do que voar pelo céu, por favor, esteja ciente disso.", problema resolvido.
"E-Entendi.", ouvir que ela seria carregada por Rio fez um leve rubor aparecer nas bochechas de Celia.
◇ ◇ ◇
Menos de uma hora depois, Rio e Celia chegaram à capital Cleia.
".... Are~, são os Cavaleiros Aéreos do Reino de Bertram. Eu me pergunto por que eles estão aqui?"
Depois de chegar perto o suficiente da cidade, eles saíram para a estrada principal, onde Celia parou e olhou para o céu. Circulando acima deles estavam os Cavaleiros Aéreos do Reino de Bertram, montando seus grifos. Os grifos eram conhecidos como os leões dos céus, famosos por serem os outros governantes dos céus além dos dragões, e eram extremamente inteligentes.
Alguns reinos os domesticaram para usar como montarias, mas eles tinham temperamentos voláteis e viviam principalmente em habitats montanhosos. A parte superior de seus corpos era como aves de rapina, então seus gritos agudos eram característicos deles.
"Se eles despacharam as valiosas forças aéreas, então algo grande deve ter acontecido... Por enquanto, vamos entrar na cidade e reunir informações."
"Sim.", Celia assentiu com uma expressão rígida. Assim, os dois partiram para a cidade.
◇ ◇ ◇
No momento, Rio e Celia estavam na praça do bairro residencial fora das paredes externas de Cleia. Eles vestiam túnicas simples e escondiam o rosto sob o capuz enquanto caminhavam.
"Não está muito animado, huh..."
"Há muitas pessoas que parecem não ter casa para morar... Os desempregados e os migrantes. E mesmo que estejamos fora dos muros, há muitos soldados em patrulha."
Uma vez que as áreas fora das muralhas da cidade eram em grande parte isentas de impostos, em qualquer cidade elas eram normalmente cheias de barracas e cheias de atividade. No entanto, pelo que Rio e Celia podiam ver, havia poucas barracas e ainda menos compradores vagando. Famílias e grupos de pessoas que perderam suas casas estavam sentados nas bordas da praça.
À primeira vista, havia mais moradores de rua do que o esperado.
"E os soldados patrulhando não são deste território. Eles estão todos vestindo o uniforme do exército do reino. O que está acontecendo...?"
Parecia que a atmosfera atual de Cleia era muito diferente daquela com a qual Celia estava familiarizada. Ela tinha uma expressão mal-humorada, abalada pela mudança no ar de sua cidade natal.
Em primeiro lugar, era estranho para o exército do reino estar estacionado nas terras de um senhor local. Com exceção do tempo de guerra, a defesa de cada cidade era inteiramente da responsabilidade de seu senhor. Normalmente, seria impossível para o exército do reino intervir.
"Tempo de guerra... que não estamos agora. O que significa que o exército está aqui para algum tipo de investigação, ou como precaução para alguma coisa...", Rio disse, oferecendo algumas possibilidades.
"Oi, o homem e a mulher ali. Removam seus capuzes.", um soldado solitário se aproximou deles com uma ordem.
"Eh? E-Eu...?", Celia estremeceu de surpresa, mas Rio removeu seu próprio capuz.
".... Está tudo bem. Remova-o, por favor."
"Bem..."
Celia tirou o capuz nervosamente. Seu cabelo loiro alterado com o artefato refletiu nos olhos do soldado.
"... Tch. Vão.", o soldado só parecia estar prestando atenção para a cor do cabelo, enquanto ele estalava a língua e partia.
Parece que eles estão procurando por alguém, Rio presumiu a partir da troca agora.
Uma possibilidade seria a filha do senhor da cidade, a Sensei. Mas, já se passou muito tempo desde que a Sensei desapareceu. Eles não foram tão estritos da última vez que estivemos aqui, então eu duvido que eles realizariam uma investigação em tão grande escala neste momento...
O que tornava muito provável que estivessem procurando outra pessoa.
"Podemos ser questionados novamente se colocarmos nossos capuzes de volta. Duvido que seríamos suspeitos sem motivo, mas pode ser melhor seguir em frente com nossos rostos revelados por agora. Vamos deixar nossos capuzes daqui em diante? Sensei pode encontrar alguém que conhece, então tente ficar longe do distrito nobre. Eu irei em seu lugar.", Rio sugeriu.
Ele estava preocupado que a aparência acima da média de Celia chamasse a atenção de estranhos, mas parecia melhor do que ser questionada por soldados em todos os lugares. O distrito nobre estava localizado bem dentro das muralhas da cidade, então havia uma baixa chance de encontrar um conhecido, e o cabelo de Celia estava atualmente alterado com um artefato mágico para que ninguém a reconhecesse de relance. Os riscos estavam em um nível aceitável.
"Tudo bem."
"Não parece que os arredores estão indo bem agora, então vamos entrar nas muralhas."
".... Sim."
E assim, os dois entraram nas muralhas da cidade.
◇ ◇ ◇
Rio entrou nas muralhas da cidade e acompanhou Celia a um café aconchegante antes de se aventurar mais perto da propriedade do senhor. Ele olhou em volta para o estado das coisas por trinta minutos ou mais antes de retornar imediatamente para Celia.
"A segurança em torno da propriedade parece bastante rígida. Como esperado, também foi cercada por soldados. O que deveríamos fazer? Devemos entrar sorrateiramente esta noite como planejado?"
".... Se for possível entrar sorrateiramente, é isso que eu quero fazer. Mas não há necessidade de nos esforçarmos se houver um alto risco de sermos descobertos.", Celia disse com relutância. Com base no que ela tinha visto da cidade até agora, definitivamente havia algo acontecendo que a incomodava.
"É possível. Se usarmos a mesma passagem subterrânea secreta da última vez, devemos ser capazes de nos misturar com a escuridão da noite. E, na chance de sermos vistos, eles ainda não estão cientes de nossa presença aqui, e existem inúmeras rotas de fuga à noite. O risco pode ser um pouco alto, mas acredito que vale a pena entrar furtivamente.", disse Rio, a favor da infiltração para impedir que Celia mostrasse reserva.
"Obrigada. Então, por favor, Haruto.", Celia mostrou um sorriso dolorido e baixou a cabeça.
◇ ◇ ◇
Logo depois, Rio e Celia voltaram para a casa de rocha para buscar Aishia antes de voltarem para a Cleia mais uma vez. Miharu e o grupo de Sara iriam continuar vigiando a casa. Rio, Aishia e Celia se registraram em um quarto em uma pousada e esperaram até altas horas da noite antes de finalmente começarem sua tentativa de invadir a propriedade do conde Claire.
Fogueiras queimavam ao redor da mansão, que ficava no topo de uma pequena colina. Soldados patrulhavam o perímetro em cada curva, tornando impossível para um intruso típico chegar até mesmo no jardim.
No entanto, para Rio, que poderia voar pelo ar usando artes espirituais, misturar-se à escuridão dos céus que os guardas não estavam vigiando não era tão difícil. Ele conhecia o caminho desde a última vez em que vieram entregar a carta de Celia depois de fugir de seu casamento, então eles chegaram à passagem subterrânea sem nenhum problema.
Depois de mexer no chão perto da fonte e agarrar a maçaneta oculta que apareceu, Rio puxou a porta de uma única vez. A escada que descia para a passagem estava diante deles.
"Vamos entrar."
"Sim."
Os dois desceram as escadas. Enquanto Rio estava devolvendo a abertura a como era antes, Celia ativou os artefatos mágicos atuando como lâmpadas ao longo da parede.
Assim que a passagem subterrânea foi iluminada, eles seguiram em frente. Depois de um tempo, eles saíram para um espaço aberto embaixo da mansão. Diante deles havia uma escada que subia, enquanto à esquerda e à direita havia várias portas. Rio e Celia pararam diante delas.
"Vamos pedir a Aishia para verificar o estado da mansão em sua forma espiritual. Existe algum artefato de detecção de essência configurado em sua casa?"
"Existem, mas provavelmente estão desligados. Fazemos muitas pesquisas sobre magia usando essência mágica como fonte de energia, então eles seriam constantemente ativados se os mantivéssemos ligados."
"Entendo."
Parecia que a família era igual a Celia. Nesse caso, Aishia poderia apenas se adaptar à situação conforme ela avançava. Mas, assim que Rio terminou de pensar, uma porta na sala subterrânea de repente se abriu. Rio imediatamente se moveu diante de Celia para protegê-la, colocando o capuz de seu sobretudo preto que ele normalmente não usava.
A pessoa que apareceu na porta era uma linda garota. Seu cabelo roxo claro era longo e reto, suas pupilas eram de um violeta profundo e seus traços faciais exibiam uma elegância refinada que era claramente de uma qualidade diferente da beleza simplista que as garotas comuns produziam. Ela parecia ter a mesma idade do Rio.
Princesa Christina?!
Era a primeira princesa do Reino de Bertram, Christina. Ele tinha acabado de encontrá-la no banquete outro dia, então não havia dúvida. Ela estava usando lindas roupas nobres desenhadas em torno de uma base roxa, por baixo de um poncho branco puro. Assim que ela avistou o Rio encapuzado no corredor, ela empalideceu.
"—, Vanessa!", ela gritou alto, e outra mulher apareceu no meio da porta. Ela parecia ter vinte e poucos anos; ela estava vestindo um uniforme de cavaleiro e tinha uma espada embainhada na cintura.
Seu nome era Vanessa Emal, e ela era a cavaleira que uma vez trouxe o órfão Rio das favelas para o castelo na ponta da espada. Assim que Rio entrou no campo de visão de Vanessa, um olhar penetrante apareceu no rosto dela.
"Quem é você?", ela gritou, assumindo uma postura de batalha.
—, o que faremos?
Eles deveriam se revelar ou deveriam fugir por enquanto? Foi difícil tomar uma decisão na hora. Em contraste, Vanessa não demonstrou nenhuma hesitação ao atacar o Rio.
Ela não parecia ter a intenção de matar, já que não sacou sua arma, mas uma luz perigosa brilhou em seus olhos.
Não há tempo para pensar.
Rio avançou para contra-atacar imediatamente, e os dois fizeram contato. Vanessa agarrou-se a Rio na tentativa de suprimi-lo.
No entanto, ele desviou o braço dela levemente. Rio procedeu a agarrar aquele braço e imobilizar seus movimentos.
"—!", Vanessa o afastou do braço com pressa, empurrando a outra mão no abdômen de Rio. Mas Rio deu um soco para tirar o punho de Vanessa do curso, mudando sua trajetória.
"Volte para o corredor, por favor!"
"Vanessa, mova-se!"
Rio e Christina gritaram ao mesmo tempo, suas vozes ecoaram na sala. Vanessa foi a primeira a reagir, saltando para o lado enquanto Christina erguia a mão direita e ativava uma magia.
"Photon Bullet!"
Um pequeno círculo flutuou acima de sua palma e três balas de luz voaram em sucessão.
As balas de alta velocidade de energia mágica vieram voando em direção ao Rio. Mesmo para um humano normal, havia uma baixa chance de morte com o impacto, mas cada bala tinha força suficiente para quebrar um osso se o contato fosse feito no lugar certo. Rio usou suas artes espirituais para aprimorar seu corpo físico e habilidades. Ele enfocou mais essência mágica em suas mãos para fortalecê-las. As balas que Christina lançou eram todas visíveis para ele. Seu braço, ombro, corpo — estava claro que elas foram disparadas com o objetivo de selar os movimentos de Rio.
Seria fácil evitá-las, mas isso significaria que Celia, que estava atrás dele, seria atingida em seu lugar. Rio seguiu o caminho das balas e moveu suas mãos.
"Quê—......"
As balas de fótons que Christina disparou se espalharam e se dispersaram com o som de um impacto. Foi uma façanha inumana — até mesmo Celia ficou chocada com o que aconteceu.
Enquanto isso, Christina teve uma forte sensação de déjà-vu com a façanha. O garoto que ela tinha visto fazer a mesma coisa no banquete há apenas duas semanas estava aqui, ela percebeu, e foi por isso que ela se retirou.
Porém, Vanessa repentinamente começou a correr e se aproximou de Rio mais uma vez. Rio não perdeu nenhum de seus movimentos— na verdade, ele estava um passo à frente já que contornou Vanessa em um momento e a conteve prendendo seus braços atrás dela.
Rio então girou Vanessa para enfrentar Christina como um escudo.
"Christina-sama! Me esqueça e acerte este homem!", Vanessa gritou para Christina em pânico. Ela provavelmente escolheria a morte em vez de ser mantida como refém. Essa era a mentalidade mais admirável de uma cavaleira, mas—
".... Por favor espere um momento. Eu só me movi em legítima defesa, não tenho intenção de machucar nenhuma de vocês.", Rio hesitou por um momento antes de falar com Christina, e olhou de volta para Celia em busca de uma confirmação.
Está tudo bem? Ele estava perguntando.
A princesa de seu reino escondida nos aposentos subterrâneos da casa de sua família não era um assunto que pudesse ser ignorado. Além do exército procurando alguém em frenesi lá fora, estava claro que algo problemático estava acontecendo. Essa foi a conclusão a que ele chegou.
Celia já sabia que a outra pessoa era Christina e assentiu para Rio.
"Por favor, se aproxime.", Rio encorajou Celia.
Clique. Uma das portas que haviam estado fechadas até agora se abriu de repente, revelando dois garotos no meio da adolescência. Para a surpresa de Rio, suas características raciais eram muito semelhantes às dos japoneses.
"... O-O que foi? O que está acontecendo...?"
Os garotos de olhos sonolentos ainda não haviam percebido totalmente o que estava acontecendo e pareciam perplexos. Os olhos de Rio se arregalaram ao vê-los.
"Vocês não saiam. A conversa só ficaria mais complicada.", Christina repreendeu os garotos.
"Ah, sim..."
Os garotos voltaram para a sala, mas deixaram a porta aberta para ver o que estava acontecendo de dentro. Então, Celia passou adiante do Rio.
"Christina-sama.", Celia se ajoelhou diante dela respeitosamente.
"....... Quem é?", Christina perguntou confusa.
"Sou a Celia Claire. Faz tempo que não nos vemos.", Celia tirou o capuz e abaixou a cabeça em outra demonstração de respeito.
"Celia-sensei...? E essa cor de cabelo...? Ou melhor, pensei que você estava desaparecida?", quando Celia se revelou e expressou seu respeito, a hostilidade caiu completamente da expressão de Christina e foi substituída por uma extrema confusão.
"Depois que rompi o acordo de casamento com Charles Albor, me escondi da sociedade. Esperei que tudo esfriasse antes de me esgueirar aqui pela passagem subterrânea para me encontrar com o meu pai de novo, mas...", Celia explicou, dando uma versão vaga da verdade.
"Peço desculpas por minhas ações. Por favor, perdoe minha indelicadeza.", nesse momento, Rio soltou Vanessa.
"N-Não, fui eu quem atacou primeiro. Umm, agora não estamos, realmente em posição de sermos descobertos por ninguém. Desculpa.", apesar de sua confusão, Vanessa retornou o pedido de desculpas de Rio. Nesse tempo, Celia tinha se levantado.
"Então foi por vontade da Celia-sensei que a cerimônia de casamento foi suspensa?", Christina perguntou em choque.
"Sim. Umm...", Celia assentiu com firmeza para enfatizar que havia deixado o casamento por vontade própria, mas ficou sem palavras quando se tratou de explicar os acontecimentos que a levaram a isso.
"Se posso ser tão presunçoso para falar, fui eu quem a ajudou. Há quanto tempo, Vossa Alteza.", Rio removeu seu capuz. Ele determinou com certeza a partir da situação deles que ela estava atualmente em oposição à facção do duque Albor que controlava o Reino de Bertram.
"Como pensei, você é o Amakawa-kyō…. No entanto por que você está com a Celia-sensei...?", Christina havia antecipado que Rio era o Haruto Amakawa depois de ver a maneira como ele desviou suas balas de fóton. Mas ela não conseguia se livrar de sua confusão, incapaz de entender a conexão entre ele e Celia.
".... Com todo o devido respeito, estaria disposta a trocar informações? Eu pedi ao Haruto para me trazer aqui a fim de descobrir exatamente o que está acontecendo no território Claire bem agora.", Celia disse, dando uma explicação simples sobre como ela chegou lá.
"Eu entendo. Depois de participar do banquete em que o Amakawa-kyō também estava presente, voltei ao Reino de Bertram. Então, eu fugi do castelo. Infelizmente, meus perseguidores me alcançaram, me impedindo de ir mais longe. O único aliado confiável que eu tinha era o conde Claire, e sei que devo estar lhe causando muitos problemas, mas...", Christina franziu o cenho, frustrada. O pai de Celia, o conde Claire, era um nobre leal do reino— em outras palavras, a facção do duque Fontaine. Eles eram a terceira facção além do duque Albor e do duque Euguno, embora tivessem menos poder.
"Entendo... Quando se trata da questão da nossa princesa, ficaremos felizes em ajudar.", Celia balançou a cabeça. Embora fosse difícil processar a situação com uma explicação tão breve, eles estavam no mesmo barco.
"Do fundo do meu coração, sou grata por sua lealdade à coroa...", Christina disse respeitosamente. ".... A propósito, como Celia-sensei ficou com essa cor de cabelo? Lembro que o cabelo da Sensei era de uma linda cor branca antes."
"Ah, e~tto. Isso é.…", Celia murmurou desajeitadamente. Artefatos que alteravam a cor do cabelo geralmente não existiam na região de Strahl. Mesmo uma maga gênia como ela nunca tinha visto tal coisa até que Rio entregou a ela.
Embora houvesse muitas fórmulas mágicas em circulação na região de Strahl, nem todas foram reveladas ao público. Algumas foram mantidas escondidas e administradas a portas fechadas. A magia que usava essas fórmulas mágicas era conhecida como artes secretas e não vazava facilmente para o mundo exterior. Ao longo da história milenar da região de Strahl, houve até guerras entre reinos por causa dessas artes secretas.
A este respeito, o artefato usado para alterar a cor do cabelo de Celia tinha o mesmo valor que uma arte secreta, razão pela qual ela hesitou em revelar sua existência — até mesmo para sua própria princesa.
"Está alterado por um artefato mágico, Vossa Alteza.", Rio respondeu em nome de Celia, cuja lealdade a deixou em conflito.
"Então, esses artefatos existem...", os olhos de Christina brilharam de curiosidade, mas ela não tocou mais no assunto. "Perdão. Em vez de ficar parados assim, por que não mudamos para um local diferente para discutir as coisas? Há uma sala de jantar ali."
"S-Sim.", Celia observou o rosto de Rio enquanto assentia.
"Se seria impróprio da minha parte ouvir os assuntos internos de seu reino, posso me retirar...", Rio expressou suas preocupações, incapaz de concordar logo de cara.
"Não, isso não será um problema. Pelo contrário, eu prefiro tê-lo presente. Não adianta esconder, então vou lhe dizer uma coisa agora: no momento, não tenho nenhum poder. Ou seja, não consigo fazer nada sem depender das pessoas ao meu redor. É por isso que gostaria de pedir a ajuda de um cavaleiro honorário, se possível. Estou ciente de como posso parecer atrevida, mas você poderia pelo menos ouvir a minha história?", Christina perguntou, corajosamente anunciando a situação em que se encontrava enquanto inclinava a cabeça profundamente em direção ao Rio. Normalmente, seria impensável para a realeza baixar a cabeça para a nobreza, muito menos a nobreza de um reino estrangeiro. Foi por isso que essa ação mostrou o quão desesperada Christina estava atualmente.
".... Eu entendo. Nesse caso, vou me sentar com vocês.", Rio concordou.
"Obrigada. Nesse caso, vamos imediatamente.... Oh, esqueci da Vanessa. Vanessa, apresente-se ao Amakawa-kyō primeiro.", Christina estava para se dirigir à sala de jantar imediatamente quando se deu conta de que Rio ainda não conhecia Vanessa.
"Sim. Meu nome é Vanessa Emal. Eu sinceramente peço desculpas por minhas ações anteriores. Acompanhei a Christina-sama ao banquete, por isso testemunhei seus feitos em primeira mão. Se possível, espero que possa emprestar esse poder para a minha princesa.", Vanessa baixou a cabeça profundamente para Rio.
"Não posso prometer nada agora, mas pretendo ouvir suas palavras. Se bem me lembro, você foi a responsável por Sua Alteza Real Christina na festa do chá. Isso está certo?"
"Estou honrada que você se lembre."
"Eu não percebi que você era um rosto familiar enquanto estávamos lutando. Deixando isso de lado, se você é uma Emal, isso a torna uma parente da Espada do Rei, Alfred-kyō?"
A Espada do Rei era o título dado ao espadachim mais forte do Reino de Bertram.
".... Você está ciente do meu irmão?"
"Embora eu não o tenha conhecido formalmente, quando estava ajudando a Celia...... Desculpe. Quando eu estava ajudando Celia-sama a escapar da sua cerimônia de casamento, cruzei espadas com o Alfred-kyō, que era um dos perseguidores.", Rio explicou sua conexão inesperada com um sorriso irônico.
"C-Certamente, meu irmão mencionou tal coisa... Já que você removeu a Celia-kun da cerimônia com sucesso, isso significa que você conseguiu escapar depois de cruzar espadas com meu irmão?", Vanessa olhou para Rio com espanto em seus olhos.
"Sim, bem..."
"E-Entendo... Você deve ter habilidades realmente impressionantes."
"De forma alguma. Devemos nos realocar agora?", Rio disse.
"Por favor, venham por aqui.", Vanessa conduziu os quatro em direção à porta da sala de jantar. Mas, antes que eles alcançassem, um garoto os chamou.
"Umm... O que devemos fazer...?", um dos dois garotos de aparência japonesa que havia sido completamente ignorado na luta anterior ergueu a mão nervosamente.
"Christina-sama, quem são eles?", Celia perguntou, olhando para os dois garotos.
"Eles são... Pessoas que vieram a este mundo depois de serem arrebatadas pela invocação do Herói. Mas como eles chegaram a este lugar é uma história um pouco mais longa...", Christina pressionou a mão contra a cabeça e pareceu perturbada.
"Entendo. Então eles são amigos do Rui-sama.", Rio supôs imediatamente.
"V-Você conhece o Rui?", o outro garoto perguntou. Suas palavras não estavam em japonês, mas na língua deste mundo.
"Sim. Nos conhecemos no banquete outra noite..."
"Entendo...", uma sombra tênue apareceu no rosto do garoto.
"Algum problema com ele?"
"N-Não, nada. Desculpa...", embora ele negasse a pergunta, estava claro que algo estava acontecendo.
"Que tal vocês dois se apresentarem também?", Christina perguntou.
"Ah, sim! E~tto...", o garoto com algum tipo de ligação com Rui assentiu nervosamente, mas parecia não saber como se apresentar.
"Eu sou Saiki Rei. Ah, isso seria Rei Saiki neste mundo. Eu sou um senpai desse cara e do Rui, mas não sou alguém tão importante que você precise se lembrar. De qualquer forma, é um prazer conhecê-lo.", disse o outro garoto. As palavras que ele usou também não eram japonesas, mas a língua comum de Strahl.
"Não, eu vou me lembrar de você. Eu sou Haruto Amakawa. É um prazer conhecê-lo.", foi uma introdução divertida, Rio pensou enquanto retribuía o favor com uma risada.
"Haruto Amakawa...?", ouvir esse nome fez Rei encarar o rosto de Rio. Ele provavelmente pensou que o nome soava estranhamente japonês.
"E~tto, eu sou a filha do conde dono desta mansão, Celia Claire. É um prazer conhecê-lo, Rei-kun.", Celia, que estava familiarizada com a vida passada de Rio, poderia adivinhar o motivo das suspeitas de Rei. Ela o cumprimentou para enfatizar sua presença.
"Ah, s-sim.", Rei balançou a cabeça para ela.
"E, você aí?", Celia perguntou ao mais tímido dos dois garotos.
"E-Eu sou Kouta. Kouta Murakumo. Prazer em conhecê-los.", Kouta curvou a cabeça nervosamente e observou os rostos de Rio e Celia. Ele também usou a língua comum de Strahl em vez do japonês.
Já que conhecem o Rui-san, esses dois são definitivamente japoneses. Estou um pouco curioso para saber como eles aprenderam a língua deste mundo, no entanto... Rio estava interessado neles, mas agora não era o momento para fazer essas perguntas.
"Igualmente."
"Prazer em conhecê-lo.", Rio e Celia responderam ao mesmo tempo.
"Não vamos retê-lo por mais tempo, então. Vamos conversar novamente na próxima vez.", Rei instou Rio e os outros a voltarem aos seus negócios.
"Então, vocês dois esperem aí. Se precisarem de alguma coisa, estaremos na sala de jantar. Vamos indo?"
Christina deixou instruções para Rei e Kouta antes de encorajar Rio, Celia e Vanessa a se moverem. Assim, os quatro deixaram os dois japoneses para trás e se sentaram ao redor da mesa de jantar.
"Sensei disse que queria encontrar seu pai — o Conde Claire irá descer para este porão mais tarde, antes do amanhecer. O grupo de busca está permanecendo dentro da mansão, por isso é difícil para ele se mover.", Christina foi a primeira a abrir a boca, fornecendo a informação que Celia procurava.
"Então é assim... Eu estava preocupada que ele estivesse na capital e nós tivéssemos vindo aqui para nada, então é bom ouvir isso. Nesse caso, parece que seria melhor esperar aqui até que meu pai chegue."
"Sim. Ainda deve haver algum tempo até então, então espero que possamos discutir várias coisas enquanto isso."
"Então, com o que devemos começar?"
"É mesmo. A primeira coisa que estou curiosa é como vocês dois fugiram do castelo. Não importa como eu olhasse para aquilo, parecia que a Sensei estava sendo raptada daquela cerimônia de casamento..."
"Eu não fui raptada. Como eu disse antes, eu pedi ao Haruto para me retirar por minha própria vontade.", enfatizou Celia.
"Posso perguntar o motivo?"
".... Por mais embaraçoso que seja admitir, eu queria fugir dos meus deveres como uma nobre."
"Esse dever de que fala é o casamento político com Charles Albor, certo?", Christina perguntou.
"Sim. Uma mulher nobre nem sempre será capaz de se casar com a pessoa que deseja. Eu entendo que este é o dever de todas as mulheres da nobreza, mas eu simplesmente não podia aceitar meu casamento político com ele.", Celia afirmou claramente, com uma expressão sombria no rosto.
"Bem, isso é natural. Eu acredito que você tomou a decisão certa.", Christina apoiou a escolha de Celia facilmente.
".... Essa foi a decisão certa?", os olhos de Celia se arregalaram de surpresa e ela perguntou hesitantemente.
"Certamente, aquelas em nossas posições são incapazes de escolher livremente nossos cônjuges. No entanto, isso ocorre porque devemos nos casar pelo bem das nossas famílias ou por nossos reinos. Se um casamento político não traz esses benefícios— ou melhor, traria mais mal do que bem — então não vale a pena aderir a esses acordos.", Christina disse com um sorriso.
Ao ouvir Christina chegar a chamar o casamento de "mal", Celia piscou surpresa.
"... A princesa está dizendo que meu casamento político com ele seria considerado um mal para o reino?", ela perguntou.
"Ao invés disso, a existência daquele homem e do duque Albor é o que é mau para o reino. Sensei também deve pensar assim, não foi por isso que fugiu do casamento?"
".... Eu senti que estava errada. Eles alcançaram resultados desejáveis, mas os métodos da família do duque Albor eram muito opressores."
"Mas você não confiava na sua decisão?"
"Não cabia a mim decidir se ela estava certa ou errada.", Celia sorriu fracamente.
"Então, você se arrependeu? Do Amakawa-kyō a ter levado embora."
".... Não, eu não me arrependo disso.", ela fez uma pausa antes de balançar a cabeça com firmeza.
"Então, não está bem?", Christina disse com um sorriso. "Claro, existem alguns nobres que desaprovariam a decisão e ações da Celia-sensei. No entanto, você pensou que os métodos do duque Albor estavam errados. Você acreditou que era certo deixar o castelo. Você se apegou a essa sua crença e não se arrepende. Se foi certo ou errado, não importa, porque quem vai determinar isso virá no futuro— será determinado por nós, as pessoas que vivem neste reino... E eu não sei de mais ninguém, mas eu pessoalmente apoio a decisão da Sensei."
"Fico muito feliz por ouvi-la dizer isso, mas...", Celia sorriu, sem saber como reagir.
"Não é mais importante a Celia-sensei pensar sobre o que quer fazer a partir daqui? O fato de ter retornado a esta mansão significa que você não abandonou seu status de nobre do nosso reino completamente, certo?"
"Isso é... Eu não sei se tenho o direito depois de fugir...", Celia parecia ansiosa com a pergunta de Christina.
"Ara, se é uma questão de estar fugindo, então sou igual a você. Mas só porque eu deixei o castelo não significa que estou abandonando minha posição como realeza. O que importa é o que eu faço daqui em diante como um membro da realeza, e quais resultados eu deixo para trás. Acredito que tudo depende disso."
".... Você é forte.", os olhos de Celia se arregalaram com a determinação de Christina.
Celia estava pensando em algo semelhante, mas ela não tinha confiança e se perguntava se ela tinha permissão para fazer isso ou não. Em contraste com ela, Christina mostrou grande confiança e resolução. Não havia dúvida de que Christina também estava preocupada com isso. Não tinha como uma princesa ter deixado o castelo sem qualquer preocupação — isso era um sinal de total indiferença ou ignorância, e Celia sabia que Christina não era nenhuma das duas.
Então, por que diabos Christina deixaria o castelo?
"Posso fazer uma pergunta também?"
"Sim, não tem problema.", Christina respondeu sem vacilar.
"Por que Christina-sama percorreu tais perigosas distâncias para deixar o castelo?", Celia perguntou.
"Fiz isso porque meu pai me confiou o futuro do reino. Saí para agarrar esse futuro. Se eu ficasse na capital assim, no mínimo, não haveria futuro para mim. É por isso que decidi deixar o reino, mesmo que fosse perigoso."
"Agarrar o futuro do reino... O que a princesa estava tentando fazer?", Celia perguntou com espanto, sentindo a força da determinação de Christina.
"Meu primeiro objetivo era ir para Rodania e unir forças com a Restoration. Depois disso, esperaria cuidadosamente pelo momento certo para agir contra o governo do Reino de Bertram sendo controlado pela casa Albor e arrancaria pela raiz sua legitimidade e influência, promovendo a Restoration como o poder legítimo e revertendo o equilíbrio de poder."
O tom de Christina era verdadeiramente digno. Mas mesmo se a Restoration tivesse a segunda princesa Flora e o Herói Hiroaki, com o atual rei Phillip III e o Herói Rui do lado do governo do Reino de Bertram, não havia como a Restoration superar sua legitimidade. O lado do reino ficaria abalado se a primeira princesa Christina se juntasse à Restoration, mas ainda não seria o suficiente para derrubá-los.
".... Consegue fazer uma coisa dessas? Como...?", Celia perguntou, incrédula.
"Não posso te dizer no momento, mas poderei te contar assim que chegar a Rodania. É por isso que devo deixar este porão por todos os meios necessários e seguir para Rodania.", uma luz inabalável habitava nos olhos de Christina.
"Posso fazer uma pergunta também?", foi nesse momento que o Rio pediu permissão para entrar na conversa.
"Sim.", Christina concordou.
"Com todo o respeito, parece que a casa dos Albor já assumiu o poder sobre o reino de todas as formas substanciais. Estou curioso para saber o que mais eles desejam além disso. Se não tiver objeções, gostaria de ouvir mais sobre isso.", Rio perguntou, sondando os objetivos do duque Albor.
"Isso mesmo. Se o duque Euguno é uma pessoa racional e ambiciosa, então o duque Albor é uma pessoa insaciável e ambiciosa. O duque Albor é o tipo de pessoa que quer ter tudo, tanto o nome quanto a fruta, enquanto o duque Euguno não quer saber o nome se pegar uma determinada fruta. Você consegue descobrir o que estou dizendo com isso?", Christina olhou para Rio atentamente.
"... Duque Albor quer a coroa...", Rio respondeu depois de uma leve pausa.
"Exatamente.", Christina assentiu.
"Isso significa que os atuais sucessores reais à coroa são um obstáculo aos olhos do duque Albor.", isso significava que a existência da Restoration que estava apoiando a segunda princesa Flora era provavelmente um espinho no lado do duque Albor.
"Sim. Se eu permanecesse na capital assim, acredito que teria sido eliminada mais cedo ou mais tarde.", Christina disse de uma maneira calma e gentil.
"C-Como ele pôde! Tal ato injusto de brutalidade jamais seria aceito...!", Celia gritou em choque.
A coroa do Reino de Bertram era sucedida pelo sangue — isso era absoluto. O seguinte rei era decidido na ordem daqueles com direitos mais elevados à sucessão, e a condição absoluta de sucessão era ser um descendente direto do rei. Era impossível para alguém com menos direitos de sucessão herdar o trono quando alguém com direitos mais elevados estava presente.
Os filhos atuais nascidos entre o rei Phillip III e sua primeira esposa a rainha Beatrice eram Christina e Flora, que possuíam os títulos de primeira princesa e segunda princesa em sucessão, respectivamente. Abaixo delas estavam os filhos nascidos das concubinas.
A filha mais nova do duque Albor era uma daquelas concubinas que se casou com o rei Phillip III, mas o direito de sucessão para sua filha, Loris, era bastante baixo.
"Mas ele pode fazer isso. A legitimidade pode ser proporcionada pelo Herói, Rui. Um Herói é um discípulo dos Seis Deuses Sábios, os próprios seres que sustentam o poder e a legitimidade do trono. Não seria impossível para ele derrubar a sucessão do trono para entregar a sua própria neta a próxima coroa. É por isso que a casa Albor tem fortalecido sua influência interna com tanta avidez. A fim de esmagar aqueles que podem se opor a essa legitimidade."
"—...", Celia engoliu em seco involuntariamente.
"Mas, infelizmente para aquele, o Herói Rui foi invocado ao lado da sua namorada. Ele tentou fazer sua neta Loris se aproximar dele para ser sua esposa, mas seus esforços foram em vão. Além disso, o sequestro da Celia-sensei maculou sua presença perante o público em geral, então sua influência diminuiu um pouco. Graças a isso, consegui me mover um pouco mais do que antes e decidi fugir. Devo a Celia-sensei e ao Amakawa-kyō minha gratidão a esse respeito.", Christina disse, sorrindo. Então, ela olhou para Rio.
"Deixando isso de lado, Amakawa-kyō. Posso te fazer algumas perguntas?"
"Sim. Eu responderei tudo o que puder.", Rio concordou com um leve encolher de ombros.
"Agradeço por isso. Então, posso perguntar sobre a relação entre você e a Celia-sensei?"
"Celia-sama é minha benfeitora... suponho.", havia muitas maneiras de expressar seu relacionamento com Celia, mas esta provavelmente era a mais conveniente de usar no momento.
"Sua benfeitora...? A propósito, como vocês dois entraram sorrateiramente aqui? A segurança externa deve ser bastante rígida...", Christina perguntou, estreitando os olhos.
"Fizemos exatamente isso. Entramos aqui nos esgueirando normalmente.", Rio respondeu facilmente.
"É possível fazer tal coisa...?", Christina achou isso inacreditável e olhou para Rio como se dissesse exatamente isso.
"Sim. Se for apenas com a Celia-sama. Certamente poderíamos sair daqui também."
"Você faz com que pareça fácil, quando não podemos nem mesmo sair se quisermos.", disse Christina com um sorriso seco.
"Umm, se os grupos de busca estão focados em torno de Cleia, isso significa que a localização da princesa e os outros foi praticamente revelada?", Celia perguntou.
"Provavelmente. Parece que o conde Claire está sendo suspeito de traição por ajudar em nossa fuga do castelo.", Christina assentiu com o cenho franzido.
"Quem iniciou a fuga da princesa foi o meu pai?"
"Meu pai, o rei, fez o pedido ao conde Claire para nos guiar. Sair da capital e chegar aqui foi bem tranquilo, mas nossos perseguidores foram enviados para cá devido à suspeita sobre o conde Claire. Foi quando nos tornamos incapazes de ir mais longe e estivemos escondidos neste porão por vários dias.", disse Christina, explicando os eventos que haviam ocorrido até agora.
".... Isso faz sentido, considerando a situação atual. Isso significa que este porão subterrâneo também não é exatamente seguro.", uma expressão sombria apareceu no rosto de Celia.
"Sim. O conde está fazendo o possível para fingir ignorância, mas parece que ele é bastante suspeito e não demorará muito até que eles fiquem sem paciência e conduzam sua busca à força por aqui. É por isso que estávamos planejando uma tentativa de fuga do tipo tudo ou nada..."
"Foi quando nós aparecemos."
"Exatamente.", Christina assentiu, observando Rio. Então, ela baixou a cabeça profundamente. "Amakawa-kyō. Estou ciente de que este é um pedido muito atrevido e imprudente, mas poderia me emprestar seu poder para escapar dessa situação? Se eu conseguir superar essa situação desesperadora, juro dar a você a maior recompensa ao meu alcance..."
"... O que está pedindo, especificamente?"
"Para ajudar na nossa fuga desta mansão e nos escoltar de Cleia até Rodania."
"Seu meio de transporte é por terra— em outras palavras, a pé, correto? E os sujeitos que quer que eu acompanhe serão Vossa Alteza, Vanessa-san e Rei-san e Kouta-san que estão na outra sala.", disse Rio, confirmando as condições sem prometer nada.
"Sim."
"Mesmo se pegássemos o caminho mais curto, levaria duas semanas para alcançar os limites da influência da Restoration. O duque Albor já poderia ter previsto que o destino de Vossa Alteza é a Restoration, tornando necessário fazer desvios em torno de cada estrada e posto de controle por aí. Vossa Alteza tem cabelo roxo claro que se destaca, e os dois garotos no outro quarto têm cabelo preto e características únicas também. Deve haver um grupo de busca em cada cidade procurando por isso, então se mover em tal número seria bastante difícil..."
Na verdade, a maioria das pessoas poderia ser presa apenas tentando escapar desta mansão. Era por isso que Christina estava escondida no porão, sem saída, afinal.
"........ Sim.", Christina assentiu com o cenho franzido.
"Eu entendo. Se aceitar todas as condições que eu apresentar sob contrato, então aceitarei seu pedido.", Rio disse finalmente, com uma mão pressionada contra a boca enquanto pensava.
".... Mesmo?", os olhos de Christina se encheram de esperança.
"Sim. Mesmo se eu recusasse, Celia-sama teria acabado aceitando, de qualquer maneira. Afinal, ela não é o tipo de pessoa que abandona a princesa de seu reino em tal situação.", Rio riu, olhando para Celia.
"Ah, e~tto...", Celia, que se manteve em silêncio até agora, fez uma cara desconfortável por ter seus sentimentos totalmente vistos.
".... Entendo. A propósito, Amakawa-kyō, quais são as suas condições?", Christina sorriu fracamente enquanto perguntava sobre as condições de Rio.
"Deixando os pequenos detalhes de lado, eu só tenho um pedido principal: seu total apoio a Celia-sama se ela decidir retornar ao reino como uma nobre. Ela obviamente não deve enfrentar nenhuma repercussão por escapar da cerimônia de casamento, e a princesa Christina deve tomar todas as providências necessárias se algum problema surgir em seu caminho.", disse Rio, confiando à primeira princesa Christina para pôr a mesa para o retorno da Celia à nobreza.
"Para alguém tão grande como a Celia-sensei, eu teria felizmente feito isso mesmo sem ser solicitada...", Christina piscou como se perguntasse se isso era o suficiente.
"E-Espera, o que você está dizendo?!", Celia perguntou a Rio em choque.
"Se você voltará como uma nobre ou não é escolha sua, mas não faz mal garantir melhores condições para suas opções, não é mesmo?", Rio sorriu travessamente.
"—..., haa~, mō~..., obrigada.", Celia lutou para encontrar suas palavras. Ela abaixou o rosto e agradeceu timidamente. Só então, o barulho de algo se movendo pode ser ouvido do lado de fora da sala de jantar. Foi seguido pelo som de uma campainha tocando duas vezes.
"Parece que o conde Claire desceu as escadas.", Vanessa imediatamente se moveu para abrir a porta da sala de jantar.
"Oh, então você estava na sala de jantar. Sua Alteza Real Christina também está aqui. Perfeito. Eu não tenho muito tempo, então vou dar meu relatório rapidamente. Hmm? Quem são aqueles ali...?"
A voz de um homem elegante de meia-idade veio do outro lado da porta. O conde Claire avistou Vanessa dentro da sala e rapidamente entrou, parando repentinamente quando avistou Rio e Celia sentados em frente a Christina.
"Ahaha. Há quanto tempo não nos vemos, Otou-sama. Ah, é mesmo...", Celia cumprimentou o pai um pouco sem jeito.
Ela percebeu que a cor de seu cabelo havia sido alterada e removeu o artefato, mudando seu cabelo de volta ao normal. O pai de Celia, Roland Claire, olhou para ela atordoado.
"Ce... Celia-chan?! Por que está aqui?!", ele gritou histericamente.
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