Capítulo 4: Uma Reunião Em Família

 No dia seguinte, Rio seguiu o plano que haviam combinado na noite anterior e recebeu permissão para deixar o castelo pela manhã. Aishia e as outras garotas já haviam trazido Aki e Masato para a capital, mas eles não podiam ir para o castelo ainda.

O objetivo da saída do Rio era criar uma história de fachada para o rei François, para provar que ele havia se encontrado com Aki e Masato para confirmar suas intenções. Eles não poderiam lhe dar a explicação de que já haviam escapado do castelo à noite para se encontrar em segredo, afinal. Rio passou duas horas fora do castelo antes de retornar para finalmente colocar as coisas em movimento com Satsuki e Miharu.

Depois de solicitar uma audiência com o rei François em uma das salas do castelo, eles disseram que havia pessoas que eles queriam convidar para ir ao castelo. Takahisa e Lilianna também foram chamados à sala, e Michel e Charlotte também estavam presentes. Satsuki assumiu a liderança nas explicações, sendo ela um dos Heróis.

Ela falou sobre como Rio estava cuidando de Aki e Masato junto com Miharu, sobre como eles queriam ver o Takahisa, e como resultado, eles desejavam chamar os dois para o castelo. Eles não foram trazidos para o castelo em primeiro lugar porque os dois eram muito jovens para comparecer ao banquete.

"Eu entendo. Pode convidá-los para o castelo imediatamente. Se eles são irmãos do Takahisa-dono, então presumo que seria bom para eles se hospedarem em seus aposentos?", François aprovou uma vez que Satsuki explicou tudo em um grau áspero.

"Sim!", Takahisa assentiu ansiosamente, e então foi decidido que Aki e Masato seriam trazidos para o castelo. Depois disso, Rio deixou o castelo na companhia de um oficial e foi direto até Aki e Masato. Miharu foi com ele, depois de se oferecer para ir também.

Eles foram para o local do encontro que haviam decidido com antecedência e trouxeram Aki e Masato com segurança de volta para o castelo, em seguida, foram direto para a sala que ocuparam antes.

"Onii-chan!", Aki gritou de alegria assim que entrou na sala e avistou Takahisa. Masato estava bem atrás dela com um sorriso tímido no rosto.

"Aki! Masato!", Takahisa pulou da cadeira em que estava sentado e correu na direção dos dois, tomado pela emoção.

"É o Onii-chan, é o Onii-chan!", Aki correu para abraçá-lo. Takahisa abriu os braços para segurá-la.

"Aki! Que bom que está segura, ainda bem, ainda bem...!", Takahisa a apertou com força.

"Ahaha, isso dói, Onii-chan.", Aki disse, embora ela o estivesse abraçando com a mesma força.

"Ah—, desculpa.", Takahisa por reflexo tentou afrouxar seu abraço.

"Não, desta vez é a minha vez. Ufufu—, é mesmo o Onii-chan.", Aki apertou os braços dela com mais força ainda. Ela enterrou o rosto no peito de Takahisa. Mesmo uma garota normalmente fria como ela tinha um lado infantil.

"Aki, você está bem? Umm... eu ouvi dizer que você quase foi feita escrava..."

"Sim, eu estive bem. ... Haruto-san me salvou.", Aki respondeu com uma sombra sobre o sorriso. Ela quase olhou para Rio, mas se conteve parcialmente.

"Entendo. Bem, você está segura agora — eu vou protegê-la."

".... Sim.", Aki assentiu vagamente. Ver sua expressão infeliz fez o rosto de Takahisa nublar de frustração. Ele mordeu o lábio e olhou para Rio.

"... Umm. Muito obrigado, Haruto-san. Por proteger os três. De verdade."

"De nada.", Rio respondeu brevemente, sacudindo a cabeça.

"Masato também esteve bem? Aproxime-se, me mostre seu rosto.", Takahisa disse a Masato, que estava parado a uma certa distância.

"Eu estou bem. Isso é constrangedor.", Masato respondeu sem jeito.

"Você cresceu muito em nosso curto tempo separados.", disse Takahisa de maneira fraterna.

"Mesmo? Bem, eu ainda estou crescendo.", Masato bufou timidamente e olhou para seus próprios membros.

"Vocês irmãos se dão tão bem. Mas estou realmente feliz por nós cinco podermos nos reunir assim com segurança. Há quanto tempo, Aki-chan, Masato-kun.", Satsuki estava assistindo a reunião de família com entusiasmo até agora, quando decidiu se dirigir a eles. Apenas Rio, Miharu e os dois irmãos envolvidos sabiam que Satsuki havia escapado do castelo para ir vê-los antes do banquete, então ela precisava fingir que os encontraria novamente pela primeira vez.

"Há quanto tempo, Satsuki-san.", Aki disse.

"Sim, é bom ver que a Satsuki-neechan também está segura.", Masato entrou na conversa. Eles deram suas respostas como haviam planejado, como se estivessem se encontrando novamente pela primeira vez.

"Se todos vocês foram reunidos em segurança, então devemos nos retirar. Seria rude da nossa parte interferirmos em uma reunião tão esperada.", disse François, olhando para Lilianna.

"Sim. Devemos dar nossos cumprimentos adequadamente mais tarde.", Lilianna concordou imediatamente.

"Se não se importar, Haruto-sama, poderia, por favor, me acompanhar?", Charlotte perguntou de repente ao Rio.

"Sim, é claro.", sem nenhuma razão para recusar o pedido de uma princesa, Rio assentiu prontamente. Assim, todos, exceto as cinco pessoas da Terra, deixaram a sala. A porta se fechou, deixando os cinco sozinhos.

"Que tal todos nós sentarmos primeiro? Miharu-chan pode sentar ao meu lado.", Satsuki sugeriu.

"Certo.", Takahisa assentiu alegremente, guiando Aki até o sofá para que eles se sentassem juntos. Masato se sentou em um sofá um pouco distante, enquanto Miharu se sentou ao lado de Satsuki.

"Sei que finalmente nos reunimos e estamos animados, mas já temos uma ideia geral das circunstâncias um do outro e é muito difícil encontrar tempo para nós cinco ficarmos juntos, então que tal discutirmos as coisas que precisam ser ditas primeiro?", Satsuki disse, olhando para os rostos de todos.

"Sim. Mas, o que precisamos discutir?", Takahisa olhou para Satsuki e inclinou a cabeça.

"O sério assunto do nosso futuro. Tudo é muito complicado agora, certo? Nem eu nem o Takahisa-kun podemos deixar nossos reinos facilmente e provavelmente nos separaremos novamente no futuro. Olhando para as coisas a longo prazo, não deveríamos decidir o que fazer para voltar à Terra?", disse Satsuki, resumindo a agenda de forma sucinta.

"Isso é verdade...", Takahisa assentiu, olhando para Miharu à sua frente.

"Há algo envolvendo o Haruto-kun que você deveria saber primeiro. Também está fortemente relacionado ao nosso futuro. Recebi permissão para contar ao Takahisa-kun sobre isso, mas você tem que manter o que estou prestes a dizer em segredo absoluto de qualquer outra pessoa. Pode me prometer isso?", Satsuki olhou diretamente para Takahisa.

"Se está falando apenas comigo, então os outros...?", Takahisa olhou em volta.

"Eles já sabem. Se Takahisa-kun puder me prometer que vai manter isso em segredo, então eu direi a você também. Se Takahisa-kun não puder fazer essa promessa, então direi apenas a conclusão com a explicação detalhada omitida, então mantenha isso em mente. Só não peça aos outros para lhe dizerem, porque eles já prometeram e ficariam preocupados com isso.", a explicação de Satsuki era tão abstrata que não havia como saber do que se tratava. No entanto, Takahisa não queria ser o único deixado de fora.

".... Entendido. Eu prometo. Por favor, me diga."

"Nesse caso, primeiro vamos começar com a conclusão. Podemos não retornar à Terra nos próximos quatro anos.", Satsuki afirmou.

"... Quatro anos? Como sabe disso?", era um número estranhamente específico.

"Há alguém que morreu no Japão quatro anos depois que desaparecemos no nosso caminho de volta para casa, e renasceu neste mundo. Essa pessoa ouviu de sua própria mãe que a Miharu-chan ainda estava desaparecida quatro anos depois."

".... Como?", o que está acontecendo? Takahisa fez uma cara de dúvida.

"Essa pessoa agora é o Haruto-kun, e em sua vida passada ele era o irmão mais velho da Aki-chan. Em sua vida passada seu nome era Amakawa Haruto. Eles foram separados quando seus pais se divorciaram. Masato-kun não estava ciente dele, mas talvez Takahisa-kun saiba disso...?", Satsuki perguntou, mas os olhos de Takahisa estavam completamente em branco pelo choque. As palavras ditas estavam entrando em sua cabeça, mas ele não conseguia aceitá-las como uma realidade tão prontamente.

"Aki, tinha um irmão mais velho além de mim...?", Takahisa virou a cabeça para o lado, esforçando-se para perguntar a Aki.

"Eu não tenho. O único irmão que tenho agora é o Onii-chan.…", Aki franziu a testa e apertou a mão de Takahisa.

"Como pode ver, Aki-chan tem sentimentos de reserva em relação ao Amakawa Haruto-kun. Isso é apenas minha especulação, mas a razão pela qual seus pais não contaram ao Takahisa-kun e ao Masato-kun sobre a existência do Haruto-kun provavelmente está relacionada a isso.", Satsuki suspirou baixinho.

"Aki...", Takahisa apertou a mão de Aki de volta para tranquilizá-la.

"Também, Amakawa Haruto-kun era amigo de infância da Miharu-chan. Ele também foi separado dela quando os pais dele e da Aki-chan se divorciaram quando ele tinha sete anos de idade.", Satsuki continuou.

"Da Miharu...?", os olhos de Takahisa se arregalaram enquanto sua expressão endureceu.

"Isso mesmo. Haruto-san é a pessoa na qual meu amigo de infância reencarnou.", Miharu confirmou a declaração de Satsuki com uma expressão séria.

"—......", Takahisa empalideceu enquanto seu coração batia desagradavelmente. Ele não entendia o porquê, mas não conseguia evitar o medo de que houvesse uma parte da Miharu que ele desconhecia.

"Vamos voltar ao tópico em questão. De acordo com as memórias do Haruto-kun, a mãe da Aki-chan disse que a Miharu-chan ainda estava desaparecida. No entanto, quando também foi questionada sobre a Aki-chan ela disse que estava tudo bem."

".... Isso significa que a Aki retorna à Terra enquanto a Miharu não?", isso era ridículo. Takahisa não conseguia acreditar que Aki e Miharu seriam separadas. Ele parecia duvidoso.

"Sim. Se isso era uma mentira para evitar que o Haruto-kun se preocupasse ou se era a verdade — e o que isso poderia significar se fosse a verdade — simplesmente não há como saber.", Satsuki disse pensativamente, uma sombra preocupada estava sobre seu elegante rosto.

"...... E-Espere um pouco, por favor! Eu não posso acreditar que a Aki e a Miharu seriam separadas. Haruto-san não sabia que Aki havia desaparecido? Se for assim, ele não saberia que Kaa-san mentiu quando disse que a Aki estava bem...?!", Takahisa insistiu em um acalorado pânico.

"...... Haruto-kun não sabia que a Aki-chan havia desaparecido. Depois que seus pais se divorciaram, o pai do Haruto-kun impediu completamente qualquer informação sobre Aki-chan e sua mãe de alcançá-lo.", Satsuki respondeu, olhando para Aki por um momento. A boca de Aki estava torcida em uma carranca amarga com a menção de seu pai.

"Mas... eu, não posso acreditar. Não há como Aki e Miharu terem sido separadas. Kaa-san não poderia estar mentindo para impedir o Haruto-san de se preocupar?", disse Takahisa, desta vez fazendo com que Miharu fosse aquela a manter um sorriso amargo.

".... Certamente, essa é outra possibilidade provável. Acho difícil acreditar que a Aki-chan não iria encontrar o Haruto-kun do passado quando ela voltasse para a Terra também..., Satsuki olhou para Aki.

"De qualquer forma, não parece que iremos retornar à Terra tão cedo. Por mais relutante que eu esteja em admitir, isso está praticamente confirmado agora. E então, devemos ter uma discussão adequada sobre como vamos viver neste mundo de agora em diante, em vez de ter apenas uma vaga ideia. Vocês não concordam?"

"Sim.", Miharu assentiu com firmeza em aprovação.

"Para ser honesta, para mim... eu estava em pânico até o Haruto-kun aparecer com a Miharu-chan. Eu estava sozinha. Eu me perguntava se a Miharu-chan e os outros também haviam sido invocados a este mundo, mas não tinha provas e só queria voltar para casa o mais rápido possível. Mas sabe, estou mais otimista agora. Todos, Miharu-chan e os outros estão aqui. Eu fiz do Haruto-kun um amigo muito confiável. Então, não posso ficar pessimista sobre isso para sempre, sabem? Se não formos capazes de voltar por um tempo — ou mesmo de nunca voltar—, então quero ter uma base adequada neste mundo e viver uma vida significativa.", Satsuki olhou para todos enquanto dava seus próprios pensamentos.

"Até agora, nós apenas discutimos as coisas vagamente. Ficamos imaginando o que faríamos se nos encontrássemos com a Satsuki-san e o Takahisa-kun. Todos nós temos nossas próprias opiniões sobre as coisas, mas acabamos evitando essa discussão..., mas acho que é algo que deve ser discutido adequadamente, agora que nós cinco nos reunimos.", Miharu declarou sua opinião claramente.

"Certo. Pode ser impossível para nós cinco vivermos juntos, mas desde que saibamos que estamos todos seguros, desde que saibamos que podemos nos ver novamente.... Acho que seríamos capazes de lidar com isso.", Satsuki assentiu.

"Nós cinco juntos, huh... É verdade, com a Satsuki-san sendo o Herói do Reino de Galark, seria difícil para ela viver no Reino Centostella.", Takahisa olhou para Satsuki com o cenho franzido.

"Sim, bem...", Satsuki assentiu desajeitadamente.

".... Onii-chan vai voltar para o Reino Centostella imediatamente?", Aki puxou a manga de Takahisa e perguntou.

"Sim. Provavelmente poderei sair de novo, mas não acho que poderei ficar por muito tempo. É por isso que pensei sobre o que queria fazer a noite toda. Eu quero que todos venham comigo. Eu quero ficar com todos vocês para sempre. Eu vou protegê-los. Definitivamente protegerei todos vocês.", o rosto de Takahisa assumiu uma expressão tensa para transmitir sua determinação enquanto olhava para Aki, Masato e, finalmente, Miharu.

"Eu também quero ficar com o Onii-chan.…", apesar de responder com isso, havia um leve toque de hesitação na voz de Aki. Ela queria ficar com Takahisa. No entanto, ela pode ter ficado preocupada se não havia problema em deixar de lado os laços que ela havia feito vivendo com os outros na casa de rocha até este ponto.

"Hmm...", Masato cantarolou. Ele parecia indeciso e sem vontade de responder.

"Eu sinto muito. Eu não irei para o Reino Centostella.", Miharu fez sua recusa em alto e bom som.

"P-Por que...", Takahisa perguntou com a voz rouca.

"Eu vou ficar com o Haruto-san...", Miharu respondeu imediatamente.

"—.........", Takahisa fez uma cara como se tivesse sido empurrado de um penhasco. Sem palavras, ele olhou suplicante para a Miharu, mas ela não tinha mais nada a acrescentar.

Enquanto isso, quando Aki ouviu a clara intenção da Miharu de ficar com o Haruto, sua boca se torceu reflexivamente em uma cara mal-humorada.

"Eu também, acho que quero ficar com o Haruto-niichan. Eu hesitei um pouco ao ter o Aniki na minha frente, mas ainda quero ficar com o Haruto-niichan por enquanto.", afirmou Masato.

"Mas por que...", Takahisa estava claramente enfurecido enquanto murmurava em voz baixa.

"U-Umm! Eu quero ficar com o Onii-chan!", Aki parecia ter ouvido Takahisa resmungando já que estava ao lado dele, e apressadamente declarou sua própria posição.

"Aki...!", a expressão de Takahisa iluminou-se como se ele tivesse encontrado um oásis no deserto.

"Não é que eu não queira ficar com você, Aniki. É que... o Haruto-niichan cuidou tanto de nós e eu não consigo me imaginar indo embora apenas com um 'Tchau, obrigado por tudo até agora'. Eu sei que está ignorando o Haruto-niichan agora, mas Aki-neechan entende como é também, certo?", Masato a perguntou.

".........", Aki parecia incapaz de ser tão honesta quanto Masato e segurou a língua. No entanto, essa foi a maior prova de que ela se sentia da mesma maneira.

Haruto-san foi uma grande influência para Masato e Aki? Eles estavam separados há apenas alguns meses... Takahisa caiu na ilusão de que seus preciosos laços estavam sendo roubados e cerrou os punhos com força.

"Além disso, no meu caso, também tenho meu treinamento com a espada, e não quero perder meu progresso. É por isso que não posso ir com o Aniki agora. Não até eu crescer o suficiente para me virar sozinho.", Masato suspirou com a falta de resposta de Aki e expressou seus próprios pensamentos mais uma vez.

"Treinamento de espada?! Você, está aprendendo a usar uma espada?", era um comentário que não podia ser ignorado.

"Eu estou...", Masato ficou um pouco surpreso com a reação excessiva de Takahisa.

"Por que você está aprendendo? Não é diversão e jogos. As espadas são usadas para matar pessoas neste mundo.", como ele próprio estava aprendendo a usar espadas no castelo, entendeu bem esse fato. Ou melhor, estavam fazendo ele aprender isso. Foi por isso que ele mostrou uma reação tão extrema ao saber que Masato estava aprendendo também.

"Eu sei disso. Haruto-niichan está me ensinando tudo. E se o Aniki sabe tanto, isso significa que está aprendendo a dominar a espada também, certo?", Masato ressaltou como isso era hipócrita.

"Está tudo bem para mim. Já estou no ensino médio e entendo as coisas. Mas você ainda está na escola primária. Seu senso de moral e ética ainda não foi desenvolvido."

"Eu também entendo as coisas!"

"N-Não me diga que você realmente matou alguém antes."

E se ele tivesse? Takahisa empalideceu de repente.

"De jeito nenhum! Mas existem monstros lá fora, e o mundo é como é. Eu tenho que ser capaz de nos proteger se algo de ruim acontecer. Afinal, quase fomos sequestrados no momento em que viemos a este mundo.", Masato objetou em um tom de voz áspero.

"É por isso que estou dizendo que vou protegê-lo de agora em diante. Você não precisará colocar os pés em qualquer lugar perigoso por conta própria. Contanto que você permaneça no castelo, nada de ruim vai acontecer. É seguro lá."

"Estou dizendo que não vou com o Aniki! Eu não quero apenas sentar lá e ser protegido."

"Se você lutar, pode acabar sendo morto! Já pensou nisso?!", Takahisa o repreendeu duramente.

"Haruto-niichan também já me ensinou isso!"

"—......"

De novo esse nome Haruto. Haruto, Haruto, Haruto. Ele entrou na cabeça de todos enquanto Takahisa não estava por perto. Mesmo que esse lugar devesse ser para ele...

"Vocês dois, acalmem-se. Eu sei que disse que devíamos conversar sobre as coisas, mas não disse que devíamos discutir.", Satsuki interrompeu no momento em que Takahisa ficou em silêncio.

".... Eu, só não quero que o Masato viva uma vida perigosa. É seguro no castelo, e quanto a aprender esgrima.... Se fosse absolutamente necessário, ele poderia aprender apropriadamente com os cavaleiros no castelo.", Takahisa disse mal-humorado.

"Ara, segurança do castelo à parte, Haruto-kun também é um cavaleiro honorário, sabe? Ele é mais forte do que o seu cavaleiro normal.", ressaltou Satsuki.

"Isso mesmo.", Masato assentiu presunçosamente.

"Contudo, Masato-kun tem que tentar entender o quanto Takahisa-kun está preocupado com você também, entende? Só de imaginar você fugindo para algum lugar e morrendo... qualquer um ficaria desconfortável.", Satsuki disse para acalmar Masato, mostrando um sorriso com um pouco de tristeza. Ela também estava sozinha quando veio a este mundo, então talvez fosse por isso que ela conseguia entender os sentimentos do Takahisa.

"Muu... Bem, sim.", Masato assentiu com relutância.

"Então, em conclusão... ou melhor, para resumir por agora, Aki-chan irá com o Takahisa-kun para o Reino Centostella, Miharu-chan e Masato-kun que ficarão com o Haruto-kun e eu permaneceremos no Reino de Galark, isso está certo?", Satsuki não tinha nenhuma objeção às escolhas feitas, contanto que fossem o que a pessoa em questão decidisse por si mesma, mas não parecia que Takahisa e Aki estivessem aceitando. Com isso em mente, ela olhou para os dois.

".... Aki-chan está bem com isso? Sobre deixar seus sentimentos ruins sem solução e se separar do Haruto-kun assim.", Miharu perguntou a ela.

".... Quem se importa.", Aki desviou os olhos de Miharu, dando uma resposta indiferente para esconder sua irritação.

"Se você vai com o Takahisa-kun, deve falar com ele antes. Mesmo que vá se afastar dele, espero que se reconciliem primeiro.", Miharu colocou a mão sobre o peito. Com isso, Aki cerrou os dentes e zombou em retorno.

"Miharu-oneechan está completamente do lado daquela pessoa agora, não é? Você não é mais minha aliada.", Aki respondeu asperamente.

".... Não. Está enganada. Eu sempre considerei a Aki-chan especial para mim. Você é como minha irmãzinha de verdade.", Miharu negou com grande tristeza.

"Então por que não vem comigo?! Não vá com aquela pessoa, venha comigo e com o Onii-chan! Fique comigo!", Aki gritou para Miharu com tristeza.

"Isso... eu não posso. Eu sinto muito.", Miharu parecia extremamente perturbada, mas mesmo assim expressou suas intenções.

"—, é porque a Miharu-oneechan ama aquela pessoa? É porque Miharu-oneechan ama aquela pessoa que não pode ficar comigo? Escolheu aquela pessoa?", a voz de Aki tremia terrivelmente enquanto falava.

"Escolher...", Miharu engasgou em choque. Ela queria ficar com o Haruto, e não com a Aki. Esse pode realmente ter sido o significado de sua escolha, mas a nuance estava completamente errada.

"... Aki-chan. Pode não ser da minha conta dizer isso, já que só ouvi falar do que aconteceu por meio de outras pessoas, mas você não acha que isso foi exagerado?", Satsuki estava assistindo em silêncio como uma forasteira, mas mesmo ela não podia deixar essa conversa continuar por mais tempo.

"Isso mesmo, Aki-neechan.", Masato também concordou indignado.

"Amar...", quando Takahisa ouviu a possibilidade da Miharu estar apaixonada por Haruto, ele ficou sem palavras. Esse choque gradualmente transformou-se em pânico.

"O-O que o Haruto-san pensa?!", Takahisa perguntou em voz alta. Pensar sobre o que? A implicação de sua pergunta era muito ampla.

"... Ele diz que vai confiar a questão de quem fica com quem a Miharu-chan e aos próprios outros. Ele não parecia muito entusiasmado com o pensamento da Miharu-chan o seguindo, no entanto.", Satsuki respondeu.

".... Essa parte, está tudo bem agora. Nós conversamos e eu pedi a ele. Embora ele ainda esteja relutante sobre isso, ele aceitou.", Miharu olhou para Satsuki e assentiu.

"Aí está.", Satsuki sorriu e olhou para Takahisa.

"Nada mal, Miharu-chan. Bem, o fato do Haruto-kun ainda estar relutante é um pouco...", ela suspirou cansada. Miharu simplesmente sorriu timidamente.

"E-Então, o Haruto-san pode vir conosco...", Takahisa disse em grande pânico.

".... Isso é, impossível. Haruto-kun também tem coisas que precisa fazer.", lembrando o que Rio estava tentando fazer, o rosto de Satsuki nublou um pouco.

"E-Essa é a razão pela qual o Haruto-san está relutante em levar a Miharu junto, talvez?", quando se tratava da Miharu, Takahisa tinha instintos aguçados. Seu comentário estava certo.

"Bem, pode-se dizer isso...", Satsuki assentiu a contragosto. Takahisa viu sua chance nisso e engoliu em seco antes de falar.

"Se o Haruto-san não quer que você o siga, forçá-lo a levá-la junto apenas não lhe causaria problemas?"

".... Isso pode ser certo. Mas, eu também acho que está tudo bem. Ele está tentando viver longe de um caminho de paz, então ele precisa de alguém ao lado dele para puxá-lo de volta a uma vida normal.", Satsuki disse cansadamente, com um olhar conhecedor em seu rosto.

"Ele está tentando viver uma vida turbulenta?", sem saber das circunstâncias, Takahisa e os outros inclinaram a cabeça em dúvida.

"Hmm... Por que o Haruto-niichan não quer que a Miharu-neechan o siga em primeiro lugar? Ele está bem comigo indo?", Masato perguntou a Miharu e Satsuki, inclinando a cabeça.

"Isso é.… e~tto...", Miharu não conseguia encontrar as palavras certas.

"Provavelmente porque o Haruto-kun era o Amakawa Haruto em sua vida passada, e a Miharu-chan era sua amiga de infância, eu acho. Não posso falar pelo Haruto-kun mais do que isso, no entanto. Certo, Miharu-chan?", Satsuki deu uma explicação ambígua, mas simples para evitar entrar em detalhes, antes de buscar a concordância de Miharu em uma voz gentil.

".... Sim.", Miharu assentiu tranquilamente.

O que há... com isso... Takahisa estava extremamente perturbado, mas cerrou os dentes para reprimir esse sentimento.

Mesmo eu tendo decidido que eu seria quem a protegeria.... Eu iria....

As coisas haviam tomado um giro inesperado nos meros meses em que estiveram separados, ele não podia aceitar que seria separado da Miharu novamente.

Eles estavam dizendo que ele estava sendo mantido fora do círculo desde o início? Ele não queria mais sentir medo de perder alguém importante para ele, então decidiu que contaria a Miharu seus sentimentos.

No entanto, antes mesmo que ele pudesse contar seus sentimentos a Miharu, isso acontece...

Tenho que fazer alguma coisa... alguma coisa... Takahisa estava rangendo os dentes quando Aki apertou sua mão. Sua expressão mudou com um engasgue e ele apertou a mão dela de volta.

"Vai ficar tudo bem. Porque eu vou ficar com o Onii-chan.", Aki sussurrou para que apenas Takahisa pudesse ouvir, antes de falar. "Eu entendo, Miharu-oneechan. Eu irei. Eu vou falar com o Haruto-san."

                                     ◇ ◇ ◇

Enquanto isso, depois que Rio deixou a sala e se despediu dos outros, ele caminhou com Charlotte por um corredor do castelo.

"Para onde podemos estar indo?", Rio perguntou com uma risada.

"As pessoas do governo principal do Reino de Bertram estão saindo para retornar ao seu reino hoje, então vamos vê-los partir primeiro. Depois disso, prometi tomar chá com a Liselotte e esperava que o Haruto-sama acedesse a se juntar a nós.", Charlotte respondeu com um humor estranhamente alegre.

"Então é isso...", Rio não sabia por que ela estava de bom humor e observou sua expressão enquanto ele respondia.

"Muito obrigada, Haruto-sama.", Charlotte disse de repente.

"Por qual motivo, posso perguntar?"

"Por Aki-sama e Masato-sama. Você os trouxe para o castelo porque pode confia em nós, certo? Isso significa que Satsuki-sama também decidiu confiar em nós até certo ponto. Estamos muito satisfeitos com isso. Talvez já tenha contado a ela sobre nossa conversa durante a dança no banquete na noite passada?"

"... Sim. No entanto, não acredito que eu passando a mensagem teve qualquer influência no resultado.", se Aki e Masato tivessem desejado, eles teriam acabado vindo para o castelo de qualquer maneira.

"Haruto-sama pode alegar isso, mas não acredito que seja esse o caso. Otou-sama também ficou extremamente satisfeito e elogiou bastante o Haruto-sama por isso.", Charlotte deu uma risadinha. Enquanto conversavam, Rio e Charlotte caminharam para o jardim geométrico que conduzia ao portão do castelo.

Várias carruagens estavam esperando lá, enquanto membros da realeza e nobreza do Reino de Bertram se preparavam para partir. Eles estariam viajando para a capital de Bertram em uma aeronave encantada, mas as carruagens de cavalos deveriam levá-los do castelo ao porto.

"Parece que eles partirão em breve. Christina-sama e o Herói-sama também estão lá. Estou feliz que chegamos a tempo. Haruto-sama, venha por aqui.", Rio seguiu a guia de Charlotte em direção à nobreza do Reino de Bertram. Considerando o passado deles, ele não havia se aproximado por opção própria, mas a chance de sua identidade ser descoberta era extremamente baixa. Na verdade, ele se perguntou quantas pessoas de lá realmente se lembravam dele.

"Christina-sama e o Herói Rui-sama estão disponíveis? Eu gostaria de cumprimentá-los e me despedir. Eu sou a segunda princesa do Reino de Galark, Charlotte, e este é o cavaleiro honorário, Amakawa-kyō.", Charlotte disse aos cavaleiros que protegiam as carruagens. Parecia estranho ser apresentado como um cavaleiro, mas certamente era útil porque tornou os nobres mais complacentes com ele.

"Por favor, esperem um momento.", um cavaleiro saiu às pressas com a chegada de figuras de tão alto status. Menos de um minuto depois, Cristina e Rui apareceram com seus guardas a reboque.

"Obrigada por virem nos ver partir, Charlotte-sama, Amakawa-kyō.", Christina os cumprimentou graciosamente.

"Provavelmente não nos veremos novamente por um tempo, então eu queria pelo menos me despedir de você. Eu esperava que pudéssemos conversar mais enquanto você estava aqui, mas nossas posições tornam isso difícil, afinal. Estou feliz que chegamos a tempo de nos despedirmos, no entanto.", Charlotte disse com um sorriso, desviando o olhar de Christina com indiferença. No final de seu olhar estava Charles Albor, que havia acompanhado o resto do Reino de Bertram até aqui.

"Podemos nos encontrar novamente mais cedo do que o esperado, mas você está certa. Sempre existe a possibilidade de não nos vermos novamente, então estou feliz por podermos nos cumprimentar adequadamente assim.", Christina também lançou um olhar para Charles antes de responder com um sorriso gentil. Então, ela começou a dirigir seu olhar para Rio.

"Amakawa-kyō também, obrigada por vir se despedir. Rui-sama também queria falar mais um pouco com o Amakawa-kyō."

"Isso é.… estou honrado.", Rio baixou a cabeça profundamente para Rui.

"Eu digo o mesmo, estou feliz em poder vê-lo novamente, Haruto-kun. Tal como a Cristina-sama disse, eu queria falar com você.", Rui disse com um sorriso refrescante.

"Embora seja um prazer, posso perguntar por quê?" Ele tinha feito algo para atrair tanto seu interesse?

"Foi por causa do que você disse sobre seus pais, eu suponho. Seu nome soa muito parecido com os da minha cidade natal, então me deu uma sensação de familiaridade, como se o Haruto-kun viesse do mesmo lugar que eu. Parece que, além da Satsuki-san, os outros dois heróis preferem ficar distantes de mim, então, se tivermos a chance de nos encontrarmos novamente, você estaria disposto a falar comigo como um amigo?", Rui disse com um sorriso agridoce, oferecendo a mão ao Rio para um aperto de mão.

"Claro, se estiver tudo bem que seja eu, será um prazer.", Rio imediatamente apertou a mão estendida de Rui.

"Obrigado.", o rosto bonito de Rui se abriu em um sorriso feliz. Então, Charles Albor — que estava observando a interação deles — se aproximou.

"Vocês dois terminaram? Está quase na hora de partir.", ele disse a Christina e Rui.

"Sim. Até mais, então.", disse Rui e deu meia-volta.

"Ara, Amakawa-kyō. Tem um pouco de poeira no seu ombro.", Christina apontou repentinamente.

"Isso é, embaraçoso." Rio reflexivamente moveu sua mão para limpar a poeira.

"Não, ali não...", disse Christina, então ela deu alguns passos em direção ao Rio e sussurrou no ouvido esquerdo de Rio para que somente ele pudesse ouvir. "Muito obrigada, por salvar a Flora."


Charlotte estava do lado direito de Rio, então ela provavelmente perdeu o que aconteceu.

".... Desculpe.", os olhos de Rio se arregalaram ligeiramente, mas ele imediatamente baixou a cabeça.

"Foi removida, adeus.", Christina não disse mais que isso, exibindo apenas uma expressão fugaz antes de se virar para ir para a carruagem.

◇ ◇ ◇

Tendo visto Christina e os outros partirem, Rio e Charlotte voltaram para dentro do castelo, para o jardim no terraço que era limitado à realeza e alguns outros selecionados para se encontrar com Liselotte para uma conversa casual. Lá, eles contaram a Liselotte sobre a existência de Aki e Masato.

"Peço desculpas por não informar a Liselotte-sama sobre os dois com antecedência.", Liselotte foi quem trouxe Rio e Miharu para o banquete. Apesar disso, eles mantiveram Aki e Masato em segredo dela, e por isso, Rio se desculpou.

"Está tudo bem, eu mantive o Haruto-sama e a existência da Miharu-sama em segredo de Sua Majestade até que viemos pessoalmente para a capital, afinal. Por favor, não deixe que isso o incomode.", Liselotte disse com um suave sorriso.

"Estou muito grato por isso.", Rio baixou a cabeça profundamente. Ele havia perdido a noção do número de vezes que havia abaixado a cabeça desde que chegaou à capital, mas desta vez ele sentia uma verdadeira gratidão por ela.

"Eu me pergunto o que os cinco estão discutindo agora?", Charlotte levou a xícara de chá à boca com elegância enquanto expressava sua pergunta.

".... Eles não estariam discutindo o que fazer sobre o futuro?", era uma informação que logo seria revelada, quer ele a ocultasse ou não.

"Satsuki-sama está com o nosso reino enquanto Takahisa-sama foi acolhido pelo Reino Centostella, afinal. E o Haruto-sama continuará suas viagens. Talvez eles estejam preocupados com a questão de quem irá para onde?", Charlotte deu um palpite preciso sobre a situação em que Miharu e os outros se encontravam.

"Sim.", Rio confirmou brevemente.

"Hmm... Nosso reino estaria em maus lençóis se não mantivéssemos nossa amizade com a Satsuki-sama em andamento, então, infelizmente, essa parte não pode ser evitada...", Charlotte bateu o dedo indicador contra a boca, ponderando.

".... Eu teria pensado que o processo mais natural seria o Takahisa-sama levar a Aki-sama e o Masato-sama. Existe algum problema com isso?", perguntou Liselotte.

"Sim. Há muitas coisas… a considerar.", Rio confirmou evasivamente.

"Takahisa-sama parece estar apaixonado por Miharu-sama. Isso poderia ter alguma influência nas coisas? Isso, ou a Aki-sama adora tanto o Haruto-sama, e o Takahisa-sama se opõe a isso.", Charlotte assumiu um ar de curiosidade enquanto de repente mencionava exemplos específicos. Mas, mesmo a perspicaz Charlotte sentiu que estava um pouco errada de alguma forma.

"Eu me pergunto.", Rio evitou responder com um sorriso irônico.

"Sinto muito por interromper a reunião de vocês...", um visitante chegou ao mirante no jardim onde eles estavam conversando. Era Satsuki, a mesma pessoa de quem eles estavam discutindo.

"Ara, Satsuki-sama. Já terminaram de conversar?", Charlotte se dirigiu a Satsuki em nome dos três.

"Não, ainda estamos no meio da nossa conversa, mas eu estava me perguntando se nós podemos pegar o Haruto-kun emprestado.", Satsuki olhou para o Rio e baixou a cabeça desajeitadamente.

"Oh, é assim? Claro, se o Haruto-sama estiver disposto, então não temos razão para recusar. Não é verdade, Liselotte?", Charlotte se virou para ela em um tom alegre.

"Sim, claro.", Liselotte concordou imediatamente. Assim, Rio se despediu com Satsuki.

◇ ◇ ◇

Cerca de dez minutos depois, Rio chegou à sala onde Miharu e os outros esperavam.

"Desculpe por isto. Haruto-kun pode se sentar em qualquer lugar que esteja aberto.", Satsuki sugeriu com uma expressão bastante cansada antes de se sentar ao lado da Miharu.

"Certo.", Rio obedientemente se sentou no sofá vazio. Diretamente em frente a ele estava Masato, e na diagonal oposta estavam sofás maiores, que acomodavam Miharu e Satsuki de um lado, e Aki e Takahisa do outro.

Só para constar, o motivo pelo qual ele foi convocado e a discussão até então ocorrida lhe foram explicados no caminho.

"Eu disse ao Haruto-kun que a Aki-chan quer falar com ele, mas se estivermos atrapalhando, podemos ir embora. Embora seja melhor ter a Miharu-chan presente...", Satsuki olhou entre Rio e Aki antes de se decidir por Miharu.

"Eu não me importo se vocês ficarem ou não. Só se o Haruto-san tiver coisas que não pode dizer na frente de todo mundo, eu suponho.", Aki disse em um tom bastante afiado, como se estivesse testando Rio.

".... Não saberei até ouvir da Aki-chan o que ela quer dizer, mas não me importo se todos vocês ficarem. Contanto que prometam manter qualquer coisa dita aqui confidencial dos outros.", Rio respondeu calmamente.

"Claro. Afinal, esta é uma discussão privada. Todo mundo está bem com isso?", Satsuki olhou para todos em volta. Miharu e Masato confirmaram imediatamente, mas esta confirmação foi na verdade dirigida a Takahisa. Quando seu olhar encontrou o de Satsuki, ele congelou e assentiu a cabeça rigidamente.

"Agora, o que Aki-chan quer falar comigo? Tem algo a ver com o Amakawa Haruto?", o próprio Rio perguntou a Aki.

"Você fala como se ele fosse um estranho para você.", Aki respondeu em tom de censura.

"Ele não é um estranho, mas é outra pessoa. Não posso agir como se eu fosse o Amakawa Haruto.", suas palavras tinham um sentido de resolução que fez Aki engolir em seco. No entanto, ela não podia recuar.

"Isso significa que você não pensa nada de mim?"

"Não foi isso que eu disse.", Rio respondeu em tom de dor.

"Mas, ouvi dizer que você realmente não queria que a Miharu-oneechan fosse com você. Mesmo que costumasse a chamar a Miharu-oneechan de Mii-chan e tendo a amado tanto no passado. Isso significa que você não ama mais Miharu-oneechan? Você a odeia agora? É por isso que você não quer que ela te siga? E eu também...", ele não chamava o nome dela da mesma forma afetuosa de antes. Enquanto engolia essas palavras no final, Aki estava se tornando cada vez mais emocional.

"Eu não a odeio."

"Então, por que não chama mais a Miharu-oneechan de 'Mii-chan'? Por que Haruto-san não quer que a Miharu-oneechan vá junto com você?"

".... Eu não vou chamar a Miharu-san pelo apelido em minhas memórias. Não, eu não posso chamar. Eu não sou mais o amigo de infância da Miharu-san.", Rio respondeu, fazendo Aki cerrar os dentes. Miharu tinha uma expressão miserável em seu rosto, e Satsuki estava franzindo o cenho.

"Eu não quero que a Miharu-san me siga porque ainda a considero importante para mim, embora agora eu seja uma pessoa diferente do Amakawa Haruto. É por isso que acredito que a melhor opção seria ela viver em um lugar seguro. O mesmo vale para a Aki-chan. Além disso, é precisamente porque sou uma pessoa diferente agora que acredito que seria melhor para aqueles de vocês que conhecem o Amakawa Haruto dentro de mim ficar longe.", Rio continuou, sua expressão escureceu.

".... Eu não entendo o que você quer dizer no fim.", Aki inclinou a cabeça com um olhar pouco impressionado. O mesmo aconteceu com Takahisa e Masato.

"Para a Miharu-san e a Aki-chan, que conhecem Amakawa Haruto, vocês não pensariam inconscientemente em mim como sendo ele ou, de outra forma, deixaria que suas opiniões sobre ele obscurecessem o que vocês pensam de mim?"

".........", elas não podiam negar. Afinal, Aki estava vendo o Amakawa Haruto no Haruto enquanto ela o usava como uma válvula de escape para sua raiva ilógica.

"Mas, eu não sou o Amakawa Haruto. Amakawa Haruto está morto, então eu sou incapaz de responder a vocês como ele.", Rio disse com um sorriso de resignação, e a expressão de Aki endureceu claramente — como se ela fosse uma criança que percebeu o que tinha feito de errado.

Rio se sentiu culpado por sua incapacidade de falar melhor as coisas. No entanto, ele tinha que dizer a eles assim — porque agora ele não era o Amakawa Haruto, ele era o Rio.

Amakawa Haruto cultivou valores ao viver uma vida confortável e tranquila no pacífico Japão moderno. Sabendo disso e entendendo que tal vida estava fora de seu alcance, Rio desprezou essa preciosidade e decidiu seguir no caminho da vingança. Ele já havia manchado as mãos inúmeras vezes, mesmo sem a vingança como um fator.

É por isso que Rio pensava que não tinha o direito de viver em um mundo pacífico, onde Miharu e Aki se colocavam ao lado dele como Amakawa Haruto. Ele não achava que pertencia a esse lugar.

"Mesmo que diga isso... Haruto-niichan ainda tem as memórias do Amakawa Haruto, certo? Então, não é um pouco triste se considerar uma pessoa diferente? Haruto-niichan ainda é o mesmo Haruto-niichan. Você realmente não sente nada com a Miharu-neechan e a Aki-neechan na sua frente?", os ombros e a voz de Masato tremiam enquanto ele falava.

".... Eu sinto. É por isso que elas são importantes para mim. E é por isso que eu acho que elas não deveriam estar perto de mim.", a voz de Rio estava realmente calma, mostrando como ele havia desistido. Isso estava bem claro.

"Se elas são importantes para você, então acho que esse é mais um motivo pelo qual você deve mantê-las perto de você. Se eu fosse você, preferiria tê-las ao meu lado.", disse Satsuki, incapaz de evitar dar sua opinião.

".... É por isso que eu disse que respeitaria a decisão da Miharu-san. Posso estar viajando no futuro, mas pretendo manter um ambiente de vida seguro para eles como tenho feito até agora.", Rio respondeu com seu olhar desviado de Satsuki.

"Não, isto está errado. Eu não disse que queria ficar junto a você? Haruto-san não havia aceitado isso?", antes que ela percebesse, as palavras de Miharu estavam saindo roucamente. Rio iria usar suas viagens como uma desculpa para ficar longe dela, ela temia.

"Você continuaria a viver como tem vivido até agora. Você não chamaria isso de estarmos juntos?", Rio respondeu calmamente.

"Não. Eu não chamaria.", Miharu declarou sem rodeios.

"......", Rio não disse nada, deixando o silêncio se arrastar em seu lugar.

... Como ele pode tratar o que eu quero tão desesperadamente como algo que ele não precisa...? E ainda assim, ele está tirando o que eu preciso... de mim! Ouvir a conversa fez Takahisa sentir que estava enlouquecendo. Com os ombros retos, ele mordeu o lábio inferior e franziu a testa.

"Por mais relutante que fosse, fiquei feliz em saber que o Haruto-kun havia aprovado o desejo da Miharu-chan de ficarem juntos, porque pensei que isso significava que tinha aceitado um pouco os sentimentos dela... Mas vejo que não foi o caso.", Satsuki olhou nos olhos de Rio com decepção e exasperação.

"......", embora tivesse uma objeção lógica a isso, Rio não disse nada.

"Haruto-kun, venha comigo por um momento.", Satsuki disse calmamente, levantando-se com determinação.

◇ ◇ ◇

Rio segurou uma glaive para batalhas simuladas em sua mão, encarando Satsuki, que segurava uma arma igual na dela. Eles estavam na praça de armas do castelo do Reino de Galark.

"Umm, como as coisas chegaram a isso?", Rio perguntou enquanto verificava seu aperto na glaive.

"Eu não gosto disso.", Satsuki franziu a testa, sua resposta foi curta. Um pouco curta demais, já que a ponta passou voando completamente perto do Rio.

"De quê?", embora Rio tivesse uma vaga ideia, ele perguntou de qualquer maneira.

"Do Haruto-kun!", Satsuki apontou o dedo para ele.

"Se trata de mim...?", a resposta dela foi um pouco diferente do que ele esperava — parecia que Satsuki estava muito zangada, então ele mostrou um doloroso sorriso na tentativa de suavizar as coisas.

"Mas não me entenda errado. Não sou eu tentando forçar minha opinião sobre você. Acho que suas observações estão corretas e sei que você as fez depois de pensar muito e considerar sobre elas. Também posso simpatizar com seus medos."

Mas, mas sabe—, Satsuki continuou suas palavras.

"No entanto, você não pode dar a resposta sozinho. Miharu-chan também pensou muito sobre isso, analisou e resolveu seus próprios conflitos e veio com uma resposta para dar a você. Não fuja dela. Encare-a de frente. Como o Masato-kun já disse — não aja como um estranho, ou elas vão ficar tristes. Definitivamente ele ainda está dentro de você. Ele não está mais em qualquer lugar, exceto dentro de você. Esse tipo de coisa... tal coisa...", Satsuki disse, apelando para Rio com sinceridade. Assistindo a conversa bem ao lado deles estavam Miharu, Aki, Masato e Takahisa.

No entanto, como estavam usando a praça de armas para o treinamento de cavaleiros e soldados, alguns deles também observavam os dois de longe. Eles estavam fora do alcance da audição, então não puderam ouvir a conversa, mas a atmosfera tensa era aparente.

Além disso, a notícia do duelo entre o Herói Satsuki e o cavaleiro honorário Haruto deve ter se espalhado pelo castelo, pois membros da realeza e da nobreza lotavam a praça de armas. Entre eles estavam Charlotte e Liselotte do Reino de Galark, Flora, Hiroaki, Roanna e o duque Euguno da Restoration, bem como Lilianna e suas cavaleiras do Reino Centostella.

"... Só para você saber, eu também pretendo me tornar completamente uma das suas melhores amigas no futuro. Não nos conhecemos há muito tempo, mas já o considero um importante amigo meu. Isso é o quanto você já significa para mim."

Por isso—

"É por isso que não vou te perdoar se você tentar fugir. Desta vez, vou mostrar o quanto você significa para nós. Se não chegar até você por meio de palavras, então vou gravar no seu corpo. Eu vou te bater até você quebrar.", o discurso impetuoso, mas eloquente de Satsuki deixou Rio olhando em transe, mas ele finalmente sorriu.

".... Não seria inútil se me quebrasse?"

"C-Cale a boca! De qualquer forma, nunca saberemos até tentar!", Satsuki gritou, suas bochechas estavam ficando vermelhas com a provocação de Rio.

"Satsuki-sama!"

Dois grupos de pessoas se aproximaram deles. Um dos grupos era Charlotte e Liselotte, enquanto o outro grupo era Lilianna e suas cavaleiras.

Charlotte foi quem chamou o nome de Satsuki enquanto se apressava. Enquanto isso, Lilianna seguiu em direção a Takahisa.

Ah, eles tinham vindo para detê-los afinal? Eles haviam pedido a um cavaleiro próximo, mas eles estavam usando a praça de armas sem a permissão da pessoa principal no comando e pararam de treinar por causa disso, Satsuki pensou.

"Mō~, se vão fazer algo tão interessante, avisem-nos primeiro. Posso preparar um árbitro para a sua partida, se desejar, também. O que acha?", Charlotte concordou inesperadamente com a coisa toda.

"Ah, não, está bem...", Satsuki respondeu surpresa.

"Entendido. Bem, pessoal. Venham por aqui.", percebendo que eles deveriam sair do caminho da batalha, Charlotte levou todos — incluindo o grupo de Lilianna — para um local seguro. Com isso, a partida estava pronta para começar sem problemas.

"Sabe como usar isso?", Satsuki encarou Rio e olhou para a glaive na mão dele.

"Sim. Uma lança... melhor dizendo, uma arma semelhante a naginata, certo? Estou familiarizado com isso.", Rio girou a glaive uma vez, mostrando que sabia como lidar com ela.

"É bom ouvir isso. Então, vou apenas avisá-lo com antecedência — não se contenha só porque eu sou um herói. Eu vou até você com tudo que tenho, então espero o mesmo de você.", não era uma luta para mostrar; Satsuki fez questão de enfatizar isso primeiro.

".... Eu entendo. O que faremos sobre o uso de magia e as regras?", Rio assentiu em resignação e perguntou.

"Vamos ter uma luta de um golpe sem limite de tempo. Soltar sua arma não contará como uma derrota, e a vitória será decidida parando antes de um golpe final decisivo ou acertando em algum lugar vital que não seja o rosto. A única magia permitida é o aprimoramento físico. Está bem assim? Meu Equipamento Divino ativa automaticamente uma magia que aprimora meu corpo.... Se o Haruto-kun só puder aumentar sua força com magia, então vou me conter um pouco.", Satsuki explicou as regras, olhando para Rio em busca de sua reação.

"Por mim tudo bem. Eu posso realçar meu corpo usando esta espada mágica.", Rio disse, puxando sua espada da bainha em sua cintura. Após a promoção a cavaleiro honorário, ele passou a poder andar pelo interior do castelo com a espada.

"Hee~..., então essa é a espada mágica que repeliu o hálito de um semi-dragão. Se você está mais acostumado a usar espadas, não deveria usar isso?", Satsuki olhou para a espada na mão de Rio com interesse.

"Não, tudo bem. Mas é um pouco chato ter de segurá-la enquanto manejo a glaive.", Rio fez parecer que estava usando a espada para ativar o aprimoramento do corpo, quando na verdade estava usando artes espirituais para fazer isso. Então, ele cravou a glaive no chão e instantaneamente se moveu para onde Miharu e os outros estavam.

"......?!", o grupo congelou em choque. Mesmo as cavaleiras de Lilianna demoraram a reagir.

"Masato.", Rio chamou.

"S-Sim.", Masato respondeu hesitantemente.

"Poderia segurar esta espada para mim? Isso vai atrapalhar a luta.", disse Rio, entregando a espada embainhada para Masato.

"Entendido. Deixa comigo!", Masato aceitou a espada de Rio com entusiasmo. Depois de dizer "Obrigado", Rio voltou para encarar Satsuki.

"Uhee~, o que, era aquela essência mágica... Está jorrando dele, mas não há nenhum desperdício. É lindo.", a mais jovem das cavaleiras que protegiam Lilianna, Alice, olhou fixamente para o Rio com uma careta.

".... Pode ser melhor nos afastarmos mais um pouco.", a cavaleira mais velha também tinha uma expressão rígida no rosto.

"Estou pronto.", Rio voltou diante de Satsuki e pegou a glaive que ele havia cravado no chão, assumindo sua posição.

"Realmente, parece que não terei chance de vencer se não for até você com a intenção de quebrá-lo, não é?", disse Satsuki com um sorriso, parecendo sentir a lacuna em suas habilidades depois de ver os movimentos de Rio bem agora. No entanto, ela não podia recuar aqui.

"Que tal sinalizarmos o início da luta no momento em que isso atingir o solo depois de eu jogá-la?", Rio pegou uma pedra no chão e perguntou em um tom que mostrava sua tranquilidade.

".... Certo. Estou pronta quando quiser.", Satsuki enrijeceu sua expressão e concordou, dando um passo à frente com o pé esquerdo e segurando a glaive em prontidão a meia distância. Era a postura básica da glaive que era fácil de mover, o que a tornava adequada tanto para o ataque quanto para a defesa.

"Então, lá vai.", disse Rio, jogando a pedra para cima e se preparando de forma semelhante a Satsuki no meio. Alguns momentos depois, a pedra caiu no chão.

"Haah—!", Satsuki lançou um grito de guerra e avançou a toda velocidade. Ela se aproximou do Rio e deu um golpe rápido. Mas Rio enredou a ponta da glaive de Satsuki e a defendeu de forma limpa.

No entanto, Satsuki esperava esse tanto dele. Ela manteve sua postura fiel aos fundamentos e levou suas habilidades além dos limites de seu corpo para fazer um ataque persistente. No entanto, a experiência do Rio em batalhas reais ultrapassava em muito a de Satsuki. Ele defendeu todos os ataques dela com habilidade.

"O que foi aquilo sobre estar 'um pouco familiarizado' com uma glaive?! Eu queria terminar isso com o primeiro golpe, mas você tem lidado com todos os meus ataques tão facilmente!", Satsuki deu um passo para trás para aumentar a distância antes de gritar com Rio.

"Eu pude ver através disso.", Rio disse com um sorriso ousado.

"Não me diga—!!", Satsuki retomou seu ataque. Ela fez um ataque aéreo com toda a sua energia— como uma finta. Ela girou o cabo da glaive para virar a lâmina da ponta em uma manobra complicada.

No entanto, Rio facilmente se afastou para evitá-la. Satsuki imediatamente oscilou a glaive para o lado, realizando um ataque consecutivo.

Rio abaixou sua glaive, derrubando o golpe lateral que Satsuki tinha lançado direto para o chão. Ele começou a manter a glaive de Satsuki no chão assim. Antes que a lâmina pudesse ser enterrada no chão, Satsuki prontamente puxou o cabo da arma para evitar que seus movimentos fossem parados. No momento seguinte, ela deu a volta para o lado de Rio e brandiu a ponta nos pés dele.

Rio previu esse movimento, pois ele usou a perna que ela estava mirando para pisar na ponta da arma de Satsuki com uma rápida velocidade de reação. Ele colocou seu peso naquele pé, afundando a lâmina no chão. Então, ele começou a fazer um ataque lateral bastante fraco.

"O que—?!", Satsuki liberou o cabo da glaive em cima da hora, mal recuando a tempo de evitar o ataque de Rio. No entanto, ela se surpreendeu com a coragem por trás da defesa acrobática do Rio e ficou boquiaberta. O mesmo se aplica à galeria de espectadores.

".... Certamente, a glaive é uma arma semelhante à naginata. No entanto, esta não é uma luta competitiva, mas um duelo de verdade. A precisão de cada golpe individual é importante, mas se você buscar por um único golpe final, como em uma competição, eu serei capaz de ler seu tempo facilmente.", Rio temporariamente mudou da posição que assumiu para falar com Satsuki.

Não havia problema em usar as posturas fundamentais para a naginata competitiva, mas em uma batalha real, onde a única condição era fazer contato, não havia regras. Por exemplo, ataques que não precisavam ser evitados em uma disputa competitiva deviam ser evitados nesse duelo, e focar em ataques com as regras da competição em mente só se tornaria uma desvantagem para si mesmo.

"—, eu sei disso! Você está facilitando para mim?!", o tom de Satsuki ficou áspero enquanto ela objetava o Rio em um tom amuado. Na verdade, ela estava ciente disso. Alguns dos movimentos que ela havia feito bem agora foram definitivamente retirados dos típicos movimentos para competição de naginata. No entanto, ainda havia uma parte dela que estava sendo influenciada por isso. Rio tinha visto isso com seu movimento defensivo agora.

"Essa não é minha intenção. Mas se a luta terminar muito rápido, você não teria marcado nada em mim."

"—...", Satsuki fez uma careta, sentindo-se como se tivesse sido insultada. No entanto, Satsuki sabia que Haruto não era o tipo de pessoa que fazia essas declarações sem pensar. Ela se sentiu desconfortável com isso.

Depois de digerir as palavras seguintes de Rio, ela percebeu que a declaração dele não veio de um lugar de insulto.

"Em outras palavras..., eu também quero enfrentar a Satsuki-san com todas as minhas forças. Isso é o que quero dizer. Satsuki-san pediu para eu não me conter, então pensei que poderia informá-la sobre os fatores em que pode estar carente no momento."

".... Você, realmente é uma pessoa sem jeito.", Satsuki sentiu vontade de agarrar a cabeça e resmungar. Se era isso que ele sentia, então ele poderia apenas tê-la confrontado com suas palavras desde o início.

Ele deve ser o tipo de pessoa que fica sem jeito com as palavras.

Mesmo ele sendo teimoso o suficiente para constantemente e logicamente argumentar de volta.... Ser capaz de se comunicar apenas com a linguagem do corpo era bastante extremo.

"Ahaha...", em vez de responder, Rio usou a ponta de sua própria glaive para liberar a glaive encrustada de Satsuki e jogá-la em sua direção.

"Honestamente, você é.…", Satsuki aceitou a glaive lançada e olhou para Rio com reprovação. Que desagradável. Foi uma ação tão irritante, mas por algum motivo, ela não sentiu nenhuma raiva crescer dentro dela.

Em vez disso, ela na verdade achou atraente. Em um grau desprezível, realmente...

Ah, por isso a Miharu-chan se apaixonou por ele, acho que entendi... Era como se ela não pudesse deixar o garoto em sua frente sozinho, o que tornava ainda mais irritante que ele tivesse habilidades tão perfeitas e sobre-humanas.

"... Haruto-kun. Dê-me mais uma chance de cruzar armas com você. Não vou mostrar um comportamento tão vergonhoso da próxima vez.", Satsuki conteve o desejo de reagir timidamente, ao invés disso, levantou a cabeça para falar ousadamente.

"Essa era minha intenção desde o início.", disse Rio, preparando sua glaive. Satsuki foi cativada por aquela visão até que reajustou sua própria glaive.

".... Estou pronta.", disse ela com uma expressão séria depois de respirar fundo e passar vários momentos reunindo sua perspicácia. Nesse tempo, Rio pegou a pedra novamente. Ele jogou para o alto.

Uma pausa, antes que a pedra atingisse o solo.

"Haaah!", Satsuki avançou em direção ao Rio com ainda mais vigor do que antes. Parecia que ela estava fortemente consciente das posturas da naginata para uma competição, mas o ataque apressado que ela fez tinha um sabor diferente de antes.

Ela mirou direto em uma área normalmente não visada em uma competição. Ou assim ela fingiu, movendo-se imediatamente para mirar em um local típico de competição — ela ajustou seu plano de ataque para ser imprevisível para o Rio.

Definitivamente vou fazê-lo engolir suas palavras! Satsuki decidiu, recuando momentaneamente para usar as duas mãos para girar a glaive em alta velocidade. Em seguida, ela avançou direto no Rio. Ao randomizar a trajetória do giro, ela poderia atacar de todos os ângulos diferentes.

"Seus movimentos são completamente diferentes agora.", Rio evitou a dança da glaive de Satsuki ligeiramente, com um sorriso no rosto. Os fundamentos de Satsuki eram bem construídos para começar, então até seus movimentos não tradicionais tinham boa forma. Ela também tinha poucas aberturas.

"Não parece um elogio quando você diz isso com uma cara tão relaxada!", Satsuki fez total uso de seu corpo fortalecido para parar o giro da arma de haste de uma vez, dando um golpe surpresa. Mas Rio retrocedeu e torceu seu corpo para evitar o golpe com calma. Então, deslizando sua mão esquerda ligeiramente para cima da parte inferior da glaive, ele teve como objetivo acertar os pés de Satsuki usando a ponta.

"—Opa!", Satsuki saltou naquele momento, evitando o golpe. Mas a ponta da glaive que Rio estava brandindo parou completamente depois de atravessar o ar vazio, imediatamente virando a lâmina e desenhando um caminho bem traçado em direção a Satsuki.

"Kya?!"

"Boa velocidade de reação."

Satsuki apoiou sua arma de haste em cima da hora, parando a glaive do Rio com o cabo. No entanto, Rio sacudiu a glaive com suas habilidades físicas aprimoradas, lançando Satsuki junto com ela. Satsuki caiu pesadamente no chão, recuando enquanto recuperava o equilíbrio. Ela começou a se distanciar do Rio.

Mas, nesse momento, Rio passou para o ataque. Ele fechou a distância entre eles e lançou uma série de ataques intermináveis.

"Kuh—..." Satsuki fixou os olhos em Rio e lidou com os golpes com uma expressão de dor.

Isso era ruim — ela tinha que fazer algo. Assim que ela pensou isso, Rio fingiu um golpe de estocada com sua glaive direcionado a Satsuki, antes de puxá-la de volta e brandi-la de lado.

Satsuki abaixou sua postura para evitar habilmente a glaive que se aproximava de lado, fazendo um contra-ataque rápido.

"Uma abertura!"

No entanto, Rio usou seu habilidoso trabalho de pés para se mover, evitando por pouco o ataque de Satsuki.

"Ooh!", a violenta troca de ataque e defesa, que não deixava tempo para piscar, fez o público vibrar com entusiasmo. No entanto, suas vozes não alcançaram os ouvidos dos dois envolvidos na batalha.

"Haah!", Satsuki tentou um golpe por cima. No entanto, Rio bloqueou o ataque de Satsuki antes que ele baixasse e desviou sua força habilmente, direcionando-o em outra direção. Satsuki cambaleou para trás, o movimento havia perturbado seu equilíbrio.

No entanto, ela de alguma forma conseguiu resistir, mirando resolutamente no torso de Rio. Rio foi mais rápido que ela ao balançar sua glaive, desviando a ponta que se aproximava com grande força.

"Eu, não vou desistir! Ainda não!", Satsuki persistiu, ajustando a trajetória da ponta desviada e brandindo-a com força no Rio. No entanto—

"Quê—?!", Rio previu o ataque de Satsuki desde o momento em que ela resistiu, saltando levemente para pisar na ponta da glaive de Satsuki mais uma vez. Ele começou a colocar seu peso sobre ela.

"Kya—!", a pressão colocada na ponta da glaive de cima fez Satsuki perder seu manejo da arma. A lâmina foi enterrada no chão novamente. Demorou apenas um momento para seus espectadores se agitarem com a façanha acrobática.

".... Eu perdi.", com a glaive de Rio apontada para seu pescoço, a luta escapou de Satsuki quando ela anunciou sua derrota.

"Muito obrigado.", Rio tinha um sorriso gentil que quase parecia contente.

"Muito obrigada também. Aah, ah, eu não consegui vencer no final. Derrota completa, uma derrota completa!", apesar de suas palavras, Satsuki parecia bastante revigorada. Durante esse tempo, a galeria de espectadores aplaudiu a tremenda combinação deles com elogios.

"Eu acho que foi uma luta difícil.", Rio olhou para o público aplaudindo de longe.

"Diz isso, mas você não estava dando tudo de si. Em vez de uma luta equilibrada, era só eu indo até você com toda a minha força. Eu posso notar, sabe?", Satsuki disse com um suspiro, olhando para Rio.

"Ahaha, me pergunto.", Rio tentou ignorar isso, mas o olhar de Satsuki permaneceu.

"Mas, você sabe agora? O que eu estava tentando dizer a você e o quão sério eu estava falando sobre isso.", Satsuki suspirou cansadamente.

"....... Sim, suponho.", Rio assentiu com um olhar incômodo.

"Então, para encerrar, vou te dar um conselho. Se quer ouvir ou não, depende totalmente do Haruto-kun."

"Claro, o que é?", ela era uma pessoa muito cuidadosa, passando uma mensagem com palavras e não apenas com a linguagem corporal desta vez. Pensando nisso, a boca de Rio se transformou em um sorriso.

"Eu acho que todos os medos que parecem lógicos que você tem, estão corretos. Essa consideração será extremamente importante no futuro, tenho certeza. Mas, pensar tanto que você não pode agir quando precisa — para dizer de forma negativa, é a ação de um covarde."

"Que dura...", Rio disse depreciativamente. Mas, estranhamente, ele não se sentia como se estivesse recebendo um sermão.

"Isso mesmo. Foi apenas no dia da cerimônia de abertura, mas eu ainda fui sua senpai. É meu dever aconselhar um kouhai perdido.", Satsuki disse, sorrindo suavemente.

"E também..., certo. Este é mais como um pedido pessoal.", Satsuki começou a dizer algo antes de fechar a boca, olhando para Rio sem se mover.

"O que é?"

"Tenho certeza que você já percebeu, mas o Takahisa-kun está apaixonado pela Miharu-chan.", Satsuki olhou para Takahisa parado com Miharu e os outros antes de olhar para o Rio e assentir.

".... Sim."

Eles pareciam ter percebido que Rio e Satsuki estavam discutindo algo importante, pois eles não se aproximaram. Seguindo a guia de Charlotte, os outros também permaneceram lá e simplesmente observavam.

"Miharu-chan, Aki-chan, Takahisa-kun, Masato-kun e eu. As relações entre nós cinco mudaram muito desde os dias em que estávamos na Terra. Temo que não haja recuperação de alguns desses relacionamentos. Não, eu temo que a situação em que estamos inevitavelmente tornará isso inevitável.", Satsuki disse com um olhar calmo.

"......", Rio ouviu sem dizer nada.

"Se a relação entre nós cinco vai piorar além do reparo, ou se vai piorar a um grau recuperável, sinto dizer, depende do Haruto-kun. Está além do meu poder. Mesmo a Miharu-chan, que detém a chave para as emoções da Aki-chan e do Takahisa-kun, não pode mais fazer nada. Na verdade.... Não. Acho que algo pode ser feito a respeito, se a Miharu-chan sacrificar suas próprias necessidades. Você entende o que eu estou dizendo?", em outras palavras, ela estava falando sobre Miharu seguindo Aki e Takahisa. Esse era exatamente o futuro que os dois desejavam, mas era contrário ao que Miharu queria.

"......", Rio manteve o silêncio com um olhar ainda mais conturbado.

"Você acredita que a Miharu-chan poderia realmente ser feliz assim? Você acredita que a Miharu-chan encontrará felicidade suprimindo seu próprio desejo de ficar com você, sacrificando-se em vez disso? Acho que você sabe a resposta para isso, não é? Você é gentil, mas desajeitado, então pode estar se contendo por consideração a Aki-chan, mas..."

Mas, mas sabe—, Satsuki continuou.

"Se... Se você entende o que estou dizendo, então eu gostaria que ouvisse o meu pedido. Assim como a nossa luta bem agora, há coisas que você só saberá se as enfrentar de frente. Existem coisas que não serão transmitidas de outra forma. Eu quero que você faça o mesmo com Aki-chan e Takahisa-kun, sem qualquer reserva. Então, quero que o Haruto-kun garanta um futuro para nós, onde todos possamos rir juntos. Eu sei que o que estou dizendo é completamente irracional. Claro, também vou ajudar o máximo que puder, mas esse é o meu pedido. Se... Se você puder fazer isso, então—", Satsuki fez uma pausa. Ela olhou para Rio sem piscar.

"Farei tudo o que eu puder para lhe agradecer. Meu Herói— Haruto-kun.", ela disse tímida, mas claramente.




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