Capítulo 3: Sinais Dos Perseguidores?

 Quatro dias se passaram desde que Rio e os outros partiram de Cleia. Hoje era o terceiro dia do ciclo de três dias que eles decidiram para usar suas espadas mágicas para se mover (embora fosse realmente graças às artes espirituais).

Eles partiram da pousada na cidade postal onde ficaram no início da manhã, caminhando ao longo da estrada até que não houvesse nenhum sinal de outras pessoas por perto. Eles então deixaram a estrada, aprimoraram seus corpos e pegaram os outros, correndo rápido o suficiente para não causar suspeitas e se distanciar o máximo possível.

Depois de percorrer uma distância de cerca de dois dias de viagem, eles voltaram para a estrada e continuaram caminhando. Quando o sol estava quase se pondo, o grupo havia chegado a uma cidade postal ao longo de uma estrada que se estendia por um vale.

Eles pararam naturalmente quando a cidade apareceu.

"Haaa~, finalmente chegamos!"

"Foi cansativo."

Rei e Kouta relaxaram de exaustão.

"... Fuu~.", Celia também levou o cantil de água à boca para se reidratar, suspirando de cansaço. Christina aproveitou para fazer o mesmo.

Com exceção de Rio, do grupo de Sara e da cavaleira Vanessa, nenhum dos outros era do tipo aventureiro. Acordar todos os dias antes do nascer do sol e caminhar até o pôr do sol naturalmente treinava suas pernas, mas o cansaço ia se acumulando um pouco.

"Pessoal, bom trabalho. Vamos ficar aqui como planejado, então vamos encontrar uma pousada e descansar.", disse Rio. Eles passaram pelo portão da cidade postal com passos pesados. A cidade ficava no alto da estrada, então a rua principal passava bem no meio da cidade.

A vantagem de ficar em cidades como essa durante a fuga era a falta de soldados permanentemente estacionados — e as poucas cidades que os possuíam tinham apenas um pequeno número de funcionários que negligenciavam seus deveres.

No entanto, eles também tinham a desvantagem de se tornarem inseguros facilmente.

Por conta disso, não havia necessidade de se preocupar ansiosamente com a presença de funcionários, mas—

...Hmm?

No momento em que Rio passou pelo portão, ele olhou para cima.

Ele estava em alerta máximo pela presença de seus perseguidores, então periodicamente ativava uma barreira gigante de vento com um raio de várias centenas de metros para detectar secretamente quaisquer inimigos. Agora que eles haviam entrado na cidade, ele estava fazendo o mesmo, por precaução. Foi como ele percebeu uma criatura alada voando algumas centenas de metros de altura no céu. Provavelmente era algum tipo de pássaro..., mas assim que ele pensou nisso, ele sentiu um olhar sobre ele de lado.

Aventureiros, huh?

Ele se virou para ver alguns aventureiros vagando, um deles olhando cuidadosamente entre o grupo de Rio e um pedaço de papel em sua mão e supôs o motivo dos homens estarem olhando para eles.

Os aventureiros estavam praticamente em todos os lugares, então não era estranho para eles estarem reunidos na entrada de uma cidade ou cidade postal no final de um dia de trabalho. Os aventureiros locais obviamente ficariam curiosos se grupos parecidos com aventureiros desconhecidos aparecessem na cidade totalmente armados também.

"...O que eles estão fazendo? Olhando para nós tão atentamente.", Sara sentiu o mesmo olhar que Rio e fez um beicinho mal-humorado.

"Eles parecem ser aventureiros. Vai ser complicado se nos envolvermos, então por favor, não façam contato visual. Vamos para a pousada rapidamente.", Rio disse claramente e começou a andar rapidamente na frente, querendo prosseguir rapidamente para a cidade.

"Ei, espera um minuto aí.", os aventureiros se aproximaram deles rapidamente, chamando por eles.

".........", Rio os ignorou e continuou caminhando na liderança.

"Oi, eu disse espera. Estou falando com vocês, o grupo de nove dos capuzes! É, vocês, com o garoto de cabelo grisalho na frente!", ele gritou suas características específicas para fazê-los parar.

"... O que foi?", Rio parou relutantemente e respondeu em nome do grupo.

"Vocês são todos aventureiros?", o homem grande perguntou.

"Somos apenas viajantes. Lamento, mas estamos cansados agora.", Rio disse irritado, encerrando a conversa. No entanto, os homens não recuaram, movendo-se rapidamente ao redor deles para bloquear seu caminho. Eles pareciam subestimar Rio por sua juventude, sorrisos zombeteiros apareceram em seus rostos.

"Estamos cansados, não foi isso que eu disse?", Rio repetiu, olhando friamente para os aventureiros. Os homens deram meio passo para trás com a leve pressão que sentiram, mas—

"—..., foi mal, mas o nosso sustento está em jogo aqui. Estamos procurando por alguém.", incapaz de suportar a ideia de um pirralho com metade de sua idade os subestimando, ele respondeu em um tom intimidador.

"Procurando alguém? Então você tem as pessoas erradas. Não reconheço o rosto de nenhum de vocês."

"Hah. É, não estamos procurando por alguém que a gente conhece. Eu disse que o nosso sustento estava em jogo, não foi? Quem a gente está procurando são criminosos procurados com uma recompensa."

".... Não me lembro de ter uma recompensa colocada sobre nós."

Considerando que eles estavam fugindo, a suspeita imediatamente passou pela mente de Rio, mas ele tentou fingir ignorância com dúvida.

"É, você diria isso. Ainda mais se vocês fossem os criminosos procurados.", o aventureiro grande riu com desdém.

"Está dizendo que somos criminosos?"

"Eu chamei vocês para confirmar isso."

"E como você vai confirmar isso?"

"Está escrito no aviso de procurado que um dos criminosos é um garoto de cabelo grisalho no meio da adolescência. Exatamente os mesmos traços que você tem, ao que parece.", o aventureiro grande olhou para o Rio.

"Essas características são extremamente comuns.", Rio encolheu os ombros sem nenhuma mudança em sua expressão.

"Mas tem outras coisas que combinam também, sabia? O número de criminosos é por volta de dez, provavelmente um grupo de nove, garotos e garotas. Tem nove de vocês. Pelo que posso ver por baixo dos capuzes, todos vocês parecem bem jovens. E tem garotas entre vocês também."

O homem grande se abaixou, acenando com o aviso de busca como se quisesse exibi-lo. Ele olhou de soslaio para Celia e os outros para tentar espiar sob seus capuzes, e o grupo abaixou o rosto em desgosto.

"Ser acusado unilateralmente de um crime do qual não tenho lembrança é algo que não posso deixar passar. Me mostre esse aviso de busca.", Rio disse corajosamente, estendendo a mão direita.

"Sim, é claro. Não rasgue.", o homem entregou o aviso ao Rio obedientemente.

".........", Rio leu o aviso silenciosamente. Interessada no conteúdo do aviso, Christina também se aproximou dele por trás para espiá-lo.

O aviso primeiro detalhou a aparência dos criminosos procurados, e—

"O rapto de uma figura importante e.…. assassinato?"

Isso era o que estava escrito lá. Também incluía outros detalhes sobre os criminosos, bem como as coisas de que o Rio e os outros estavam sob suspeita.

".... Não tenho o que falar sobre isso.", Christina murmurou, com sua raiva fervendo.

Ao mesmo tempo, Rio até falou com uma voz calma. "Entendo. Certamente, há muitos pontos semelhantes entre nós e o que está escrito neste aviso. Eu entendo suas suspeitas, mas você tem as pessoas erradas. Eu não sei nada sobre isso.", ele devolveu o aviso de busca.

"Ah—...", o aventureiro grande murmurou enquanto recebia de volta o aviso. Rio reconheceu como suas características combinavam com as do aviso de forma tão ousada que ele não conseguia encontrar as palavras certas para dizer a seguir.

"Você é livre para continuar suspeitando de nós, mas somos livres para decidir não nos associarmos mais a você. Como eu disse no início, estamos cansados. Se continuarmos discutindo com você aqui, todas as pousadas estarão ocupadas e vamos ter que acampar ao ar livre. Até mais.", Rio disse, começando a passar pelos homens que haviam bloqueado seu caminho. Atrás dele, Christina e os outros também moveram lentamente os pés. Contudo—

"Espera!", o aventureiro grande gritou de repente.

"O que é agora?", Rio respondeu irritado.

"O aviso de busca diz que são três homens e seis mulheres. Tirem os capuzes e me mostrem os rostos.", o homem ordenou arrogantemente.

".... Eu não acredito que é assim que você pede um favor a alguém.", Sara disse mal-humorada.

"Sim. Eu me pergunto que direito ele tem de nos dar ordens?", Christina concordou exasperada.

"Hã? O que?", o homem franziu as sobrancelhas insatisfeito.

"Se quiser que a gente remova nossos capuzes, tente pedir usando um 'por favor'.", Rio ordenou ao homem.

"....... Hah?", o aventureiro congelou; havia uma veia saliente em sua têmpora.

"Não é irritante ser falado assim? Existe uma maneira melhor de expressar suas palavras ao pedir a alguém para fazer algo. É natural sentir repulsa por ser falado assim por um estrangeiro desconhecido. Isso é o que as garotas estão dizendo.", disse Rio, apresentando sua lógica com ousadia.

"Oi, oi, você está tentando me dar lição? Você tem coragem, pirralho.", o rosto do homem grande se contraiu.

"Não temos intenção de discutir com vocês. Já que você não está nos dando escolha, mostraremos nossos rostos. Mas isto é o último. Se você ainda achar que somos os criminosos, forneça alguma prova concreta disso. Pessoal, por favor, removam seus capuzes.", Rio se virou e se dirigiu aos outros.

Aqueles que estavam usando seus capuzes moveram silenciosamente suas mãos e revelaram seus rostos.

"—............", todos os homens ficaram sem fôlego, porque as garotas mais lindas que eles já tinham visto em suas vidas estavam diante deles.

E então, depois que os homens permaneceram sem palavras por vários segundos—

"Eu acredito que é o suficiente. Até a próxima."

Rio começou a andar mais uma vez. Christina e as outras também cobriram a cabeça novamente e o seguiram. Os aventureiros os assistiram partir sem pedir que parassem novamente.

◇ ◇ ◇

Após esse encontro, eles garantiram um lugar na pousada da cidade.

Rio pediu que os outros esperassem na pousada antes de partir sozinho para investigar a cidade, acreditando que primeiro era importante reunir informações com calma.

Ele parou nas barracas de comida para comprar lanches e conversar com os donos de lojas, confirmou o que diziam os avisos de busca no mural da cidade e voltou à pousada 30 minutos depois. Todos se reuniram em um dos quartos que alugaram para discutir.

"Primeiro, parece que um soldado passa da cidade vizinha uma vez por semana. Mas hoje não é esse dia, e também não parece que o grupo de busca chegou aqui antes de nós.", disse Rio.

"O que deixa o problema do aviso de busca e daqueles homens rudes.", Sara disse com um beicinho.

"Há algo que percebi sobre o aviso e isso me incomoda. O aviso que aquele homem tinha não existia no quadro de avisos da cidade."

"....... Não é porque aquele homem estava com ele?", Alma inclinou a cabeça.

"Isso é exatamente o que me incomoda. Aquele aviso de busca não tinha um selo de publicação. Um mero aventureiro em uma cidade como essa não deveria ter a cópia original de um aviso de busca, então provavelmente era uma cópia transcrita. Mas se for assim, não acham que é estranho? Não há original na cidade, mas há uma cópia."

"Certamente. Remover um aviso original do quadro de avisos é considerado um crime grave por ajudar criminosos a evitar a prisão. Os únicos que podem ser transportados são as cópias.", explicou Vanessa.

"Sim, o que significa que existe a possibilidade de o aviso de busca ser forjado."

"A falsificação de documentação oficial é crime capital...", disse Vanessa, franzindo os lábios solenemente.

"Também é possível que todas as cópias preparadas tenham sido levadas, então o original foi temporariamente removido para fazer novas cópias. Bem, não há como confirmar isso no momento, então vamos passar por alguns dos outros pontos."

"Quer dizer o conteúdo do aviso de busca?"

"Como pensei, Vossa Alteza também percebeu.", disse Rio. Naquele momento, os únicos que leram o aviso foram Rio e Christina.

"Havia algo estranho nisso?", Celia perguntou.

"Se aquele aviso de busca era realmente para nós, então era muito bem informado sobre nossos números e os detalhes de nossas idades e gêneros. Charles Albor, o líder do grupo de busca, não deveria ter percebido que outras cinco pessoas se juntaram para escoltar Sua Alteza."

Rio, Celia, Sara, Oufia e Alma. Esses cinco ainda não haviam sido testemunhados junto com Christina pelo grupo de busca. E, no entanto, o aviso de busca afirmava que havia cerca de dez deles, provavelmente nove.

"Ah...", Celia entendeu.

".... Amakawa-kyō, acredita que aquele aviso de busca foi preparado para nós?", Christina perguntou a Rio.

"Para ser honesto, não posso dizer com certeza. O número de pessoas, gêneros e idades combinam perfeitamente conosco, mas os nomes dos criminosos não foram anotados. A única pessoa que teve sua aparência notada em detalhes fui eu mesmo. Com base nisso, parece que o aviso foi escrito por alguém que não sabia sobre quem eles estavam escrevendo... então pode ser apenas uma coincidência. O fato de o crime ter sido apontado como sequestro e assassinato de uma figura importante também me incomoda.", respondeu Rio.

"Certo, isso faz sentido. Mas me incomoda como há muitas informações que combinam.", Christina parecia um pouco inquieta.

"Eu também estou preso nesse ponto. Há uma pessoa em quem posso pensar que poderia ter feito tal aviso, mas posso estar apenas pensando demais."

"Isso é, por acaso..."

"Reiss. Nem mesmo o conde Claire sabe que a Sara-san, a Oufia-san e a Alma-san estão acompanhando Vossa Alteza, e Reiss é o único que testemunhou nós nove juntos depois da batalha na floresta. Ele teria sido capaz de confirmar nossos números e gêneros."

"N-Não me diga... Aquele homem apareceu naquele momento para fazer este aviso de busca?", Vanessa gaguejou.

"Será que Reiss está cooperando com o Charles...? Ele é a pessoa que pode ser o embaixador do Império Proxia.", acrescentou Celia. Ambas tinham rostos ansiosos.

"Quem sabe? Se Reiss estiver trabalhando com Charles, seria estranho não haver descrições mais detalhadas de Sua Alteza, Vanessa-san, Kouta-san e

Rei-san no aviso."

Além disso, se Reiss estivesse por trás disso, ele teria tocado nos antecedentes de Rio — mas ele não disse isso em voz alta.

"Eu tenho a mesma opinião que o Amakawa-kyō. Se Charles e Reiss estão colaborando, então isso faz de mim a figura importante mencionada no aviso, mas não acredito que Charles inventaria minha morte mesmo em um falso crime — a menos que eu estivesse realmente morta, é claro. Se ele tentasse algo tão impertinente e depois entrasse em contradição, não conseguiria se explicar.", Christina disse em acordo com o Rio.

"... O que significa que o Charles não estava envolvido na elaboração desse aviso de busca e foi simplesmente uma falsificação feita por Reiss?", Celia perguntou em confirmação.

"Sim, isso é possível. No entanto, não temos como confirmar isso no momento, e ainda é possível que aquele aviso não esteja relacionado a nós.

É extremamente preocupante.", respondeu Rio.

"Mas isso não é ruim? Se for verdade, então devemos deixar esta cidade o mais rápido possível...", Celia sugeriu com um olhar rígido de medo.

"Eu não recomendaria isso agora. Depois que deixamos aqueles homens para atrás no portão da cidade, eles correram atrás de nós e nos seguiram até aqui. Tenho certeza de que há pessoas de guarda do lado de fora da pousada neste momento. Não é assim, Sara-san?", disse Rio.

"Sim. Eles não são as pessoas que vieram até nós no portão, mas há dois.", disse Sara enquanto espiava por uma brecha nas cortinas.

"Reiss não usaria homens tão óbvios para propositalmente levantar nossas guardas, então podemos presumir que ele não está nesta cidade por enquanto, pelo menos. Nesse sentido, não há necessidade de sair da cidade imediatamente."

"O que significa que nosso problema atual são os aventureiros desta cidade que suspeitam de nós.", Vanessa disse franzindo o cenho.

"Certamente que sim. O sol já se pôs, então, se sairmos da cidade agora, seremos suspeitos por agirmos às sombras. Em vez disso, deveríamos partir com ousadia amanhã de manhã.", Rio sugeriu. Em seguida, ele acrescentou: "No entanto, não sairemos pelo portão leste em direção ao Reino de Galark, mas pelo portão oeste pelo qual originalmente viemos."

"E-Espere, espere um minuto. Não causaria mais suspeitas se voltássemos pela estrada por onde viemos?", Vanessa interrompeu com pressa.

"Eles têm pessoas nos vigiando do lado de fora da pousada, então já suspeitam de nós de uma forma ou de outra. Eu também quero confirmar se eles estão associados ao Reiss, então seria melhor se eles atacassem. Embora eu não possa imaginar que Reiss usaria qualquer um que faria um movimento com tanta facilidade."

Mas era possível que isso fosse o que eles queriam que Rio pensasse também. No entanto, uma vez que começasse a examinar as possibilidades, os limites eram infinitos, então ele tomou nota disso em sua mente.

"E se eles não fizerem um movimento?"

"Nesse caso, continuaremos indo para o oeste até nos livrarmos deles, então vamos deixar a estrada e voltar para o leste. Isso resultará em uma perda de tempo, mas podemos escalar o vale ao redor desta estrada e contornar a cidade. Dessa forma, eles vão pensar que recuamos para o oeste."

"Entendo ... É ousado, mas eficaz.", murmurou Vanessa.

"Eu não tenho objeção. Vamos com esse plano.", aprovou Christina. Assim, eles encerraram a discussão e foram preparar as refeições e descansar para o que viria no dia seguinte.

◇ ◇ ◇

Enquanto isso, em um bar da mesma cidade, o grupo de aventureiros que havia chamado Rio e os demais estava reunido em um grupo de cerca de vinte pessoas.

"Merda. Era um pirralho atrevido, aquele bastardo de cabelo grisalho!"

Entre eles estava um aventureiro grande, reclinado em sua cadeira enquanto amaldiçoava odiosamente a memória de seu encontro com Rio. Ele bateu sua caneca de madeira com cerveja barata contra a mesa, fazendo com que os pratos próximos balançassem ligeiramente.

Tente pedir usando um 'por favor'.

Ele estava furioso com o quão arrogante a ordem repentina tinha sido. Quem aquele pirralho pensava que era? O homem rotulou a si mesmo, fazendo sua raiva irracional ficar mais intensa.

"Se acalma, parceiro.", disse um aventureiro menor que não esteve lá.

"Eu não posso. Isso me irrita."

"Não adianta perguntar a você.", o homem menor balançou a cabeça, voltando-se para os outros que realmente estiveram lá. ".... Então, como foi de verdade?"

"Bem, os traços deles combinavam exatamente com o que estava escrito no aviso.", disse um homem, parecendo um tanto sombrio.

"O quê, aconteceu alguma coisa?"

"Não, só é difícil identificar com certeza se são ou não as mesmas pessoas baseado só nas informações deste aviso. No entanto, ficamos chocados demais com a recompensa para notar a princípio."

"Bem, sim.", o aventureiro menor concordou.

"Tem que ser eles! A idade, gênero, número... Três garotos e seis garotas no meio da adolescência? É perfeito demais! Não tem como passar mais ninguém que se encaixa nos requisitos com tanta precisão!", o homem grande que guardava rancor contra o Rio gritou.

"Em resumo, aqueles pirralhos são os criminosos do aviso de busca?"

"Sim, eles são os criminosos sujos! Eles devem saber seu lugar! Droga, eu não posso perdoá-los.", o homem grande se enfureceu em uma demonstração firme de afirmação.

"Você diz isso, mas o que pode fazer? Tudo o que temos que fazer é reportar ao homem que nos deu este pedido e receberemos um bônus, sabe? Nós até recebemos um pagamento adiantado pesado."

"Aqueles pirralhos de merda não são grande coisa! Três garotos e seis garotas, contra os vinte de nós, adultos fisicamente aptos! Mesmo se recebermos um bônus, vai ser apenas algumas peças de ouro, no máximo. Isso não é nada, uma vez que for dividido entre todos nós. Em vez de aceitar uma ninharia dessa, podemos amarrar e entregar eles aos funcionários por 500 de ouro! É óbvio qual é a melhor escolha."

500 moedas de ouro. O número era realmente tentador. Tentador o bastante até mesmo para abandonar a razão.

"Não é verdade? Eu pensei o mesmo. Se não for um trabalho que temos que passar pela cidade para aceitar, então não vai ter uma penalidade do grêmio também."

O aventureiro menor parecia estar esperando que a conversa tomasse essa direção.

"Hehe."

"As mulheres também eram lindas."

"Sim, aquilo era uma loucura."

"Se eles são criminosos, não importa o que a gente fizer com eles."

"Certo. Eles são só criminosos."

E assim por diante. Vozes de concordância surgiram ruidosamente.

"Heh, parece que está decidido.", o homem grande sorriu de satisfação.

"O que significa que precisamos de um plano. Se vamos fazer isso, obviamente precisa ser fora da cidade. Que tal fazermos isso amanhã, quando eles tiverem saído da cidade?", o homem menor sugeriu com um sorriso malicioso.

"Maldito, você tem planejado abandonar o pedido desde o início, não é?"

"Isso vale para nós dois."

"Fun. Vamos ensinar a esses pirralhos como o mundo pode ser assustador."

◇ ◇ ◇

Na manhã seguinte, Rio e os outros deixaram a pousada e se dirigiram pelo portão oeste como planejado. Ao fechar a conta da pousada, eles avistaram dois aventureiros parados no beco sem saída do outro lado da rua do prédio, mas fingiram ignorância e se dirigiram para o portão oeste.

"Acha que eles ficaram de guarda lá a noite toda?", Alma perguntou cansadamente.

"Não, eles provavelmente estavam se revezando.", respondeu Rio, igualmente exasperado. Ele continuou alto o suficiente para o grupo ouvir. "Pessoal, certifiquem-se de não se virar."

Todos olharam para o Rio.

"Como esperávamos, eles estão nos seguindo. Várias pessoas se juntaram ao longo do caminho, então há mais algumas delas. Eles provavelmente não têm intenção de esconder que estão nos seguindo. Tenho certeza de que eles tentarão algo assim que nós deixarmos da cidade."

Os rostos de todos endureceram imediatamente.

"Deixem-me cuidar deles. Se acabarmos lutando contra eles, eu liderarei o contra-ataque. Todos os demais devem estar em guarda total e à procura de projéteis e emboscadas de todas as direções, caso eles sejam apenas uma isca para o Reiss. Não há absolutamente nenhuma necessidade de me ajudar."

"Entendido.", Sara, Oufia e Alma assentiram imediatamente, sem hesitação. Elas tinham total confiança na habilidade de Rio; não havia como ele ser derrotado por pessoas que nem mesmo conseguiam seguir alguém de maneira adequada.

O que era mais preocupante era um ataque de Reiss. A possibilidade mais assustadora era um ataque surpresa além de seu campo de visão, assim como o que ele disparou fora de Cleia. Assim, elas iriam deixar a luta para o Rio e se concentrar totalmente na defesa — isso, elas entenderam implicitamente.

De qualquer forma, o grupo finalmente deixou a cidade postal. Os aventureiros seguiram cerca de cinquenta metros de distância, mantendo essa distância enquanto caminhavam. No entanto, Rio e os outros permaneceram firmes em seu curso. Assim, depois de que mais ou menos dez minutos se passaram—

"Nós vamos parar naquela área plana ao lado da estrada. Por favor, voltem para o fundo desse campo e finjam que estão procurando por algo. Veremos qual movimento eles farão a seguir."

Rio apontou para um campo que se estendia ao lado da estrada. Assim que chegaram, todos começaram a olhar ao redor do chão como se tivessem deixado cair alguma coisa.

Com isso, os aventureiros atrás deles ficaram um pouco confusos. Eles tiveram certeza de que Rio e os outros eram os criminosos procurados quando dobraram de volta na rota de onde tinham vindo ontem, mas assim que o grupo parou para começar a procurar por algo em um espaço tão aberto, eles começaram a questionar suas intenções.

"O que eles estão fazendo?"

"Eles estão procurando por alguma coisa."

"Eles voltaram para procurar algo que deixaram cair?"

As perguntas geraram confusão, diminuindo a velocidade de caminhada dos homens. Talvez eles realmente não fossem os criminosos? Pelo menos alguns deles tinham essa dúvida nadando em suas cabeças.

"Se acalmem! Não mudou nada no plano! Eles são criminosos com uma recompensa de 500 moedas de ouro, buscados vivos ou mortos.", disse o aventureiro grande, incitando os outros.

"Isso mesmo. Nós temos base suficiente— não se acovardem agora.", o homem menor assentiu, dando um passo à frente de bom humor.

A distância entre eles diminuiu pouco a pouco, até que estiveram perto o suficiente para ouvir as conversas um do outro, se escutassem com atenção. Não havia como voltar agora que eles haviam chegado tão longe. O que quer que acontecesse, aconteceria. Essa psicologia em massa estava funcionando, pois, os outros aventureiros se resolveram e seus passos perderam a hesitação.

Depois disso, par do grande e pequeno aventureiros na liderança parou na estrada um pouco antes de onde Rio e os outros fingiam procurar algo.

"Vocês, estão fazendo o que aí?", o homem grande perguntou.

".... Como você pode ver, estamos procurando algo. Um dos meus companheiros percebeu que havia deixado cair algo ontem à noite, então viemos ver o último lugar onde descansamos.", Rio respondeu audaciosamente. Era uma desculpa muito razoável para voltar pela estrada de onde eles vieram.

"E o que vocês estão fazendo, parados aí?", Rio acrescentou calmamente, como se tivesse visto através deles.

"....... Vocês são os que estão naquele aviso de busca, não são?", o homem grande perguntou de volta friamente.

"Mesmo se eu disser que não somos, você provavelmente não vai acreditar em mim. Já que você foi e trouxe todos os seus amigos com você, afinal. Nos seguindo até aqui, onde há menos pessoas por perto.", Rio suspirou cansadamente.

"Hah, pelo menos você é rápido em entender. Como vocês combinam perfeitamente com a descrição nesse aviso de busca, não podemos simplesmente deixar você passar. Afinal, há uma recompensa de 500 ouros em jogo. Então, decidimos amarrar todos vocês. Contanto que vocês não resistam, vamos poupar as suas vidas. Só as vidas.", o homem grande olhou para as mulheres que estavam atrás do Rio com um olhar vulgar. Os rostos delas estavam cobertos com capuzes, mas o vislumbre de seus cabelos e o formato de suas figuras as tornava obviamente mulheres. Os outros homens também sorriam lascivamente. Elas provavelmente notaram os olhares perversos sendo dirigidos a elas, pois as mulheres do grupo franziram os lábios infelizmente.

"I-Isso é um absurdo. O que você faria se descobrisse que não éramos os criminosos?", Kouta não pôde deixar de gritar com uma voz estridente.

"Huh? É por isso que vocês devem só se entregar silenciosamente. Podemos prender vocês com a razão perfeitamente racional de suspeitar que vocês sejam criminosos. Ninguém vai nos punir por matá-los se vocês resistirem. Pessoas mortas não podem falar e tudo mais. Podemos inventar quantas desculpas a gente quiser depois.", o homem grande zombou da objeção de Kouta e o deixou de lado.

"Isso não é possível! Como algo tão bárbaro pode ser aceitável?! Você poderia matar quantas pessoas quisesse com uma acusação falsa como essa!", Kouta rejeitou a situação que era completamente oposta ao seu próprio bom senso.

"Não adianta discutir. O próprio sistema que emite o aviso de buscas não leva em conta as infelizes pessoas que são erroneamente acusadas de serem criminosos. Eles são simplesmente encobertos como acidentes infelizes. Não há nada que possamos fazer a não ser resolver isso pela força.", Rio informou Kouta claramente.

"Isso é.…", Kouta ficou sem palavras.

"Hah, parece que você entendeu. Então qual vai ser? Você vai se entregar em silêncio? Dito isso, e tenho certeza de que esse sentimento é mútuo, mas eu não gosto de você. Vou ser legal com as mulheres, mas vou me certificar de que você veja um mundo de dor. Se quiser culpar alguém, pode culpar a sua atitude arrogante ontem.", o homem grande estava claramente tentando provocar Rio. Os outros homens também zombavam vertiginosamente.

"Eu particularmente não sinto nenhuma antipatia por você.", Rio afirmou categoricamente.

"Hã?", a resposta inesperada fez os homens franzirem as sobrancelhas.

"As vidas de vocês não importam para mim. Eu não vou machucá-los se vocês se afastarem silenciosamente aqui. No entanto, vou responder de acordo se não fizerem isso. Isso é tudo.", afirmou Rio.

"... Ha. Fuhahaha! Oi, oi, esse cara não entende a situação de jeito nenhum. Eu nunca ouvi uma súplica para ser poupado com tanta arrogância. Não é grande coisa, hein?", os homens pareceram surpresos por um momento, apenas para seguir com uma gargalhada satisfeita.

"Entendo. Então eu não tenho escolha.", Rio colocou a mão em sua bainha e fingiu usar sua espada mágica para realçar seu corpo antes de adotar uma postura pronto para a batalha com seus punhos nus.

".... Ah? Você está fazendo isso com as mãos vazias?", todos os homens pareciam confusos com a forma como Rio agarrou sua espada, mas não a sacou.

"Eu não quero que meus companheiros me vejam matar ninguém, infelizmente. Lutar com as minhas mãos nuas é o suficiente para vocês. Se vão vir até mim, sejam rápidos.", talvez ele quisesse poder reivindicar legítima defesa, já que Rio claramente acenava para os aventureiros com a mão direita em provocação.

"Hahaha... Esse bastardo realmente não conhece o seu lugar. Peguem esses pirralhos já! Vão!", uma veia saltou na cabeça do homem grande enquanto ele ria secamente.

Os mais de vinte aventureiros na estrada correram para Rio e os outros no campo. Rio, Kouta e Rei à parte, eles provavelmente queriam apreender as mulheres sem machucá-las. Por causa disso e do fato de que Rio não tinha armas em punho, nenhum deles sacou suas armas também. O mais motivado deles era o aventureiro menor de sangue quente.

"Morra! Haha!", ele correu a toda velocidade e saltou, com a intenção de socar Rio com esse impulso. Mas antes que ele percebesse, a visão do homem menor estava girando em círculos. Rio apareceu de cabeça para baixo. Não, não apenas Rio, mas os outros aventureiros— o mundo inteiro— estavam de cabeça para baixo.

A incompreensível sensação de flutuação que sentia era devido ao fato de que estava voando no ar — Rio provavelmente o havia defendido. O punho direito que ele havia lançado estava dobrado além do limite móvel de seu corpo e, diante dele, estava o próprio garoto.

"... Hah? Eh? Hi—!?", caos, confusão e medo vieram sobre ele em sucessão. O homem testemunhou Rio girando seu corpo diante de seus olhos. Foi algum tipo de ataque, mas ele não conseguiu evitá-lo. Em vez disso, ele assistiu em câmera lenta. Foi quase como um flashback de seus momentos finais, mas não durou para sempre.

Rio tinha torcido seu corpo e usado o fluxo de sua força, de suas costas até seu ombro, para visar um agarre e o homem que estava temporariamente de cabeça para baixo no ar.

"Guho—...?!", o corpo do homem menor foi lançado voando em direção à estrada atrás dele. Ele colidiu com vários homens atrás dele e rolou pelo chão. O amortecimento de seu golpe significava que ele não morreu, mas ele tinha dificuldade para respirar.

"T-Tetsuzanko...?!", Rei gritou com os olhos bem abertos. O ataque que Rio fez agora era muito parecido com os movimentos que ele havia visto em jogos e vídeos online no Japão.

"Incrível...", Christina também murmurou em transe. Parte da razão foi porque o ataque de Rio tinha aterrissado tão esplendidamente, mas ela também estava impressionada com a facilidade com que ele já havia passado para sua próxima ação. Rio usou o corpo do homem enviado voando como um obstáculo para fechar a lacuna entre ele e os outros homens em um piscar de olhos.

"...Guh?"

Quando Rio apareceu de repente diante de seus olhos depois de estar a vários metros de distância, o homem que infelizmente se tornou o próximo alvo congelou, rígido. A ponta de um cotovelo estava presa em seu plexo solar, fazendo seu corpo voar pelo ar.

Ao mesmo tempo, Rio já estava atacando seu seguinte alvo. Não houve nenhum desperdício em nem mesmo um de seus movimentos enquanto ele deixava os aventureiros incapazes de agir com rapidez e segurança.

Um após o outro, os aventureiros caíram no chão em intervalos de apenas um a três segundos. Em pouco tempo, o número de homens ainda de pé caiu para um dígito.

"O-O quê?! O que aconteceu?! Seu bastardo, o que você fez?!", o homem grande que estava parado na parte de trás vociferou, incapaz de processar a situação.

"... Gah!", Rio não fez nenhum movimento para responder à pergunta sinceramente e em vez disso nocauteou outro aventureiro.

"—, o quê, o que vocês estão fazendo?! Cerquem ele! Agarrem ele antes que ele pegue vocês!", o grande aventureiro gritou com os homens restantes, que ficaram em choque. Seus companheiros apavorados se moveram para cercar o Rio.

No entanto, Rio já havia reduzido seu número até agora— ele não iria ser derrotado facilmente por uma tentativa como essa. A diferença em seu poder era tão grande, era como se a parede humana nem estivesse lá.

"E-Eek! Ugh!", Rio se aproximou do aventureiro mais próximo sem hesitação e facilmente o desequilibrou antes de jogá-lo contra o chão.

"Uoooh!", o aventureiro grande investiu contra o Rio por trás, brandindo a espada em sua mão acima da cabeça com toda sua força. Foi claramente um ataque com a intenção de matar.

"Cuidado!", Christina gritou reflexivamente.

"Quê—?!"

Rio torceu seu corpo, disparando um chute circular direto nas entranhas do homem que balançava sua espada, enviando-o voando para longe. Aquele golpe foi o suficiente para obliterar seu espírito de luta.

"E-Ele tem olhos atrás da cabeça?"

"Não era para ser uma vitória fácil contra alguns pirralhos?"

"Isto é impossível..."

"Não tem como a gente vencer nesta vida..."

Os homens restantes resmungaram baixinho enquanto recuavam, então imediatamente se viraram e começaram a correr para a estrada o mais rápido que podiam.

Não era assim que deveria ser. Sua força estava muito além dos padrões de um humano — eles provocaram o oponente errado. Sentimentos de arrependimento os dominaram.

"E-Esperem! Bastardos!", o homem grande que havia perdido sua arma voltou a si, então desajeitadamente correu atrás de seus camaradas em fuga.

"Você achou que poderia fugir?", a voz de Rio ecoou baixinho em seu ouvido, enchendo-o de um medo que quase parou seu coração.

"Guoh—!", o corpo do homem tremia reflexivamente quando ele tropeçou nos próprios pés, caindo espetacularmente. Rio prendeu o homem e derramou sua essência nele, usando somente suas artes espirituais para ceifar a consciência do homem grande.


Rio deixou o homem inconsciente deitado ali e começou a perseguir os outros homens que haviam fugido. Os homens corriam tão rápido quanto suas pernas permitiam, mas Rio podia correr a uma velocidade que ultrapassava em muito a de qualquer humano.

Não havia como os homens em fuga escaparem.

"Hiiiii—!?"

"A-Alguém me ajude!"

Todos eles gritaram, antes que Rio alcançasse outro por trás e o deixasse inconsciente.

"Uwaa~, estou começando a me sentir mal por eles...", Rei observou a cena na estrada através das planícies selvagens e deu aos aventureiros um olhar de pena.

"Não — Você colhe o que planta. Não há necessidade de compaixão. Pelo contrário, eles deveriam ser gratos ao Haruto-san por não ter tirado suas vidas."

Sara resmungou enquanto olhava para os homens inconscientes caídos no chão. Realmente, todos os homens espalhados foram apenas nocauteados — nenhum estava morto.

".... Isso é verdade. Afinal, seus motivos para nos atacar eram o que eram.", Christina tinha visto os eventos acontecerem com uma expressão em branco no rosto, mas com a declaração de Sara ela voltou a si mesma e concordou com uma risada.

"Sim. E parece que há algumas pessoas que ainda estão conscientes também.", disse Sara, olhando para o homem pequeno que Rio enviou voando primeiro e os dois homens que foram apanhados naquele intercâmbio.

"—...?!", os três homens estavam fingindo estar inconscientes no chão e estremeceram quando Sara percebeu seu ato.

"Haruto-san está voltando, então vamos ter uma boa e longa conversa.", disse Oufia, olhando para a estrada. Lá, Rio estava caminhando, arrastando os homens que haviam fugido dele antes.

◇ ◇ ◇

Alguns minutos depois, Rio reuniu todos os homens inconscientes em um local e removeu suas armas, em seguida, amarrou seus pés com uma corda para que não pudessem fugir.

Enquanto isso, os três homens que permaneceram conscientes perderam completamente a vontade de lutar, ajoelhando-se no chão ao lado dos outros e se amontoando entre si.

"Então, vamos ouvir o que vocês têm a dizer. Fomos atacados por uma acusação da qual não temos lembrança, então isso tem sido muito incômodo para nós.", afirmou Rio, olhando para eles.

"Claro, Danna*! Responderemos qualquer coisa!", o homem menor disse cooperativamente, buscando ganhar o favor de Rio. A mudança dramática em sua atitude fez com que os outros— principalmente as garotas— olhassem para ele com olhares de pena.

(NT.: 旦那 [だんな, Dan'na]: mestre [de uma casa, loja, etc.]; marido [linguagem familiar]; senhor; chefe; mestre; governador [usado para se dirigir a um patrono, cliente ou pessoa de alto status])

"Onde você conseguiu este aviso em primeiro lugar? Eu verifiquei o quadro na cidade, mas não vi nada parecido.", Rio olhou exasperado para o homem, mas tê-lo com medo era mais conveniente, então começou a questioná-lo sobre o aviso de busca em tom neutro.

"Claro que não estaria na cidade — só foi emitido em Cleia há alguns dias. Um aventureiro trabalhando para um nobre trouxe aqui.", o homem menor respondeu com uma risada.

"De Cleia... Um aventureiro trabalhando para um nobre? Que tipo de homem ele era?", foi Reiss? Rio tinha essa suspeita em mente quando perguntou.

"Ele tinha cerca de 30 anos. Confiante, musculoso... Ele tinha a aura de um aventureiro veterano. Bem, ele ainda não seria páreo para o Danna.", essa foi uma impressão muito diferente de Reiss, cujo corpo esguio ficava claro mesmo através de sua capa.

".... Qual era o nome dele?"

"Bom, por mais vergonhoso que seja admitir, todos estavam cegos demais pela recompensa para perguntar... Ah, mas um dos criminosos no aviso— que obviamente não é o Danna — provavelmente está relacionado com o nobre que contratou o aventureiro, eu acho."

"Alguém no aviso está relacionado ao nobre?", quando ele ouviu isso, a primeira pessoa que lhe veio à mente foi Celia.

"Sim, foi o que ele disse. O nobre não queria que seu parente morresse, então ele contratou o aventureiro para encontrá-los antes que o aviso circulasse pelo público em geral. Quando o aventureiro chegou a esta cidade postal, ele nos pediu para informá-lo se alguém com as características do aviso tivesse passado. Ele disse que estaria de volta em alguns dias para verificar. Ah, mas ele não apareceu ainda, aliás."

".... Então, vocês aceitaram esse pedido."

"Sim. Recebemos um pagamento adiantado grande por isso.", o homem menor riu desajeitadamente.

"Se isso é verdade, então você nos atacar não faz sentido. Seu trabalho era apenas fazer um relatório, certo? Nos atacar não seria uma completa contradição ao pedido do homem?"

"B-Bem, você vê, ficamos cegos pela recompensa de 500 moedas de ouro. Danna também foi e fez um inimigo do grandalhão nocauteado ali, além do Danna ter tantas mulheres bonitas ao seu redor.... Certo?"

O homem menor se voltou para seus dois cúmplices, passando desajeitadamente o bastão para eles.

"Hehe..."

Os dois homens tentaram rir sem jeito enquanto os olhares das mulheres ficavam cada vez mais frios.

".... Em outras palavras, vocês nos atacaram por interesse próprio?", Rio confirmou.

"S-Sim, acho que esse foi o caso. Temos muita vergonha de nós mesmos, sim.", o homem menor assentiu, balançando a cabeça repetidamente.

Rio pensou por alguns segundos. "Entendo... Isso é o suficiente. Vocês podem fazer o que quiserem. Não somos as pessoas procuradas no aviso, mas vocês podem relatar tudo o que acreditarem.", como já havia memorizado o texto, Rio devolveu o aviso de busca a eles também.

".... Eh? E-Está bem?", os homens piscaram em confusão.

"Eu já disse que não quero meus companheiros testemunhando a morte de ninguém. Dito isso, não queremos mais nos envolver em problemas, então vamos embora agora. Vamos, pessoal.", Rio deixou para trás essas claras palavras antes de olhar para os outros e solicitar sua partida. Ele assumiu a liderança e começou a descer a estrada para o oeste, com Celia e os outros a reboque. Eles olharam para os homens enquanto saíam, mas ninguém disse nada enquanto caminhavam.

"........................... F-Fomos salvos...?"

Os homens olharam fixamente enquanto o grupo desaparecia na estrada oeste.

◇ ◇ ◇

Enquanto isso, assim que Rio saiu da área aberta e voltou para a estrada.

"Oufia-san, tem um minuto?", ele acenou para Oufia se afastar dos outros e se aproximar dele.

"Sim. O que foi?", Oufia inclinou a cabeça e perguntou.

"O Aerial está observando nossos arredores agora?", o grupo de Christina não sabia sobre Aerial, então ele perguntou em voz baixa.

"Sim. Está voando em sua forma física e observando o solo de cima."

"Houve relatos de pessoas suspeitas nesta área?"

"Nada em um raio de um quilômetro. Sara-chan e Alma-chan têm Hel e Ifrit em suas formas materiais por perto, mas também não relataram nada, então acho que estamos bem."

"............. Se não há nada no solo, o que acontece com os céus? Existe alguma coisa no ar acima de onde Aerial está patrulhando?"

"Deixe-me perguntar.................... Não há nada que se pareça com uma pessoa, ao que parece. Há alguns animais voadores ao redor, mas está muito nublado para vê-los claramente."

"....... Entendo."

"Devemos ampliar nosso alcance de busca?", isso resultaria na redução da precisão da busca, mas—

"Por favor, faça, apenas por precaução. Pode ser apenas eu pensando demais nas coisas, mas estou preocupado."

"Não se preocupe. Então, vou perguntar imediatamente.", Oufia balançou a cabeça alegremente e enviou uma mensagem para Aerial imediatamente. Rio foi até os outros enquanto ela o fazia.

"Há algumas coisas que percebi por meio dessa conversa com eles, então vamos compartilhar algumas informações antes de sairmos da estrada e voltarmos para o leste.", disse ele. "A princípio pensei que as características do aviso de busca eram semelhantes a nós por coincidência, mas quanto mais detalhes eu ouvi, mais achei que era muito semelhante para ser descartado como uma mera coincidência. É por isso que atualmente suspeito que Charles ou Reiss participaram desse aviso."

"... Eu concordo.", Christina disse com uma expressão pensativa.

"Se considerarmos o envolvimento de Charles ou Reiss no aviso como um fato, há três novos pontos que devemos levar em consideração. O primeiro é que o aviso de busca foi redigido em Cleia. O segundo é que alguém relacionado à nobreza está incluído entre os procurados. E o terceiro é que o nobre contratou um aventureiro para proteger seu parente o mais rápido possível, a fim de salvar sua vida.", Rio dobrava um dedo em sua mão direita cada vez que listava um ponto.

"Quando somados, esses três pontos parecem apontar para Celia-sensei.", Christina observou com sinceridade.

"Como pensei, parece assim...?", Celia disse preocupada.

"Sim. No entanto, senti que o terceiro ponto era claramente algo que o conde Claire nunca faria. "

"... Posso perguntar por que acha isso?", Celia perguntou preocupada.

"Conde Claire havia apostado na Sensei fugindo com segurança. De forma alguma ele arrastaria a Sensei de volta na frente do Charles, a quem ele odeia um pouco.", Christina declarou claramente.

Certamente, ele disse: "se eu tivesse que dar a mão da Celia-chan em casamento para aquele pedaço de merda, preferia que a Celia-chan permanecesse solteira pelo resto da vida!" Rio se lembrou da observação radical do conde Claire com uma gargalhada.

"Sim, é verdade.", Celia também riu alegremente de alívio.

"Pela mesma razão, não posso imaginar que o conde Claire vazasse informações sobre nós para o Charles. É por isso que não acredito que Charles tenha obtido a informação para o segundo ponto por meio do conde Claire. Ele também não saberia sobre o grupo da Sara-san.", acrescentou Rio.

"Isso mesmo. No mínimo, faria mais sentido para Reiss contar a Charles sobre a presença da Celia-sensei. Mas..."

"Se Charles tivesse nossas informações, isso não explicaria por que o aviso de busca foi escrito de forma tão vaga, certo?"

"Sim. Como chefe do grupo de busca, não haveria razão para Charles ocultar informações e colocar uma acusação tão vaga no aviso. O que deixa apenas uma das duas possibilidades."

"Ou o aviso de busca nos corresponde por coincidência ou Reiss o fabricou sozinho. Isso está correto?"

"Sim, exatamente.", Christina assentiu, satisfeita com o quão suavemente sua opinião combinava com a de Rio.

".... É impressionante como vocês determinaram isso com tanta certeza com uma quantidade tão pequena de informações."

"Sim, eu só entendi metade do que foi dito agora."

"Se esforce um pouco mais nisso, por favor, Senpai...", Kouta e Rei disseram.

"Sua Alteza é famosa pela sua perspicácia e prodigiosa inteligência desde que era jovem. Isso é natural.", Vanessa disse com orgulho.

"Não é grande coisa. Supondo que o aviso de busca tenha sido fabricado por Reiss, ainda existem pontos vitais que não conhecemos. Por exemplo, por que Reiss sabia que a Celia-sensei está nos acompanhando agora, quando ele percebeu isso, e assim por diante.", Christina pensou por um momento, franzindo a testa.

".... Se o Reiss que conhecemos é a mesma pessoa que o embaixador do Império Proxia, ele pode ter comparecido ao casamento de onde eu levei a Celia a convite do Charles. Não teria sido estranho para ele testemunhar isso então.", Rio supôs.

"Entendo. Então não seria estranho para ele saber que o Amakawa-kyō está viajando com a Celia-sensei, e ele poderia estar familiarizado com seus rostos dessa forma. É definitivamente uma possibilidade.", Christina assentiu com um murmúrio.

"Sim. O motivo pelo qual o aviso foi tão vago pode ser porque Reiss não quer que o Charles saiba que o objetivo dele é a Vossa Alteza. E ele não escreveu nada sobre nossos nomes verdadeiros porque não os conhecia.

Essa explicação faria sentido.", acrescentou Rio.

"Isso significa que Reiss está mirando em minha vida por um motivo não relacionado ao Charles.", a expressão de Christina se torceu amargamente.

"Provavelmente.", Rio assentiu.

".... Nesse caso o que nós podemos fazer? Se a possibilidade da vida da Christina-sama estar em perigo aumentou, então...", Vanessa perguntou com um olhar de inquietação.

"Nada vai mudar com o que estamos fazendo. O aumento do risco de sermos alvos do Reiss significa que teremos que ter mais cautela, mas não temos escolha a não ser continuar avançando em direção ao nosso destino."

Eles não podiam relaxar e permitir que Reiss os alcançasse, então eles não tinham tempo para ficar parados. Como estavam em fuga, eles só podiam seguir em frente. Isso foi o que Rio pensou ao encerrar a conversa.

"Certo, é mesmo. Só podemos continuar nos movendo.", Vanessa concordou com um suspiro.

"Então, como planejado, vamos continuar indo para o oeste antes de fazer uma volta para o leste.", sugeriu Rio.

Usar aventureiros assim e escrever um aviso de busca tão vago.... Parece um tanto descuidado, quase como se traços dele entrassem e saíssem de vista...

Embora ele tenha resumido seus pensamentos, ele ainda sentia uma estranha sensação de inquietação. Mas ele não queria tirar conclusões precipitadas com base em suposições, e pensar sobre isso não lhe traria nenhuma resposta. Pode ser apenas ele sendo excessivamente cauteloso.

"Isso mesmo. Vamos nos apressar."

Christina pareceu se sentir um pouco inquieta, mas entendeu a necessidade de seguir em frente. Sua expressão estava tensa com determinação.

Assim, o grupo saiu da estrada e dirigiu-se acima do vale para voltar para a fronteira leste.




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