Capítulo 2: Para A Capital, Galtuuk

 Os dias passaram voando depois que Rio e Miharu compraram suas roupas formais. Eles se mantiveram ocupados com aulas de dança para o banquete, levando Latifa e as garotas Seirei no Tami para ver a cidade, levando Miharu para se encontrar com Liselotte e planejar o banquete...

Finalmente, faltavam apenas três dias para o banquete.

Uma tarde, em frente à casa de rocha, todos estavam se despedindo de Rio e Miharu quando eles saíram para participar do banquete, com Aishia indo com eles como guarda.

"Nós vamos indo agora. Vocês dois, certifiquem-se de ouvir o que a Celia-san e a Sara-chan dizem, está bem?", Miharu disse para Aki e Masato.

"Sim. Miharu-oneechan cuide-se também. Por favor, pergunte pelo Onii-chan também.", disse Aki.

"Não precisa se preocupar enquanto estivermos nesta casa. Diga oi para a Satsuki-neechan por nós.", acrescentou Masato.

"Por favor, cuidem da Aki-chan e do Masato enquanto estamos fora. Latifa também, seja uma boa garota.", Rio disse a Celia, Sara, Oufia e Alma, antes de se dirigir a Latifa também.

"Sim, deixe conosco!", Sara, Oufia e Alma, as três assentiram firmemente.

"Entendido, Onii-chan!", Latifa disse, também assentindo energicamente.

"Rio também, certifique-se de escoltar Miharu adequadamente. Com sua personalidade, aquela garota está fadada a ficar nervosa. Aishia também, cuide do Rio e da Miharu por nós.", disse Celia.

"Sim."

"Deixe comigo.", Rio e Aishia responderam juntos.

"Bem então, cuidem-se.", Celia sorriu suavemente enquanto dava suas palavras de despedida.

"Tenham uma boa viagem, Rio-san, Aishia-sama."

"Eu estarei esperando, Onii-chan, Aishia-oneechan!", Sara e Latifa seguiram seu exemplo.

"Bem, então, vamos indo, Miharu-san?", Rio sorriu para todas em resposta e incitou Miharu, que estava se despedindo de Aki e Masato a uma curta distância, a partir. Miharu encerrou sua conversa e se aproximou de Rio.

"Por favor, Haruto-san.", Miharu disse com uma reverência.

"Sim.", Rio assentiu tranquilamente.

"Então, vamos.", Aishia saiu do chão e flutuou primeiro. Seus movimentos foram suaves e elegantes.

Umm.... Eu ia pedir a Aishia para carregar a Miharu-san...

Ela era tão confiante em suas ações que às vezes — não, frequentemente deixava o Rio sem palavras.

"U-Umm, então, poderia me carregar, Haruto-san?", Miharu perguntou a Rio. Chamar Aishia de volta agora para pedir que ela fizesse o transporte seria rude para Miharu.

"... Sim. Então, com licença.", se a própria Miharu não se importava, Rio não tinha motivos para recusá-la. Suas recentes aulas de dança tinham dado a eles mais oportunidades de ficarem próximos um do outro, mas embora durante a dança não fosse estranho, esta era uma situação completamente diferente. Com determinação, Rio se aproximou de Miharu com inquietação em cada passo.

"—...", quando Rio pegou Miharu nos braços, ao estilo princesa, Miharu enrijeceu seu corpo ligeiramente. Só para constar, a própria Miharu ainda ficava nervosa toda vez que tinha que ficar perto do Rio durante as aulas de dança, mas recentemente ela vinha tentando diminuir a distância entre eles.

Como pensei, parece que a Miharu tem tentado agressivamente se aproximar do Rio-san ultimamente.... Como a conheciam desde antes de virem para Strahl, Sara, Oufia e Alma perceberam esse fato e trocaram olhares casuais.

Latifa deve ter pensado sobre isso, enquanto olhava para Miharu atentamente. "Tchau, Onii-chan, Miharu-oneechan!", ela abraçou Rio por trás enquanto ele carregava Miharu.

"Sim, estaremos de volta em breve.", Rio respondeu com um sorriso.

"Estamos indo, Latifa-chan.", disse Miharu. Um momento depois, assim que Latifa se afastou do Rio, ele flutuou suavemente no ar com suas artes espirituais do vento.

"Se for possível, tentaremos trazer Satsuki-san para fora do castelo. De qualquer forma, devemos estar de volta em uma semana!"

Rio partiu com essas palavras, finalmente indo para o banquete enquanto Celia e os outros observavam.

◇ ◇ ◇

Algumas horas depois, em Amande...

Embora o local do banquete fosse no castelo real em Galtuuk, a capital de Galark, foi decidido que eles iriam para lá no navio mágico pessoal de Liselotte. O plano era partir amanhã de Amande e chegar à capital à tarde, o que seria dois dias antes do banquete.

A propósito, o fato de Miharu ser amiga de heróis de outro mundo foi compartilhado entre as maids da mansão, e o cabelo de Miharu estava atualmente em sua cor natural. Isso foi feito porque seria complicado explicar por que seu cabelo estava de uma cor diferente do de Satsuki no castelo. Liselotte estava ciente da existência de artefatos que podiam alterar a cor do cabelo, mas Rio se ofereceu para emprestar alguns dos artefatos que alteram a cor do cabelo, e chegou a um acordo que sua existência não seria revelada a terceiros.

Depois de chegar a Amande, Aishia mudou para sua forma espiritual enquanto Rio e Miharu seguiram juntos direto para a propriedade de Liselotte.

"Bem-vindo, Haruto-sama."

Quando eles chegaram aos portões da mansão, o porteiro os cumprimentou respeitosamente. Ele já era capaz de reconhecê-lo de vista.

"Bom dia. Eu deveria ter um encontro agendado; poderia cuidar dos procedimentos necessários?", Rio disse, mas antes que ele pudesse explicar seu assunto, outro soldado foi correndo em direção à mansão.

"Nós já ouvimos. Eu devo levá-lo lá, então, por favor, siga-me.", assim, Rio e Miharu foram conduzidos ao interior da propriedade. Lá eles foram recebidos pela maid, Cosette, na porta da mansão.

"Haruto-sama, Miharu-sama, bem-vindos.", Cosette segurou a saia de seu uniforme com as duas mãos e fez uma elegante reverência.

"Bom dia, Cosette-san.", Rio respondeu com uma reverência. Ele já tinha se encontrado com Cosette inúmeras vezes, então ele já estava familiarizado com ela. Miharu seguiu a saudação de Rio e se curvou também.

"Bem, venham por aqui, por favor.", Cosette imediatamente começou a caminhar, convidando Rio e Miharu a entrar. Rio e Miharu seguiram seu exemplo. O jeito de andar de Cosette era realmente elegante e bonito.

Que pessoa linda. Sentindo o encanto de uma mulher madura, Miharu ficou maravilhada com a aparência de Cosette e a maneira como ela se portava.

"A propósito, se não se importa, posso perguntar uma coisa por curiosidade? Isso intrometeria em seus assuntos particulares, então não precisa me responder se não se sentir inclinado a fazê-lo.", disse Cosette com reserva enquanto caminhavam.

"Eu não vejo problema. O que é?", Rio perguntou prontamente. Discutir assuntos privados nos negócios era complicado, mas, na formação de relacionamentos harmoniosos, poderia muito bem ter um resultado positivo.

Ele já tinha se encontrado com Cosette muitas vezes, então não era incomum para ela fazer perguntas mais pessoais até certo ponto. No entanto, a pergunta de Cosette superou em muito as expectativas do Rio, pegando-o de surpresa. Dito isto, a relação entre Rio e Miharu não tinha sido explicada em detalhes a ninguém além de Liselotte, então a situação deles era facilmente mal-entendida. Era compreensível que Cosette estivesse curiosa.

"Vocês dois são amantes?"

"Eh, não, umm...", Miharu respondeu inocentemente, ficando vermelho brilhante.

"Ahaha. Não somos.", Rio negou com um sorriso forçado.

"C-Certo...", Miharu tinha uma expressão levemente conflituosa, mas ela assentiu junto com Rio.

"Oh, então é assim. Eu não pude deixar de me perguntar com todas as belas mulheres reunidas em torno do Haruto-sama, como Cecilia-sama e Aishia-sama.", Cosette gravou a reação de Miharu em sua mente enquanto falava com um sorriso elegante.

"Infelizmente, eu não tenho esse tipo de relacionamento com ninguém.", Rio sacudiu a cabeça, um sorriso tenso ainda em seu rosto.

"Oh, isso é bem inesperado... Ah, perdoe-me. Isso não é algo para eu me intrometer muito profundamente. Estaremos chegando ao aposento de hóspedes para vocês dois em breve, então, por favor, relaxem. Como já sabem, minha mestra está atualmente fora da cidade, mas ela deve estar de volta amanhã de manhã.", Cosette cobriu a boca com a mão em uma demonstração refinada de surpresa, optando por não comentar mais sobre os relacionamentos românticos do Rio.

Depois, Rio e Miharu logo chegaram ao aposento em que estariam hospedados, mas naquele dia em particular, Rio e Miharu dormiram em quartos completamente diferentes.

◇ ◇ ◇

Algumas horas depois, na sala de descanso da mansão para as maids que serviam Liselotte, Cosette estava sentada no sofá com suas colegas Natalie e Chloe. Ela suspirou.

"Eu esperava isso até certo ponto, mas, Haruto-sama é um oponente mais formidável do que eu pensava.", Cosette murmurou apaticamente enquanto tomava um gole de chá.

".... Você ainda não desistiu?", Natalie olhou para Cosette, exasperada. Enquanto isso, Chloe olhava para Cosette com grande interesse.

"Naturalmente. Eu não posso simplesmente ficar parada quando há um homem tão bom na minha frente!", Cosette disse com entusiasmo. Um rosto bonito, maneirismos refinados que exalavam elegância e alta educação, e força que beirava os níveis quase desumanos... Cosette havia conhecido muitos homens através da Companhia Rikka antes, mas nenhum era tão bom quanto o garoto chamado Haruto.

"Mas ele já está cercado por tantas pessoas bonitas, sabe? Você não chegou à conclusão de que ele nem piscaria para alguém, a menos que fossem tão bonitas quanto Liselotte-sama ou Aria?", embora as outras maids da propriedade tinham alguma forma de admiração pelo garoto chamado Haruto, a maioria delas desistiu imediatamente dessa admiração passageira ao ver a beleza extraordinária de gente como Aishia e Cecilia. Embora elas ainda gostassem de desfrutar a vista do Haruto de perto, elas não tinham mais nenhuma esperança além disso.

"Tenho boas notícias sobre isso. No momento, eu confirmei que nem Miharu-sama, Aishia-sama, nem Cecilia-sama estão em um relacionamento romântico com o Haruto-sama.", Cosette deu uma risadinha presunçosa.

Bem, eu não acho que a Miharu-sama se sinta da mesma forma, no entanto, ela pensou consigo mesma.

"Você perguntou isso a eles diretamente? Que ousada...", Natalie olhou para Cosette meio exasperada, meio admirada. Enquanto isso, Chloe estava silenciosa, mas atentamente ouvindo suas senpais.

"Bem, faz parte da nossa descrição de trabalho ter uma noção dos convidados com quem entramos em contato.", Cosette não deu importância a isso com a justa causa de seus deveres de trabalho, sorrindo agradavelmente.

"Mas, Haruto-sama é um convidado especial da Liselotte-sama. Certifique-se de não fazer nada para aborrecê-la, está bem?", Natalie olhou para Cosette com os olhos estreitos.

"Ara, mas também é nosso trabalho ser próximas dos convidados, certo? Existem relacionamentos que ficam mais harmoniosos com perguntas mais pessoais, sabia?", Cosette disse, encolhendo os ombros enquanto tomava um gole de chá.

As maids de Liselotte a ajudavam em assuntos públicos e privados, então recebiam privilégios abrangentes e tratavam também dos negócios da Companhia Rikka. Para conseguir condições comerciais benéficas, nada melhor do que estabelecer relações estreitas com os clientes, por isso foi solicitado as maids que buscassem assertivamente um relacionamento próximo com os clientes, se tivessem a oportunidade.

"No seu caso, o problema é que muitas vezes você se torna íntima demais, e apenas com os homens...", Natalie murmurou.

"Você é sempre tão séria. Você não sabe que o amor brilha mais com os obstáculos no caminho? É por isso que você está condenada a ser solteira para sempre.", Cosette suspirou cansadamente. No momento, Cosette tinha uma reputação muito elevada entre os homens com quem negociava e tinha um histórico de alcançar condições muito favoráveis até agora. Houve até herdeiros que enviaram propostas de casamento.

"M-Meu status de solteira é irrelevante para isso. Você não tem o direito de falar; você é tão exigente que não consegue manter seus relacionamentos por muito tempo.", Natalie fez beicinho e refutou as palavras de Cosette.

"Bem, eu não vou negar isso. Mas, eu traço uma linha clara para que meu trabalho não seja afetado, então você pode ficar tranquila quanto a isso.", Cosette deu uma risadinha maliciosa.

".... Você está falando sério sobre isso, não é? Nunca imaginei que você ficaria tão entusiasmada com um homem mais jovem.", Natalie pressionou a mão na testa e suspirou profundamente.

"Ele é mais jovem, mas apenas por três ou quatro anos. Não há diferença de idade muito grande para estar seriamente apaixonada e, ao contrário daqueles homens nobres que só acreditam em namorar mulheres mais jovens, essa diferença de idade é mais realista.", disse Cosette.

"Tenho certeza que você já sabe disso, mas se priorizar seus sentimentos pessoais sobre a necessidade dos seus deveres e isso causar problemas a Liselotte-sama, vou denunciá-la diretamente a ela.", disse Natalie sem rodeios.

"É claro. É por isso que eu disse desde o início. Ele é um oponente mais formidável do que eu pensava. Primeiro, você precisa conhecer o inimigo, então, se as chances forem baixas, você gradualmente vai progredindo. .... Ou melhor, ele não é o tipo de pessoa que se pode pôr as mãos levianamente, então você deve ter cuidado também.", Cosette assentiu com uma expressão séria, então brincou com a última metade de suas palavras. Suas palavras foram dirigidas a Natalie, mas seu olhar cintilou em Chloe também.

"P-Por que está assumindo que eu tentaria pôr minhas mãos nele?", Natalie perguntou com uma voz aguda.

"Ara, eu estou enganada? Quando o Haruto-sama acabou com aquele minotauro com um único golpe, eu vi que você tinha corações em seus olhos também."

"Eu não tinha!"

"Mesmo? Eu ia te dar dicas para ganhar o Haruto-sama como sua amiga íntima, mas se você insiste o contrário, acho que não.", disse Cosette, casualmente fazendo papel de boba.

"Tudo bem, eu não me importo.", Natalie respondeu.

"Umm, eu quero ouvir! Haruto...-sama, que tipo de pessoa ele é?", Chloe estava ouvindo em silêncio até agora, quando levantou a mão e expressou seus pensamentos.

"Ara~ara~, parece que Chloe é honesta, ao contrário da Natalie.", Cosette sorriu alegremente.

"Ah, não, não é que eu esteja mirando nele ou algo assim, é só que... No passado, fiz algo rude com o Haruto-sama, então eu quero me desculpar com ele por isso!", Chloe explicou, agitada.

"Pensando bem, você já estava familiarizada com o Haruto-sama desde o início.", disse Cosette, aceitando a explicação de Chloe como verdadeira.

"Mas, Haruto-sama não parecia estar incomodado com nada em particular, não é?", Natalie perguntou, aprofundando-se mais na intenção de Chloe para confirmar a verdade.

"Isso pode ser verdade, mas eu simplesmente não consigo aceitar. Ele até salvou minha mãe e minha irmãzinha quando Amande estava sendo atacada por monstros...", Chloe baixou a cabeça em arrependimento.

"Bem, é função de um senpai ouvir as aflições de seus kouhais. Em favor da Chloe, vou te contar o que tenho do perfil dele.", disse Cosette.

"Acho que não temos escolha.", os lábios de Natalie se abriram em um sorriso enquanto ela suspirava exasperada.

"Pelo que pude ver, Haruto-sama é uma pessoa amigável e tranquila, mas ele não inicia a conversa por conta própria. Ele é sensível quanto à distância dos outros e tem um amplo senso de espaço pessoal. O jeito que ele está acostumado com as mulheres não é porque ele seja um mulherengo, mas também ele não é completamente imune a elas. Não é como se ele não tivesse segredos, mas acredito que ele tem uma personalidade muito sincera. Suas defesas são provavelmente muito altas, mas ele trata muito bem as pessoas que são próximas dele. Se você puder se colocar em uma posição mais próxima do que amigos, mas não exatamente amantes, deve ser capaz de agir persistentemente sem ser tratada duramente em troca.", Cosette explicou facilmente, principalmente em relação a Chloe.

"Vejo que você fez outra psicanálise detalhada. Para um homem, nada menos.", Natalie não conseguiu evitar um sorriso amargo.

"Obrigada, vou considerar isso um elogio.", disse Cosette com um sorriso. "Aliás, este é o meu aviso para conquistá-lo: por causa das nossas posições, mesmo que nos aproximemos do Haruto-sama, persegui-lo com persistência seria uma má ideia. Temos que fazer contato lento e constante com ele a cada chance que tivermos, deixando uma impressão de nós mesmas nele — em um grau que não seja rude. Se você não tiver muita experiência romântica, não deve ser agressiva com a maneira como mostrar seu afeto. Só faça contato com a mentalidade de esperar a chance certa. Dessa forma, a sorte pode cair a nosso favor algum dia. Viu? Ele não é formidável?", ela disse suavemente mais uma vez, dando uma pequena piscadela.

"E-Eu não tinha intenção de conquistá-lo...", Chloe desviou os olhos de Cosette sem pensar.

"Mesmo? Bem, se você quiser mirar nele a sério, estou aqui para falar sobre isso. Você também, Natalie.", Cosette disse, sorrindo agradavelmente.

"Eu passo.", Natalie não prestou atenção e deu de ombros.

"Me pergunto? Afinal, dizem que o amor é cego. Talvez você só não esteja ciente disso ainda. Suas emoções podem explodir todas de uma vez um dia, então tome cuidado.", Cosette encontrou com os olhos de Natalie e sinalizou um olhar para Chloe.

".... Suponho que seja verdade.", Natalie viu através das intenções de Cosette e assentiu com um suspiro cansado. Chloe ainda era uma novata que não havia trabalhado por muito tempo. Ela mesma estava negando, mas havia uma boa chance de seus sentimentos por Haruto se transformarem em sentimentos românticos. Como senpais de Chloe, elas tinham que avisá-la sobre essas coisas.

Mō~, parece que ela está falando sobre si mesma quando na verdade está pensando na Chloe, Natalie pensou. Apesar de parecer que ela não se importava com coisas fora dos negócios, o fato de Cosette realmente prestar atenção aos detalhes delicados como esse tornava difícil odiá-la.

"E então, eu vou perseguir essa chance de sorte com tudo o que tenho, então certifiquem-se de me informar sempre que o Haruto-sama visitar."

.... Não importa. Ela provavelmente só estava pensando em si mesma, afinal; essa parte dela era detestável. Natalie deu um pequeno suspiro.

◇ ◇ ◇

O tempo estava agradável no dia seguinte. Depois que Liselotte retornou à propriedade naquela manhã, ela, juntamente com Rio e Miharu, embarcou no navio mágico rumo a Galtuuk e partiu ao meio-dia.

A capital Galtuuk ficava a nordeste de Amande, mas o navio mágico, propriedade pessoal de Liselotte, avançava constantemente pelos céus azuis em vez dos mares azuis. Eles deveriam chegar à capital no início da tarde.

Os Navio mágicos eram embarcações à vela de madeira com chapa de ferro unida ao casco e asas em ambos os lados para ajuste de altitude durante o voo. Esses navios eram artefatos mágicos antigos feitos na época da Guerra Divina, mas devido à sua produção em massa durante a guerra, havia um número comparativamente maior deles em comparação com outros artefatos antigos. Apesar disso, cada navio ainda custava uma tremenda quantia de dinheiro — o suficiente para que a filha de um nobre que não fosse um grande senhor seria incapaz de se dar ao luxo de ter um — então a maioria das pessoas comuns nunca tinha posto os pés em um. Claro, esta foi a primeira vez que Miharu e Rio experimentaram tal coisa também.

Assim que o navio mágico partiu de Amande e se estabilizou no voo, Liselotte convidou Rio e Miharu para um quarto de hóspedes dentro do navio para uma discussão. Ela havia estado fora da cidade até aquela manhã e tinha uma agenda apertada para partir imediatamente depois, mas não mostrava nenhum sinal de cansaço.

"Vocês dois estão gostando da jornada via navio mágico até agora?", ela perguntou.

"O interior do navio é bastante confortável e agradável.", disse Rio alegremente.

"Eu também acho. Quase não treme, estou surpresa.", Miharu respondeu honestamente.

"Fico feliz em ouvir isso. Eu irei reservar algum tempo livre mais tarde, então, por favor, aproveitem a vista do deck também. Por agora, esperava que vocês se juntassem a mim para uma conversa.", Liselotte disse com um sorriso gentil.

"Sim, com prazer!", Miharu assentiu alegremente.

"Então, primeiro, vamos rever os planos para os dois dias antes do início do banquete. Chegaremos à capital hoje, com bastante tempo antes do pôr do sol. Vou enviar um convite, então, por favor, fiquem nos alojamentos na casa da minha família esta noite. O plano é visitar o castelo amanhã de manhã, então, se tivermos sorte, poderá encontrar com Satsuki-sama um dia antes do início do banquete.", no momento, Satsuki estava recusando todas as audiências externas até o banquete começar. Assim, eles não tinham certeza se realmente seriam capazes de encontrá-la, a menos que fossem para o castelo, mas com Miharu sendo sua amiga, as chances eram altas. Liselotte estava apostando nisso.

"Muito obrigada. Além disso, não sei se isso é o suficiente para mostrar minha gratidão, mas tomei emprestada a cozinha da sua propriedade para fazer alguns bolos do meu mundo. Por favor, pegue um pouco. Embora já possa ter comido doces semelhantes neste mundo, e não sei se vai atender às suas preferências...", Miharu falou, apresentando uma grande cesta. Ela a colocou na mesa em frente ao sofá em que estava sentada.

"Oh, muito obrigada. Costumo fazer lanches para o desenvolvimento de produtos da Companhia Rikka, mas não sou boa fazendo doces. Se importa se eu experimentar um pouco agora?", Liselotte disse alegremente. Se era um bolo que ela não reconhecia, ela ficaria feliz em pagar pela receita; mesmo que ela soubesse a receita do bolo, o sabor poderia variar de forma diferente dependendo de como era feito.

"Claro que não, por favor, vá em frente. Eles estão sendo resfriados com um artefato mágico, mas quanto mais cedo forem comidos, melhor.", Miharu disse assentindo, tendo-os trazido para esse propósito.

"Então, vamos comê-los antes que esquentem. Aria, por favor, prepare uma faca e pratos.", Liselotte ordenou ansiosamente.

"Entendido.", Aria assentiu respeitosamente e segui até o armário de talheres no quarto. Em poucos instantes, pratos suficientes para todos estavam colocados sobre a mesa.

"Então, vou abri-la agora.", Miharu abriu a cesta para que Liselotte e Aria pudessem ver. Assim que fez isso, uma onda branca de ar frio saiu da cesta. Foi o efeito do artefato.

O interior da cesta foi dividido em quatro seções, cada uma com seu próprio bolo colocado dentro. Eles eram pequenos em tamanho, mas grandes em quantidade, tornando-se uma quantidade difícil de comer apenas para eles.

"Oh, são tantos! Todos eles parecem deliciosos. Ah, que maravilha. E pensar que seria capaz de comer tantos bolos...", torta de maçã, crepe mille, no-bake cheesecake, Mont Blanc. Os olhos de Liselotte brilharam, suas palavras alegres vieram do fundo de seu coração. Uma olhada em sua expressão deixava claro que ela estava sendo sincera.

Aria também parecia ter interesse em doces, pois olhava para os bolos com profundo interesse.

"Há muitos, então, por favor, coma um pouco também, Aria-san. Se sobrar algum depois disso, por favor, compartilhe com as outras maids também.", disse Miharu, fazendo as sobrancelhas de Aria se contorcerem em resposta.

"Obrigada por sua gentileza. Sem dúvida, isso é mais do que nós três podemos suportar. Aria, pode ir buscar um prato para você.", Liselotte disse, dando permissão especial para sua assistente comer um pouco também.

".... É uma honra. Então, vou preparar mais chá também.", Aria deu um leve sorriso e imediatamente começou a preparar o chá e um prato.

"Então, eu vou dividir os bolos. Liselotte-sama, qual gostaria de experimentar primeiro? Tenho certeza que... pode precisar de uma explicação, então é só me avisar.", disse Miharu, olhando para Aria, que estava preparando o chá na cozinha da sala.

Liselotte havia compartilhado o fato de que ela tinha memórias de sua vida passada com Rio e Miharu na primeira vez que visitaram sua mansão juntos. Era por isso que, normalmente, não haveria necessidade de explicar os bolos para ela nesta situação, mas não estava claro se Aria sabia do segredo de Liselotte ou não. Miharu estava considerando isso.

"Pode ficar tranquila. Depois do primeiro dia que conheci Miharu-sama, eu expliquei meu segredo apenas para a Aria.", revelou Liselotte.

"Isso é, verdade?", Miharu inclinou a cabeça com os olhos arregalados.

"Sim. Isso me pouparia de muitas explicações, visto que me encontraria com a Miharu-sama muitas vezes no futuro. Aria geralmente está sempre ao meu lado, pois ela é minha confidente de maior confiança."

"Mas, eu sinto muito. Por minha causa..."

"Não, agora que tantas pessoas foram invocadas da Terra, é mais do que provável que outros descobrirão o segredo da Companhia Rikka, assim como a Miharu-san. Isso pode fazer com que outras pessoas tentem entrar em contato comigo diretamente. Foi a chance perfeita de revelar isso a ela.", disse Liselotte, balançando a cabeça com um sorriso amargo.

Bem, eu não disse ao Otou-sama e à Okaa-sama ainda...

Uma expressão um tanto culpada apareceu em seu rosto. Seus pais normalmente seriam as primeiras pessoas a quem ela revelaria a verdade, mas era exatamente por isso que tornava a decisão tão difícil para ela.

"De qualquer forma, outras pessoas à parte, não há nenhuma necessidade particular de ser discreta quando estiver perto da Aria, então, por favor, fale livremente. Vários dos bolos aqui também foram desenvolvidos como produtos da Companhia Rikka já com o vocabulário da Terra como nomes. Torta de maçã, crepe mille, Mont Blanc e... Aquele é, cheesecake?", Liselotte sorriu brilhantemente.

".... Sim! Qual gostaria de experimentar primeiro?", Miharu respondeu com uma voz animada, antes de pegar a faca na mesa. Ela pareceu sentir algo pelas leves mudanças nas expressões de Liselotte.

"Obrigada. Então, vou experimentar essa torta de maçã primeiro.", Liselotte disse alegremente, apontando para a guloseima.

"Está bem.", Miharu foi em frente e começou a cortar a torta de maçã. Ela colocou um pouco no prato da Liselotte e entregou a ela, antes de perguntar a Rio qual bolo ele queria comer. Ela o partiu para ele, então finalmente se serviu.

Liselotte usou uma faca e um garfo para dividir o bolo que foi servido em um pedaço do tamanho de uma mordida, depois o levou à boca.

"Mmm~! Delicioso! Miharu-sama é talvez uma gênia em fazer bolos?!", a expressão de Liselotte iluminou-se. A crosta da torta na superfície era crocante, como um biscoito, mas o interior estava úmido. A crosta combinava perfeitamente com o sabor doce da maçã, criando uma harmonia perfeita dentro de sua boca enquanto ela mastigava.


"Não está tão bom. Eles realmente têm melhor sabor quando acabam de ser assados e ainda estão quentes, mas como eu não podia entregá-los imediatamente, eu os resfriei assim que ficaram prontos. Espero que a crosta ainda esteja crocante.... Sim, parece estar bem.", Miharu ficou aliviada ao ver a aprovação de um nobre e comeu ela mesma um pouco da torta de maçã.

"Não, realmente está muito bom. Na verdade, é bom o suficiente para vender na minha guilda — não, para estar no meu menu exclusivo! Adoraria experimentar os bolos recém preparados da próxima vez, seria possível?", Liselotte implorou com uma expressão séria.

"Ahaha, não posso trabalhar exclusivamente para você, mas ficaria feliz em lhe dar alguns feitos na hora.", Miharu concordou prontamente. Liselotte lambia os lábios cada vez que experimentava um dos tipos de bolo que Miharu havia preparado.

Enquanto Liselotte comia, Aria terminou de preparar o chá e se juntou à degustação. Seu interesse foi primeiro atraído pelo Mont Blanc com uma montanha de creme no topo, e ela o serviu em seu prato.

".... Este é um Mont Blanc, certo?", Aria estreitou os olhos duvidosamente para a sobremesa em seu prato. Ela colocou um marron-glacé em cima do bolo para saborear depois e deu uma mordida no creme primeiro.

"...—, isso é maravilhoso.", a doçura da castanha permeava o sabor do doce creme que derretia na boca, fazendo Aria olhar admirada enquanto expressava seus pensamentos. Ela tomou um gole de chá e deu outra mordida.

"É menos doce do que os Mont Blancs que vendemos na Companhia Rikka, o que o torna menos assertivo no sabor, mas ainda rico e úmido. Eu sinto que posso continuar comendo um após o outro...", Aria disse com admiração.

"Muito obrigada. Tentei minimizar o uso de açúcar e maximizar a doçura natural da castanha.", explicou Miharu.

"Então, essa doçura refinada era na verdade da própria castanha...", Aria deu outra mordida e confirmou o sabor, depois comeu o marron-glacé. Ela fechou os olhos.

".... Este é um sabor maravilhoso.", ela murmurou seriamente.

"Aria, experimente este depois do Mont Blanc. É um bolo que não manuseamos na Companhia Rikka.", disse Liselotte com uma risadinha.

"Então, se me permitem...", Aria curvou-se uma vez e serviu um pouco do bolo de crepe mille em seu prato, então deu uma mordida com um movimento suave e elegante. ".... Maravilhoso. É tão doce que parece que minhas bochechas estão derretendo, mas não tem um sabor forte. As finas camadas de massa assada empilhadas junto com o creme cuidadosamente colado no meio.... Parece que eu poderia comer isso para sempre. É realmente magnífico.", Aria disse entusiasmadamente.

"Realmente.", Liselotte concordou assentindo com firmeza.

"Por favor, fiquem à vontade para tomar outra porção.", Miharu incitou, sorrindo timidamente.

Depois disso, eles trocaram ideias sobre os bolos e fizeram uma sessão de perguntas e respostas. Não demorou muito até que todos os bolos fossem provados, deixando apenas metade de cada bolo para trás.

Rio e Miharu ficaram satisfeitos com suas respectivas fatias de cheesecake e torta de maçã, então a maior parte foi dizimada por Liselotte e Aria.

Dizem que as garotas têm um estômago separado para doces, eu acho. Rio observou Liselotte e Aria comer com admiração.

Liselotte percebeu que a quantidade de bolo havia diminuído bastante sem que ela percebesse; ela tomou um gole de chá para limpar o gosto de sua boca.

".... Minhas desculpas. Estava tudo tão delicioso, mas sinto que comi demais."

"Estou muito envergonhada por meu comportamento.", Aria também baixou a cabeça com vergonha, tendo comido todos os bolos que Miharu havia recomendado.

"Não, eu os fiz com o propósito de dá-los a Liselotte-sama e as demais, afinal. Se os achou do seu agrado, então fico feliz em ouvir isso.", disse Miharu, disse com um sorriso.

"... A Companhia Rikka esforça-se por desenvolver novos doces todos os dias, mas o progresso estagnou sem grandes desenvolvimentos. Se estiver tudo bem perguntar, Miharu-sama já teve alguma experiência aprendendo a cozinhar em uma escola especializada ou algo do tipo?", Liselotte perguntou seriamente.

"Não era uma escola especializada, mas minha mãe costumava dar aulas de culinária, então me ensinaram muito desde jovem...", Miharu respondeu honestamente, fazendo Liselotte curvar a cabeça em desculpas.

"Entendo, sua mãe... me desculpe, devo tê-la feito lembrar de sua cidade natal com essa pergunta."

"Não, me dói imaginar o quão preocupados meus pais devem estar, mas eu fiz amigos insubstituíveis neste mundo também, e não tenho queixas sobre minha vida atual. Está tudo bem.", disse Miharu valentemente, balançando a cabeça.

Os olhos de Liselotte se arregalaram.

".... Você é muito forte, Miharu-sama.", disse ela, observando Miharu com um olhar distante.

"Isso não é verdade. Se eu estivesse sozinha, teria começado a chorar há muito tempo.", disse Miharu com um leve sorriso.

"Estar sozinha é desanimador. Eu conheci muitas pessoas insubstituíveis neste mundo também. Essa pode ser a razão pela qual posso viver minha vida atual com contentamento e não ser pessimista.", Liselotte colocou a mão contra o peito e falou como se estivesse confirmando ela mesma. Então, ela olhou para Aria. Aria tinha um leve sorriso esboçado em seu rosto.

Um silêncio caiu sobre a sala por um tempo.

"Oh, ficou um pouco solene aqui. Me desculpem. Há uma coisa que eu gostaria de perguntar — Miharu-sama estaria disposta a oferecer seus conhecimentos culinários à Companhia Rikka? De preferência exclusivamente. Claro, vamos redigir um contrato e pagar uma quantia adequada em compensação.", Liselotte disse, mudando de assunto de repente. A sua determinação como comerciante estava sendo mostrada através da forma como ela expressava o quão indesejável seria que o conhecimento fosse oferecido fora da Companhia Rikka.

"Se o Haruto-san achar que está tudo bem, eu não vejo problema...", os olhos de Miharu se arregalaram enquanto ela olhava para Rio em busca de sua opinião como seu guardião.

".... Eu não posso dizer nada sem os detalhes do contrato, e isso depende dos planos da Miharu-san para o futuro, mas acho que deve ser considerado. Por enquanto, que tal deixarmos as negociações para depois do banquete? Claro, até que possamos ter essa discussão, não haverá nenhum contrato firmado com terceiros."

"Não tenho objeções a isso.", Liselotte assentiu com um sorriso satisfeito.

Como esperado. Ele é rápido na compreensão e até considerou o meu lado, o que torna as coisas muito mais fáceis. Afinal, foi o Rio que se ofereceu para não negociar com terceiros até que tivessem uma chance de negociação, deixando Liselotte sem nada mais a dizer.

"Nesse caso, eu também não vejo problema quanto a isso." Miharu assentiu também.

◇ ◇ ◇

Depois do chá com Liselotte, Rio e Miharu tiveram um tempo livre até chegarem à capital Galtuuk. Em vez de irem para o aposento de hóspedes que lhes foi dado, Rio e Miharu decidiram aprender sobre o navio mágico em que estavam. Primeiro, Aria mostrou a eles todas as instalações dentro do navio e depois foi para o convés.

"Isso conclui o passeio pelo navio. Daqui de cima, vocês podem apreciar a vista do céu tanto o quanto quiserem. Se houver algo de que precisem, peçam a uma das maids próximas. Por enquanto, me retirarei com isso.", Aria fez uma reverência respeitosa e partiu, deixando Rio e Miharu sozinhos no convés. Não havia mais ninguém por perto, tornando óbvio que eles estavam sozinhos. Miharu também permaneceu em silêncio.

"Por enquanto, vamos dar uma volta ao redor do convés?", Rio sugeriu.

".... Sim.", a voz de Miharu estava um pouco tensa de nervosismo, mas ela assentiu com resolução. Quando Rio começou a andar, Miharu manteve uma posição meio diagonal atrás dele.

Era de tarde — embora fosse um pouco cedo para o sol começar a se pôr, já era muito tarde para ser chamado de hora do almoço. O tempo estava agradável e o sol brilhando sobre o navio mágico espalhou seus raios pelo convés. Embora o navio voasse a uma velocidade razoavelmente rápida, o corpo da embarcação estava coberto por uma barreira mágica especial de vento, tornando a brisa no convés bastante suave.

Aishia, está acordada agora? Enquanto caminhavam, Rio chamou Aishia por telepatia.

Sim, estou acordada. Passou algo? Ela respondeu instantaneamente. Sua voz deve ter chegado a Miharu também, pois seu corpo estremeceu assim que Rio chamou Aishia. Só para constar, Rio e Miharu também podiam se comunicar telepaticamente por meio de Aishia.

Nada em particular, mas não podemos falar muito quando outras pessoas estão por perto. Queria aproveitar a oportunidade para conversar, explicou Rio. Parte da razão também era porque ele se sentia um pouco desconfortável apenas com Miharu, sem saber o que dizer.

Obrigada por tudo, Ai-chan. Eu sempre sou um grande problema para você, Miharu acrescentou, seu tom estava preocupado.

Você esteve em sua forma espiritual dentro de mim esse tempo todo. Espero que não tenha sido muito chato... foi? Rio perguntou, ponderando se ela estava bem permanecendo em sua forma espiritual.

Não, eu estou bem. Ao contrário, eu me sinto mais confortável dentro do Haruto, Aishia respondeu em sua voz monótona.

Fico feliz em ouvir isso, mas não hesite em falar quando quiser sair, disse Rio com um sorriso.

Entendido. Mas, por agora está tudo bem. Em vez disso, vocês dois deveriam aproveitar a caminhada pelo navio mágico — o cenário é lindo. Aishia parecia estar mais interessada em ser considerada com os dois. Eles haviam acabado de chegar à proa do navio que dava para o cenário à sua frente.

"... A vista deste local é provavelmente a melhor.", Rio de repente parou de caminhar e disse a Miharu enquanto olhava para a vasta terra espalhada sob o céu infinito. Vales abriam caminho entre as altas montanhas, lagos pontilhavam as áreas que não estavam cobertas por campos e rios corriam pela superfície para pintar o solo como uma tela colorida. Essa era a beleza da natureza.

"Sim, é linda.", Miharu ficou ao lado de Rio e contemplou a mesma paisagem, murmurando baixinho.

"Parece um pouco diferente de quando estou voando com artes espirituais.", disse Rio para preencher o silêncio também.

".... Sim. É um pouco estranho voar pelo ar com os pés em um piso. Normalmente estou sendo carregada por alguém.", Miharu mostrou um sorriso natural ao se lembrar dos tempos em que era carregada por Rio, Aishia e o espírito contratado de Oufia, Aerial.

"Mesmo as pessoas deste mundo raramente têm a chance de viajar em navios mágicos, então esta foi uma experiência valiosa."

"Sim. Muito obrigada, Haruto-san.", Miharu assentiu e falou com um suave sorriso.

".... Por que está me agradecendo?", Rio perguntou, olhando para Miharu com curiosidade.

"Porque é tudo graças ao Haruto-san. A razão pela qual eu posso estar aqui agora."

"Isso é porque foi isso que Miharu-san queria e decidiu.", disse Rio, um pouco desajeitado.

"Haruto-san concedeu meu desejo. Eu não seria capaz de fazer nada sozinha. Provavelmente, eu nem mesmo seria capaz de determinar meu desejo.", disse Miharu com um sorriso triste.

"Não foi apenas por meus esforços, no entanto. Foi apenas por causa do desejo da Miharu-san.", Rio riu.

Um olhar conturbado apareceu no rosto de Miharu.

"Hmm... Então deixe-me mudar um pouco a minha frase. Por sempre me ajudar, muito obrigada, Haruto-san.", ela disse com um sorriso gentil.

"Não é nada. Vou ajudá-la tanto quanto puder, se for para cumprir o desejo da Miharu-san, então, por favor, não hesite em pedir o que precisar.", disse Rio, assentindo um pouco envergonhado.

"Se eu pedir, Haruto-san fará qualquer coisa?", Miharu perguntou nervosamente.

"...Sim. Se for para ajudar a enviar Miharu-san e os outros de volta à Terra, farei tudo que estiver ao meu alcance.", Rio reuniu um sorriso um tanto cheio de culpa. Ele teve que sorrir porque—

Pelo que eu sei, quatro anos se passaram sem que Miharu-san voltasse à Terra.

Na verdade, no momento em que Amakawa Haruto faleceu, Miharu ainda não havia retornado à Terra. Depois de completar 20 anos e se tornar um adulto, Haruto se encontrou com sua mãe apenas uma vez. Ele perguntou se ela ainda tinha alguma conexão com a família de Miharu e descobriu que ela ainda estava familiarizada com eles, mas a própria Miharu ainda estava desaparecida.

A propósito, quando Haruto perguntou como sua irmã mais nova Aki estava, sua mãe não o informou que Aki também estava desaparecida. Ela apenas disse a ele que Aki estava bem. Ele não sabia o que ela estava pensando quando não o informou do desaparecimento de Aki, mas como resultado, Haruto permaneceu sem saber que Aki havia desaparecido até que eles se reuniram neste mundo.

De qualquer forma, Miharu veio a este mundo depois que Haruto morreu, e Haruto renasceu neste mundo com as memórias de sua vida anterior antes da chegada de Miharu. Rio ainda não tinha dito isso a ela. Se o fizesse, inevitavelmente teria que contar a ela sobre sua vida passada.

E, no entanto, ele não podia permanecer em silêncio sobre isso para sempre. Miharu e os outros realmente seriam capazes de retornar à Terra? Mesmo se eles pudessem encontrar um caminho de volta, em que período seria quando eles chegassem? Considerando todas essas incertezas, havia a necessidade de Miharu estar bem informada da situação...

No mínimo, depois de se reunir com Satsuki e Takahisa e discutir seus planos para o futuro, ela precisaria saber até então, Rio pensou.

Ouvir Rio falar em retornar à Terra fez com que uma expressão conflituosa aparecesse no rosto de Miharu por alguns instantes, mas ela foi clara com o que estava pensando pouco depois.

".... Não é que eu não queira voltar para Terra. É que... eu também gosto da minha vida atual, onde posso estar com todos."

"É.… assim. Nesse caso, isso é bom.", Rio estava olhando para Miharu com leve surpresa.

"Ambos são muito importantes para mim. Não quero esquecer nenhum deles e fingir que nunca aconteceram.... É por isso que ainda quero estar com todos. Eu quero estar com o Haruto-san também. Independentemente de voltar para a Terra e assim por diante, é isso que eu quero agora.", Miharu disse claramente.

Rio ainda estava olhando para Miharu com surpresa, sentindo como se ela estranhamente estivesse agindo mais assertiva e ousada do que o normal.

".... Eu entendo. Respeitarei as intenções da Miharu-san tanto quanto possível.", ele disse nervosamente.

"É uma promessa?", Miharu olhou fixamente para o rosto de Rio em busca de confirmação.

"Sim.", Rio deu um sorriso ligeiramente ansioso ao responder.

Miharu suspirou de alívio. "Muito obrigado. .... Ah, eu devo ter dito algo realmente embaraçoso agora.", ela disse com uma pontada de realização e ficou vermelha.

"Não, de forma alguma.", Rio respondeu, então dirigiu seu olhar para a pessoa que se aproximava.

"Umm, Haruto-sama. Agora mesmo, teria um momento?", quem apareceu foi a maid em treinamento de Liselotte, Chloe.

"Está bem. Liselotte-sama me convocou?", Rio perguntou, balançando a cabeça de forma amigável. Ele estava prestes a encerrar sua conversa com Miharu.

"Não. Eu esperava que pudesse me dar um pouco do seu tempo para conversar, por minhas próprias razões pessoais.", Chloe disse respeitosamente.

"Da Chloe-san... Do que se trata?", Rio inclinou a cabeça e perguntou a Chloe.

"Quando Amande estava sendo atacado por monstros, você salvou não só a mim, mas também minha mãe e minha irmãzinha. Queria agradecê-lo adequadamente por isso, bem como pedir desculpas pelo que aconteceu quando Haruto-sama veio ficar na pousada da minha família há alguns anos...", Chloe parecia estar nervosa, pois sua voz saiu um tanto rígida.

"Deixando de lado o ataque dos monstros a Amande por enquanto, o que Chloe-san quer dizer com o que aconteceu quando eu fiquei em sua pousada?", Rio questionou curiosamente.

"Isso... quero dizer, quando os aventureiros bêbados ficaram importunando o Haruto-sama no refeitório e acabaram arrumando uma briga.", Chloe explicou.

"Ah, no incidente daquela vez, Chloe-san não teve nada a ver com aquilo, certo?", Rio riu levemente.

"Isso não é verdade. Eu, estava com tanto medo que não pude fazer nada. Eu até mesmo acabei ficando com medo do Haruto-sama, embora fosse a vítima naquela vez, o que foi muito rude da minha parte. Naquele momento, Haruto-sama partiu logo na manhã seguinte, e eu sempre quis me desculpar desde então.... Eu realmente, sinto muito!", quanto mais ela falava, mais claramente Chloe parecia se lembrar de suas emoções naquele momento. Ela baixou a cabeça profundamente para Rio.

"Está tudo bem, eu já tinha me esquecido, então por favor, não deixe que isso a incomode.", Rio argumentou com um sorriso gentil.

"Mas, eu sinto muito...", Chloe continuou a abaixar a cabeça em vergonha.

Rio teve a impressão de que ela era muito sincera e decidiu incentivá-la. ".... Eu entendo. Então, aceitarei sinceramente as desculpas da Chloe-san. Agora, por favor, levante a cabeça.", disse ele, com as sobrancelhas franzidas.

"Sim, muito obrigada.", Chloe ergueu lentamente a cabeça.

"Umm, devo me afastar um minuto? Se vocês têm mais alguma coisa para discutir...", Miharu, que estava observando os dois em silêncio até agora, se ofereceu para deixá-los sozinhos por consideração. Ela estava curiosa sobre que tipo de passado Rio teve, mas ela percebeu que seria estranho para ela ficar se eles tivessem algo mais para discutir.

"Não, eu tenho que voltar ao trabalho agora, então vou me retirar aqui! Por favor, vocês dois devem continuar aproveitando seu tempo em paz!", como uma convidada, Miharu não deveria ser a incomodada, concluiu Chloe. Ela balançou a cabeça nervosamente e agradeceu ao Rio mais uma vez por sua mãe e irmã antes de partir.

◇ ◇ ◇

Horas depois, o navio mágico finalmente chegou à capital Galtuuk e desceu lentamente em direção ao lago a leste da cidade.

"Todas as mãos, se preparem para a amerissagem !", conforme a distância entre o lago e o navio gradualmente diminuía, a voz do capitão gritou pelos alto-falantes. Um instante depois, o navio mágico pousou na água, espalhando ondas pela área.

Depois, a embarcação viajou ao longo da água para atracar no porto, onde as tripulações do navio e do porto trabalharam juntas para começar os preparativos para o desembarque. Uma corda foi lançada para prender o navio ao porto, e uma rampa foi imediatamente instalada para permitir o desembarque de seus passageiros.

O capitão do navio e a tripulação terminaram seu trabalho com extrema rapidez.

"Liselotte-sama, os preparativos para o desembarque estão completos!", eles relataram a Liselotte, que estava esperando no convés.

"Obrigada, capitão, e a todas as pessoas trabalhadoras da tripulação. Por favor, mantenham o navio até a hora de retornar a Amande. Enquanto isso, vocês estão livres para desfrutar da capital como quiserem.", disse Liselotte amigavelmente, satisfeita com o ritmo acelerado do trabalho.

"Vocês ouviram isso, certo?! Se quiser seu tempo de folga, é melhor começar a trabalhar e terminar as inspeções!", disse o capitão do navio, estimulando a tripulação a entrar em ação.

"Certo!", a tripulação respondeu energicamente, espalhando-se para o trabalho. Liselotte os viu partir com um sorriso caloroso antes de se virar para guiar Rio e Miharu para fora do navio.

"Agora, Haruto-sama, Miharu-sama. Os preparativos estão feitos, então, por favor, venham por aqui."

"Sim. Obrigado por nos trazer aqui.", Rio disse a Liselotte, antes de começar a caminhar para desembarcar do navio. Miharu também agradeceu, antes de seguir atrás de Rio. Liselotte também seguiu com eles, enquanto as quatro maids — Aria, Cosette, Natalie e Chloe — os escoltavam como guarda-costas.

Assim que chegaram ao cais, um homem de meia-idade se adiantou dos trabalhadores e se aproximou deles. Seu corpo musculoso e robusto indicava que suas habilidades militares não deveriam ser subestimadas, mas apesar de ter uma espada na cintura, sua roupa era a de mordomo em vez de soldado.

"Liselotte-ojōsama, já faz um tempo que não a vejo.", o homem disse respeitosamente.

"Ara, Ricardo. Obrigada por ter vindo nos receber. Sei que avisei nossa chegada com antecedência, mas você não precisava vir me cumprimentar pessoalmente...", os olhos de Liselotte se arregalaram ao reconhecer o homem. Provavelmente era um criado da família do duque Cretia, Rio assumiu.

"Foram ordens de Cedric-sama e Julianne-sama. As boas-vindas adequadas devem ser dadas ao Haruto-sama, quem salvou a vida da Liselotte-sama, e a Miharu-sama, nossa convidada mais importante.", disse Ricardo, olhando para Rio e Miharu ao lado de Liselotte. Rio se curvou quando seus olhos se encontraram e Miharu fez o mesmo.

"Otou-sama e Okaa-sama... entendo.", Liselotte pareceu agradecer o arranjo de seus pais e sorriu.

"Os dois estão esperando ansiosamente para conhecer o Haruto-sama e a Miharu-sama. Eu adoraria levá-los à propriedade principal da família Cretia imediatamente, mas se não for muito rude da minha parte perguntar, posso ter a honra de ser apresentado?", Ricardo perguntou, falando em voz baixa.

"Claro. Haruto-sama, Miharu-sama, este homem é um mordomo da família do duque Cretia que está servindo ao meu pai, Cedric. O nome dele é Ricardo.", ele era o mordomo encarregado de conduzir todos os criados que serviam na casa, o ajudante mais próximo do mestre da casa. Em outras palavras, ele recebeu autoridade abrangente como o braço direito. Embora sua posição fosse tecnicamente a de um servo, como mordomo-chefe, não havia dúvida de que suas origens também eram da nobreza. Como alguém tão importante como Ricardo veio receber seus convidados diretamente, era a prova de que o pai de Liselotte, Cedric, não encarava a presença de Rio levianamente de forma alguma.

"Entendo. Meu nome é Haruto, e esta é Miharu Ayase. Chegamos a esta terra graças aos arranjos excepcionais da Liselotte-sama. Estamos extremamente gratos por Ricardo-sama ter vindo nos receber pessoalmente.", Rio disse cortesmente. Miharu curvou a cabeça educadamente quando Rio a apresentou.

"Oh, obrigado. Conforme apresentado, eu sou Ricardo. Haruto-sama, gostaria de oferecer minha mais profunda gratidão por ter salvo Liselotte-ojōsama durante sua crise. Eu também ouvi sobre a situação da Miharu-sama. Agora, por favor, permitam-me mostrar-lhes a mansão. Uma carruagem foi preparada, por aqui.", Ricardo tinha um sorriso amigável no rosto ao devolver a saudação e começou a guiar o caminho sem mais conversa.

Rio, Miharu e Liselotte o seguiram. Eles foram silenciosamente acompanhados por Aria, Cosette, Natalie e Chloe.

"Pensando bem, Pascal-niisama e George-niisama estão aqui também?", Liselotte perguntou de repente a Ricardo. Pascal e George eram os irmãos mais velhos de Liselotte.

"Infelizmente Pascal-sama está ausente, mas George-sama foi visitar a casa da família de sua noiva, Colette-sama. Deve ser capaz de encontrá-los no banquete."

"Entendo. É uma pena que Pascal-niisama não esteja lá, mas que assim seja. Haruto-sama, Miharu-sama. Meus irmãos não estão presentes esta noite, então irei apresentá-los apenas aos meus pais. Parece que eles estão muito ansiosos para conhecê-los."

"Sim, será um prazer.", responderam Rio e Miharu. Enquanto conversavam, eles chegaram à carruagem que esperava no porto. Assim que embarcaram, seguiram para a propriedade principal da família do duque Cretia. As duas carruagens em que o grupo de Rio e as maids estavam sacudiam as rodas enquanto se moviam.

A propriedade do duque Cretia na capital ficava no bairro nobre próximo ao porto do navio mágico. Uma rua principal se estendia diretamente do porto ao castelo real, e o distrito nobre ficava no meio. A área também contava com instalações militares em todas as esquinas, mantendo o distrito nobre protegido sob estrita segurança. Embora a área estava tranquila, soldados patrulheiros podiam ser vistos andando por toda parte.

Vários minutos de viagem depois, a carruagem chegou à seção do distrito nobre que ficava mais próxima do castelo real.

"Chegamos ao portão.", Ricardo, que estava sentado ao lado do condutor, anunciou para todos na carruagem.

"Então, por favor, preparem-se para desembarcar.", Liselotte solicitou, mas os pertences de Rio e Miharu estavam sendo cuidados por Aria e as outras maids, então eles não tinham nada para preparar. Tudo o que Rio tinha era sua espada.

A carruagem logo passou por um portão de ferro ricamente decorado e entrou no terreno da propriedade. Eles desceram da carruagem, diante da mansão.

"Incrível, que linda mansão...", quando Miharu desceu da carruagem com a ajuda de Rio, ela olhou maravilhada para a grande vista da propriedade do duque Cretia diante dela. Um enorme edifício composto de paredes totalmente brancas erguia-se diante deles. Havia também um jardim geométrico plano bem cuidado no local, colocando o portão a uma distância razoável da mansão.

"Fufu, obrigada pelo elogio. É um pouco inquietante para residir, mas é um costume antigo na capital construir uma mansão adequada para mostrar nosso orgulho pelo poder da nossa família. Um dos aspectos irritantes da sociedade nobre.", Liselotte disse com um sorriso irônico.

"O sol já se pôs hoje, mas amanhã vocês podem explorar os jardins o quanto quiserem. Por enquanto, por favor, venham por aqui. O jantar está pronto.", disse Ricardo, convidando-os a entrar na mansão.

A partir do momento em que entraram, a decoração do interior mostrou sua atmosfera altamente artística. Miharu se sentiu como se tivesse entrado em um palácio, o que a deixou nervosa. Rio estava olhando para os desenhos gravados do interior com interesse.

Assim, Rio e Miharu foram primeiro conduzidos ao aposento de hóspedes. A porta se abriu para revelar uma ampla sala de estar diante deles.

"Esta é a chave do aposento de hóspedes — por favor, usem esta sala esta noite. Há dois quartos. Ambos são instalados com fechadura própria pelo lado de dentro.", explicou Ricardo, entregando uma chave ao Rio. Os quartos estavam decorados como os de um hotel.

"Obrigado por preparar quartos tão maravilhosos.", Rio disse com uma educada reverência enquanto aceitava a chave.

"Bem, um servo chegará em cerca de 20 minutos para vir buscá-los, por favor, organizem seus pertences e esperem aqui. Vocês têm alguma pergunta até aqui?", perguntou Ricardo.

"Qual é o código de vestimenta?", Rio perguntou.

"Não há nada de errado com o que está vestindo agora, então não se preocupe.", disse Ricardo com um sorriso caloroso.

"Muito obrigado."

"Vocês, tragam os pertences do Haruto-sama e da Miharu-sama.", Liselotte ordenou a Natalie e Cosette.

"Entendido.", as duas carregaram cuidadosamente as malas de Rio e Miharu para a sala.

"Oh, é mesmo. Como um sinal de gratidão por ter sido convidado para a mansão, eu trouxe um presente para os pais da Liselotte-sama. Poderia aceitá-lo?", Rio ofereceu.

"Oh, não precisava. Apenas suas palavras teriam sido suficientes.", disse Liselotte, meio se desculpando.

"O presente que quero dar é um sake especial. Pode haver licor semelhante em algumas regiões, mas não acredito que encontrem esse sabor circulando pelos reinos vizinhos aqui, pelo menos."

"Um sake especial...?", Liselotte se animou. Se era algo que não estava disponível na região de Strahl, ela não podia deixar isso passar, já que era a chefe da Companhia Rikka.

"Pode experimentar por si mesma, se quiser. Eu tenho a autoridade de um conhecido que é um item excelente.", Rio não elaborou mais, mas sorriu atrevidamente em vez disso. O sake que ele havia trazido era uma de suas próprias criações com o conhecimento que adquiriu na vila dos Seirei no Tami e na região de Yagumo, mas seu sabor foi testado e aprovado por Celia, então Liselotte deveria ficar satisfeita.

".... Nesse caso, poderíamos experimentar no jantar depois disso?", parecia que Liselotte queria provar o mais rápido possível.

"Claro. Há vários tipos que eu preparei, então vou selecionar um que vai bem com o menu do jantar.", Rio assentiu enquanto se movia para sua bolsa e a abriu, então tirou uma bolsa de pano com três garrafas elegantemente desenhadas dentro.

".... Esses recipientes são lindos. O bordado na bolsa também é adorável.", Liselotte murmurou com interesse. Ela já havia lidado com muitos licores de alta qualidade em seu trabalho antes, mas nunca tinha visto um design como este.

"Muito obrigado. A verdade é que fiz a garrafa e o sake usando o conhecimento que adquiri com conhecidos. Também, essa bolsa foi a Miharu-san quem fez.", Rio explicou, depois colocou as garrafas de volta na sacola.

"Oh! Isso é verdade?", Liselotte ficou admirada. No mínimo, nenhum amador poderia ter feito tal coisa.

"Sim, por favor, aceite isto.", Rio pegou a bolsa com as três garrafas e se aproximou de Liselotte.

"Bem, então, aceitarei graciosamente o seu presente.", Liselotte curvou-se e pegou a bolsa de Rio. Aria se aproximou e a recebeu de Liselotte para carregá-la.

"Bem, Liselotte-ojōsama, por aqui.", Ricardo colocou a mão sobre o peito.

"Bem então, Haruto-sama, Miharu-sama. Eu tenho preparativos para fazer, então vou me desculpar aqui. Verei vocês novamente mais tarde.", Liselotte disse com um sorriso, saindo da sala com Ricardo e as maids.

◇ ◇ ◇

Depois disso, Rio se separou de Miharu e foi para um dos quartos, onde removeu a espada e a armadura. Ele não estava proibido de estar armado como um convidado na mansão, mas carregar consigo uma espada no jantar realmente não mostrava boas maneiras.

Ele já estava vestindo roupas adequadas e foi informado de que não havia necessidade de se trocar, então seus preparativos para o jantar estavam quase completos, faltando apenas lavar as mãos e enxaguar a boca. Rio finalizou seus preparativos no banheiro e voltou para a sala para se sentar. Pouco depois, Miharu apareceu na sala, tendo terminado seus próprios preparativos.

"Desculpe pela espera, Haruto-san."

De acordo com Ricardo, logo alguém estaria lá para buscá-los, então provavelmente não haveria tempo para servir um pouco de chá e relaxar. Na realidade, assim que eles confirmaram seus planos com Aishia por telepatia, uma criada chegou para buscá-los.

"Haruto-sama, Miharu-sama, vim para guiá-los para jantar. Estão prontos para ir?"

"Sim, muito obrigado por vir nos buscar.", Rio disse com um sorriso. A criada com roupa de maid conduziu Rio e Miharu à sala de jantar. O espaço era de uma estrutura verdadeiramente extravagante. O interior era decorado com móveis antigos e o grande vitral coloria o ambiente.

Além disso, Liselotte e seus pais já estavam sentados e esperando lá dentro. Quando Rio e Miharu apareceram, os três se levantaram ao mesmo tempo. Paralelamente, Ricardo e os outros criados da casa esperavam em silêncio junto à parede. A assistente de Liselotte, Aria, estava incluída entre eles.

"Obrigado por virem hoje, Haruto-kun, Miharu-san. Bem-vindos à residência da família do duque Cretia na capital. Eu gostaria de estender minhas mais calorosas boas-vindas a vocês. Eu sou o pai da Liselotte, Cedric Cretia.", Cedric recebeu Rio e Miharu com um tom amigável e sociável. Ele estava na casa dos quarenta anos, mas tinha uma beleza jovem que parecia adequada como o pai de Liselotte.

"É um prazer conhecê-lo. Meu nome é Haruto. Muito obrigado por nos convidar nesta ocasião.", Rio disse respeitosamente, então colocou a mão direita sobre o peito.

"Eu sou Miharu Ayase. Muito obrigada por tudo hoje.", Miharu copiou Rio e cumprimentou-o nervosamente.

"Eu ouvi muito sobre vocês dois da Liselotte. Primeiramente, Haruto-kun: obrigado por salvar a Liselotte em Amande. Se você não estivesse lá, o dano teria sido irrecuperável. Em nome da Casa do duque Cretia, gostaria de agradecer do fundo do meu coração.", disse Cedric, curvando a cabeça profundamente.

"Não, foi uma ação que tomei para meu próprio benefício também.", Rio sacudiu a cabeça com leve desconforto. Era inegável a verdade que ele agiu em um plano calculista para deixar Liselotte em dívida com ele pelo bem do futuro da Miharu, e a sua luta com Lucius havia sido por um rancor pessoal.

"Hahaha. Mesmo assim, o fato é que você salvou minha amada Liselotte. Contanto que sua intenção não fosse fazer mal a minha filha, os motivos das suas ações não são um problema.", Cedric riu calorosamente. Como esperado de um duque, ele era uma pessoa amigável e de coração aberto.

"Obrigado.", Rio curvou sua cabeça profundamente.

"Vamos, vocês dois são os convidados principais esta noite. Por favor sentem-se. Preparamos este modesto jantar com gratidão.", disse Cedric.

Ricardo e Aria caminharam silenciosamente até eles.

"Por favor, sentem-se.", disseram os dois, puxando as cadeiras para eles.

"Muito obrigado.", Rio assentiu, sentando-se na cadeira. Miharu também se sentou nervosamente na cadeira que Aria puxou para ela. A família Cretia também se sentou nas cadeiras puxadas por seus outros criados.

"Querido, gostaria de cumprimentar os dois também. Apresente-me.", disse a mulher sentada ao lado de Cedric. Ela era a esposa de Cedric e mãe de Liselotte, Julianne. Julianne estava observando a conversa deles com um sorriso, feliz sobre alguma coisa, enquanto observava Rio e Miharu.

"Ah, certo. Desculpa, Julianne. Haruto-kun, Miharu-san, permitam-me apresentá-los à minha esposa e mãe da Liselotte, Julianne.", Cedric sorriu calorosamente.

"Fufu, boa noite. Eu sou Julianne Cretia. Espero que vocês dois achem a sua estadia aqui agradável.", Julianne sorriu enquanto falava com Rio e Miharu. Como mãe de Liselotte, ela tinha o mesmo cabelo azul claro de sua filha, com olhos azuis profundos e um rosto de aparência extremamente gentil. Não havia indicação clara de sua idade, mas ela era jovem o suficiente para ser confundida com a irmã de Liselotte para um estranho.

"É um prazer conhecê-la. Meu nome é Haruto. Estou com vergonha de admitir que quase confundi Julianne-sama com a irmã mais velha de Liselotte-sama.", Rio disse com um sorriso.

"Oh, estou lisonjeada.", Julianne sorriu timidamente, com um leve rubor em suas bochechas.

"Hahaha, não é mesmo? Julianne é linda.", Cedric concordou com um sorriso alegre.

"Mō~, querido, pare...", Julianne colocou a mão na bochecha e virou o rosto na direção contrária à de Cedric com vergonha. O gesto foi bastante elegante e combinava bem com ela.

O casal era tão inocente quanto recém-casados. Rio e Miharu os observavam agradavelmente.

"Minhas desculpas, Haruto-sama, Miharu-sama. Estes dois são sempre assim. Constrangedor de observar e tão próximos, que praticamente não há espaço para mim entre eles.", Liselotte disse para Rio e Miharu com um sorriso forçado.

"Eu acho que é maravilhoso para um casal ter um relacionamento harmonioso.", Rio disse com um sorriso.

"Sim, estou com inveja do relacionamento deles.", Miharu concordou com um sorriso gentil.

"Oh? Vocês também acham? Parece que vamos nos levar bem, então. Os aperitivos serão trazidos em breve, mas vamos beber primeiro. Um brinde a este maravilhoso encontro. Oh, este é apenas um jantar entre amigos íntimos, então não há necessidade de qualquer linguagem rígida.", Cedric disse alegremente.

"Miharu-sama bebe sake?", perguntou Liselotte.

Devido às leis do Japão, menores como Miharu não tinham permissão para beber álcool, mas não existe tais leis neste mundo. Ou melhor, as pessoas eram tratadas como adultos a partir dos quinze anos, então não havia problema para Miharu beber aqui.

Dito isso, como alguém nascida e criada no Japão, se Miharu beberia álcool ou não era outra questão, então Liselotte teve a consideração de perguntar.

"Eu quase não bebo, mas se for apenas para o primeiro brinde...", Miharu respondeu. Embora fosse um mundo onde a ingestão de álcool não era proibida, ela ainda se sentia um pouco prudente em relação à bebida. Ao mesmo tempo, ela não queria estragar a atmosfera do jantar.

Na verdade, ela já havia bebido várias vezes em situações semelhantes na vila do povo espiritual. Ela não tinha uma alta tolerância, mas ficar bêbada não seria um problema se ela não bebesse copo após copo.

"Há opções de bebidas sem álcool, então farei que preparem isso depois. É mesmo, também estou muito interessada no sake que o Haruto-sama nos presenteou...", Liselotte salientou.

"Ele pode ser bebido como um acompanhamento da refeição, mas há um sake que serve como aperitivo também.", disse Rio. Cedric estava ouvindo com grande interesse.

"Então, poderia selecionar esse para nós?"

"Claro."

"Aria, traga o sake de antes.", Liselotte falou para Aria, que estava esperando perto da parede.

"Entendido.", Aria assentiu, trazendo a bolsa com as garrafas da mesa de serviço para a mesa de jantar. Cada garrafa tinha sua própria cor por dentro; havia uma azul, uma vermelha e uma branca.

"A garrafa azul é mais adequada para um aperitivo. A acidez ajuda a estimular o apetite.", disse Rio.

"Então, eu vou querer essa.", Liselotte decidiu.

"Que interessante. Eu gostaria de experimentar essa também."

"Então, eu também."

Havia outros aperitivos disponíveis, mas Cedric e Julianne decidiram imediatamente pelo mesmo sake. Como esse foi o caso, Rio e Miharu também decidiram pelo mesmo.

"Permita-me servi-lo.", Aria agarrou a garrafa azul com movimentos familiares, despejando a bebida em um copo de metal. Depois que o sake foi servido para todos, Liselotte e seus pais olharam para dentro da taça com grande interesse.

"Parece semelhante à cerveja na aparência, mas esse cheiro é.… maçã?", Liselotte analisou o sake com base na aparência e no cheiro. O copo estava preenchido com um líquido claro semelhante em cor à cerveja sem espuma, o cheiro forte era semelhante à acidez de uma maçã em vez de sua doçura.

"Sim, é como supôs.", Rio assentiu.

"Estou ansioso para provar. Vamos fazer o brinde agora? Todo mundo tem seus copos prontos?", Cedric insistiu, ansioso para provar o sake. Todos na mesa pegaram seus copos nas mãos e esperaram as próximas palavras de Cedric

"Bem então, para comemorar este novo encontro maravilhoso, saúde!", Cedric anunciou.

"Saúde!" Todos levantaram seus copos antes de levá-los à boca. Rio estava curioso sobre a reação a sua criação e prontamente voltou seu olhar para Liselotte e seus pais.

".... Delicioso!", os olhos de Liselotte estavam arregalados de choque. A aparência era semelhante à da cerveja sem espuma, mas seu sabor era mais parecido com o de um vinho branco caro.

Era menos doce e alcoólico do que o vinho, o que tornava o sabor mais leve na boca. Havia também a acidez da maçã que realmente estimulava o apetite.

"Isso é... Certamente há uma acidez, mas é muito fácil de beber. A doçura da maçã se foi, mas é precisamente isso que o torna perfeito como aperitivo. Deixa um gosto maravilhoso na boca.", Cedric elogiou abertamente.

"É verdade, eu poderia beber muitos copos disso. Também combinaria com a refeição, o que me deixa em apuros. Não sou muito tolerante ao sake...", disse Julianne, tendo também gostado muito do sabor e do cheiro da bebida.

"Fico feliz em saber que foi do seu agrado.", os lábios do Rio mostraram um sorriso em alívio.

"Eu raramente encontrei um sake tão bom antes. Onde conseguiu isso?", Cedric perguntou curiosamente.

"Otou-sama, este sake foi feito pelo próprio Haruto-sama.", disse Liselotte.

"O que? Isto é criação sua? A qualidade é mais do que suficiente para ser vendida como um destilado de alta classe...", os olhos de Cedric se arregalaram de surpresa.

Rio sacudiu a cabeça lentamente. "Os ingredientes não custam tanto assim, e também não é tão difícil de fazer. Há duas outras garrafas para experimentar, por isso sintam-se à vontade para comparar o sabor."

"Hahaha, parece que tenho mais uma coisa para desfrutar durante este jantar.", Cedric riu alegremente.

Isso é algo que ele fez com o conhecimento de sua vida anterior também? Nesse caso, talvez a casa da família do Haruto-sama fosse algum tipo de destilaria.... De qualquer forma, terei que negociar com ele para obter o método de produção deste sake junto com os bolos da Miharu-sama. Um fogo foi aceso silenciosamente na alma de comerciante de Liselotte.

"Oh? Agora que nos apresentou um sake tão maravilhoso, parece que a Liselotte está pensando em vendê-lo como um produto na Companhia Rikka.", como pai dela, Cedric viu o que Liselotte estava pensando imediatamente e mudou de assunto animadamente.

"... Mō~, Otou-sama.", as bochechas de Liselotte ficaram vermelhas de vergonha.

"Se quiser, estou aberto a negociações como os bolos da Miharu-san.", disse Rio com uma risada.

"Tem certeza? Definitivamente discutiremos isso!", Liselotte assentiu alegremente. Os aperitivos foram trazidos da cozinha e colocados na mesa, e o jantar estava pronto para começar.

Quando o jantar começou, Cedric conduziu habilidosamente a conversa, ajudando a criar uma atmosfera sempre calorosa e cheia de risos. Julianne ria alegremente, levando Miharu e Liselotte a rir também, o que Rio observou com um sorriso pacífico no rosto. Miharu também achou o sake delicioso, continuando a beber muitos copos com Julianne e Liselotte, apesar de dizer que só beberia um. Por outro lado, Rio acompanhou Cedric em vários copos.

"Liselotte é uma criança gentil e atenciosa como Julianne, mas ao mesmo tempo, ela cresceu e se tornou uma mulher obstinada, ao contrário da Julianne.", o álcool eventualmente circulou no sistema de Cedric, fazendo-o sentir-se empolgado quando começou a falar sobre Liselotte.

"O-Otou-sama?", pega de surpresa, Liselotte olhou para o pai nervosa. No entanto, Cedric estava sorrindo enquanto continuava falando com Rio e Miharu, sentados à sua frente.

"Para viver como um nobre, você não pode ignorar essas coisas chamadas 'conexões pessoais'. Você entende isso, certo?"

"Sim, estou ciente.", Rio assentiu sem hesitação.

"Conexões de Casa para Casa. Em outras palavras, casamento é o melhor método de formar essas conexões pessoais. O casamento é um fenômeno social difícil para os nobres evitarem, para manter sua linhagem familiar e para criar conexões pessoais. É por isso que os nobres têm casamentos políticos. Eles também providenciam entrevistas de casamento para eles.... Mesmo que as pessoas envolvidas não queiram.", disse Cedric, com um sorriso um tanto conturbado no rosto.

"Liselotte também não foi uma exceção a isso. Como família de duques, muitas propostas de casamento vieram de outras famílias. Desde muito jovem também. Na verdade, a maioria delas eram apenas introduções, mas com a importância dos relacionamentos harmoniosos em uma sociedade nobre, seria um péssimo movimento recusar todas elas.", Cedric explicou a Rio e Miharu, que o ouviam em silêncio.

"Como podem ver, Liselotte não é exatamente difícil de olhar também. Com sua bela aparência, muitas famílias apresentaram propostas para entrevistas de casamento. Claro, era difícil aceitar todas elas, então nós escolhemos apenas aqueles que eram difíceis de rejeitar, e depois, fizemos com que Liselotte os conhecesse.", concluiu Cedric com um sorriso nostálgico no rosto.

"Mō~...", Liselotte parecia querer se objetar a Cedric, mas ao mesmo tempo, ela estava extremamente ciente de Rio e Miharu e corou, vermelha de vergonha. Julianne observava sua filha com um sorriso satisfeito.

"Acho que foi quando ela tinha sete anos. Depois de sua primeira entrevista de casamento, e depois de várias outras, Liselotte veio ao meu escritório para falar comigo. 'Se eu me graduar cedo na divisão secundária da academia real, quero que ouça meus pedidos', ela disse."

"O-Otou-sama, talvez você possa parar por aí...", Liselotte tinha averiguado sobre o que seu pai estava tentando falar e tentou mudar de assunto com um sorriso torto. No entanto, com os convidados bem na sua frente, ela não poderia ser muito agressiva com ele.

"Ara~ara~, está bem, querida. É a oportunidade perfeita para que o Haruto-san e a Miharu-san saibam como você é maravilhosa.", Julianne parou Liselotte com um sorriso encantador, após o qual Liselotte recuou com um pequeno suspiro.

Cedric sorriu bastante enquanto olhava para sua filha amada. "Liselotte tinha apenas sete anos na época, mas eu senti algo descomunal dela. Eu me perguntei qual seria o motivo para tal comportamento, então pedi que ela explicasse. Vocês sabem o que essa garota disse em resposta?", ele perguntou a Rio e Miharu com verdadeira alegria.

"Com base na história até agora, isso teve algo a ver com os casamentos arranjados?", Rio trocou um olhar com Miharu ao lado dele antes de tentar.

"Exatamente. Liselotte disse isso, brusca e concisamente: "Otou-sama, não desejo entrar em um casamento arranjado com um parceiro que não desejo. Desejo escolher com quem me casar. É por isso que desejo obter poder suficiente para decidir com quem quero me casar.' E então, para isso, ela solicitou ajuda na criação da Companhia Rikka, também que eu lhe confiasse a gestão de parte do meu território. Eu mencionei que ela tinha sete anos durante isso?", Cedric assentiu com firmeza, contendo o riso enquanto falava com entusiasmo.

"Então ela já era excepcionalmente inteligente naquela idade.", Rio riu, olhando para Liselotte.

"Consegue entender? Como eu me senti, vendo minha própria filha tão obstinada e com um espírito tão corajoso? Naquele momento, eu balancei a cabeça sem nem pensar duas vezes. Então, ela escreveu sua tese inovadora aos dez anos de idade e se formou na Academia Real do Reino de Galark em questão de poucos anos. Até eu fiquei surpreso com o nível de inteligência dela.", Cedric olhou para Liselotte com uma expressão sinceramente orgulhosa.

Uu~, esse é o meu passado sombrio. Mas, não havia como evitar! Eu tinha apenas sete anos, e velhos na casa dos trinta e quarenta estavam pedindo minha mão em casamento. Na época, eu já estava muito ocupada tentando aprender o conhecimento básico deste mundo, e tudo o que eu sentia era um frio e amargo medo. Liselotte se lembrou do passado e corou em um vermelho intenso.

"É por isso que confiei Amande a ela e fiz com que ela obtivesse sua independência como presidente da Companhia Rikka, mas viver separado todos os dias me deixa preocupado. Outro dia, Amande foi atacada por enxames de monstros, não foi? Eu ouvi coisas sobre um homem chamado Lucius liderando um grupo de mercenários por trás de tudo, e o aparecimento de criaturas parecidas com dragões.", Cedric lamentou, seu tom era triste enquanto falava. Então ele se endireitou e se voltou para o Rio.

"Ouvi dizer que Haruto-kun é um espadachim extraordinário. Liselotte disse que também é excepcionalmente confiável. Depois de realmente conhecê-lo assim, a impressão que recebi é exatamente como Liselotte disse."

"Eu não sou digno dessas palavras.", Rio se curvou humildemente.

"Miharu-san também é uma modesta, educada, encantadora e maravilhosa jovem. Não quero fazer vocês se sentirem desconfiados, mas tenho um pequeno pedido para vocês dois."

"O que quer dizer?", Rio inclinou a cabeça e gesticulou para que ele continuasse.

"Devido à idade e ao trabalho dela, minha filha tem poucos amigos da mesma idade com quem ela pode ser honesta. Há muitos que a idolatram por sua transbordante sabedoria, mas há muitos que não se sentem confortáveis por causa disso. É por isso que, se vocês dois não se importam, podem continuar a ser amigos dela no futuro?", Cedric disse, inclinando a cabeça profundamente para Rio e Miharu.

"... Claro. Se a Liselotte-sama não se importar."

"Eu também ficaria encantada."

Rio e Miharu assentiram com um sorriso.

"Obrigado. Fico feliz em ouvir isso. Nesse caso, hoje é uma boa chance para vocês conhecerem melhor a Liselotte. Afinal, ela disse uma coisa tão extravagante aos sete anos de idade.... Ainda há muitos outros contos heroicos a serem contados sobre essa garota, então me emprestem seus ouvidos.", um sorriso apareceu no rosto de Cedric enquanto ele olhava para Liselotte maliciosamente.

"Mō~, por favor, pare de me provocar mais, Otou-sama!", mesmo Liselotte não pôde mais ficar sentada de braços cruzados e protestou.

"Hahaha, eu a irritei. Dito isso, quando comparada ao meu eu de sete anos de idade que não tinha visões do futuro, Liselotte parece tão capaz. É dever dos pais se gabar de seus filhos. Julianne pensa da mesma forma, não é?", Cedric riu alegremente, lisonjeando sua amada esposa.

"Não, não, mesmo quando eu tinha sete anos, tudo que me importava era cultivar flores. Nunca me passou pela cabeça traçar meu próprio caminho na vida. Tenho certeza de que a inteligência dela vem de você.", Julianne disse alegremente, rindo para si mesma.

"Sinto muito, Haruto-sama, Miharu-sama. Esses dois vão se gabar em qualquer chance que tiverem.", Liselotte suspirou.

"Não, eu acho maravilhoso que eles sejam tão próximos.", Miharu disse alegremente, balançando a cabeça.

"Obrigada. Falando nisso, que tipo de criança Miharu-san era aos sete anos?", Julianne perguntou de repente.

"Eu? Quando eu tinha sete anos...", os olhos de Miharu se arregalaram ao se lembrar de quando tinha sete anos. Ela tinha sete anos logo depois de se separar do Haruto. A memória mais clara em sua mente até agora foi sua despedida com o Haruto.

"Eu queria me casar com o meu amigo de infância, que foi separado de mim. Prometemos nos casar quando nos separamos, então eu aprendi a cozinhar muitos tipos de comida...", Miharu lançou um olhar de soslaio para Rio para avaliar sua expressão enquanto ela falava. Por um momento, o rosto de Rio enrijeceu, tão ligeiramente que nem mesmo Miharu pôde perceber. No entanto, ele imediatamente colocou uma fachada amigável para encobrir suas emoções.

"Oh, isso é adorável. Como se sente em relação a esse menino agora, eu me pergunto?", os olhos de Julianne brilhavam enquanto ela questionava Miharu.

"Eh? E-E~tto, não nos reunimos desde então, mas sempre me lembrei dele, e a memória ainda é preciosa para mim mesmo agora...", a pergunta repentina pegou Miharu desprevenida, fazendo-a corar enquanto respondia nervosamente.

"Uma memória preciosa...?", Julianne encorajou Miharu a continuar. Cedric observava Miharu calorosamente, enquanto Liselotte também ouvia com interesse.

Miharu colocou a mão sobre o peito e respirou fundo. ".... Mesmo quando às vezes me lembrava dele do nada, não tinha certeza se esses sentimentos ainda eram por amor. Mas recentemente, eu finalmente percebi.... Que ainda o considero precioso para mim e o amo até agora."

"Oh!", Julianne ficou em êxtase ao ouvir a resposta que esperava, cobrindo a boca enquanto se regozijava.

"A-Ahaha, parece que estou um pouco bêbada.", Miharu lançou outro olhar para o rosto de Rio ao lado dela antes que ela fosse incapaz de suportar a sensação de vergonha. Ela baixou a cabeça, corando em um vermelho brilhante.

Rio tinha um sorriso um tanto estranho fixo em seu rosto.

"Fufu, é mesmo. Afinal, seu rosto está vermelho. Mas, é uma história maravilhosa. Se ao menos Liselotte também pudesse experimentar um amor tão maravilhoso como esse.", Julianne disse a Miharu com uma voz alegre, mudando o assunto para sua amada filha.

"T-Tinha que me trazer à tona em um momento como este?", o rosto de Liselotte se contraiu com a mudança inesperada na conversa.

"Eu sinto que ainda é um pouco cedo para a Liselotte se apaixonar...", Cedric expressou sua desaprovação com um olhar severo, mostrando seu lado superprotetor.

"Oh, quem foi mesmo que perseguiu apaixonadamente minha mão em casamento quando eu tinha quinze anos, eu me pergunto?", Julianne olhou para Cedric com uma indignação fofa.

"Hahaha, eu me pergunto quem?", Cedric riu descaradamente, fingindo ignorância.





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