Capítulo 1: Os Dias Que Antecedem O Banquete

 A região de Strahl.

Em uma área rochosa nos arredores de Galtuuk, capital do Reino de Galark...

Miharu acordou cedo antes de qualquer outra pessoa, colocou suas roupas casuais e subiu a escada do lado de fora para o telhado da casa de rocha. Então, ela assistiu por acaso o sol nascendo no céu sozinha.

A natureza se espalhou diante dela em um espetáculo não facilmente testemunhado na Terra, mas a expressão de Miharu estava atordoada e seu olhar não estava fixo em nada. Ela estava pensando sobre o que aconteceu ontem à noite.

Miharu havia sonhado. Foi um sonho da vida de seu amigo de infância, Amakawa Haruto, ambientado em um período de tempo que não deveria ter sido possível para Miharu ter testemunhado.

E quando Miharu acordou de seu sonho, Aishia estava ao lado dela, perguntando se ela queria esquecer o sonho ou não, pressionando-a a tomar uma decisão sobre ficar ao lado do Haruto.

Como resultado, Miharu respondeu que queria ficar com Haruto e ainda conseguia se lembrar claramente do sonho. Mas algo não caiu bem com ela.

Eu, adormeci antes de perceber. E então era de manhã...

Ela não tinha certeza se sua conversa com Aishia tinha sido realidade ou algo que tinha acontecido dentro de seu sonho.

".... Talvez tenha sido um sonho, afinal. Não, mas...", Miharu murmurou hesitante, balançando a cabeça.

Eu definitivamente acordei e conversei com a Ai-chan.

Suas memórias eram claras como cristal, então ela não conseguia imaginar isso como um sonho. E havia mais coisas com que ela estava preocupada também.

O sonho antes de eu acordar foi mostrado a mim pela Ai-chan, fazendo do Haruto-san a mesma pessoa que o Haru-kun... certo?

Naquele momento, elas estavam falando como se Haruto (ハルト) fosse o mesmo Haruto (春人) que ela conheceu, mas agora que tinha pensado sobre isso, ela nunca havia confirmado esse fato com certeza.

Além disso, Miharu estava atualmente no primeiro ano do ensino médio, enquanto Haruto havia morrido como um estudante universitário — as linhas temporais desalinhadas também a incomodavam um pouco.

... Sim. Eu deveria tentar falar com a Ai-chan mais uma vez, depois que ela se levantar.

Miharu respirou fundo. No entanto, ninguém na casa de rocha — incluindo Aishia — estava acordado ainda, então ela teria que esperar aqui um pouco mais. Miharu sentou-se enroscada no telhado enquanto continuava olhando para o amanhecer.

Suas emoções estavam aceleradas agora, então ela não seria capaz de voltar a dormir se tentasse, e ela não queria fazer nenhuma outra coisa também. Ela não conseguia nem apreciar a grande extensão da natureza à sua frente. Ficar sentada ainda fazia todos os tipos de pensamentos girarem em torno de sua cabeça, mas ela não conseguia pensar com clareza.

Assim, Miharu continuou sentada no telhado da casa de rocha em seu estado mental atordoado. Ela não tinha ideia de quanto tempo havia passado, mas depois de um tempo...

"...-san?", uma voz podia ser ouvida sob o telhado, mas Miharu estava tão imersa em seus próprios pensamentos que não percebeu a pessoa se aproximando.

"Miharu-san? Miharu-san?", desta vez, a voz repetiu o nome de Miharu mais alto.

".... Eh? Ah, Haruto-san?!", Miharu se levantou nervosa ao perceber que estava sendo chamada e olhou para baixo. Lá estava Rio com uma espada na mão.

"O que está fazendo tão cedo? E aí em cima, de todos os lugares?", os olhos de Rio estavam redondos enquanto ele olhava curiosamente para Miharu em pé no telhado. O vento soprou e enviou uma ondulação suave pelos longos cabelos de Miharu.

"Ah, e~tto. Acordei cedo, então pensei em me levantar.", disse Miharu, inventando um motivo na hora. Rio observou o rosto de Miharu com preocupação.

".... Não está frio?"

"Não, eu estou bem.", Miharu balançou a cabeça com um tom ligeiramente nervoso em sua voz. O vento soprou novamente; desta vez, foi um pouco mais forte e levantou suavemente a saia longa de Miharu.

"—...", Rio desviou apressadamente seu olhar, seu rosto estava ligeiramente vermelho. Ele tinha visto: a calcinha branca pura sob a saia de Miharu...

"Fweh, —...", Miharu reflexivamente abaixou a saia, mas a julgar pela reação de Rio, não havia dúvida de que ele tinha visto. Com isso, Miharu imediatamente ficou escarlate.

"M-Me desculpe!", Rio se desculpou em pânico.

"N-Não, não. S-Sou em que devo me desculpar, p-por mostrar, algo tão vergonhoso, uu~...!", Miharu corou ainda mais enquanto balançava a cabeça envergonhada. Ela estava tão abalada que tentou retroceder nervosamente, mas a superfície do telhado da casa de rocha não era exatamente plana para andar por aí. Miharu tropeçou na superfície irregular e balançou perigosamente.

"Cuidado!", assim que Rio viu Miharu perder o equilíbrio, ele realçou seu corpo físico e saltou para o telhado, então gentilmente apoiou o corpo de Miharu, segurando-a.

"—...", Miharu havia fechado os olhos com força quando estava prestes a cair, mas quando sentiu Rio a abraçar, ela abriu os olhos hesitantemente.

"Está tudo bem?", Rio perguntou, olhando para o rosto de Miharu de perto.

"... S-Sim.", Miharu olhou para o rosto de Rio e assentiu hesitantemente.

"Ainda bem...", Rio suspirou de alívio.

"Muito... obrigada.", Miharu se aninhou nos braços de Rio.

"Não foi nada.", Rio sacudiu a cabeça com um sorriso.

"...", Miharu observou o rosto de Rio atentamente.

".... Há algum problema?", Rio inclinou a cabeça com curiosidade.

"Eh? Ah, não, e~tto, isso...!", Miharu voltou a si com uma arfada, ficando com o rosto vermelho mais uma vez enquanto tentava dizer algo.

"Ah, desculpa. Eu provavelmente deveria me mover.", Rio pareceu pensar que Miharu estava envergonhada, pois se distanciou prontamente.

"Ah...", porém, Miharu estava agarrando as roupas de Rio antes que percebesse por si mesma.

"Miharu-san?", Rio foi pego de surpresa.

"Ah, e~tto, Haruto-san está prestes a praticar suas habilidades com a espada?", Miharu largou as roupas de Haruto em pânico e deixou escapar uma pergunta irrelevante.

"Sim, faz parte do meu treinamento diário.", assentindo, Rio levantou a espada em sua mão para mostrá-la.

".... Posso observá-lo?", Miharu perguntou, tendo reunido coragem suficiente para fazê-lo.

"Claro, não tem problema...", Rio disse, assentindo enquanto observava o rosto de Miharu.

"Então, vou apenas sentar aqui.", Miharu fez exatamente isso e abraçou os joelhos contra o peito mais uma vez.

"Nesse caso, ponha isto. Faz um pouco de frio pela manhã.", Rio entregou a toalha que havia trazido a Miharu para ela usar como um cobertor.

"... M-Muito obrigada.", Miharu respondeu com um leve grito, aceitando agitadamente a toalha.

"Então, estou indo.", com isso, Rio saltou ao chão e começou sua prática com a espada sozinho.

"Quentinho...", Miharu enrolou a toalha de Rio em volta dos ombros e apertou-a com força, sentindo o calor de Rio através do tecido. Ela podia dizer que seu coração estava batendo forte.

Ele estava tão perto.... Ainda, tão longe.

Ela ainda estava meio duvidosa de que Rio era realmente o Haruto. No entanto, o Rio lá embaixo balançando sua espada era na verdade a reencarnação do Haruto — Miharu estava bem ciente disso enquanto olhava para ele.

Seu coração bateu ainda mais rápido, não mostrando sinais de desacelerar.

A-Are~? O-O que devo fazer...

Miharu podia sentir seu corpo queimando e seu coração batendo forte no peito, fazendo-a entrar em pânico com a sensação desconhecida. O sentimento só crescia enquanto ela observava Rio brandir sua espada com uma expressão intensa em seu rosto, mas ela respirou fundo repetidamente para acalmar seu agitado coração. Ela se agachou, congelou no lugar e continuou a olhar fixamente para Rio.

Depois de um tempo, ela estava entorpecida o suficiente para começar a pensar por si mesma novamente. A primeira coisa que ela pensou foi, claro, sobre Rio.

.... Eu me pergunto o que Haru-kun está tentando realizar neste mundo?

Aishia havia dito que Rio não podia mais voltar atrás. Era por isso que ele não queria arrastar as pessoas que eram preciosas para ele em seu estilo de vida...

O que o Rio poderia estar tentando fazer aqui? Desta vez, Miharu se sentiu angustiada enquanto observava Rio em frustração.

"Miharu-san?", Rio terminou sua prática com a espada e voltou para o telhado da casa de rocha.

"Are, já terminou o treinamento?", Miharu perguntou, piscando.

"Sim, eu já passei por tudo.", disse Rio, observando Miharu com certa dúvida. Ele a notou agindo bastante inquieta durante sua prática.

"Eu... entendo...", Miharu aceitou suas palavras sem jeito. Parecia que algum tempo havia passado sem que ela percebesse.

"Sara-san e os outros ainda parecem estar dormindo, e estou prestes a voltar para dentro. O que Miharu-san vai fazer?"

"Eu vou ficar aqui um pouco mais."

"Está bem... Então, até logo.", um delicado silêncio caiu entre os dois, antes que Rio fizesse a descida do telhado.

"U-Umm, gostaria de conversar um pouco?", Miharu agitadamente parou Rio. Sua boca se moveu antes que seu cérebro pudesse pensar.

Os olhos de Rio se arregalaram um pouco. "...Claro. Então, com licença.", ele se sentou ao lado de Miharu mesmo assim.

"...", Miharu olhou de relance para a expressão de Rio, encolhendo-se de nervosismo. No final das contas, foi Rio quem falou primeiro por consideração a Miharu.

"Sobre o que quer falar?"

"Ah, certo, e~tto...", apesar de ter sugerido que conversassem, Miharu estava apenas tentando pará-lo e ainda não tinha um assunto decidido, deixando-a nervosa. Mas Rio apenas inclinou a cabeça com curiosidade e esperou que ela falasse enquanto Miharu procurava desesperadamente por um tópico.

Depois de um tempo, um pensamento surgiu em sua mente e ela hesitantemente abriu a boca. "U-Umm, ontem, enquanto todas estavam no banho, estávamos conversando com a Celia-san e ela nos contou sobre o passado do Haruto-san..."

".... Ah, a Sensei me contou sobre isso depois. Eu não tive a intenção de esconder de ninguém o fato de que era órfão. Ficou estranho por minha causa?", Rio deu um sorriso ligeiramente questionável enquanto perguntava a Miharu.

"N-Não, de jeito nenhum! Todas, queriam ouvir sobre o passado do Haruto-san, então estávamos todas ouvindo muito a sério.", Miharu disse agitada.

"Entendo...", Rio sorriu levemente.

"Eu também, eu também queria ouvir sobre isso. Sobre o passado do Haruto-san. Sobre como cresceu antes de nos encontrar. Se estiver tudo bem, pode me falar um pouco mais sobre isso?", Miharu reuniu coragem e perguntou. Ela vinha se abstendo de tocar no passado de Rio até agora, mas decidiu que queria estar mais próxima do Rio.

"Eu não acho que seria capaz de dizer algo interessante, no entanto.", Rio encolheu os ombros com uma cara preocupada. Ele esperava que essa pergunta surgisse um dia, então não ficou surpreso.

"Isso não é verdade. É claro, Haruto-san não precisa me contar nada se não quiser, mas há algo que possa me contar?", embora ela normalmente teria recuado ali, a Miharu de hoje continuou seguindo.

Rio se decidiu e assentiu lentamente. ".... Está bem. Então, uma história de eu me tornar órfão.... Morei com minha mãe até os cinco anos. Meu pai faleceu logo depois que minha mãe me deu à luz."

"Entendo.", Rio iniciou sua história com um começo sombrio, mas Miharu apenas assentiu quietamente.

"Então, fiquei órfão aos cinco anos. Minha mãe faleceu e meus pais eram migrantes, então eu não tinha parentes por perto, me deixando sem nenhum lugar para ir além das favelas.... Morei lá como órfão por dois anos, até fazer sete anos."

"—...", Miharu não sabia o que dizer e mordeu o lábio.

"O ponto de virada para mim foi quando recuperei minhas memórias aos sete anos de idade, eu acho. Quase morri de uma febre muito alta, mas ela desapareceu antes que eu percebesse e me deixou com minhas memórias da minha vida passada. Quando penso nisso agora, acho que provavelmente foi Aishia quem me salvou. Embora pareça que ela não se lembra de ter feito isso.", Rio disse com um sorriso divertido. Enquanto isso, Miharu tinha uma expressão angustiada no rosto.

"Assim que recuperei minhas memórias, me envolvi em uma escaramuça com o reino que levou à minha inscrição na Academia Real de Bertram. Foi aí que fiz amizade com a Celia-sensei. Depois de ser acusado falsamente de um crime aos 12 anos, fui para a cidade natal dos meus pais na região de Yagumo. Foi no meu caminho para lá que eu conheci a Latifa e a levei para a vila.", disse Rio em resumo, voltando-se para Miharu. "Tem alguma outra pergunta?"

"Umm, que tipo de pessoa era a mãe do Haruto-san?"

".... Ela era uma pessoa forte, gentil e carinhosa. Depois que meu pai faleceu, ela me criou com cuidado sozinha. Ela tentou me proteger até sua morte...", a expressão de Rio era um pouco triste enquanto ele falava.

"Foi uma doença?"

"Não, ela foi assassinada. A segurança pública não é muito boa neste mundo.", Rio tentou sorrir o mais brilhantemente que pôde e ignorar.

"—, isso é.…", o rosto de Miharu se contorceu de tristeza.

"Não se preocupe com isso.", Rio disse com um sorriso irônico.

"Mas...", Miharu estava à beira do choro, com os olhos brilhando de lágrimas.

".... Eu já processei meus sentimentos dentro de mim. É por isso que está tudo bem agora.", Rio afirmou com firmeza.

Isso não pode ser verdade, Miharu objetou tristemente em seu coração. No entanto, parecia que Rio tinha aceitado tudo completamente, então ela não podia dizer isso em voz alta.

A mãe de uma criança de apenas cinco anos foi assassinada e ele viveu como órfão nas favelas até os sete anos. Não havia nenhuma maneira de estar tudo bem.

"Deve ter passado por muita coisa... Perdendo sua mãe e sua casa, ficando sozinho...", Miharu conseguiu dizer.

Sem pais ou casa, como uma criança de cinco anos sobreviveu? Para Miharu, que nasceu em um mundo de paz, era impossível imaginar.

"Foi muito difícil. Fiz tudo o que pude para viver quando era órfão. Isso era o que eu tinha que fazer, e até isso foi difícil. Felizmente, fui acolhido por alguns bandidos nas favelas que me deram o mínimo de sobras enquanto eu tinha utilidade para eles.", disse Rio com autodepreciação.

"...", eles viveram em mundos diferentes — literalmente. Miharu ficou mais uma vez sem palavras.

"Mm, que manhã agradável!", a porta da casa de rocha se abriu e Sara, Alma, Latifa e Aishia apareceram.

"Ah, eu sabia que o Onii-chan devia estar aqui fora! Bom dia!", Latifa disse com um sorriso amigável, avistando Rio com seu olhar inocente.

"Bom dia, Latifa. E todas vocês também.", Rio respondeu a Latifa com um sorriso.

"Bom dia, Rio-san."

"Vejo que a Miharu-neechan também está aqui. Bom dia."

Sara e Alma deram suas saudações matinais antes de olhar para Miharu com curiosidade.

"Sim, bom dia a todas.", Miharu sorriu e respondeu. Seus olhos brilhavam fracamente com as lágrimas, mas ela as enxugou casualmente.

"...", Aishia observou Miharu silenciosamente de baixo.

"Bom dia, Ai-chan.", Miharu percebeu que estava sendo observada e falou com Aishia.

"Miharu, bom dia.", Aishia respondeu calmamente.

"Ah, Miharu-oneechan está usando a toalha do Onii-chan em volta dos ombros! Que legal!", Latifa entrou na conversa, capaz de identificar a toalha como sendo do Rio.

"Eu emprestei para a Miharu-san porque as manhãs são frias. Por que vocês não se aquecem para a nossa batalha de prática habitual?", Rio disse com um sorriso forçado, saltando do telhado para se aproximar de Latifa e das outras.

"Sim, definitivamente!", Sara foi a primeira a assentir com entusiasmo. Os membros de seu grupo que praticavam com armas — Rio, Latifa, Sara, Alma e Masato — treinavam como parte de sua rotina matinal. Todos eles acordavam em horários diferentes, mas geralmente era Masato quem chegava por último.

"...", Miharu olhou para a cena perto da porta que tinha ficado mais barulhenta de repente, com um sorriso suave em seu rosto. Então, para substituir Rio que havia descido ao solo, Aishia flutuou até o telhado.

"Miharu, dormiu bem na noite passada?"

"... Ai-chan. A noite passada, não foi um sonho, foi? Haruto-san é o Haru-kun, não é?", incapaz de suportar por mais tempo, Miharu questionou Aishia suplicantemente.

"Sim.", Aishia assentiu uma vez.

"—...", Miharu engasgou em choque com a confirmação de que não era um sonho.

"Você se lembra do que eu disse ontem?", perguntou Aishia.

"Sim. Que algum dia, em breve, Haru-kun me contará a verdade e tentará se distanciar de nós...", Miharu respondeu hesitantemente.

"Sim. É por isso que, nesse momento, Miharu não poderá fugir.", Aishia afirmou em uma voz monótona.

"O que posso fazer até lá?", Miharu perguntou, quase confusa.

"Fique ao lado do Haruto o máximo que puder e não tenha medo dele. Seja gentil com ele. Diga ao Haruto claramente que deseja estar com ele. Porque o Haruto é uma pessoa gentil e covarde.", Aishia disse em sua voz monótona de costume, com as palavras soando muito gentis. Estava claro que ela sabia tudo sobre o Haruto e estava pensando em Miharu.

Ah, eu, eu ainda não sei de nada. Sobre Haru-kun, sobre o Haruto-san... Miharu se sentiu extremamente desanimada com sua própria inutilidade e franziu a testa melancolicamente..., mas não era tarde demais.

".... Sim!", Miharu olhou para Rio conversando com as garotas abaixo e assentiu com determinação.

◇ ◇ ◇

Depois que Rio treinou com Sara e os outros de acordo com sua rotina, era a hora do café da manhã.

"Se Rio e Miharu vão participar do banquete, vão precisar de roupas formais.", sugeriu Celia durante a refeição. E assim, ficou decidido que hoje fariam uma visita à Companhia Rikka em Amande para algumas compras.

Sara, Oufia e Alma nunca haviam visitado regiões humanas antes, e Latifa não visitava uma há anos. Miharu, Aki e Masato também não estavam acostumados a sair de casa, então havia uma necessidade de limitar os membros que iriam sair.

Rio e Miharu tinham que ir porque eram eles que iam ao banquete, e Celia ia como a única com experiência real em banquetes. Acompanhando-os como guarda estava Aishia. Latifa, Sara, Oufia, Alma, Aki e Masato ficariam na casa de rocha.

Latifa parecia querer ir, mas como ela havia prometido não ser egoísta como parte da condição para vir para Strahl, ela não fez alarde sobre isso. E assim, o grupo de Rio saiu da casa de rocha pela manhã e chegou a Amande. Eles imediatamente se dirigiram para a loja da Companhia Rikka.

"Fufu.", embora ela estivesse lá como acompanhante de Miharu, Celia estava de bom humor com a viagem de compras e seguiu na frente. Ela era tão adorável que Rio e Miharu não puderam deixar de rir para si mesmos.

Alguns minutos depois, eles chegaram diante do edifício da Companhia Rikka. "Primeiro, vamos começar escolhendo o vestido da Miharu-san.", sugeriu Rio.

".... Me desculpe. Por fazê-lo gastar dinheiro comigo.", Miharu abaixou a cabeça se desculpando. Naturalmente, havia um código de vestimenta para o banquete, mas Miharu tinha esquecido completamente até que Celia a lembrou naquela manhã. Fazer qualquer coisa no mundo da nobreza exigia dinheiro, e Miharu não pôde deixar de se arrepender por forçar outro fardo sobre o Rio.

"É uma despesa necessária, por favor, não se preocupe com isso. Eu preciso comprar uma roupa formal também.", Rio sacudiu a cabeça com um sorriso.

"Venha, Miharu. Vamos mostrar ao Haruto como você ficará maravilhosa em um vestido.", Celia riu, empurrando Miharu em direção à loja.

".... Bem.", embora Miharu ainda parecia um pouco arrependida, ela balançou a cabeça e começou a se mover lentamente. Rio e Aishia ficaram por último enquanto todos entravam na loja.

"Bem-vindos."

Assim que entraram, a voz graciosa de uma das assistentes da loja deu as boas-vindas. Eles já haviam visitado esta loja várias vezes no passado, mas a Companhia Rikka era a marca de uma loja de alta classe e seu interior estava igualmente tranquilo. Clientes de aparência rica podiam ser vistos por toda a loja, folheando as roupas.

"Agora, vamos começar a fazer algumas seleções. Acho que lidam com vestidos no terceiro andar. Primeiro, teremos que tomar suas medidas.", Celia seguiu para o terceiro andar com passos confiantes.

Eles foram para a área de vestidos; com sua experiência nesse tipo de loja, Celia primeiro conversou com uma assistente da loja e pediu que ela tomasse as medidas de Miharu. Miharu e Celia se dirigiram para o provador juntas. Rio e Aishia esperavam em um canto em outro lugar. "Bem, vou tomar suas medidas agora. Poderia ficar apenas com a sua roupa íntima?"

"Sim.", depois que Miharu entrou na sala de medição, ela tirou tudo, exceto a roupa íntima, conforme as instruções.

".... Miharu, realmente tem uma boa figura.", Celia olhou para a figura de roupa íntima de Miharu do lado e suspirou com admiração.

"Realmente, é linda.", a assistente que fazia as medições também elogiou Miharu com um sorriso.

"Ahaha, muito obrigada.", Miharu sorriu timidamente e cobriu o peito com os braços. Em poucos instantes, as medidas gerais do tamanho de Miharu foram habilmente registradas.

Depois disso, elas deixaram a sala de medição e finalmente começaram a pesquisar as opções de vestidos. As duas começaram dando a volta no andar e pegando tudo que chamasse a atenção. Elas filtraram essa seleção para os que pareciam bons, antes de Miharu seguir para o provador e experimentar vários vestidos diferentes com a ajuda da assistente. Cada vez que ela terminava de se trocar, a cortina do provador se abria para revelar Miharu em um novo vestido.

"Fumu~fumu~*, este combina com você também. Bem, a seguir experimente este.", Celia estava apreciando com entusiasmo a seleção do vestido, oferecendo vestido após vestido para Miharu.

"...", Rio observou fixamente Miharu mudar para uma gama de vestidos coloridos a uma curta distância.

"Miharu, é linda?", Aishia repentinamente perguntou a Rio ao lado dele.

".... Sim, ela é.", Rio olhou para Aishia; ele tinha um leve sorriso tímido.

"Se disser isso a Miharu, acho que ela ficará feliz.", disse Aishia.

"Você acha?", Rio inclinou a cabeça, observando Aishia com ligeira surpresa.

"Sim.", Aishia assentiu uma vez.

"Ei, Haruto, Aishia. Qual vestido vocês acham que fica melhor?", enquanto os dois trocavam palavras Celia se voltou para eles e perguntou.

".... Eu acho que vestidos em cores mais frias combinam mais com a Miharu-san.", respondeu Rio.

"Eu também acho.", concordou Aishia.

"Ah, como esperado? Isso é o que eu estava pensando também! Então, você pode experimentar este vestido a seguir? Ainda há muitas opções, então vamos examinar todas elas!", Celia disse, sorrindo inocentemente.

◇ ◇ ◇

Depois de Miharu ter escolhido cuidadosamente um vestido, foi a vez de Rio escolher sua roupa formal. Miharu estava tão empolgada quanto Celia por isso, e Rio acabou virando uma "boneca de vestir" para as duas até que decidiram cuidadosamente um traje para o banquete.

O grupo partiu de Amande antes do pôr-do-sol. Rio carregava Celia, enquanto Aishia carregava Miharu com suas artes espirituais do vento.

"Conseguimos voltar antes que ficasse completamente escuro, pelo menos.", Rio suspirou de alívio quando chegaram à área rochosa onde sua casa havia sido fixada.

"Ahaha, desculpe por isso. Perdi completamente a noção do tempo enquanto escolhia as roupas.", disse Celia se desculpando.

"Eu também. Desculpe, por eu ter ficado entretida...", Miharu se desculpou com um olhar culpado.

"Não, fizemos boas compras graças a vocês.", Rio sacudiu a cabeça com uma expressão agradável.

Enquanto conversavam, eles alcançaram a área acima da casa de rocha.

"... Masato está praticando fora.", Aishia murmurou, olhando para baixo.

Miharu verificou se havia mais alguém do lado de fora. "Tem razão. Todas estão preparando o jantar? Estamos em casa, Masato-kun!", ela anunciou em voz alta.

"Oh, Miharu-neechan e o pessoal, finalmente voltaram. Vocês demoraram uma eternidade.", quando Masato ouviu a voz de Miharu, ele olhou para onde Rio e os outros tinham acabado de descer e encolheu os ombros, exasperado.

"Hmm, você estava esperando por nós?", perguntou Rio.

Masato coçou a cabeça. "Ah, não, bem, tipo isso. Por enquanto, vamos entrar.", ele murmurou evasivamente antes de seguir para a porta da frente.

Aconteceu alguma coisa? Rio e as garotas trocaram olhares antes de decidir seguir Masato por enquanto.

"Oooi, Haruto-niichan e as garotas voltaram!", assim que Masato abriu a porta, ele gritou.

"Mesmo?! Então, Miharu-oneechan, Aishia-oneechan e Celia-san devem lavar as mãos e vir para o meu quarto imediatamente! Onii-chan, espere na sala de estar!", Latifa gritou imediatamente.

Parecia que isso era o "algo" que estava acontecendo.

"Fufu, eu me pergunto o que é? Vamos lá.", Celia sorriu em antecipação e foi ao banheiro para lavar as mãos antes de seguir para o quarto de Latifa. Miharu e Aishia seguiram sua liderança.

Rio e Masato esperavam na sala juntos, com Rio indo lavar as mãos depois que as garotas terminaram. "Do que se trata?", ele perguntou a Masato.

"Ah, descobrirá em breve. Estou suado, então vou tomar um banho. Até mais tarde!", com isso, Masato foi para o banheiro com um sorriso perspicaz. Ao querer ficar limpo, ele parecia estar agindo em consideração aos outros, o que era bastante estranho.

Rio se adiantou e preparou o chá enquanto esperava Latifa e as garotas na sala. Menos de dez minutos depois, todas as mulheres da casa apareceram diante dele.

"Obrigada por esperar, Onii-chan! Ta~da~!"

Latifa foi a primeira entre elas a aparecer na sala, girando uma vez antes de posar para mostrar seu uniforme ao Rio. Aishia, Celia, Sara, Oufia, Alma, Miharu e Aki também usavam uniformes com o mesmo design. Com exceção de Latifa e Oufia sorrindo alegremente e Aishia com sua expressão usual, todas as outras garotas pareciam envergonhadas.

".... Estou definitivamente surpreso.", Rio contemplou as garotas vestidas de uniforme com olhos redondos.

"Ehehe, o que acha, Onii-chan?", Latifa perguntou timidamente.

"Fica muito bem em você.", Rio disse honestamente. Latifa sorriu com inocente alegria.

"Yatta! Todas nós os fizemos juntas, com base no uniforme escolar da Miharu-oneechan!", ela explicou.

"Realmente, tem alguma semelhança com o uniforme que a Miharu-san usava quando chegou aqui. Mas eu não esperava que a Sensei e a Aishia...", Rio olhou para Miharu, antes de olhar para as figuras uniformizadas de Celia e Aishia.

"E-Eu só coloquei porque me disseram para fazer...", Celia parecia envergonhada pelo uniforme desconhecido, remexendo-se enquanto suas bochechas ficavam vermelhas.

"Ficou bom?", Aishia inclinou a cabeça.

"Sim. Vocês duas ficam ótimas com eles.", Rio elogiou as duas um pouco timidamente.

"Fufu~, nós fizemos os uniformes das duas no caminho da vila para cá. Mas como não podíamos tomar suas medidas exatas, o da Aishia-sama foi feito para ter quase o mesmo tamanho que o da Miharu-chan e o da Celia-san foi baseado na impressão que tivemos das histórias do Rio-san, tornando-o um pouco maior do que o da Latifa.", Oufia disse, um pouco de orgulhosa.

Pensando bem, Oufia-san e as outras garotas perguntaram muito sobre a altura e a estatura da Sensei antes.

“Entendo... Oufia-san, Sara-san e Alma-san também. Todas vocês ficaram ótimas. Miharu-san e Aki-chan também.", disse Rio, elogiando a todas as outras também.

"Muito obrigada!", Oufia disse, encantada.

As outras estavam envergonhadas, mas felizes.

"Valeu a pena fazê-los mostrar ao Onii-chan!", Latifa disse para Miharu e Oufia, rindo alegremente.

"Não é mesmo, Miharu-chan?", Oufia assentiu calorosamente.

".... Sim.", Miharu assentiu envergonhada.

"Por acaso, vocês os fizeram apenas por esse motivo?", Rio ficou um pouco surpreso ao ouvir que eles foram feitos apenas para serem mostrados a ele.

"Isso mesmo, queríamos surpreender o Onii-chan!", Latifa assentiu sem mostrar um pingo de timidez.

Os lábios de Rio se curvaram em um sorriso enquanto ele olhava para todas. ".... Entendo. Fiquei realmente surpreso, então obrigado. A todas vocês também.", ele disse sem jeito.

"Não, foi divertido usar as mesmas roupas que todas.", disse Sara, corando.

"Eu não estou acostumada com roupas assim, então é um pouco constrangedor.", acrescentou Alma, também corando. Ambas olharam para seus uniformes.

"Os uniformes não fazem parte da cultura da vila, afinal.", disse Rio.

"Hee~, é verdade. Eu usava uniforme escolar quando frequentei a Academia Real, e o Rio também usou quando estava lá.", disse Celia com interesse.

"Acho que eu gostaria de ter visto a Sensei com o uniforme da academia.", disse Rio, olhando para Celia descaradamente.

"S-Suficinte. É embaraçoso. E eu estou usando um agora.... Não é o bastante?", Celia timidamente desviou os olhos de Rio com um suspiro.

"Eu adoraria ter visto o Onii-chan de uniforme também! Ele deve ter sido tão legal.", Latifa devia estar imaginando Rio de uniforme, já que ria bastante.

"Se esse é o caso, por que não fazer um uniforme para o Rio, então?", disse Celia, impressionada com a ideia.

"Ah, isso soa bem! O que acham, Miharu-oneechan? Oufia-oneechan?", Latifa exclamou, totalmente de acordo com aquele plano.

"Fufu, parece interessante. Teremos que começar com medições; podemos fazer um que combine para o Masato-kun também.", disse Oufia.

"Eu tenho as medidas do ajuste da roupa formal.", Miharu acrescentou.

"Não, bem, eu não preciso disso...", Rio timidamente tentou recusar, mas parecia que estava fora de suas mãos — haveria um uniforme feito para ele em um futuro próximo.

Que alívio... Rio foi capaz de fazer amizade com pessoas da sua idade, Celia pensou, observando Rio com uma expressão feliz no rosto. Sabendo o que ela sabia sobre os dias dele na academia, ela estava tão feliz em vê-lo cercado por pessoas que o entendiam tanto quanto ela mesma. E ainda assim, seu próprio coração romântico se sentia um pouco em conflito sobre como todas elas eram — com a exceção de Masato — garotas fofas e atraentes.

"Bem, com certeza vamos fazer alguns uniformes para o Onii-chan e o Masato-kun em um futuro próximo. Agora que mostramos nossos próprios uniformes, vamos ver as roupas que vocês dois escolheram! Mostre-nos!", Latifa choramingou para Rio e Miharu. Era possível que ela tivesse escolhido esse momento para exibir suas figuras uniformizadas para não ficar atrás de Miharu, que havia comprado um vestido em Amande.

"Então vamos experimentá-los, Miharu-san?", disse Rio, rindo.

".... Sim.", Miharu sorriu timidamente e sutilmente assentiu. Cerca de 20 minutos depois, Rio e Miharu vestiram suas roupas formais e estavam parados na sala de estar.


"Ooh!", Masato, que havia terminado o banho, deixou escapar um som de espanto.

"Onii-chan, incrível! Tão legal! Miharu-oneechan também está linda!", Latifa estava bastante animada enquanto gritava palavras de elogio.

"Realmente, está linda, Miharu. E além disso, Rio-san também está genial.", Sara também elogiou Miharu antes de virar para elogiar Rio com vergonha.

"Este design não existe na vila. Então, existem roupas como essa por aí".

"Rio-san parece delgado assim, e a grande figura da Miharu-neechan é enfatizada.", Oufia e Alma também olhavam para Rio e Miharu com interesse.

"Muito obrigado.", disse Rio desajeitadamente.

"Ahaha, é um pouco embaraçoso ser observada tanto.", as bochechas de Miharu ficaram vermelhas enquanto ela desviava os olhos, pousando em Aki. "O que acha, Aki-chan?"

Aki estava observando Miharu com adoração. Ela recuperou os sentidos quando Miharu se dirigiu a ela, assentindo com firmeza. ".... Sim, está linda!"

"Fufu, obrigada.", Miharu sorriu alegremente.

"A propósito, isso significa que vocês terão que dançar com essas roupas durante o banquete?", Aki inclinou a cabeça e perguntou ao Rio.

"Hmm, me pergunto. Nós vamos?", Rio teve aulas de etiqueta em seu tempo na Academia Real, mas ele nunca tinha comparecido a um banquete de verdade antes, então ele perguntou a Celia.

"Bem, você não é forçado a participar, mas haverá uma oportunidade de fazê-lo enquanto estiverem lá.", respondeu Celia, valendo-se de sua experiência de comparecer a banquetes nobres.

"M-Mesmo?", o corpo de Miharu enrijeceu de medo.

"Ah, entendo. É possível que, Miharu não saiba dançar?", Celia perguntou, ao que Miharu assentiu hesitante em resposta.

".... Sim."

"Hmm, bem, não será um problema se você não souber dançar, mas não sabemos ao certo o que pode acontecer, então, talvez seja mais reconfortante se você aprender o básico de como dançar? Se quiser, eu posso te ensinar antes do banquete..."

"É sério? Por todos os meios, por favor!", Miharu suspirou de alívio, contando com a experiência de Celia.

"Entendi. Deixe isso comigo!", Celia concordou confiantemente. "Rio também pode ser seu parceiro de prática. Rio aprendeu a dançar na academia, certo?"

"Sim. Bem, não de forma satisfatória, no entanto...", em contraste com a confiança de Celia, Rio assentiu fracamente. Ele não dançou nenhuma vez nos quatro anos desde que fugiu da academia, então fazia sentido que ele não confiasse em si mesmo.

"Bem, vou precisar mostrar um exemplo a Miharu e verificar o quanto você se lembra, então por que não dança comigo um pouco para sacudir sua memória? Já que está vestindo sua roupa e tudo mais. Agora, tome sua posição, está bem?", Sugeriu Celia, levantando a mão direita para incentivá-lo a tomá-la. Com isso, Miharu e todos os outros naturalmente concentraram sua atenção nos dois com grande interesse.

"Eu entendo. Então, se me der licença.", Rio agarrou a mão direita de Celia com a esquerda e pressionou seu corpo contra o dela. Sua mão direita gentilmente apoiou as costas dela.

"... S-Sim, parece que você tem uma forma adequada.", era algo que ela deveria saber, mas para dançar como um par, eles tinham que pressionar seus corpos um contra o outro. Celia olhou para o rosto de Rio de perto e corou.

"Obrigado. Ter a Sensei como parceira de dança é um tanto estranho.", Rio sorriu levemente.

Uu~.... Eu estava tão animada em mostrar o lado Sensei de mim mesma, mas agora todos estão observando e eu me sinto tão envergonhada... Celia pensou um tanto tardiamente.

"Então, Rio poderia assumir a liderança? Certifique-se de observar atentamente, Miharu."

"Entendido."

Rio imediatamente deu um passo e começou a conduzir Celia. Seus passos eram fluidos e Celia o seguiu facilmente, movendo naturalmente os pés e o corpo.

"Waaa...", Latifa e os outros engoliram em seco enquanto os viam dançar juntos.

"Eu só me lembro dos movimentos básicos, mas como eu fui?", Rio parou de dançar depois de alguns segundos e perguntou a Celia.

"... Mais do que bom o suficiente, eu diria. Foi muito fácil dançar com você.", as festas realizadas pela nobreza não tratavam particularmente a dança como uma competição; não era como se pares de longo prazo tivessem sido formados para isso. Claro, era melhor ser bom na dança do que não, mas a dança em si era apenas uma forma de interação social que mudava dependendo do seu parceiro no momento, então, embora não fosse especialmente importante, não ser capaz de fazer o básico era visto como vergonhoso.

Nesse sentido, a dança do Rio estava aprovada. Ficou claro que ele estava tentando recriar cuidadosamente cada movimento, dando uma sensação de estabilidade. Contanto que ele pudesse se lembrar dos passos, não deveria haver problemas.

"Não, meus passos ainda não estavam bem definidos, então eu agradeceria sua instrução a esse respeito.", Rio pediu a Celia.

"Entendido. Então, primeiro, vamos fazer a Miharu tentar dançar um pouco.", assim que Celia teve uma noção do nível de Rio, ela convidou Miharu em seguida.

"Eh? Eu, agora mesmo?! É impossível!", Miharu disse, em pânico.

"Isso não é verdade. Se você se lembrar dos passos básicos, será capaz de dançar no mínimo, e se o Rio a conduzir, seus pés devem se mover naturalmente. Vamos começar formando a postura. Você está usando seu vestido e tudo.", Celia deu uma risadinha, agarrando a mão de Miharu e puxando-a para ficar diante do Rio.

"Uu~...", Miharu abaixou a cabeça envergonhada. Celia estava tão bonita quando estava dançando... só de imaginar-se sendo pressionada tão perto do corpo de Rio fazia o coração de Miharu bater excessivamente.

".... Posso tomar sua mão direita?", Rio levantou sua mão esquerda um tanto hesitante.

"S-Sim. —...", Miharu nervosamente levantou a mão direita, que Rio agarrou com firmeza. A sensação da mão de Rio diretamente contra a dela, seguida pelo contato próximo de seus corpos enquanto eles se posicionavam, deixou o coração de Miharu batendo violentamente.

"Coloque sua mão esquerda em meu ombro direito como um apoio. Certo, assim. Se tentar manter sua postura apenas com a força do braço, perderá a forma facilmente, então concentre-se em usar os músculos do estômago e das costas na parte superior do corpo. Muito bem. Esta é a postura básica ao dançar.", explicou Rio enquanto movia seus próprios braços e pernas, ajustando o posicionamento de Miharu.

"Entendo...", Miharu respondeu com a voz rígida, tentando abafar a batida em seu peito.

N-Nós estamos tão próximos. O mesmo pensamento passou pela minha cabeça quando eles estavam dançando mais cedo, mas.... Estando atualmente abraçados, o contato de seus corpos era muito mais do que ela esperava.

"Muu~, vocês ficam muito bem juntos em suas roupas formais. Eu quero usar um vestido e dançar com o Onii-chan também.", Latifa os observava com um leve ciúme.

"Hmm. Até mesmo os mínimos detalhes do design do vestido de Miharu-chan são elaborados, então pode ser complicado de criar, mas posso ser capaz de manejar algo?", Oufia analisou o vestido ambiciosamente, perguntando-se se ela mesma poderia fazer um.

"Sério?", os olhos de Latifa brilharam.

"Sim. Afinal, todas parecem querer dançar com o Rio enquanto usam um vestido. Vou fazer meu melhor.", Oufia ria enquanto se motivava, olhando para os rostos de Sara e Alma.

"O-O que está dizendo?!", Sara estava olhando fixamente para Rio e Miharu, mas quando a conversa de Latifa e Oufia chegou a seus ouvidos, ela foi tomada por surpresa.

"Bem, contanto que não atrapalhemos as aulas do Rio-san e da Miharu-neechan, devemos ser capazes de sentar e aprender por nós mesmas.", Alma expressou casualmente.



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