Capítulo 1: Depois Do Tumulto

 Depois de derrubar Takahisa e pular do navio encantado, Rio segurava Miharu em seus braços enquanto pousava graciosamente no jardim do terraço. Satsuki e Charlotte estavam esperando.

"Haruto-kun! Miharu-chan! Algum de vocês está ferido?!", assim que Satsuki viu Rio com Miharu nos braços, ela correu apressada.

"Não. Graças ao Haru-ku... Haruto-san, eu estou bem.", Miharu respondeu, olhando para o rosto de Rio. Ela encontrou seus olhos, então olhou para baixo com vergonha. Ao mesmo tempo, Rio tinha um leve sorriso puxando seus lábios, antes de deixar Miharu de pé.

"Entendo...", Satsuki parecia sentir a estranha atmosfera enquanto observava as expressões de Rio e Miharu, se perguntando o que diabos havia acontecido. Ela estava um pouco curiosa, mas havia assuntos mais importantes a tratar.

"E quanto ao Takahisa-kun?"

"Ainda está na aeronave. Provavelmente ainda desmaiado.", Rio respondeu, olhando para a aeronave encantada do Reino Centostella voando muito acima deles. O leve sentimento de culpa que ele sentiu provavelmente foi porque ele deu um soco em Takahisa em legítima autodefesa.

"Desmaiado... Fufu, entendo.", Satsuki piscou um pouco antes de começar a rir.

"Então, o que vai acontecer agora?", Rio perguntou com uma expressão preocupada.

"Agora... Takahisa-kun é o culpado aqui, já que ele tentou sequestrar a Miharu-chan. Acho que temos que trazê-lo de volta e questioná-lo adequadamente sobre por que ele fez isso. E terá que ser antes da realeza.", Satsuki disse, suas palavras estavam misturadas com fúria do Takahisa. Ela olhou de volta para Charlotte, que a tinha seguido.

"Nesse caso, deixe-me guiar os três até o Otou-sama.", Charlotte sugeriu calmamente.

"Mas, se não trouxermos o Takahisa-kun de volta primeiro, a aeronave encantada pode navegar para longe da capital assim...", Satsuki olhou para o céu.

"Não precisa se preocupar. Takahisa-sama será levado diretamente para o castelo.", Charlotte falou como se fosse um assunto resolvido.

"…O que?", Satsuki perguntou confusa. Era realmente algo para ficar tão calma?

"A capital está atualmente cercada pela frota de aeronaves encantadas do nosso reino, então seria extremamente difícil para qualquer um partir. A princesa Lilianna também está com o Otou-sama agora, então não posso imaginar que a tripulação da aeronave iria atravessar à força sem sua princesa a bordo. Fazer isso seria até considerado uma declaração de guerra contra nosso reino.", Charlotte explicou com um sorriso. Era quase como se ela tivesse planejado contra a rebelião de Takahisa com antecedência.

".... Entendo.", Satsuki olhou para ela com admiração. Não importa como ela olhasse para isso, os preparativos eram muito completos.

.... Então uma frota encantada cercou a capital, huh? A explicação de Charlotte parecia um pouco estranha para o Rio também.

".... Por que a capital estava cercada por uma frota encantada?", Satsuki perguntou a Charlotte.

"Os esforços do Haruto-sama alteraram muito o resultado, mas esses foram originalmente arranjos feitos para evitar que o esquema do Takahisa-sama tivesse sucesso.", Charlotte olhou para Rio enquanto respondia e sorriu maliciosamente.

Em outras palavras, ela sabia que a Miharu-san seria sequestrada, Rio adivinhou imediatamente, mas se perguntou por que ela ficaria em silêncio sobre isso.

"...Char-chan, sabia que o Takahisa-kun iria sequestrar a Miharu-chan?", Satsuki perguntou boquiaberta.

"Sim. Eu estava meio em dúvida sobre se ele realmente faria isso, mas recebi um aviso sobre isso da princesa Lilianna do Reino Centostella com antecedência.", Charlotte assentiu calmamente.

"E-Espere, espere! Isso significa que você poderia ter impedido o tumulto do Takahisa-kun antes que se transformasse nisso?", Satsuki protestou nervosamente, mas Charlotte permaneceu calma enquanto respondia.

"Eu planejei isso como um plano de apoio precisamente porque seria difícil. Evitei agir antecipadamente com medo da ocorrência do pior cenário."

"O pior cenário?", Satsuki recuperou a compostura ao ouvir isso e suspirou.

"Um cenário em que o Takahisa-sama usa seu Equipamento Divino para fazer um tumulto dentro do castelo antes de levar embora a Miharu-sama no calor do momento, para simplificar. Quase certamente haveria baixas se isso acontecesse, e perderíamos o rastro da Miharu-sama e do Takahisa-sama."

"Quê—..." O Takahisa que ela conhecia nunca faria tal coisa— esse foi o primeiro pensamento que veio à mente de Satsuki, mas ela rapidamente aceitou a conjectura de Charlotte como uma possibilidade. Takahisa havia, de fato, tentado sequestrar a Miharu, afinal.

".... Sim, eu entendo seu ponto. Takahisa-kun estava realmente encurralado."

"Obrigada por sua compreensão. Após a luta com o Haruto-sama, a princesa Lilianna soube do esquema do Takahisa-sama e o avisou contra isso, mas ele não estava no estado de ânimo certo para discutir as coisas corretamente. Ele a ameaçou com abandonar seu papel de Herói e fez com que ela prometesse ajudá-lo no sequestro da Miharu-sama."

"Entendo...", Satsuki parecia triste ao ouvir isso.

"Normalmente, seria dever da princesa Lilianna seguir a vontade do Herói de seu reino, mas desta vez foi uma exceção. Ela fingiu fazer vários arranjos para ajudar o Takahisa-sama enquanto secretamente fazia contato com o Otou-sama para ajudá-la a impedi-lo. Tudo isso aconteceu apenas uma hora atrás.", Charlotte explicou eloquentemente.

Ela podia ver que ele estava prestes a enlouquecer de qualquer maneira, então ela queria deixá-lo fazer isso em um ambiente controlado, huh? Rio supôs.

"E assim, tivemos que nos mover o mais secretamente possível para evitar que o delito acontecesse com o pouco tempo que tínhamos. Como resultado, tivemos que ignorar o risco da Miharu-sama ser sequestrada momentaneamente, o que foi muito lamentável. Eu gostaria de estender minhas mais sinceras desculpas, Miharu-sama.", Charlotte terminou sua explicação com um triste pedido de desculpas a Miharu.

"Tudo bem, estou aqui sã e salva agora. Porque o Haruto-san me salvou.", Miharu reflexivamente balançou a cabeça por ter uma princesa se curvando a ela, mas ela enrijeceu ao fazer contato visual com Rio.

Por alguma razão, parece que a Miharu-chan fica envergonhada sempre que olha para o Haruto-kun..., mas o Haruto-kun parece calmo com isso, Satsuki observou calmamente, analisando a situação.

"Elaboramos o plano e o observamos prosseguir de acordo, mas o único fator que excedeu nossas expectativas foi a extensão das habilidades do Haruto-sama. Vê-lo recuperar a Miharu-sama tão facilmente foi além de qualquer coisa que poderíamos ter imaginado. Honestamente, foi uma reviravolta impressionante.", Charlotte olhou para Rio com um sorriso travesso.

"Parece que eu fui e piorei as coisas. Peço desculpas.", Rio abaixou a cabeça solenemente.

"Não, não, absolutamente não. Você conseguiu resgatar a Miharu-sama antes dessa forma, então foi o melhor. E, pessoalmente, meu coração nunca bateu tanto quanto no momento em que o vi pular do castelo. Haruto-sama foi incrível. Se Otou-sama soubesse disso, acredito que ele teria uma consideração ainda maior por você.", Charlotte disse, olhando para Rio com mais do que apenas um fervor inquiridor. Ela passou a manter contato visual fixo com ele.

".... Eu estou honrado.", Rio parecia um pouco desconfortável por ser olhado por tanto tempo.

"Fu~n.…", Satsuki olhou para o perfil lateral de Rio. Miharu também estava observando seu rosto de perto. Quando ele notou os olhares de ambas, Rio suavizou sua expressão desajeitadamente.

"Fufu. Agora, deixe-me guiar todos vocês até o Otou-sama. Tenho certeza de que há algumas coisas para discutir antes que o Takahisa-sama chegue também.", Charlotte sorriu sedutoramente e se virou para começar a andar, mas imediatamente parou e girou para trás. "Ah, mas primeiro— há algo que eu provavelmente deveria dizer a vocês de antemão, pois vocês podem querer se preparar antes de discutir isso com o Otou-sama presente."

"O que é?", Satsuki olhou para Charlotte e perguntou.

"É por isso que não fui capaz de informar a todos sobre a situação com antecedência. Acreditei que poderia ser um assunto bastante desconfortante de ouvir.", Charlotte parecia um pouco sombria enquanto olhava de Satsuki para Miharu antes de finalmente olhar para Rio.

"O que quer dizer...?", Satsuki enrijeceu levemente, trocando olhares com Miharu.

"Aki-sama cooperou proativamente no sequestro da Miharu-sama."

"Quê—..."

A verdade que Charlotte empurrou para eles foi mais do que suficiente para deixá-los abalados.

◇ ◇ ◇

Depois disso, Charlotte conduziu Rio e as garotas a uma sala de reuniões no castelo do Reino de Galark reservada para a realeza. Eles ficaram muito perplexos com a cooperação de Aki no sequestro da Miharu, mas decidiram priorizar a mudança para a sala.

Esperando dentro da sala estavam o rei do Reino de Galark, François e a primeira princesa do Reino Centostella, Lilianna.

"Miharu-sama...", Lilianna piscou ao ver Miharu. Ela deve ter ficado surpresa ao ver Miharu aqui depois que Takahisa causou um alvoroço.

Enquanto isso, François enviou a sua filha Charlotte um olhar questionador. O que aconteceu exatamente? Explique a situação, seus olhos diziam.

"Pode parecer que ocorreu uma circunstância imprevista, mas não há nada com que se preocupar. Haruto-sama simplesmente voou para o céu e recuperou a Miharu-sama por conta própria.", ela afirmou sucintamente. François e Lilianna ficaram surpresos com isso, a surpresa estava aparecendo em seus rostos. Charlotte riu de suas reações.

".... Voou para o céu...?"

Na região de Strahl, o único meio de voar era embarcar em uma aeronave encantada ou subir em uma montaria voadora. Se Rio voou sob seu próprio poder, então era realmente algo para se surpreender.

"É exatamente isso o que eu disse. Haruto-sama usou o poder de sua espada mágica para saltar para o céu e embarcar na aeronave em que o Takahisa-sama estava. Parece que Takahisa-sama foi desmaiado a bordo do navio, então deve ser fácil trazê-lo de volta.", Charlotte disse alegremente, olhando para Rio.

"... Fu—, hahaha! Entendo. É uma surpresa atrás da outra com você, Haruto.", François estava ouvindo quase atordoado antes de determinar que sua filha estava dizendo a verdade, então ele caiu na gargalhada e falou olhando para o Rio.

"Obrigado pelas gentis palavras.", Rio abaixou a cabeça envergonhado.

"Então, o quanto você disse a Satsuki-dono e aos outros, Charlotte?"

"Eu já dei a eles a essência geral de como estávamos agindo em segredo, mas parece que eles ainda estão um pouco chocados com tudo isso e ainda precisam aceitar a situação completamente. Embora seja fácil sentir raiva do Takahisa-sama por cometer o crime diretamente, deve haver sentimentos conflitantes em relação a Aki-sama por seu envolvimento secreto."

"Fun. Bem, isso é compreensível.", os olhares de Charlotte e François se voltaram na direção de Satsuki e Miharu, que estavam ao lado de Rio.

"Poderiam nos contar mais? Eu gostaria de ouvir os detalhes sobre por que o Takahisa-kun e a Aki-chan decidiram sequestrar a Miharu-chan.", Satsuki perguntou, prendendo a respiração em silêncio.

François olhou para Lilianna. "Seria melhor que a princesa Lilianna respondesse, já que ela estava lá. Bem, sentem-se primeiro."

"Nesse caso, Satsuki-sama e Miharu-sama podem se sentar ali. Haruto-sama, por favor, venha por aqui.", Charlotte ofereceu a Satsuki e Miharu os assentos de honra vazios antes de suavemente enlaçar seu braço ao redor do de Rio e puxá-lo para se sentar com ela.

"Com licença.", Rio se sentou na cadeira que Charlotte ofereceu a ele. Miharu e Satsuki trocaram um olhar significativo depois de vê-los antes de tomarem seus próprios lugares.

"Antes de nos contar, posso perguntar onde Aki-chan e Masato-kun estão agora?", Satsuki perguntou a François.

"Nós os levamos aos nossos cuidados assim que a comoção começou. No momento, nós os deixamos em outra sala e contamos a eles que uma situação inesperada ocorreu."

"Entendi. Então, por favor continue.", Satsuki disse, olhando para Lilianna.

"Entendido. Vou começar com o motivo do Takahisa-sama por trás desse ato tolo. Como tenho certeza que vocês devem saber, Takahisa-sama tem sentimentos românticos por Miharu-sama.", disse Lilianna, olhando para Miharu.

"Isso mesmo.", Satsuki assentiu naturalmente. Enquanto isso, Miharu ficou surpresa e parecia um pouco desconfortável. Rio continuou ouvindo sem nenhuma mudança particular na expressão.

"É por isso que o Takahisa-sama ficou muito feliz por se reunir com a Miharu-sama. Mas, ao mesmo tempo, ele estava agitado. Ele entrou em pânico ao pensar em um homem que ele não conhecia se aproximando da Miharu-sama."

Ao ouvir a explicação de Lilianna, um olhar distante apareceu nos olhos de Rio. As situações eram semelhantes: em sua vida anterior como Amakawa Haruto, ele avistou Miharu com Takahisa após entrar no colégio. Como resultado, Amakawa Haruto sentiu uma forte sensação de perda, mas um sentimento de pânico ainda mais forte.

"Sabendo que a Miharu-sama favorecia fortemente o Amakawa-kyō e sabendo que tipo de pessoa Amakawa-kyō é, o pânico do Takahisa-sama gradualmente se transformou em um sentimento de rivalidade em relação ao Amakawa-kyō. Então, quando a Miharu-sama disse que queria ficar com o Amakawa-kyō, aquela rivalidade se transformou em um inegável ciúme."

No caso do Takahisa, o pânico de perder Miharu se transformou em um sentimento de rivalidade e inveja.

"A inveja pode prejudicar o julgamento de um homem. Isso foi especialmente verdade no caso do Takahisa-sama, já que ele tende a sentir mais fortemente do que outras pessoas. Ele pode ser imaturo e ter o coração fraco, razão pela qual ele não era capaz de ver sua situação de forma objetiva. Ele não conseguia aceitar a realidade, não conseguia enfrentar sua própria fraqueza. Incapaz de suprimir seu ciúme, ele desafiou o Amakawa-kyō para uma luta, mas ele não podia desistir da Miharu-sama apesar da sua derrota... resultando no alvoroço do sequestro da Miharu-sama.", disse Lilianna, fazendo sua própria análise sobre o estado emocional de Takahisa.

"............", tanto Satsuki quanto Miharu ficaram em silêncio com expressões de dor.

"Takahisa-sama insistiu que a Miharu-sama só ficaria infeliz permanecendo com o Amakawa-kyō, então ele buscou um duelo para separá-los— mas na verdade ele só queria que a Miharu-sama permanecesse ao seu lado. Ele sabia que perderia para o Amakawa-kyō antes mesmo que eles lutassem, mas ele não estava disposto a aceitar isso e teve um acesso de raiva infantil como este..."

Seja porque ela tinha sido mais próxima dele desde que ele chegou a este mundo ou porque ela tinha os olhos observadores da realeza, Lilianna adivinhou as emoções de Takahisa com precisão.

".... Eu acho que posso entender isso, se eu realmente tentar.", Satsuki disse mal-humorada.

"Mesmo depois de ser derrotado por Amakawa-kyō, Takahisa-sama não conseguia aceitar a ideia de ser separado da Miharu-sama. Aki-sama e eu o seguimos até o castelo depois que ele saiu da arena, e foi lá que ele disse que havia pensado em um plano para manter a Miharu-sama longe do Amakawa-kyō."

"Ele realmente é uma criança...", quanto mais Satsuki ouvia, maior sua raiva crescia.

"Eu propus ao Takahisa-sama que voltássemos ao nosso reino. Que ele deveria colocar alguma distância entre ele e a Miharu-sama, a fim de esfriar sua cabeça. Mas ele imediatamente me rejeitou...", Lilianna disse, sorrindo com tristeza. "Porque eu enfatizei a falta de opções restantes para o Takahisa-sama, ele se voltou para o meio mais destrutivo que ainda tinha: trazer a Miharu-sama à força para o Reino Centostella contra sua vontade..."

Lilianna havia tentado direcionar a conversa para o quão inviável isso seria, mas, infelizmente, Takahisa já havia passado do ponto de raciocínio.

"De jeito nenhum... Ele realmente só pensou que isso funcionaria?", Satsuki estava pasma.

"... Sim. Ele insistiu que a Miharu-sama entenderia uma vez que conversassem depois. Foram minhas palavras irresponsáveis que causaram tudo isso. Por favor, aceitem minhas sinceras desculpas.", Lilianna baixou a cabeça, profundamente arrependida por suas palavras.

"Não, não, ninguém em sã consciência iria em frente com isso...", Satsuki defendeu Lilianna enquanto se sentia extremamente exasperada. Miharu parecia concordar com Satsuki, pois assentia junto com ela.

"No entanto, o fato é que minhas palavras causaram tudo isso. Eu tentei freneticamente fazer o Takahisa-sama mudar de ideia, mas ele não me ouviu. Ele disse que não voltaria mais para o Reino Centostella se não pudesse trazer a Miharu-sama com ele, e que deixaria de ser um Herói."

"......", Satsuki ficou sem palavras mais uma vez.

"Se há uma coisa que a princesa Lilianna deve prevenir a todo custo, é a rebelião do Herói. Para um reino que adora os Seis Deuses Sábios, seria uma tragédia que poderia abalar a terra. É uma ameaça mais do que eficaz.", acrescentou François, juntando-se à discussão depois de permanecer em silêncio até aquele ponto.

"Se a Satsuki-sama se rebelasse contra nós, nosso reino também estaria em um mundo de problemas.", Charlotte acrescentou com uma risadinha.

"Eu nunca faria uma coisa dessas sem nenhum motivo para desconfiar do nosso relacionamento.", Satsuki suspirou, pressionando a mão contra a cabeça.

"Deixando isso de lado, havia uma coisa que eu estava pensando. Por que o Takahisa-sama acha que a Miharu-sama só ficaria infeliz com o Haruto-sama?", Charlotte optou por não insistir mais no assunto, em vez disso se voltou para Lilianna com uma pergunta não relacionada.

"No mundo de onde Satsuki-sama e Miharu-sama originalmente vieram, o ato de matar outra pessoa é extremamente desaprovado. Isso é aparentemente relevante aqui porque, bem.... Parece que o Amakawa-kyō tem uma história de fazer isso...", Lilianna explicou desajeitadamente, olhando para Rio.

"Haruto é um espadachim errante, então seria natural matar bandidos e similares em legítima defesa em suas viagens. Segundo a princesa Lilianna, esse ato soa como condenado, mesmo no caso de legítima defesa pessoal. É assim mesmo, Satsuki-dono?", François perguntou curiosamente.

".... Bem, o país de onde viemos considerava isso socialmente inaceitável, mesmo que fosse para legítima defesa.", Satsuki respondeu um pouco amargamente.

"Bem, nosso mundo também pode considerar matar um indivíduo como um crime de assassinato, dependendo do momento e da situação, então parece que a maior diferença está na maneira como eles condenam o que consideramos aceitável por nossas leis e ordem.", François murmurou com interesse. Ele então direcionou a conversa de volta para Lilianna. "Lamento por interromper. Continue com sua história, princesa Lilianna."

"Sim. A partir do momento em que ele começou a pensar no sequestro da Miharu-sama como uma opção realista, não havia como mudar a mente do Takahisa-sama. Tentei persuadi-lo, mas sem sucesso, então pedi a Aki-sama para ajudar a persuadi-lo, mas...", Lilianna retomou sua explicação com o cenho franzido.

"... O que a Aki-chan disse ao Takahisa-kun?", Miharu perguntou nervosamente.

"Ela perguntou se não era suficiente ela estar lá em vez da Miharu-sama."

"... E o que foi que o Takahisa-kun respondeu?", Satsuki perguntou desta vez.

"Nada em palavras. Mas foi o mesmo que responder não, já que foi quando Aki-sama pareceu quebrada enquanto se oferecia para ajudar o Takahisa-sama...", Lilianna balançou a cabeça lentamente.

"Eu... entendo...", tanto Satsuki quanto Miharu pareciam angustiadas.

"Não havia mais nada que eu pudesse fazer depois disso. Como eu me opus fortemente aos planos do Takahisa-sama, ele parecia estar um pouco desconfiado de mim, o que causou tensão entre nós...", Lilianna disse vagamente, franzindo a testa.

"Então, Lilianna-sama acabou cooperando com o Takahisa-kun?", Satsuki adivinhou.

"Sim. Mas apenas na superfície. Nesse ponto, desisti de resolver isso sozinha. Eu concedi minha lealdade ao Takahisa-sama, então fui pelas costas para buscar a ajuda do rei François para resolver a situação.", ela provavelmente não queria trair Takahisa assim, já que a expressão de Lilianna mostrava vislumbres de culpa.

"Miharu-dono, Satsuki-dono e Haruto também. Peço desculpas por não poder informá-los sobre a situação com antecedência.", um rei nunca deveria abaixar a cabeça tão facilmente, mas, naquele momento, François curvou a cabeça em um solene pedido de desculpas.

"Não, na verdade, é minha responsabilidade que as coisas acabaram assim... Lamento por todos os problemas que causei a todos.", Miharu abaixou a cabeça em retorno, arrependida de sua própria falta de ação ao confrontar Aki. Se ela não tivesse temido que seu relacionamento azedasse, se ela não tivesse permanecido passivamente ao lado da Aki enquanto ignorava o problema que ela carregou por muitos anos...

"Também acredito que essa foi a melhor maneira de lidar com as coisas, então, se a Miharu-chan aceitar, não tenho mais nada a acrescentar.", com isso, Satsuki falou com uma expressão em conflito. Embora ela tivesse algumas objeções sobre como as contramedidas planejadas fizeram vista grossa ao sequestro momentâneo da Miharu, ela não achava que teria uma solução melhor se estivesse na posição de François. Falar só pioraria a situação para o que François e Charlotte temiam.

"Contanto que as duas estejam de acordo, também não tenho objeções.", acrescentou Rio, o último a falar.

"Entendo... Isso só deixa a questão de como lidar com o Takahisa-dono e a Aki-dono, então. Em nome do nosso reino, eu gostaria de reconhecer as opiniões da Satsuki-dono e da Miharu-dono em primeiro lugar...", François finalmente tocou no tópico de como lidar com Takahisa e Aki e olhou para Satsuki e Miharu como as duas pessoas que vieram da mesma cidade que os culpados.

"Mesmo que nos pergunte, o Takahisa-kun ainda é o herói do Reino Centostella, então não há como darmos uma opinião sem ouvir os pensamentos da princesa Lilianna primeiro...", Satsuki respondeu, passando a pergunta para Lilianna.

"Meu reino não tratará o Takahisa-sama como um criminoso, mas pretendo aplicar algum tipo de punição. Gostaria de chegar a um acordo sobre o que essa penalidade envolve.", disse Lilianna com firmeza.

"Em que tipo de penalidade estava pensando?", Satsuki perguntou.

"Quando me ofereci para cooperar no sequestro da Miharu-sama, eu fiz o Takahisa-sama assinar um contrato comigo. Ele concordou em aceitar qualquer punição que eu decidir se ele falhasse na tentativa de sequestro. Havia vários itens detalhados que eu mostrarei a vocês mais tarde, mas se tiverem algum pedido, então estou preparada para aplicar essa penalidade sobre o Takahisa-sama.", Lilianna disse fluentemente.

"Entendo... eu não acho que poderíamos dizer nada com certeza sem ver esse contrato, mas... Miharu-chan, o que acha?", Satsuki se virou para Miharu. O rosto da Miharu se contorceu de dor.

"Eu... não sei se o atual Takahisa-kun será capaz de fazer isso, mas, em vez de uma punição, eu gostaria que os dois pensassem cuidadosamente sobre o que fizeram de errado e se desculpassem com todos que machucaram, incluindo o Haruto-san."

Lilianna observou Miharu atentamente antes de abrir a boca com um olhar ligeiramente abatido.

"Claro, se ele sinceramente quiser se desculpar, então seria o melhor, mas como a Miharu-sama disse, pode não ser possível para ele fazer isso, do jeito que está agora. Acredito que a melhor penalidade seria mostrar a ele que um simples pedido de desculpas não será suficiente para obter o perdão. Não pretendo perdoá-lo tão facilmente por este incidente, também.", ela não iria apenas varrer para baixo do tapete. Havia uma fúria silenciosa nas palavras de Lilianna quando ela insinuou isso.

".... Certamente, não seria benéfico para ele ser perdoado tão facilmente. Eu concordo completamente. Haruto-kun, o que acha?", Satsuki perguntou.

"Eu... estou preocupado sobre como a Aki-chan será tratada por cooperar com o Takahisa-san.", Rio disse.

"Estou preparada para trazê-la ao meu reino como planejado originalmente, se ela ainda assim desejar. Mas eu não tenho nenhuma punição em particular em mente, então se Miharu-sama e Satsuki-sama tiverem algum pedido, então eu irei providenciar para cumpri-lo.", assim como no caso de Takahisa, Lilianna buscou a opinião de Miharu e Satsuki sobre como lidar com Aki.

"Eu também não acho que a Aki-chan deva ser perdoada tão facilmente. Tenho certeza que a Miharu-chan vai querer perdoar a Aki-chan assim que a vir com dor, mas isso seria o maior castigo e o melhor para o seu próprio bem. É por isso que acho que seria melhor para Miharu-chan e claro, o Haruto-kun também, evitarem vê-la por um tempo. O que acham?", depois de dar sua opinião sobre o assunto, Satsuki olhou para Miharu primeiro.

Miharu ponderou a razão pela qual Aki iria querer cooperar com Takahisa e descobriu que seus próprios sentimentos queriam ficar ao lado de Aki, então ela forçou esses sentimentos para baixo e assentiu.

"Isso é....... Sim. Isso pode ser o melhor."

Não ajudaria Aki se a Miharu continuasse a interagir com ela como fazia até agora. Isso apenas faria com que a mesma coisa acontecesse novamente.

"Miharu-chan deu sua resposta, mas.... E quanto ao Haruto-kun?", Satsuki perguntou.

Rio hesitou por um momento, mas logo assentiu.

".... Não tenho objeções. Isso significa que mesmo que Aki-chan afirme que quer seguir a Miharu-san, ela seria obrigada a ficar com o Takahisa-san? Isso está correto?"

"Se isso acontecer, vou cuidar da Aki-chan em vez disso, nesse caso terei que pedir a cooperação do Reino de Galark para permitir que ela fique aqui. Tudo bem, rei François?", Satsuki perguntou.

"Claro. Estávamos preparados para receber seus amigos desde o início.", François assentiu facilmente.

''Muito obrigada.", Satsuki baixou a cabeça. Miharu seguiu seu exemplo. Nesse momento, alguém bateu na porta da sala de reuniões.

"Quem é?", François perguntou, mas Charlotte se levantou de sua cadeira. Eles haviam ordenado que todos saíssem, então não havia mais ninguém disponível para atender a porta. Considerando suas posições, Rio não podia deixar uma princesa, de posição superior a ele, lidar com as tarefas, então ele também se levantou para acompanhá-la.

"Eu abrirei a porta."

"Oh, é como se eu tivesse ganhado meu próprio cavaleiro pessoal. Que alegria.", Rio assumiu a liderança e abriu a porta, para alegria de Charlotte. Do outro lado da porta estava um cavaleiro diferente dos que estavam de guarda.

"O Herói-sama do Reino Centostella foi trazido ao castelo. Devo acompanhá-lo aqui?", ele relatou, colocando a mão direita sobre o peito em uma demonstração de respeito.

"Como ele está agindo? Algum sinal de luta?", François perguntou de onde estava sentado.

"Não. Ele parece um pouco mal-humorado, mas está mantendo o silêncio."

"Entendo. Nesse caso, deixe-o esperar na sala ao lado."

"Como desejar.", o cavaleiro curvou a cabeça respeitosamente antes de partir. Rio fechou a porta silenciosamente atrás dele.

"Agora, vamos voltar, Haruto-sama.", Charlotte se pressionou contra o Rio enquanto eles voltavam para seus assentos.

"O que vão fazer? Eu não tenho nenhuma razão para me encontrar com o Takahisa-dono antes de qualquer outra pessoa aqui.", François perguntou, olhando para Satsuki e Lilianna.

"Eu gostaria de conversar um pouco com o Takahisa-kun e a Aki-chan a sós. Em nome da Miharu-chan e Haruto-kun, quero dizer.", Satsuki solicitou.

"Nesse caso, Aki-dono deve ser levada para a sala próxima também. Princesa Lilianna, se tem algo a discutir com o Takahisa-dono, você pode ir para a porta ao lado primeiro.", disse François.

"Não, para mim seria mais fácil falar com o Takahisa-sama e a Aki-sama presentes, então vou esperar Aki-sama chegar. Posso fazer isso depois que a Satsuki-sama falar com eles primeiro.", Lilianna decidiu.

"Nesse caso, gostaria de se sentar também, princesa Lilianna? Podemos discutir tudo de uma vez dessa maneira.", Satsuki perguntou, estendendo um pedido para Lilianna se juntar a ela.

"Eu entendo. Vamos com isso, então.", Lilianna assentiu solenemente.

"Muito obrigada. Miharu-chan e Haruto-kun, vocês poderiam chamar o Masato-kun e explicar as coisas para ele, então?", com Satsuki lidando com Takahisa e Aki, ela confiou Masato para Miharu e Rio.

"... Sim. Por favor deixe conosco.", uma sombra caiu sobre o rosto de Miharu enquanto ela assentia hesitantemente. Ela percebeu que agora não era o momento de encontrar com os dois.

"Então, eu devo enviar uma convocação para Aki-dono e Masato-dono. Aki-dono será conduzida para a sala de reuniões ao lado, e Masato-dono será trazido para esta sala.", disse François.

◇ ◇ ◇

A chegada de Aki e Masato foi anunciada dez minutos depois. Satsuki e Lilianna saíram enquanto Masato tomava seu lugar na sala com Rio e Miharu.

"Haruto-niichan, Miharu-neechan, o que diabos aconteceu? Aki-neechan parecia um fantasma o tempo todo antes de eles a levarem para outra sala.", Masato encontrou Satsuki enquanto eles trocavam de sala e foi instruído a perguntar a Rio e Miharu os detalhes, deixando-o confuso desde o momento em que entrou na sala.

"Vamos explicar tudo. Por enquanto, sente-se primeiro.", Rio disse a Masato com a maior calma possível.

"Fu~mu. Então Charlotte e eu devemos deixar isso para você, Haruto.", François, que ainda estava presente na sala de reuniões, levantou-se.

"Obrigado por sua consideração, Vossa Majestade."

Rio imediatamente se levantou e curvou a cabeça para François, com a mão direita sobre o coração. Miharu se apressou em se levantar e abaixar a cabeça com Rio.

"Está bem. Vou pedir a Charlotte que me conte mais cedo sobre seus feitos heroicos. Vamos.", François sorriu alegremente e saiu da sala com Charlotte, deixando Rio, Miharu e Masato sozinhos na sala.

"Então, que tal Masato-kun se sentar aqui?", Miharu sugeriu que Masato se sentasse no lugar que ela estava e se moveu para sentar-se ao lado do Rio.

"Claro...", Masato se sentou em frente a Rio e Miharu, observando suas expressões atentamente.

"Então, e~tto. Isso pode surpreendê-lo bastante, mas...", Miharu começou hesitantemente.

"Miharu-san, eu posso explicar.", Rio ofereceu. Ele achou cruel Miharu ter que falar sobre isso, já que ela era a vítima da situação.

"O-O-O que foi…?", Masato pôde sentir o clima incomum no ar e se enrijeceu com cautela.

"Tenho certeza de que será um choque ouvir isso, então direi da forma mais simples possível. Takahisa-san fez uma tentativa malsucedida de sequestrar a Miharu-san. Aki-chan também cooperou com ele.", Rio disse secamente.

"......... Ha?"

Com certeza, Masato congelou em choque.

"Takahisa-san e Aki-chan nos chamaram para aquele jardim com o pretexto de se despedir, quando na verdade pretendiam sequestrar a Miharu-san. Depois que todos se separaram e a Miharu-san ficou com o Takahisa-san, ele a sequestrou. Agora, Satsuki-san e a princesa Lilianna estão conversando com os dois na porta ao lado."

".... Isso é sério?", Masato murmurou atordoado.

"Sim, é sério. Algumas pessoas no castelo os viram e fizeram uma comoção, e a própria princesa Lilianna testemunhou assim que soube de seus planos. Sem falar que fui eu quem resgatou a Miharu-san da aeronave encantada.", disse Rio, listando os fatos em voz rígida.

"Aaaah... Droga, o que aqueles dois estavam fazendo...", Masato murmurou, seu rosto estava enrugado, à beira das lágrimas.

"Masato-kun...", Miharu mordeu o lábio.

"Desculpa, Miharu-neechan. Pelo Aniki e a Aki-neechan...", Masato se desculpou com Miharu como se fosse seu próprio erro.

"Não se desculpe, Masato-kun. Eu também fui culpada. Mesmo eu sendo a mais próxima da Aki-chan, continuamente ignorando o problema que ela carregava em seu coração...", Miharu disse com uma expressão agonizante, sentindo culpa em seu coração.

"Embora eu não possa dizer com certeza que seus pensamentos estão errados, não acha que eles estão um pouco incorretos? Aqueles que deveriam arcar com o peso do crime são apenas os criminosos. Mesmo carregar uma parte do fardo por alguém que cometeu um crime não será benéfico para eles. É por isso que eu penso que Miharu-san e Masato não são culpados. Claro, não tenho intenção de negar o quão importante os dois são para vocês, mas se vocês não se desprenderem, estarão apenas contribuindo para um ciclo vicioso.", Rio disse logicamente.

"Mas... O que devo fazer, então...?", Masato sussurrou, sua voz era quase inaudível. As palavras de Rio pareciam ter alcançado seu coração, mas ele ainda se sentia sem pistas.

"O que importa é o que você quer fazer, não o que você deve fazer. Pense no que você quer fazer e faça o cálculo reverso do que você pode fazer a respeito. A realidade pode não funcionar tão bem, já que você pode ter muitas coisas que deseja fazer e algumas delas podem se contradizer.... Por enquanto, por que você não pensa um pouco? Reserve um tempo para entender a verdade primeiro, depois pense sobre isso.", uma leve sombra foi lançada sobre o rosto de Rio enquanto ele aconselhava Masato com uma voz gentil.

"Haruto-niichan...", Masato murmurou. Ele ficou profundamente comovido.

"Ao menos, eu não acho que qualquer culpa deva cair sobre você, Masato. O mesmo vale para Miharu-san. Masato também não acha que a Miharu-san seja culpada, certo?"

"C-Certo! Claro que não!"

"Nesse caso, pare de se culpar. Você pode começar por aí." "Entendido...", Masato assentiu obedientemente.

"Miharu-san também.", Rio olhou para Miharu ao lado dele.

"S-Sim.", Miharu estava tão absorta nas palavras de Rio, que estremeceu quando foi abordada de repente.

"Por favor, não assumam mais responsabilidades do que o necessário. Se vocês realmente apreciam os dois, em vez de suportar o peso de seus crimes, tornem-se seu apoio, mesmo que isso signifique ser duro e afastá-los. É por isso que seria melhor ficar longe deles por um tempo, vocês não acham?"

".... Sim, isso mesmo."

"Nesse caso, por favor, parem de se culpar. Isso é tudo que eu queria dizer.", Rio disse em conclusão, encolhendo os ombros com um suspiro.


... Haruto-san é tão maduro.

Era natural, considerando que ele havia vivido no Japão até se tornar um estudante universitário antes de somar seus anos vivendo aqui, mas Miharu sentiu isso com ainda mais força depois de ouvir suas palavras. Como ela era em comparação? Seria um exagero dizer que ela poderia ficar ao lado dele igualmente.

Afinal, ela ainda era uma criança... Embora Miharu percebesse o quanto Rio era confiável, ao mesmo tempo estava frustrada com sua própria imaturidade.

◇ ◇ ◇

Enquanto isso, um pouco mais cedo—

"Estamos entrando.", Satsuki entrou na sala de reuniões onde Takahisa e Aki estavam esperando. Lilianna a seguiu.

"S-Satsuki-senpai... Lily também...", Takahisa desviou os olhos com uma cara terrivelmente cheio de culpa. Não havia como ele encontrar os olhos delas diretamente.

"......", Aki estava pálida como um lençol, encolhendo-se na cadeira.

"Tenho certeza que vocês sabem o significado de por que os dois foram trazidos aqui, certo? Não apenas o perpetrador, mas a Aki-chan também.", Satsuki suspirou e falou, enquanto ainda estava de pé.

"Ah, isso...", Aki se encolheu, olhando para Lilianna parada atrás de Satsuki.

Satsuki seguiu o olhar de Aki e sentiu raiva e exasperação crescer dentro de si. "O que vocês dois estavam tentando realizar?", ela perguntou claramente.

"......", nenhum deles respondeu. Takahisa estava olhando para longe com uma expressão amarga enquanto os olhos de Aki estavam fortemente tingidos de culpa enquanto eles vagavam pelo lugar.

"A julgar pela reação dela, me pergunto se a Aki-chan finalmente percebeu a escala da bagunça irremediável que foi feita? E, Takahisa-kun ainda parece estar descontente com a situação atual, não é?"

"... Lily contou tudo a vocês?", Takahisa perguntou mal-humorado.

"Você forçou a princesa Lilianna a cooperar sob certas condições, então obviamente. O herói de seu reino estava prestes a causar um alvoroço em um reino estrangeiro. Esse é um problema internacional, entende? Ela trabalhou desesperadamente para garantir uma posição o mais favorável possível para vocês dois e o reino assim que ela descobriu. E ainda assim, o que há com essa sua atitude bem agora? Você ao menos entende que se aproveitou da Miharu-chan e causou problemas para tantas pessoas por causa do seu próprio egoísmo?", Satsuki explodiu depois de ver a atitude de Takahisa.

"............—", Takahisa mordeu o lábio com amargura.

"Além disso, você até arrastou a Aki-chan para isso só porque ela disse que cooperaria... Se você é o irmão dela, não deveria ser você a impedi-la?"

".........", Takahisa calou-se com uma expressão mal-humorada. Aki o observou ser repreendido com um olhar de soslaio antes de parecer ainda mais sombria.

"Essa é uma expressão para dizer que você nem mesmo sente o menor sinal de remorso? Ou é uma expressão para dizer que você não quer aceitar seus erros?"

"Nenhuma das duas...", Takahisa respondeu mal-humorado.

"Entendo. Chega disso, então. Parece que você não quer ouvir, então vou começar com a conclusão.", Satsuki suspirou profundamente. "O que vocês dois fizeram foi um crime. Não é algo que pode ser facilmente perdoado. Se fosse, não seria de nenhuma ajuda para nenhum de vocês. É por isso que eu, o Haruto-kun e a Miharu-chan também, discutimos as coisas e decidimos que vocês não vão simplesmente se livrar da responsabilidade. Os dois estão explicando a situação para o Masato-kun agora, mas decidimos que seria melhor para eles evitarem vê-los por um tempo. Não vou deixar vocês dois encontrá-los agora."

"Ah......", eles não seriam perdoados facilmente. Eles nem mesmo teriam permissão para ver a Miharu ou o Rio. Ouvir as palavras firmes de Satsuki deixou Aki ainda mais pálida.

"Mas, mesmo que o que fizemos tenha sido um crime, aquele homem, ele também é um criminoso inegável! E ainda por cima um assassino! E ainda...!", as emoções violentas girando no peito de Takahisa explodiram, fazendo-o cuspir suas palavras com uma expressão desesperada.

".... Isso é irrelevante. Não, isso é patético.", o rosto ressentido de Satsuki imediatamente se transformou em uma expressão de pena.

"Patético?", Takahisa olhou para Satsuki, como se a desafiasse.

"Porque é, não é mesmo? Você está usando o fato do Haruto-kun ter matado antes como um meio para um fim. Você simplesmente não pode aceitar o fato de que a Miharu-chan está apaixonada por outra pessoa que não é você. É por isso que você ficou louco de ciúme e cometeu um crime. Havia uma parte fácil do Haruto-kun que você poderia criticar, então você se apegou a ela para arrastá-lo com você. Se isso não é patético, então o que é?", Satsuki disse claramente.

"Que—, ah...", Takahisa ficou sem palavras. Ele tentou argumentar de volta, mas nenhuma palavra saía. Sua raiva e vergonha se misturaram até que sua visão escureceu.

"Você não poderia se tornar aquele que a Miharu-chan amava. Haruto-kun foi o escolhido. Isso foi decidido desde o início. Você achou que se o arrastasse para baixo, seria movido para cima, em vez disso?", Satsuki perguntou, mexendo com Takahisa para revelar seu feio interior.

"I-Isso não é verdade! Se ao menos, se ao menos a Miharu tivesse sido invocada comigo em vez disso...!"

"Mesmo se a Miharu-chan tivesse sido invocada com você, ela não teria se apaixonado por você. Contanto que você se recuse a aceitar isso, seu relacionamento conosco não progredirá mais do que isso. Eu não quero acreditar, mas é o que eu acredito.", Satsuki disse, com uma sombra escura caindo sobre seu rosto. Ela então se virou para Aki e fez beicinho com seus lábios bem torneados. "Aki-chan também não vai ser criança para sempre, então é hora de agir de forma mais adulta. Você iria choramingar como um bebê e amarrar Miharu-chan a você para sempre?"

"E-Eu só... eu só...", Aki sussurrou em uma voz quase inaudível. Ela só queria retomar o relacionamento que eles tinham antes. Mas antes que ela percebesse, esse relacionamento desmoronou por suas próprias mãos.

"Isso vale para o Haruto-kun também. Você precisa encará-lo adequadamente e dizer a ele o que deseja. É por isso que pedi a ele durante a nossa luta ontem— pedi a ele para encarar vocês dois sem se conter, caso contrário, não podemos seguir em frente. É por isso que ele foi visitar o Takahisa-kun e a Aki-chan ontem à noite sozinho, mas vocês dois foram e tentaram sequestrar a Miharu-chan.…", Satsuki fez uma expressão de tristeza, as emoções estavam enchendo seu peito.

"............", Aki não conseguia dizer nada. Incapaz de olhar diretamente para Satsuki, ela baixou o olhar e empalideceu de culpa.

"Aki-chan pode considerar o Haruto-kun um sem coração, mas quem é o sem coração agora? Vocês dois pisotearam os sentimentos da Miharu-chan a fim de cumprir suas demandas mimadas, usando meios desprezíveis para retribuir o favor do Haruto-kun com algo tão terrível."

"............"

"Você criou um incidente tão grande que não será mais tratada como criança. Não pense que ficar em silêncio fará a Miharu-chan agir em seu nome e estender a mão para você. Pense por si mesma sobre o que você deve fazer a partir de agora."

Se ela realmente queria ser perdoada, deveria refletir sobre suas ações antes de se desculpar sinceramente com a Miharu-chan e o Haruto-kun. Satsuki queria adicionar isso, mas não o fez. Ela queria que Aki pensasse se queria ser perdoada por conta própria.

"—.........", Aki baixou a cabeça enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. Ela cerrou os punhos.

“Minhas desculpas pelo discurso retórico, princesa Lilianna. Se tiver algo a acrescentar, por favor, vá em frente.", Satsuki suspirou e passou a conversa para Lilianna depois de ver Aki ficar em silêncio.

"Satsuki-sama disse tudo que precisava ser dito no momento, mas devo acrescentar um pouco.", Lilianna começou. Suas palavras saíram fluentemente, como se memorizadas. "Takahisa-sama. Eu disse que não havia chance de sucesso de antemão. Você deve saber o que acontece agora sem que eu diga em voz alta, não é?"

".... Voltar para o Reino Centostella e aceitar minha punição enquanto interpreto o herói, certo?", Takahisa disse, emburrado.

"Sim. Estaremos partindo dentro de alguns dias, sem mais tardar. Aki-sama também virá para o nosso reino, então, por favor, esteja preparada para partir a qualquer momento."

".... Ah. S-Sim.", Aki estremeceu e respondeu gaguejando. Ela não sabia dizer se os alguns dias até a partida seriam longos ou curtos.


Nesse ritmo, ela estaria separada das pessoas de quem gostava, sem a chance de falar com eles corretamente. A compreensão subitamente cresceu dentro dela e a encheu de medo. Em momentos como este, ela sempre confiou em Miharu, e ainda—

"Claro, nem a Miharu-chan nem o Haruto-kun virão se despedir de você. Vou ouvir primeiro se houver algo que tenha a dizer, então por favor, me chame antes de partir."

"—......", Aki se sentiu como se tivesse caído de um penhasco. Miharu não iria mais alcançá-la. Ela poderia nem mesmo encontrá-la.

Que cruel... foi o que ela pensou. A cruel era ela. Ela avançou sem pensar e perdeu tudo no final.

"—, uh—, uh—......", Aki se acalmou em um grau quase assustador, sua mente havia ficado totalmente em branco. Ela não tinha ideia do que fazer e as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

".... Então, estou indo agora.", a expressão de Satsuki ficou inflexível com o choro de Aki. Ela mordeu o lábio e se preparou, antes de se virar.

"Nesse caso, eu devo levar os dois para seus quartos. Vá em frente e saia primeiro, Satsuki-sama. Eu irei falar com você novamente mais tarde.", Lilianna disse, encorajando Satsuki a sair antes de se levantar e se aproximar da Aki.

"Com licença.", Satsuki curvou-se para Lilianna antes de abrir a porta para sair da sala. Mas—

"Masato-kun."

Parecia que ele estava esperando que eles terminassem, já que estava do lado de fora com os guardas.

"Eu queria falar com os dois. Posso entrar? O Haruto-niichan e a Miharu-neechan já concordaram.", Masato perguntou, sua expressão era uma mistura conflituosa de muitas emoções.

"Claro, entre.", Satsuki empurrou a porta que ela não tinha fechado completamente ainda. Takahisa e Aki eram irmãos do Masato — se ele desejava encontrá-los, não havia razão para impedi-lo de fazer isso.

"Obrigado. Haruto-niichan e Miharu-neechan ainda estão na porta ao lado.", Masato disse antes de entrar, permitindo que Satsuki fechasse a porta.

".... Bem, acho que vou voltar para os dois."

Satsuki suspirou profundamente e se dirigiu para a sala de reuniões onde estavam Rio e Miharu.

◇ ◇ ◇

O que importa é o que você quer fazer, não o que você deve fazer. Pense no que você quer fazer e faça o cálculo reverso do que você pode fazer a respeito.

Depois que Rio disse isso, a primeira coisa que veio à mente de Masato foi extremamente simples.

"Eu quero falar com o Aniki e a Aki-neechan."

Depois de contar a Rio e Miharu seus sentimentos, ele se dirigiu até a sala onde seus irmãos estavam. Assim, a primeira coisa que Masato viu depois de trocar de lugar com Satsuki foi a visão de seu irmão fazendo uma cara azeda e mal-humorada enquanto Aki chorava ao lado dele, e Lilianna dando tapinhas nas costas dela de forma tranquilizadora.

"O que é isso...?", Masato murmurou com uma careta amarga no rosto. Foi uma visão tão patética e vergonhosa que ele não pôde deixar de se desculpar por todos que cuidaram deles desde que vieram a este mundo.

"Masato-sama... Aki-sama não parece estar se sentindo bem, então eu estava pensando em levá-los para seus quartos assim que ela se acalmar..."

Aki chorava demais para falar e Takahisa estava de mau humor. Masato queria dizer umas verdades antes de ouvir a explicação deles, mas agora suas palavras não saíam. Seus irmãos eram tão patéticos de se ver...

Estava claro que Lilianna tinha ficado com a pior parte nessa situação. Takahisa era o Herói de seu país, então ela não podia abandoná-lo de forma alguma. Isso significava que ela tinha que limpar sua bagunça por ele. Como seu irmão mais novo, Masato se sentiu incrivelmente contrito com a situação.

".... Eu sinto muito. Vou levar a Aki-neechan para o quarto. Poderia lidar com o meu irmão?", Masato baixou a cabeça para Lilianna e se aproximou de Aki.

"U—, uh—......"

"Vamos, levante-se, Aki-neechan.", Masato disse sem rodeios para o pranto de Aki. Ele a puxou pelo braço e ela se levantou cambaleando.

"Se ia apenas chorar sobre isso, então não deveria ter feito isso em primeiro lugar...", ele murmurou sem poder fazer nada.

◇ ◇ ◇

Enquanto isso, no escritório do rei, François e Charlotte estavam tendo uma discussão cara a cara. O assunto era, claro, o Rio. Para ser mais preciso, Charlotte tinha acabado de relatar os eventos que aconteceram quando Rio resgatou Miharu.

"Assim, acredito que o Haruto-sama deve ser recebido com tanta hospitalidade quanto a Satsuki-sama para formar uma relação mais favorável com ele."

"Foi um relatório bastante entusiasmado vindo de você. O que exatamente causou essa mudança?", François perguntou com uma risada.

"É natural estar entusiasmada por isso. Ele voou sem uma montaria e embarcou sozinho na aeronave encantada para resgatar um refém, sabe? Agora tenho certeza de que a história do hálito do semi-dragão não foi apenas um boato. Temos alguém neste reino que possa realizar as mesmas façanhas que o Haruto-sama? Não temos nenhuma figura heroica como a Espada do Rei no Reino de Bertram, então tenho certeza que o Otou-sama pode entender o valor do Haruto-sama."

"Estou mais do que ciente do valor do Haruto, mas... Não me diga que você se apaixonou por ele?"

"Sim, acredito que sim.", Charlotte assentiu graciosamente sem um momento de hesitação.

".......", os olhos de François se arregalaram em uma demonstração de rara surpresa. Ele fez uma expressão duvidosa, como se questionasse a sinceridade dela.

"Ora, não há necessidade de ser tão claro em sua surpresa. Eu nunca me apaixonei antes, então não estou muito familiarizada com isso, mas ainda sou uma jovem donzela. Sim, eu acredito que isso é amor. Quando penso no Haruto-sama, meu coração não consegue evitar bater mais rápido. Eu posso sentir meu desejo por ele.", Charlotte inchou as bochechas de forma fofa enquanto ela contava seus sentimentos para seu pai.

"Desculpa. Achei que você fosse uma vilã que só sentia alegria em atrair os homens para fazê-los dançar na palma da sua mão enquanto assistia ao rompimento de relacionamentos. Não posso evitar minha surpresa.", em vez de um pedido de desculpas, as palavras que François disse sobre sua própria filha foram incrivelmente duras.

"Embora seja verdade que eu sinto alegria em tais coisas, desta vez senti meu coração palpitar como nunca antes por um cavalheiro. Isso me encheu com o impulso de tornar aquele cavalheiro meu um dia.", Charlotte não se ofendeu e deu um alegre sorriso sedutor.

"... Mesmo para a minha filha, você é uma distorcida.", François suspirou cansadamente com a mão direita pressionada contra a cabeça.

"Ara, não foi o Otou-sama quem me criou em tal ambiente?", Charlotte olhou para o pai com uma risada travessa.

"E? Qual é o seu objetivo ao me dizer isso?"

"Uma razão é porque Otou-sama veria através de mim de qualquer maneira, então eu queria informá-lo com antecedência. Outra razão é porque os nobres de nosso reino certamente virão com ofertas de casamento para o Haruto-sama em breve, então eu gostaria de pedir para Otou-sama usar seu poder para suprimi-los. E, finalmente, gostaria de pedir que me apresente como candidata."

".... Mesmo que ele seja um cavaleiro honorário, você achou que seria tão fácil aprovar seu casamento com a realeza?"

"Ara. Mas, Otou-sama não estava pensando em amarrar a Satsuki-sama e o Haruto-sama em algum ponto?"

"O que te faz pensar isso?"

"Porque, Otou-sama sempre vai direto ao ponto, mas ignorou meu pedido para que suprimisse as ofertas da nobreza para discutir isso primeiro. Quer dizer que pretendia fazer isso desde o início, mesmo sem meu pedido, certo? E por que seria isso? Satsuki-sama—"

"Suficiente. Francamente, ter uma filha com muita inteligência é outro problema em si.", lamentou François, acenando com a mão em aborrecimento.

"Fufu. Você nem mesmo tentou esconder.", o sorriso gentil de Charlotte não vacilou. Mesmo contra seu próprio pai, ela manteve calmamente seu comportamento astuto de raposa. Se ela não o fizesse, François não a designaria qualquer responsabilidade.

"No entanto, é verdade que o casamento da realeza não pode ser aprovado facilmente. Considerando que o Herói não está sujeito a tais costumes e é uma existência sobrenatural em si, as possibilidades não seriam maiores para ela?"

"Não acredito que isso seja um problema. Se ele continuar a edificar seu relacionamento com o nosso reino, é apenas uma questão de tempo antes que o Haruto-sama alcance façanhas militares ainda maiores. Esses nobres teimosos vinculados à tradição terão que ceder."

"Você tem algum fundamento para essa sua confiança?"

"Sim. Meu olho para os homens é minha base."

"Fu—...", François riu divertido.

"Mesmo que a Satsuki-sama se casasse com o Haruto-sama primeiro, eu simplesmente almejaria a posição de segunda esposa, suponho. Seria seguro presumir que minhas rivais claras neste momento são a Miharu-sama, e talvez a Liselotte também. Bem, o maior problema é o fato do Haruto-sama não parecer ter nenhum interesse em se casar com alguém no momento...", Charlotte começou a monologar, seus olhos estavam brilhando com pensamentos sobre o futuro.

Esquemas e previsões à parte, nunca imaginei que essa garota pudesse mostrar tanto interesse por um único homem...

Não havia como saber o que poderia acontecer neste mundo. Esse pensamento por si só tornava difícil descartar completamente o mapa do futuro de Charlotte como irreal.

François observou sua inesperadamente apaixonada filha com olhos vazios enquanto ele considerava o futuro do Reino de Galark.

◇ ◇ ◇

Depois que Satsuki trocou de lugar com Masato e deixou Aki e Takahisa, ela voltou para a sala onde Rio e Miharu estavam. Ela os informou sobre o que disse a Takahisa e Aki e como eles reagiram, antes de discutir várias coisas sobre o incidente.

".... Posso fazer uma pergunta, Haruto-san?", Miharu nervosamente olhou para Rio sentado ao lado dela.

"Sim, é claro.", Rio assentiu imediatamente.

"Umm, o que o Takahisa-kun disse para fazer o Haruto-san aceitar aquela luta?", Miharu perguntou.

"... Ele me pediu para rejeitar a Miharu-san se ele ganhasse. Mas, eu pretendia enfrentar o Takahisa-san independentemente do que ele dissesse, então o que ele disse não teve nenhuma relevância para a minha aceitação da luta.", Rio olhou para o teto, pensou um pouco e respondeu enquanto olhava para Satsuki.

"No nosso confronto de antes, eu pedi algo ao Haruto-kun. Eu disse a ele que havia coisas que não podiam ser transmitidas sem encará-los de frente, e pedi a ele para encarar o Takahisa-kun e a Aki-chan. Mas isso resultou na situação atual, eu sinto muito. Por minha causa…", Satsuki se desculpou, mordendo o lábio.

"O que está dizendo?", Rio parecia um pouco exasperado.

"Eh......?"

"Havia coisas que eu só entendi porque nos confrontamos lá. Por discordarmos tanto um do outro, nosso problema não poderia ser resolvido em um único confronto, fazendo explodir o descontentamento. Esse sentimento foi transmitido corretamente. Estou errado?"

".... Não, não está.", Satsuki piscou para Rio, sentado em frente a ela.

"Nesse caso, era melhor bater de frente do que continuar carregando aquele problema latente sem avançar. Bem, eu não tenho moral para falar, depois de evitar a Miharu-san até que a Satsuki-san teve que fazer seu pedido para mim.", Rio disse, rindo de si mesmo ligeiramente. "Dissemos o mesmo ao Masato, mas Satsuki-san pode apenas pensar no que quer fazer a partir daqui. Se a Satsuki-san acha que pode ser aproveitado, dê a eles algum tempo para esfriar a cabeça antes de encará-los novamente até que esteja satisfeita. Afinal, otimismo combina melhor com a Satsuki-san do que pessimismo.", ele acrescentou com uma risada divertida.

"... Q-Quê? De repente, você está calmo e composto como um adulto. Falando como se me conhecesse.", Satsuki fez beicinho, corando de vergonha.

"É mesmo?", Rio inclinou a cabeça com curiosidade.

"Mesmo. Não é, Miharu-chan?", disse Satsuki, buscando a concordância da Miharu.

"Sim. Por alguma razão, parece que o ar ao seu redor ficou mais suave... eu acho."

Miharu olhou para o perfil lateral de Rio. Mas no momento em que Rio olhou de volta e encontrou seus olhos, ela corou e desviou o olhar.

".... Ei, vocês, o que aconteceu?", Satsuki olhou para Rio e perguntou.

"Por que está me perguntando?", Rio perguntou de volta com o cenho franzido.

"Porque a Miharu-chan está assim.", Satsuki lançou um olhar aguçado na ainda corada Miharu.

"Nada em particular. Eu só pedi a ela para se dar bem comigo de agora em diante. Não especificamente como o Amakawa Haruto, mas..."

"Fu~n.…"

Não estava claro se Satsuki estava convencida ou não enquanto olhava atentamente para os rostos de Rio e Miharu.

Parece que vou ter que encurralar a Miharu-chan quando ela estiver sozinha e pedir mais detalhes.

Miharu teve um mau pressentimento e desviou o olhar de Satsuki. Nesse momento, alguém bateu na porta.

"Ah, é o Masato-kun?"

Miharu se levantou primeiro para abrir a porta. Masato estava parado além dela, mas sua expressão era sombria. Na verdade, era uma expressão muito séria.

"Umm, eu tenho algo a dizer.", ele disse, olhando para Miharu parada diante dele.




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