Interlúdio: À Deriva Em Outro Mundo

 Apenas uma hora antes de Rio chegar às pradarias, e assim que ele descobriu o local onde o odo e mana haviam sido interrompidos pela magia espaço-tempo, três japoneses vestidos com roupas peculiares para este mundo estavam parados na grama.

"...Miharu-oneechan?" Uma garota do ensino fundamental vestida com seu uniforme timidamente chamou Miharu, que era uma estudante do ensino médio que também usava seu uniforme.

As garotas não estavam cientes do fato de que vários pilares de luz na região de Strahl haviam perfurado os céus menos de um minuto atrás. Elas não tinham ideia do que havia acontecido, nem de como haviam chegado àquele lugar.

"Ah, e~tto... Está fora de alcance aqui. T-Talvez esteja quebrado?" Miharu respondeu. Ela estava olhando fixamente para o "Fora de alcance" mostrado na tela do smartphone, atordoada, quando percebeu que seu nome foi chamado. Ela deu o melhor sorriso que pôde.

"Q-Quebrado...?" A expressão da garota do ensino fundamental ficou nublada com preocupação.

"Nós... nos teleportamos ou algo assim?" O garoto da escola primária, vestido com suas roupas casuais, murmurou em dúvida, confuso. A moderna paisagem urbana em que estavam há momentos atrás havia mudado para uma planície gramada antes que eles percebessem.

Em uma palavra, só poderia ser descrito como "impossível".

"De jeito nenhum, isso não é um daqueles jogos que você sempre joga." A garota do ensino fundamental rejeitou prontamente.

"Então, como você explicaria esta situação?", o menino da escola primária protestou com um beicinho.

"E-Eu não sei. U-Um sonho, talvez..."

"Isso não é muito diferente da minha ideia."

O menino da escola primária e a garota do ensino fundamental começaram a brigar um com o outro num tom um tanto irritado, provavelmente se sentindo agressivos depois de serem colocados em uma situação tão desconcertante.

Miharu respirou fundo e consolou as duas crianças.

"Aki-chan, Masato-kun. Vamos nos acalmar e processar a situação, okay? Vocês dois se lembram de onde estavam antes de vir para cá?"

Como a mais velha, ela tinha que se manter sensata.

"Onde estávamos ... Não nos encontramos todos após a cerimônia de abertura na escola?" O menino chamado Masato suspirou sombriamente.

"Mas Satsuki-san e Takahisa-kun não estavam conosco também?", Miharu perguntou sem perder o ritmo.

"Sim, estavam.", Masato acenou com a cabeça com certeza.

"E você, Aki-chan?"

Solicitada por Miharu, a garota do ensino fundamental chamada Aki assentiu. "Sim... Estávamos todos juntos na área residencial."

"Vocês dois sentiram algo estranho antes da paisagem mudar? Qualquer coisa que tenham notado. Eu estava conversando com Satsuki-san quando minha visão de repente pareceu distorcida.", Miharu disse, explicando a série de eventos de sua própria perspectiva enquanto questionava os outros dois.

".... Eu estava conversando com Onii-chan quando a paisagem distorceu, eu acho...", Aki respondeu com um murmúrio.

"Agora que mencionou, minha visão também se distorceu...", Masato inclinou a cabeça com um zumbido.

"Se nós três víssemos a mesma coisa, então não poderia ser uma alucinação... certo?", Miharu murmurou.

Isso não mudou o fato de que eles não sabiam nada sobre sua situação. Afinal, a pacífica área residencial pela qual estavam caminhando há pouco tempo, agora era um campo de grama, deixando nada além de rochas, colinas e montanhas à sua vista; nem uma única estrutura feita pelo homem estava à vista. No local em que estavam originalmente, uma visão igual esta não era possível, não importa quantos quilômetros eles se movessem.

Pensando nisso calmamente, toda a situação era tão anticientífica que estava começando a parecer estranha. Talvez eles realmente tenham se teleportado, como disse Masato. Um medo indescritível percorreu Miharu, fazendo-a tremer levemente.

"Ei, realmente nos teleportamos afinal? Isso ainda é o Japão?", Masato perguntou a Miharu e Aki, olhando desconfiado para os arredores.

"Não temos como saber disso, já que não há recepção de telefone aqui." Aki balançou a cabeça bruscamente.

"V-Vamos tomar uma decisão primeiro.", Miharu sugeriu aos dois. "Nós ficamos aqui ou nos movemos?"

A conversa estava girando em círculos, então ela decidiu levantar sua pergunta e mudar de assunto.

"Mas se a gente se mover, não seremos capazes de voltar aqui. Alguém pode vir para nos salvar.... Tem certeza?", Aki perguntou preocupada.

Apesar de não ter nenhuma evidência do contrário, ela tinha a vaga crença de que eles poderiam ser devolvidos de repente para o lugar de onde vieram se permanecessem aqui. Seu raciocínio de ficar parada e esperar pelo resgate durante os tempos de desastre também não estava totalmente errado; havia uma possibilidade maior de serem salvos preservando sua resistência, em vez de andar às cegas e gastar energia.

No entanto, isso aumentaria a possibilidade de resgate apenas quando eles tivessem os suprimentos para uma estadia prolongada — por exemplo, ao escalar uma montanha, você informaria a alguém com antecedência o dia que pretende voltar.

"Não há garantia de que alguém virá nos salvar. Nem mesmo há estradas aqui. Alguém sabe que estamos aqui?", as perguntas que Masato estava fazendo eram de fato bem fundamentadas.

"Isso é.… verdade, mas...", Aki disse, pressionada a concordar.

"Mesmo se ficarmos aqui, não haverá paredes ou teto para nos abrigar. Está meio frio, não temos nada para nos proteger da chuva e quase não temos comida ou água...", Miharu observou, listando todas as desvantagens de permanecer onde estavam. Quanto mais ela falava, mais desespero ela sentia pela situação deles.

"Eu não tenho comida nem água."

"Nem eu..."

Masato e Aki empalideceram ao mesmo tempo.

"E-Eu tenho um pouco de chá e biscoitos. Vai ficar tudo bem!", Miharu abriu sua mochila às pressas, tirando a garrafa de chá e os biscoitos caseiros. Ela os mostrou aos outros dois com um encorajamento alegre. No entanto, a quantidade não era suficiente para aliviar suas preocupações.

Com tais suprimentos limitados, mesmo se eu desse tudo para os dois, ficaríamos sem comida e água em pouco tempo.... Tenho que fazer algo antes que isso aconteça. Embora ela de alguma forma conseguisse analisar a situação com calma, a impaciência aumentava lentamente dentro de Miharu.

"Ei, vamos tentar encontrar alguém. Se ficarmos aqui, morreremos de fome ou congelaremos até a morte.", propôs Masato ansiosamente. Ver a compostura de Miharu o ajudou a manter a calma, mas ele ainda podia sentir intensamente a precariedade da situação atual.

"O que você acha, Aki-chan?", Miharu perguntou.

"S-Sim. Eu concordo..., mas que caminho devemos seguir?", Aki assentiu hesitantemente, olhando ao redor da pradaria com uma expressão preocupada. Miharu também não sabia a resposta para isso.

"Vamos tentar ir nessa direção, já que o outro lado tem montanhas à distância.", Miharu sufocou suas preocupações e apontou para o sul.

◇◇◇

Assim que decidiram a direção a seguir, os três começaram a se mover silenciosamente. Eles caminharam por cerca de dez a vinte minutos, mas ainda não havia sinal de nada feito pelo homem. Pelo contrário, não havia nem um único sinal de vida.

O ar estava frio e seco; simplesmente andar ressecava suas gargantas. Depois de caminhar por uma hora, Miharu fez os outros dois tomarem um gole do chá de sua garrafa. Como essa era toda a água que tinham, eles precisavam racioná-la economicamente, mas de forma regular. Afinal, era importante se manter hidratado durante a movimentação.

Se ao menos houvesse um rio ou algo assim... Miharu pensava seriamente enquanto liderava os outros dois, que a seguiram sem reclamar.

".... Ah, é uma pessoa... —Ei, ali não é uma pessoa?!", Masato disse de repente.

"Huh?... T-Tem razão! É uma pessoa, uma pessoa! Miharu-oneechan!", a voz de Aki ressaltou alegremente.

Ao longe, onde Aki e Masato estavam olhando, havia figuras humanas. Embora eles não pudessem dizer a que distância estavam, parecia um grande grupo de pessoas se movendo em fila. Após uma inspeção mais aprofundada, criaturas que pareciam cavalos estavam puxando algo entre eles.

Isso é um cavalo... certo? A inconsistência da visão com o período de tempo fez Miharu parar em choque.

"Ei, Miharu-oneechan! Não vamos?! Tem gente lá!", Aki puxou a manga de Miharu.

"S-Sim. Está... bem.", Miharu acenou com a cabeça lentamente, enquanto se perguntava com inquietação sobre onde no mundo eles realmente estavam. Mas não era apenas uma inquietação em seu coração — havia uma leve cautela também.

"Heeey!" Sem saber como Miharu estava se sentindo em seu coração, Masato gritou bem alto e chamou a atenção para a posição deles.

"Heeey!" Aki seguiu depois de Masato.

"Heeey!" As vozes de Masato e Aki eventualmente se sobrepuseram. Havia pessoas lá; colocados em uma situação completamente desconhecida, o alívio mental que esse fato trouxe para os dois foi incomensuravelmente.

As duas crianças agitaram os braços desesperadamente em um apelo enquanto gritavam. Então, tendo notado Masato e Aki, várias figuras deixaram a linha do outro lado. Havia três deles, e eles se aproximaram de Miharu e dos outros em um ritmo estranhamente rápido.

Masato e Aki perceberam esse fato e agitaram os braços alegremente.

"... Huh, um cavalo?"

Eles logo congelaram, porque notaram que as figuras que estavam se aproximando estavam a cavalo. Enquanto Masato e Aki estavam congelados, as figuras montadas vieram direto para eles.

"**** **!" O homem que cavalgava na frente gritou. Os três estudantes japoneses não conseguiam entender o que ele estava dizendo.

"***, ****!"

Quando o homem com aparência de líder gritou pela primeira vez, os outros dois pararam imediatamente.

Todos os homens montados a cavalo tinham feições faciais ásperas e claramente não eram japoneses. Eles estavam vestidos com uma armadura leve de couro com espadas de metal terrivelmente sólidas que estavam embainhadas na cintura.

Os homens acalmaram os cavalos que tinham acabado de parar e olharam para os três. Aki e Masato recuaram com medo.

Miharu também estava com medo, mas ficou na frente de Aki e Masato para protegê-los.

"Ah, umm... V-Você entende japonês?" Ela abriu a boca para tentar dizer algo, então deixou escapar a primeira pergunta que veio à mente com uma voz trêmula.

"****’ * ****, *** ***?" O aparente líder inclinou a cabeça desconfiado.

"Do you know where we are? We seem to be lost...", Miharu perguntou em inglês a seguir, recusando-se a desistir.

"*****." O homem balançou a cabeça como se estivesse desistindo de se comunicar.

"Huh? Inglês também não é bom? Então, umm, o que devemos fazer.... Talvez minha pronúncia foi ruim."

Incapaz de chegar a um entendimento mútuo, Miharu finalmente vacilou e sua inquietação continuou a aumentar. Ela foi oprimida pelas pulsações desagradáveis em seu peito.

Atrás de Miharu, Aki e Masato haviam se encolhido completamente em silêncio. Eles nunca falaram com nenhum estrangeiro em suas vidas, então eles estavam com medo.

Era compreensível — afinal, a outra parte estava equipada com espadas.

"****, ***’ * *** ***** **** *** ** ****? **** ** **** **** *** ****." Um dos homens a cavalo olhou para o rosto e corpo de Miharu com um sorriso enquanto dizia algo ao líder. Não havia restrição em seu olhar, fazendo Miharu ficar ligeiramente inquieta.

"****, *** '** *****." O líder respondeu ao homem com um sorriso na boca. Seu olhar também estava fixo em Miharu.

"*** ***** *** ****’ * ** *** ******. *** *****, *** ***** ***** ****." O terceiro homem também disse algo, com sua linha de visão em Aki e Masato enquanto eles estavam atrás de Miharu.

"Q-Quê?"

"Ei, isso não é meio ruim?", Aki e Masato disseram enquanto olhavam preocupados para os homens conversando entre si.

"*** *****, *** ****." O homem que parecia ser o líder disse algo, e os outros homens imediatamente desmontaram de seus cavalos. Todos eles começaram a caminhar casualmente em direção a Miharu, Aki e Masato.

Miharu abriu os braços diante de Aki e Masato para protegê-los, colocando-se na linha de fogo. Como Masato havia dito, ela tinha um mau pressentimento sobre isso ..., mas, realmente, ela sabia que já era tarde demais.

Os três recuaram lentamente.

"N-Não se aproximem!" Aki gritou de repente atrás de Miharu. Sua voz tremeu, provavelmente de medo.

Ela olhou para os homens ameaçadoramente, mas era como olhar para o cano de uma arma.

Um dos homens que se aproximava caiu na gargalhada ao ver o blefe de Aki. Então, o líder repentinamente puxou sua espada da bainha em sua cintura. Não importa como eles olhassem para ela, aquele brilho e espessura da lâmina não poderiam ser falsos.

"*** '* ****!" O homem com aparência de líder gritou de repente com Miharu, Aki e Masato.

"Eek!", Aki deu um pequeno grito.

Masato também se encolheu. Uma sensação ruim foi corroendo Miharu aos poucos, paralisando suas pernas. Era como se alguém tivesse um punho cerrado em volta do coração.

"V-Vamos correr! Depressa!" Masato disse.

" V-Vamos!" Aki assentiu vigorosamente.

"Não corram, vocês dois!" Miharu voltou aos seus sentidos com um sobressalto e, aflita, agarrou as mãos de Aki e Masato.

Os homens tinham armas e estavam a cavalo; ela duvidava muito que eles fossem capazes de fugir de pessoas assim, e correr poderia incitá-los a matar em vez disso.

Mais importante, o ar ao redor dos homens parecia anormal.

"Eh? Ah, mas..." Aki tentou dizer algo, mas parou.

"Não corram. Vocês não sabem o que eles farão, então os obedeçam em silêncio. Por favor?", Miharu murmurou, erguendo as mãos agarradas para apelar à disposição dela de ir sem resistência. Ambas as mãos dela tremiam de medo.

"****." O líder zombou pela falta de resistência de Miharu e dos outros, então deu algum tipo de ordem aos outros dois homens. Os dois homens de repente se moveram para obedecê-lo, amarrando as mãos de Aki e Masato com uma corda. Eles recolheram as mochilas que os dois carregavam e levaram as duas crianças até os cavalos, prendendo as cordas às selas.

Aki e Masato ficaram irritados, mas obedeceram silenciosamente como Miharu havia pedido. Os dois observavam ansiosamente Miharu, que foi a única que ficou para trás.

Então, um homem ficou ao lado de Aki e Masato para observá-los enquanto o outro homem se aproximava de Miharu. O homem olhou para ela com olhos pervertidos e soltou um assobio jovial, em seguida, estirou o braço em direção ao corpo dela com um movimento lascivo, quando—

"****! *** ****, *** ****!" O líder gritou com raiva, fazendo o homem retrair a mão com pressa. Estalando a língua, ele agarrou a mochila de Miharu e amarrou suas mãos de maneira impessoal.

Miharu congelou enquanto seu corpo tremia com um medo indescritível. As batidas em seu coração não paravam, mas quando ela fez contato visual com Aki e Masato preocupados, ela forçou um sorriso no rosto. Em seguida, Miharu foi levada e amarrada à sela de um cavalo, assim como Aki e Masato.

…. Esta foi a escolha certa? Miharu pensou ao ver o desespero nas expressões de Aki e Masato.

Se Aki e Masato tivessem tentado fugir antes, os homens poderiam ter matado um deles, e isso era algo que ela não podia permitir. Embora estar vivo não significasse ter esperança, morrer certamente era o fim.

"**** ***!" O líder deu uma nova ordem e os homens montaram rapidamente em seus cavalos.

Miharu e os outros foram puxados pela corda presa às selas dos cavalos e levados para o grupo principal ao qual os homens pertenciam.

◇◇◇

Miharu e os outros foram levados para uma estrada degradada que claramente não tinha manutenção. Nela havia mais de dez carroças com cavalos que formavam uma linha de duas fileiras; elas estavam cercadas por homens armados que protegiam seus conteúdos.

A maioria das carroças estava com as cobertas enroladas, expondo a plataforma interna ao ar livre. No entanto, a estrutura era feita de um metal tão resistente quanto o de uma cela de prisão e, dentro dela, havia um número incontável de pessoas com roupas esfarrapadas.

Para Miharu e os outros dois, que foram criados na sociedade moderna, estava claro neste ponto que este era um mundo diferente. Eles podiam ver a clara divisão de mundos entre os imponentes homens armados ao redor da carroça e as pessoas sem vida dentro da mesma. Miharu, Aki e Masato podiam praticamente sentir e ver a aura bizarra pairando no ar sobre o grupo.

Quando os homens — aqueles que haviam se separado do grupo para ir de encontro a Miharu e os outros dois — voltaram, toda a atenção se voltou para eles. Os três estavam claramente usando roupas fora do lugar, atraindo olhares suspeitos dos homens. No entanto, uma vez que a atenção em suas roupas estranhas diminuiu, os olhares dos homens foram gradualmente atraídos para a aparência de Miharu.

Com sua roupa e características físicas (como a cor do cabelo, por exemplo), estava claro para os homens que ela era estrangeira. Seu rosto era bonito, com traços lindamente refinados, e seu corpo feminino era verdadeiramente encantador — ela era magra, mas bem equilibrada. De sua aura suave que conseguia ser graciosa e dócil, sua educação parecia estar à altura da nobreza deste mundo.

Um vento enganosamente gentil soprou, agitando sua saia xadrez plissada e seu cabelo preto brilhante que se estendia por suas costas. Os olhos dos homens se arregalaram com a visão.

Miharu podia sentir intensamente os olhares presunçosos colados nela, e se mexeu desconfortavelmente, desviando os olhos.

"****?" Um homem bem vestido que apareceu do nada dirigiu-se aos homens que tinham buscado os jovens e fez uma pergunta. Seus olhos pousaram em suas amarras e se estreitaram rispidamente.

"**********. ******, ****, *******? ********." O líder olhou para os três enquanto dizia algo orgulhosamente para o homem bem vestido, em seguida, mostrou a ele as mochilas que eles carregavam.

"**, *******." O homem bem vestido pegou as mochilas e as inspecionou, antes de emitir um grunhido impressionado.

Ele olhou para os três e, com um sorriso exultante, aproximou-se deles com um olhar avaliador. Ele examinou suas roupas fixamente de perto, tocando cada um dos tecidos e arregalando os olhos com a qualidade.

Em seguida, o homem fixou os olhos no grupo, antes de se mover para frente de Miharu. Quando ele viu seu rosto temeroso, um sorriso sádico apareceu no seu. "****, ******?", ele perguntou, mas Miharu não conseguia entender suas palavras e apenas inclinou a cabeça timidamente. Em resposta, o homem bem vestido deu um sorriso vulgar.

"*******. **********." Ele apontou para Miharu e apontou com o queixo para os homens ao seu redor para seguir sua ordem; eles saltaram para responder prontamente.

Eles puxaram as mãos amarradas de Miharu pela corda, levando-a embora. A carroça para a qual foi conduzida era de melhor qualidade que as outras, possuindo uma cobertura adequada que poderia servir de abrigo contra as intempéries.

Incapaz de suportar a visão de Miharu sendo arrastada para longe, Aki gritou. "Miharu, espere!"

"Aki-chan, eu vou ficar bem. Você também, Masato-kun... Kya?!"
Miharu se virou para sorrir para Aki e Masato enquanto era levada embora, mas a corda foi violentamente puxada, fazendo-a perder o equilíbrio e quase tropeçar.
"Miharu-oneechan!", Aki gritou em pânico.
"Kyaa?!"
"Whoa!!"
Um estalo agudo ecoou, fazendo Aki e Masato se encolherem. A origem do som vinha de um chicote, que o homem bem vestido controlava habilmente com seu corpo acima do peso. Ele continuou a balançar o chicote como uma ameaça para Aki e Masato.
"Uhh...", Aki paralisou completamente.
"****. ** **** ***** *******." O homem bem vestido olhou para o medo de Aki e Masato e soprou pelo nariz com satisfação, baixando o chicote e dando uma ordem aos homens próximos.
Os homens armados entraram em ação, desta vez arrastando Aki e Masato para uma carroça que era diferente daquela para onde Miharu foi levada.
Sem outra escolha, Aki e Masato embarcaram na carroça; tinha sua plataforma exposta e havia hordas de meninos e meninas com cerca de dez anos de idade reunidos a bordo.
"M-Miharu-oneechan... O que devemos fazer, Masato? O que devemos fazer...", Aki perguntou a Masato. Ela ficou de pé na carroça e agarrou a estrutura de metal, extremamente irritada.
"A-Aki-neechan, eu sei como você está se sentindo, mas talvez seja melhor ficar quieta.", Masato sussurrou para ela, preocupado com o ambiente.
"Do que você está falando..." Aki começou a protestar em um tom emburrado quando percebeu que as outras crianças na carroça estavam olhando para eles. Ela prontamente fechou a boca.
Não havia um pingo de energia em seus rostos, mas era claro que estavam advertindo Aki e Masato. Talvez eles quisessem avisá-los para não fazer barulho e irritar os guardas.
"Vamos sentar em silêncio por enquanto. Não sabemos o que eles farão se causarmos um tumulto.", sussurrou Masato em seu ouvido, antes de ler a situação e se sentar na carroça. Com isso, Aki não teve escolha a não ser se sentar ao lado de Masato e abaixar a cabeça com tristeza.
Não muito depois disso, as carroças em que Miharu, Aki e Masato estavam partiram. No entanto, em pouquíssimo tempo, um alvoroço se seguiu. Um dos guardas ao lado das carroças apontou para fora da estrada e gritou alguma coisa.
"...O que?" Aki murmurou, erguendo a cabeça.
Ela nervosamente olhou ao redor do lado de fora da carroça e ouviu com atenção. Embora não pudesse entender suas palavras, ela percebeu que algum tipo de perturbação tinha acontecido; ao mesmo tempo, ela sentiu um leve toque de esperança de que pudesse usar essa chance para escapar, apesar do fato de que a porta da carroça estava trancada.
Naquele momento, Aki viu uma figura se aproximar do lado da estrada, ao lado da carroça onde Miharu estava. A figura parecia ser um garoto no meio da adolescência.
"... Huh?"
O garoto estava vestido com um sobretudo que ela imaginava servir como equipamento de viagem neste mundo, mas quando o rosto do garoto entrou em seu campo de visão, Aki engasgou. Seu cabelo era grisalho e ele tinha um rosto extremamente refinado, mas a atenção de Aki não foi atraída para ele por causa disso.
Ela engasgou porque ele parecia o mais próximo dela — racialmente — do que qualquer outra pessoa que ela havia encontrado neste mundo até agora. Se ela tivesse que descrever isso, ele parecia ser meio asiático.
O supracitado garoto aproximou-se da carroça e começou a dizer algo aos guardas. Ela não conseguia ouvir o que eles diziam, mas os homens estavam claramente sendo cautelosos com ele.
Logo em seguida, o homem bem vestido apareceu para ver o que estava acontecendo. O garoto disse alguma coisa, ao que o homem bem vestido balançou a cabeça abruptamente. Eles pareciam estar discutindo sobre algo.
O garoto de cabelos grisalhos então olhou brevemente para o comboio de carroças, e o homem bem vestido olhou para a carroça em que Aki e Masato estavam. Ele logo desviou o olhar novamente, mas seus olhos encontraram os de Aki por um segundo.
Ele veio aqui para nos salvar? Aki pensou consigo mesma, esperançosa, com uma estranha inquietação em seu peito. A esperança que brotou em meio a uma situação tão desesperadora pode ter sido apenas de puro otimismo, mas estava crescendo em um ritmo acelerado.
Aki estava encarando o garoto com um olhar ansioso quando, de repente, os homens ao redor deles começaram a baixar apressadamente a cobertura das carroças expostas. A cobertura da carroça em que Aki e Masato estavam também foi abaixada.
Por que estão nos escondendo?
Aki sentiu uma forte sensação de suspeita. Ela deve agir e procurar ajuda? E se ela tivesse interpretado mal esta situação? Fazer isso poderia fazer com que ela enfrentasse consequências terríveis mais tarde.
Ele acreditaria em suas circunstâncias para começar? Ela não sabia.
No entanto, este pode ser o ponto de inflexão em seu destino — a última chance possível para que sejam salvos. Se fosse esse o caso, ela não poderia simplesmente sentar e esperar.
Incapaz de suportar por mais tempo, Aki se levantou com grande vigor. "N-Nos ajude!", ela gritou desesperadamente, buscando a ajuda do garoto.
O olhar do garoto encontrou os olhos de Aki, e um instante depois, a cobertura da carroça foi abaixada diante de Aki. 

Comentários

Wesley disse…
Cabeças vão rolar, literalmente kk