Epílogo
Que horas eram? E onde era esse lugar?
Miharu se perguntou vagamente em sua consciência sonolenta.
"Miharu.", alguém chamou o nome dela.
Ai-chan... Sim, era a voz de Aishia.
Antes que ela percebesse, Aishia estava diante de Miharu. Aishia olhou para o rosto de Miharu de perto.
"Embora seja temporário, uma conexão entre a sua alma e a minha será feita por causa do caminho formado. Está bem?", ela perguntou de repente.
"E~tto, há algum problema em ter almas conectadas?", a boca de Miharu se moveu independentemente de sua própria vontade para confirmar nervosamente.
Ah, isso é um sonho. De antes de virmos para a vila... Miharu percebeu que estava dentro de seu próprio sonho, revivendo vividamente um acontecimento passado.
"Não particularmente. Talvez os ocasionais momentos de empatia?", Aishia respondeu inclinando a cabeça.
"Empatia?"
"Nossas mentes podem se conectar umas com as outras."
"E~tto, o que vai passar quando isso acontecer?", Miharu não conseguia imaginar isso em sua cabeça e buscou uma explicação mais específica.
"A mente e as memórias da outra pessoa podem ser transmitidas a você de alguma forma. Como déjà vu. Sou capaz de criar intencionalmente um efeito de empatia se estivermos em contato direto, mas não posso ativá-lo de longe por vontade própria. Também não vai acontecer com frequência. E é incontrolável. Mas pode acontecer quando qualquer um de nós está sentindo uma emoção forte.", Aishia explicou cuidadosamente pelo bem de Miharu. Embora normalmente alguém se sinta assustado e não goste disso, Miharu não mostrou nenhuma relutância, aceitando o caminho temporário com Aishia.
"Então, está bem. Use minha essência mágica até que o Haruto-san volte."
".... Entendido, obrigada.", disse Aishia.
Deste modo, foi assim que Miharu e Aishia formaram seu caminho temporário. Mas por que ela estava sonhando com isso agora? Miharu ponderou com sua mente sonolenta, mas ela não sabia. Enquanto ela pensava, sua visão mudou mais uma vez. Um sonho diferente parecia estar começando.
Quem é aquele? Miharu piscou maravilhada. Uma mãe de cabelo preto e seu filho de cabelo preto de cerca de cinco anos de idade estavam felizes andando na frente dela com as mãos dadas. Eles pareciam estar localizados em uma cidade em algum lugar de Strahl.
"Ei, Okaa-san. Por que Okaa-san e eu temos cabelos pretos? Somos os únicos diferentes das pessoas ao nosso redor.", o menino perguntou à mãe com curiosidade.
"Bem, você vê, Rio. Isso é porque seu Otou-san e eu viemos de muito longe, eu acho.", a mãe respondeu à pergunta do menino com uma expressão preocupada.
Rio? Esse é... Haruto-san? E a mãe do Haruto-san? Ela é linda.... Assim que Miharu percebeu que ela estava olhando para um jovem Rio, ela observou a mãe dele em transe.
"Todas as pessoas que moram longe têm cabelo preto?", Rio perguntou curiosamente.
"Sim, isso mesmo. Não somos só você e eu. O cabelo do seu Otou-san era preto, o cabelo de seu Ojii-chan era preto e o da sua Obaa-chan também.", sua mãe respondeu com um sorriso gentil.
"Hee... Eu quero conhecer o Ojii-chan e a Obaa-chan algum dia.", Rio observou o sorriso de sua mãe e sorriu de volta.
"...Vamos ver. Vou levá-lo para conhecê-los quando você crescer. Eles estão em um lugar chamado região de Yagumo.", disse sua mãe com outro sorriso, desta vez um perturbado.
"Mesmo? É uma promessa?"
"Sim, é uma promessa.", o sorriso de Rio era inocente demais para recusar. A mulher deu um sorriso maternal e assentiu com uma voz cheia de afeto. Era um dia caloroso e lindo na vida de uma mãe e de um filho.
No entanto, a visão de Miharu mudou mais uma vez. Lá, a mãe que estava segurando a mão de Rio e andando poucos momentos atrás, estava imobilizada com a face para cima por um homem bem constituído.
"Ei Rio, você está frustrado?", o homem zombou com um sorriso arrepiante, sua arma estava perfurada através do corpo da mãe. O jovem Rio se encolheu e chorou enquanto alcançava sua mãe em transe.
... Miharu não pôde deixar de desviar o olhar da cena.
De repente, um Rio adulto estava bem ao lado dela. Seu cabelo era grisalho e ele estava usando a roupa que Miharu estava acostumada a vê-lo usar. Rio tinha sua espada agarrada firmemente em sua mão enquanto olhava fixamente para a cena horrível.
Ah, H-Haruto-san... Ele não devia olhar, Miharu pensou, mas sua boca não abria.
Rio não prestou atenção à presença de Miharu, apenas observando a tragédia com um olhar terrivelmente frio. Depois de um momento, Rio começou a caminhar em direção ao homem.
Miharu não conseguia desviar os olhos. Ela soube imediatamente o que Rio estava tentando fazer. No momento seguinte, Rio cortou a cabeça do homem sem um momento de hesitação.
—! Foi aí que a mente de Miharu voltou a ficar sonolenta. Sua consciência estava desaparecendo rapidamente. Quando ela abrisse os olhos pela manhã, ela poderia perder suas memórias do sonho.
N-Não, eu não posso. Não acorde... Miharu não queria saber de uma história tão triste, mas também não queria esquecer. Sua memória desse sonho era algo que ela achava que não deveria ser esquecida. Ela achava que era algo que deveria olhar de frente, não importa o quão doloroso fosse. Assustada, triste, frustrada e desamparada, Miharu não podia fazer nada além de abraçar o Rio em seus sonhos.
Seu coração doeu..., mas foi quando a porta de suas memórias se fechou com força. A mente de Miharu finalmente se desvaneceu...
E amanheceu.
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