Duas semanas depois que Rio partiu da vila dos Seirei no Tami...
Deixados para trás na região de Strahl, Miharu e os outros viveram uma vida completamente pacífica, esperando calmamente pelo retorno do Rio. Atualmente, eles estavam no meio de uma pausa nos estudos de idioma. Aishia e Masato estavam tirando uma soneca, enquanto Miharu e Aki estavam sentadas no sofá da sala tomando chá.
"Me pergunto se Haruto-san estará de volta em breve...?", Miharu murmurou para si mesma. Embora suas palavras foram formadas como uma pergunta, ela estava mais ou menos falando consigo mesma. No entanto, seu murmúrio ainda claramente alcançou os ouvidos de Aki.
"Miharu-oneechan, você tem dito a mesma coisa há desde alguns dias.", Aki disse com uma risada forçada.
Por algum motivo, Miharu retrocedeu. "Eh...? É-É mesmo?", ela perguntou em uma voz aguda, inclinando a cabeça.
Miharu não tinha certeza de por que retrocedeu, mas agora que Aki mencionou isso, ela estava encontrando a si mesma pensando em Haruto do nada ultimamente.
"... O que há de errado, Miharu-oneechan?", Aki percebeu a delicada mudança em Miharu e a observou em dúvida.
"Nada mesmo. Por quê?", Miharu assumiu um ar calmo e encontrou o olhar de Aki.
"Não é nada..., mas eu me pergunto por quanto tempo vamos viver assim, certo?", Aki não parecia totalmente convencida, mas mudou de assunto mesmo assim.
"E~tto, o que você quer dizer com 'viver assim'?", Miharu perguntou.
"Nós deveríamos ser alunas do ensino fundamental e médio, sabe? Masato acabou de chegar à sexta série e nossa nova vida escolar estava prestes a começar..., mas agora Onii-chan e Satsuki-san se foram, e podemos nunca mais encontrar mamãe e os outros novamente. Eu realmente não sei, mas quanto mais essa vida continua, mais eu sinto que não poderemos mais voltar.", a expressão de Aki caiu impotente.
"Então Aki-chan está preocupada...", Miharu lentamente se levantou e foi até Aki, acariciando suas costas. Aki se inclinou sobre ela para ser mimada.
"... Miharu-oneechan não está preocupada?", ela perguntou nervosa.
"Estou... um pouco apreensiva, mas provavelmente não tanto quanto você.", Miharu balançou a cabeça com um leve sorriso.
"Por quê?", Aki olhou para o rosto de Miharu com curiosidade.
"Eu tenho Aki-chan e Masato-kun comigo, também Ai-chan e Haruto-san. Me sinto segura. É por isso que me pergunto se há algo que eu possa fazer em troca, porque lamento que você esteja preocupada.", respondeu Miharu. Seu sorriso era agridoce desta vez.
"... Miharu-oneechan é forte."
"Eu sou fraca. Se eu não tivesse Aki-chan e os outros, não estaria viva agora."
"Eu não acredito nisso... pelo contrário, eu deveria estar dizendo isso. Não sei onde estaria agora se não tivesse Miharu-oneechan comigo."
"Fufu, obrigada."
"Sim...", Aki disse timidamente, ainda parecendo um pouco insegura.
"Aki-chan. Graças a Haruto-san, temos conseguido viver pacificamente. Acho que é uma bênção incrível, não é? Então... que tal você tentar pensar um pouco mais positivamente?", Miharu perguntou gentilmente, tentando persuadir Aki.
"Isso é... Sim. Eu também acho, mas..."
"Como pensei, Aki-chan quer voltar para a Terra, certo?"
"Sim... Você não quer voltar, Miharu-oneechan?"
"Se eu dissesse que não quero voltar para casa... provavelmente seria mentira, mas não acho que haja necessidade de se apressar. Haruto-san está disposto a nos ajudar, afinal."
"Haruto-san...", Aki murmurou o nome de Haruto, com sua expressão ficando sombria. Ela estava muito melhor sobre isso agora, mas ainda não conseguia evitar pensar em alguém no fundo de sua mente sempre que ouvia o nome. Em particular, quando estava saindo da boca de Miharu, às vezes a deixava com um sentimento de conflito.
"O que Miharu-oneechan pensa de Haruto-san?", Aki perguntou de repente a Miharu. Ela notou que a mente de Miharu estava bem focada em Haruto recentemente, então estava curiosa.
"Hm? E~tto... O que quer dizer com isso?", Miharu perguntou de volta, observando a expressão de Aki com incerteza.
"Nada, realmente... É só — mesmo que Miharu-oneechan normalmente seja péssima tratando com garotos, parece agir muito natural quando está perto do Haruto-san... Estar totalmente em sincronia quando estão cozinhando juntos e rindo um com o outro. É por isso que eu estava pensando.... Então, como se sente em relação a ele?", Aki explicou sua pergunta hesitante, mas diretamente, para que Miharu não pudesse evitar de responder.
"C-Como? Eu me pergunto... Ele é confiável e uma pessoa muito legal, eu acho. E.…", Miharu respondeu timidamente, buscando dentro de si com uma expressão contemplativa.
"...E?", Aki pressionou.
"Não sei se é porque o nome dele é o mesmo, mas ele... meio que me lembra o Haru-kun... eu acho? Talvez?"
"O-O que você está dizendo?! Miharu-oneechan!", a expressão de Aki mudou com um sobressalto, e seu tom de voz imediatamente se tornando mais áspero.
".... Eh? Ah! D-Desculpe! Essa não era minha intenção!", Miharu tardiamente processou o que ela havia dito em voz alta e balançou a cabeça agitada. Embora ela sempre tivesse feito questão de não mencionar Haruto na frente de Aki, pensar sobre o Haruto neste mundo fazia o nome dele escapar sem querer de sua boca.
"Ei, Miharu-oneechan... Você realmente ainda se lembra dele? Mesmo que nunca possa vê-lo novamente? Ele provavelmente não se lembra mais de Miharu-oneechan também, então não o confunda com esse Haruto. Isso seria rude.", Aki retrucou. Ela se arrependeu assim que terminou de falar, porque ela era a única sobrepondo Haruto e Amakawa Haruto em seus pensamentos.
".... Sinto muito — fiquei muito irritada com isso. Eu vou esfriar minha cabeça."
Aki se levantou e saiu pela porta da frente para tomar um ar fresco, suas palavras estavam cheias de culpa.
◇◇◇
Eu sou uma idiota...
Assim que Aki cruzou a porta, ela imediatamente se agachou do lado de fora da casa, com vergonha. Ela não queria estar dentro; apesar de ter sido orientada a não sair de casa por qualquer motivo, ela queria um pouco de ar fresco.
Não tenho o direito de culpar Miharu-oneechan... Aki se arrependeu amargamente, dando um suspiro profundo. Até Miharu, que era tipicamente de temperamento calmo, pode ter ficado com raiva dela desta vez.
Talvez Miharu-oneechan ainda goste dele, afinal? Então... devo me desculpar por dizer coisas tão terríveis? Mas.... Uma emoção complicada preencheu Aki — ela queria se desculpar com Miharu e voltar as coisas como eram, mas sempre que o nome de Amakawa Haruto surgia, ela não conseguia evitar se lembrar de tudo sobre ele.
"Ah, mō~!", Aki gritou alto depois de algum tempo, sua cabeça estava cheia com muitos pensamentos para processar.
"Uum..." Um pequeno gemido soou a uma curta distância, mas foi muito baixo para alcançar os ouvidos de Aki. A porta da frente da casa se abriu e a figura hesitante de Miharu apareceu.
"U-Umm, sabe, Aki-chan. ...Eh? Kya?!", ela tentou chamar Aki timidamente, mas avistou duas criaturas cinzentas. Elas tinham a forma de humanos, mas claramente não eram humanos, e vagavam pela floresta a cerca de 20 metros de distância da casa. Miharu não conseguiu conter o grito.
"O-O que há de errado, Miharu-oneechan? Eek! O-O que é aquilo?!", Aki estremeceu de surpresa com o grito de Miharu, então seguiu seu olhar; ela recuou de horror ao ver as criaturas monstruosas.
Miharu despertou de seu susto com um sobressalto. "A-Aki-chan, corra para dentro de casa! Agora!", ela gritou agitada.
"M-Mas é estranho... Não deveria haver uma barreira os impedindo de entrar?", Aki observou os movimentos das criaturas com cuidado — não parecia que elas a haviam notado.
"Isso não é bom! Vamos avisar Ai-chan, venha depressa.", Miharu disse preocupada.
"Está tudo bem... Eu já estou aqui.", foi quando Aishia se materializou bem ao lado dela. Ela tinha uma expressão um pouco sonolenta e parecia ter acabado de acordar.
"Ah, Ai-chan ...", Miharu deixou escapar um suspiro de alívio.
"Aishia-san... O-O que é aquilo?", Aki perguntou a ela timidamente.
"Talvez... demônios. Eles não podem entrar na barreira, mas podem ser atraídos para a essência da própria barreira. Vou cuidar disso rapidamente — vocês duas entrem.", Aishia instruiu Miharu e Aki enquanto olhava vigilantemente para as estranhas criaturas.
"E-Está bem. Vamos, Aki-chan.", entendendo que elas não seriam nada além de um obstáculo, Miharu rapidamente correu até Aki.
Ela a puxou pela mão em direção à casa. Assim que Aishia confirmou que as duas haviam ido embora, ela lentamente começou se aproximar.
"Eles têm a forma de uma pessoa, mas não parecem ser humanos...?", ver os monstros estranhos lhe deu uma sensação estranha, fazendo-a inclinar a cabeça.
Os olhos deles estavam cheios de loucura, mas exceto pelo tom de suas peles, eles pareciam humanos. Isso estava claro agora que Aishia estava mais perto deles.... Embora depois que ela reajustou seu pensamento, a verdade era que nada disso importava.
Vou descobrir se eu derrotá-los.... Vou proteger Miharu e os outros. Esse foi o papel que Haruto deu a ela.
Com isso em mente, Aishia estendeu a mão direita em direção aos monstros. A luz fraca indicativa das artes espirituais começou a fluir de sua mão como um sinal de sua refinada manipulação de odo.
Aishia disparou uma bala de onda de choque no monstro — o ataque invisível fez contato direto e um som que lembrava o impacto de um martelo ecoou quando o corpo do monstro foi lançado voando pelo ar. Don!
A força foi suficiente para transformar os ossos de um humano em pó.
Aishia ajustou sua visão para o monstro restante impiedosamente.
"Uuuuuargh!"
Nesse momento, outro saltou da floresta. Era semelhante aos outros dois em termos de forma humanoide, mas sua pele era mais escura. Por alguma razão, o monstro mais escuro foi capaz de deslizar facilmente através da barreira e correr direto para Miharu e Aki, que haviam retrocedido para a porta da frente. Ele se moveu com bastante rapidez.
"Aki-chan, agache!"
Miharu viu o monstro negro se aproximando delas e, como recurso de última hora, usou o próprio corpo como escudo para cobrir Aki, abraçando-a.
"Eh?!", Aki perdeu o equilíbrio com o movimento repentino, sem saber o que estava acontecendo, embora pudesse perceber imediatamente que Miharu a estava protegendo, segurando-a perto dela. Assim que percebeu que o monstro negro se aproximava delas, Aki entendeu por que Miharu havia feito tal coisa.
"M-Miharu-oneechan?!", Aki não pôde deixar de gritar. Miharu estava em perigo — era evidente que não havia nada que elas pudessem fazer, mas Aki lutou e se contorceu mesmo assim.
Enquanto isso, Aishia reagiu apontando sua mão direita para o monstro negro, mas ela logo a abaixou. A morte do monstro era certa, mesmo sem ela levantar uma mão.
Restavam vários metros até que o monstro negro alcançasse Miharu e Aki, quando uma sombra negra desceu dos céus graciosamente. Presa no abraço de Miharu, Aki foi capaz de ver a figura por trás.
Ela imediatamente soube quem era.
Refletida em seus olhos e vestido com a armadura de Wyvern Negro estava a figura familiar de Rio.
"Aaugh?!" O monstro negro parecia estar surpreso com a forma como Rio apareceu de repente diante de seus olhos. Sua velocidade caiu por um momento, congelando no local — o que provou ser um erro fatal.
Rio imediatamente apontou para a abertura que o monstro havia criado. Ele saltou para frente com todas as suas forças e golpeou usando o cabo da espada com extrema precisão no plexo solar do monstro, lançando-o dez metros para trás. Um humano de verdade teria sofrido uma insuportável dor e lutado para respirar. No mínimo, o dano puramente físico do ataque o teria deixado com órgãos rompidos.
No entanto, o monstro negro segurou a mão contra seu abdômen enquanto cambaleava para ficar de pé. Não parecia capaz de compreender o que havia acontecido.
"Guuargh, aurgh?", ele gemeu curiosamente.
Que textura foi essa bem agora? Esse monstro era duro como uma rocha. Parecia ter recebido algum dano, mas ainda se levantou depois de receber o golpe.... Mesmo que eu tenha atacado com a intenção de incapacitá-lo... Rio observou a criatura escura um pouco surpreso.
Enquanto isso, Aishia se aproximou e se desculpou com uma expressão arrependida. "... Haruto, sinto muito. Miharu e os outros estavam em perigo."
"Não, tenho certeza que você teria chegado a tempo, Aishia. Posso ter metido o nariz onde não fui chamado, mas estou feliz que pareça que voltei na hora certa. Me desculpem, vocês duas. Eu voltei tarde...", Rio balançou a cabeça com um sorriso forçado, então olhou para Miharu e Aki atrás dele.
"Ah, H-Haruto-san... Miharu-oneechan, Haruto-san está aqui.", Aki suspirou de alívio.
Miharu timidamente abriu os olhos, depois de fechá-los com força, e se virou. "Haruto...-san...", ela chamou em transe.
Ela olhou para o rosto dele com olhos confusos; foi a primeira vez que Rio a viu com tal expressão.
"Está tudo bem agora.", Rio disse gentilmente, puxando Miharu pela mão para ajudá-la a se levantar.
"... M-Muito obrigada. Ah, d-desculpe.", Miharu aceitou a mão de Rio e se levantou, mas seus joelhos ainda pareciam fracos. Ela cambaleou para frente e se apoiou nele. Ele a apoiou em seus braços, corando de vergonha. Enquanto isso, Aki se levantou sozinha.
"Aki-chan, posso deixar Miharu-san com você? A batalha ainda não acabou, então vocês duas vão para dentro da casa. Vai acabar rápido.", Rio disse com um sorriso irônico.
"S-Sim.", Aki assentiu hesitantemente antes de se aproximar de Rio e apoiar Miharu em seu lugar.
Em poucos segundos, Miharu e Aki entraram na casa, com a porta batendo atrás delas.
"Aishia, você sabe o que eles são?", Rio perguntou a Aishia, observando as três criaturas de formas estranhas assim que confirmou que Miharu e Aki haviam entrado.
"Eu não sei, mas... parece que eles são de uma classe de demônios. Além disso, o preto provavelmente é forte.", Aishia explicou claramente.
"Entendo. Mas eles já estão feridos... embora ainda pareçam bastante enérgicos."
Enquanto Rio e Aishia trocavam informações rapidamente, o monstro negro já havia recuperado a maior parte de sua vitalidade. Ele ficou de pé enquanto os encarava agressivamente.
"O cinza que eu ataquei parece ter se recuperado também.", Aishia disse, olhando para o monstro cinza que ela havia enviado voando antes.
"Não importa se eles são apenas naturalmente fortes ou têm algum tipo de habilidade anormal de recuperação; o que temos que fazer não muda. Vou limpar o resto deles, então afaste-se um pouco, Aishia."
"Haruto, não precisa se preocupar comigo. Não importa se os oponentes são de aparência humana ou humanos reais, não mostrarei misericórdia a alguém que ficar no caminho do Haruto.", Aishia balançou a cabeça resolutamente.
Rio hesitou por alguns instantes. ".... Compreendo. Vamos nos dividir e lidar com eles, então. Vou cuidar do preto.... Posso deixar os outros dois para você, Aishia?", ele perguntou a Aishia com um suspiro.
"Claro.", Aishia assentiu calmamente.
"Guaargh!" O monstro negro parecia ter resolvido fugir; ele soltou um rugido alto para sinalizar sua retirada. Em resposta, os cinzentos gemeram e deram meia volta para fugir também.
Eles têm inteligência para saber fugir de oponentes contra os quais não podem vencer? Um pouco surpreso, Rio os observou bater em retirada.
As figuras de Rio e Aishia desapareceram de sua posição, enquanto se aproximavam respectivamente das criaturas preta e cinzas, de forma instantânea, movendo-se para atacar.
"Gargh?!" Quando Rio apareceu diante do monstro negro, ele torceu o corpo do inimigo e o lançou contra o chão. Não pareceu surtir muito efeito, pois o monstro negro se levantou usando seus incríveis reflexos, movendo-se imediatamente para o contra-ataque.
É rápido, mas.... Seus movimentos são lineares e seus ataques simples.
Rio facilmente se esquivou do ataque e cravou o joelho no plexo solar que havia ferido antes.
"Gruh?" O corpo do monstro negro se ergueu no ar. Rio agarrou os pés de seu oponente e o girou, deslocando suas juntas enquanto o batia no chão. O monstro negro soltou um gemido de dor.
"Você com certeza é duro. Consegue entender o que estou dizendo?", Rio perguntou, pisando no abdômen da criatura negra. Apesar de sua cor de pele diferente, sua forma ainda era humana, então ele se perguntou se seria possível se comunicar com ela.
"Gruuuugh." O monstro só conseguiu dar um gemido baixo.
.... Não é bom, huh? O que é esse cara, afinal? Bem, se for um monstro, deixaria uma pedra mágica, eu acho.
Com um suspiro, Rio puxou a lâmina de sua cintura. Ele nunca tinha visto nem ouvido falar de um monstro como aquele antes; a fim de verificar se era realmente um monstro ou não, Rio enfiou sua espada no coração da criatura negra.
"Gragh!" A criatura negra gritou mais alto do que nunca enquanto se debatia descontroladamente. Mesmo com uma espada no coração, ela ainda se movia. Tinha bastante resistência.
Um tanto chocado, Rio olhou para o monstro negro se contorcendo de dor. Eventualmente, a luta da criatura negra desacelerou. "Por favor, me mate.", parecia declamar lentamente.
Com os olhos arregalados, Rio percebeu os movimentos de sua boca, então acabou com a vida do monstro negro. Com um ruído de estalo limpo, seu corpo começou a se desfazer em pó, deixando para trás uma enorme pedra azul em forma de coração.
Então, era um monstro. Mas a forma como sua boca se moveu no final... Rio pegou a pedra mágica deixada pelo estranho monstro com uma expressão conflitante.
"Haruto, eu terminei aqui também.", Aishia se aproximou com duas pedras mágicas nas mãos. A expressão dela era tão pura, foi como se sua mentalidade brutal de antes tivesse sido lavada completamente.
"... Obrigado, Aishia. Vamos entrar? Há algo que preciso lhe contar." Com um pequeno sorriso, Rio guiou Aishia de volta para dentro de casa.
◇◇◇
Assim que Rio e Aishia entraram—
"E-Eu sinto muito!", Aki baixou a cabeça, o rosto completamente pálido.
"E~tto, por que está se desculpando?", Rio perguntou, surpreso.
"Umm... Mesmo que nos foi dito para não sair de casa sem um bom motivo, eu saí e fiz Miharu-oneechan se colocar em perigo..."
"Não, bem... O que aconteceu agora foi um acontecimento bastante irregular. Mas, bem.... Por que você saiu?", Rio perguntou com um olhar preocupado.
"U-Umm, foi minha culpa! Eu estava sendo indiferente aos sentimentos de Aki-chan e a deixei com raiva...", Miharu defendeu Aki com pressa.
"Isso não é verdade! Eu... eu... sinto.... Sinto muito, Miharu-oneechan. Sinto muito...", as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Aki enquanto ela falava, agarrando-se a Miharu, que gentilmente acariciou as costas de Aki com uma expressão perturbada.
"Parece que eu não preciso dizer mais nada.", disse Rio com um sorriso.
"Mm... Oh? Haruto-niichan está de volta. Huh, Aki-neechan está chorando?", um sonolento Masato apareceu na sala com um grande bocejo.
"E-Eu não estou! Seu manequim despreocupado!", Aki se separou de Miharu às pressas, girando o rosto de mau humor.
"Hmm?" Masato inclinou a cabeça e olhou para o rosto de Aki.
".... Deixando isso de lado, foi decidido que vamos nos mudar.", disse Rio, mudando de assunto forçadamente por consideração a Aki.
"Ooh, de verdade?!", Masato perguntou, com sua atenção sendo desviada de Aki para Rio.
"Sim. Tenho certeza que tem sido estressante para vocês, sendo incapazes de sair livremente... e deve ter sido chato, mas vocês vão poder viver suas vidas confortavelmente em outro local."
"É verdade que todo o estudo deixou meu corpo todo rígido... Espera, quando vamos nos mudar?"
"Estou pensando amanhã, talvez. Mas existem algumas regras que precisam ser esclarecidas antes de seguirmos. Repassaremos os detalhes enquanto comemos alguns lanches, vamos?", Rio falou, então entrou na cozinha.
◇◇◇
Na manhã seguinte, os cinco partiram para a vila do povo espiritual.
"Vamos nos mudar para nosso novo local, agora. O cenário diante de vocês mudará em um instante, igual quando vocês vieram a este mundo. Mas não é perigoso, então relaxem.", disse Rio a um grupo bastante nervoso, após colocar a casa de rocha no Armazenamento Espaço-Tempo.
"Não... Na verdade, é mais como se estivéssemos nervosos imaginando como são as outras pessoas.", disse Masato de uma forma incomumente perturbada.
A outra parte que eles estavam prestes a encontrar era outra coisa, afinal. Todos receberam uma explicação clara sobre o povo dos espíritos e sua vila ontem; elfos, anões e bestiais — todos eram seres com os quais o amante de fantasias Masato estava bem familiarizado e algo que ele admirava muito. Não havia como ele não ficar nervoso.
"Todos eles são pessoas incrivelmente legais, então você fará amigos em pouco tempo. Agora, vamos lá. Estamos todos prontos?", Rio disse com um sorriso, olhando para todos.
"Sim, por favor.", Miharu respondeu com uma voz um tanto rígida, seguida por Aki e Masato assentindo em resposta.
"Estou pronta a qualquer hora.", Aishia concordou com seu tom completamente relaxado de costume.
"Então, aqui vamos nós. Teleport!", com um sorriso, Rio ativou o cristal de teletransporte em sua mão.
O ar começou a se torcer e se dobrar intensamente, envolvendo o grupo. No momento seguinte, eles desapareceram de seu local original e se teletransportaram para um lugar perto da vila do povo espiritual.
"O-Ooh... Sim, foi isso! Essa foi a sensação que tive quando minha visão de repente se distorceu naquela vez...", Masato disse, olhando ao redor. Os olhos de Miharu e Aki também estavam vagando.
"Existem muitas presenças estranhas... elas são semelhantes à minha.", Aishia inclinou a cabeça e murmurou.
"Esses são provavelmente os espíritos da vila — parece que os espíritos podem sentir a presença uns dos outros. Os espíritos mais tímidos são bons em suprimir sua aura, mas há muitos espíritos na vila.", disse Rio, dando um palpite sobre a origem do que Aishia estava sentindo.
"Há um espírito com uma aura realmente grande."
"Essa provavelmente é Dryas-sama. Um espírito humanoide como você, Aishia."
"Há outro... não Dryas, mas outro grande espírito está se aproximando por aqui.", disse Aishia, em seguida, olhou para o céu. No final de sua linha de visão estava o espírito contratado de Oufia, Aerial, aproximando-se em uma velocidade bastante rápida.
".... Um pássaro?", o olhar de Aki se fixou na aproximação de Aerial.
"Não é muito grande? Tem gente montando nele...", Masato disse com uma expressão confusa. Enquanto eles estavam olhando, a figura de Aerial ficou cada vez maior, antes de finalmente chegar ao ar acima do grupo de Rio. Aerial começou a circular no ar conforme começou a diminuir sua velocidade de vôo.
"Tem... garotas montadas sobre ele.", Miharu murmurou.
"Pessoal, elas são minhas preciosas amigas. E—", Rio começou a explicar a Miharu, quando uma garota pulou de Aerial primeiro.
Foi Latifa. Ela olhou para os rostos dos recém-chegados e sua expressão vacilou por um momento. "... Bem-vindo de volta, Onii-chan!"
Ela rapidamente respirou para se preparar e correu para Rio, colidindo nele com um abraço.
◇◇◇
Uma tarde, um pouco antes do pôr do sol, em algum lugar de Strahl...
Reiss estava parado nas sombras da floresta que se estendia pelos arredores a oeste de Amande. Ao redor dele estavam vários monstros e homens horríveis, que pareciam ser aventureiros, deitados inconscientes.
".... Um esquadrão não voltou. Não me diga que eles foram derrotados.... Derrotar um esquadrão de 'Revenants', especialmente com um de corpo aprimorado junto, não é um feito simples.", Reiss murmurou duvidosamente.
Minhas ações foram um pouco chamativas desta vez... o esquadrão de investigação da cidade deve ser formado em breve. Reiss bateu a mão na boca, pensativo, antes de soltar um suspiro irritado.
"Minha nossa. Acho que devo ficar quieto e permanecer de olho nas coisas por um tempo.... Também fui convidado para a cerimônia de casamento de Charles Albor daqui a dois meses. A noiva dele é Celia Claire, se bem me lembro... Como um idiota como aquele agarrou tal coisa está além de mim.", ele cuspiu amargamente, antes de voltar seu olhar para os aventureiros inconscientes.
".... Embora o plano tenha que ser adiado um pouco, os números caíram. Acho que terei que mudar os materiais que tenho aqui e agora.... Quantos restarão desta vez, eu me pergunto?", Reiss sorriu como um demônio enquanto caminhava lentamente em direção aos aventureiros inconscientes.
Comentários
Postar um comentário