Capítulo 4: Reencontro com Celia
Quase uma hora se passou desde que Rio e Aishia deixaram a academia.
Rio estava voando no céu acima do castelo sozinho. Seu sobretudo preto o camuflava completamente contra o céu noturno, tornando quase impossível para ele ser visto do chão.
Já faz um bom tempo desde que entramos... Aishia realmente sabe como é a aparência da Sensei? Rio pensou, olhando para o enorme castelo abaixo.
Como Aishia dormiu dentro do Rio por tanto tempo, ela não havia se encontrado com Celia antes. No entanto, por algum motivo, Aishia afirmou que conhecia o rosto de Celia. Aparentemente, pelo elo espiritual que ligava um espírito contratado ao contratante, era possível ler as memórias do contratante. Se isso fosse verdade, explicaria por que Aishia conhecia o rosto de alguém que ela nunca encontrou, por que ela falava japonês e por que suas técnicas de artes marciais eram tão semelhantes às do Rio.
Dito isso, com o tempo que se passou desde que ela entrou no castelo sozinha, ele não podia deixar de se preocupar com ela. Sem mais nada para fazer, Rio ficou perdido em seus pensamentos por um tempo, até que uma mensagem telepática chegou de Aishia.
Haruto, encontrei a Celia.
Sério?
Sim. Ela está localizada em um grande edifício na extrema esquerda do portão da frente. Provavelmente é uma casa de hóspedes. Há uma suíte independente inteira que pertence a Celia. Parece que ela acabou de jantar e agora está de volta, Aishia respondeu.
.... Entendido. Existe alguma área onde eu possa entrar?
Há muitos guardas de segurança dentro do edifício e alguns cavaleiros na frente do quarto da Celia, então terá que entrar pelo terraço. Eu vou guiá-lo em minha forma espiritual.
Obrigado. Vou voar acima da casa de hóspedes primeiro. Seguindo as instruções de Aishia, Rio desceu graciosamente do ar acima da casa de hóspedes. Pelo que ele pôde ver no caminho, a segurança era de fato tão severa quanto se poderia esperar de um castelo real. Enquanto ele descia dos céus, ele avistou guardas de segurança patrulhando por todo o lugar. Porém, com sua habilidade de voar, Rio demorou apenas meio minuto para chegar acima da casa de hóspedes.
A casa de hóspedes era um edifício construído separadamente do castelo e montado de forma que só pudesse ser acessado passando pela robusta ponte de pedra que a ligava ao castelo. Com a cerimônia de casamento se aproximando, a casa de hóspedes tinha muitos visitantes hospedados, resultando em mais guardas de segurança lá do que perto do castelo.
Celia está em uma suíte separada cercada por um lago... O edifício mais próximo do castelo, a voz de Aishia ecoou na cabeça do Rio.
Entendi. Lá — Rio identificou o edifício imediatamente.
Para chegar à suíte, normalmente seria necessário usar a ponte suspensa dedicada, mas Rio simplesmente sobrevoou com suas artes espirituais.
Há vários cavaleiros na frente da porta, então desça para o telhado primeiro.
Entendido, Rio respondeu, pousando no telhado da suíte separada.
Celia está no segundo andar. A sala do canto mais perto do castelo.
.... Esta?
Sim, o quarto da Celia fica logo abaixo. Há um cavaleiro guardando a porta, mas Celia é a única que está dentro. Entrar pelo terraço seria uma escolha sábia, Aishia indicou por telepatia.
Entendido. Vou descer para o terraço, então.
Sim. Vou destrancar a janela.
Com uma respiração profunda, Rio desceu ao terraço; então, a janela da sala foi destrancada com um clique. Aishia estava dentro da sala em sua forma física.
Este é o quarto dela. Onde está Celia-sensei?
Do outro lado da porta é um ateliê — Celia está lá. Aishia calmamente apontou um dedo para uma das várias portas do quarto.
Entendido. Estou indo.
Eu estarei de guarda na minha forma espiritual e avisarei se alguém vier.
Está bem. Obrigado por tudo, Aishia.
Não foi nada. Aishia balançou a cabeça e se transformou em sua forma espiritual mais uma vez; as partículas de luz se espalharam por toda parte. Rio caminhou em direção à porta do ateliê de Celia e parou diante dela.
Eu acho... que seria melhor não bater. Não era muito educado, mas boas maneiras não importavam quando ele estava entrando sorrateiramente.
Rio abriu a porta silenciosamente.
◇ ◇ ◇
Depois de terminar o jantar e se despedir de Roland e Charles, Celia foi direto para seu quarto. Em uma propriedade tão grande como esta, o único lugar onde ela tinha alguma sensação de privacidade era o próprio quarto.
Foi a primeira vez que me encontrei com Otou-sama em anos, mas não pudemos ter nenhuma conversa significativa... Celia pensou com uma cara sombria.
Mas, estou feliz por poder confirmar a segurança do Otou-sama. O pior cenário foi evitado, ao que parece...
Antes de o noivado de Celia ser decidido, o conde Claire era secretamente suspeito de ajudar o duque Euguno a tirar a segunda princesa, Flora, da capital, colocando o próprio conde Claire em uma posição precária. Para esclarecer essa suspeita, foi decidido que sua filha se casaria com Charles como uma espécie de sacrifício humano. E se ele foi autorizado a encontrá-la como antes, isso significava que a posição de Roland havia se recuperado.
Cumpri meu propósito de recuperar a posição de minha família, certo? Tudo o que me resta agora é ser refém desse homem pelo resto da minha vida. Isso é tudo. Sim, isso é tudo que há para fazer... Celia mordeu o lábio enquanto tentava se convencer. Agora que o noivado estava gravado em pedra, seria impossível para Charles, e a família do duque Albor atrás dele, tratarem a família do conde Claire com desdém por mais tempo, e era por isso que tudo que Celia tinha a fazer agora era se tornar silenciosamente a marionete de Charles.
Isso era tudo. Ela já havia se resignado ao seu destino.
Mas..., mas... Antes do fim... Antes de me casar.... Eu queria ver o Rio, Celia pensou desesperadamente, seus olhos foram atraídos para a superfície da mesa de trabalho da sala. Lá, uma única carta estava entre os materiais de pesquisa. Era uma carta que Rio havia enviado vários meses atrás.
Celia pegou a carta e a apertou contra o peito. Quase parecia que Rio estava ao lado dela. Ela abriu o envelope com cuidado e leu, apesar de já ter feito isso inúmeras vezes. Não havia nada de especial no conteúdo escrito, mas saber que os caracteres foram escritos por Rio fez seu coração ansiar desesperadamente.
Quando Celia recebeu a carta, mal tinha permissão para permanecer em seu laboratório de pesquisas na academia, razão pela qual ela conseguiu trazê-la aqui junto com seus materiais de pesquisa sem inspeção. A carta que ela recebeu há quatro anos também foi guardada com cuidado aqui.
Ultimamente, porém, ao reler as cartas, Celia percebeu que não conseguia tirar Rio de sua mente.
Eu acho... que eu gostava do Rio. Se eu percebesse naquela época...
Se ela tivesse, eles poderiam ter sido capazes de criar memórias ainda melhores um com o outro. Ela pode ter sido capaz de confessar seus sentimentos honestamente a ele.
Sempre que esses pensamentos enchiam sua cabeça, Celia não conseguia deixar de sentir vontade de chorar.
No entanto, estava tudo no passado. Ela se casaria com outro homem amanhã, e provavelmente precisava se livrar das cartas que recebeu de seu primeiro amor, que ela continuava a agarrar teimosamente.
Pode ser melhor se nunca mais nos encontrarmos. Essas cartas só vão me deixar mais angustiada, então eu provavelmente deveria me livrar delas agora... Celia pensou com uma expressão chorosa.
Elas eram fáceis de ser descartadas — tudo o que ela precisava fazer era rasgá-las e queimá-las. Celia olhava fixamente para as cartas enquanto as considerava, quando um leve clique da única porta da sala rompeu o silêncio.
"Q-Quem é?!", Celia perguntou assustada. Ela misturou apressadamente as cartas entre seus materiais de pesquisa na mesa antes de olhar para a porta.
Lá estava um garoto de cabelos grisalhos no meio da adolescência, vestido com um sobretudo preto.
◇ ◇ ◇
Rio lentamente abriu a porta do ateliê de Celia, quando a voz dela soou de dentro, quase imediatamente.
"Q-Quem é?!"
A sala estava calorosamente iluminada pela luz de lâmpadas mágicas; Rio teve um vislumbre de Celia colocando algo em sua mesa em uma confusão.
"Calma... Sou eu, Celia-sensei.", ele pressionou um dedo contra os lábios para silenciá-la.
"...Sensei? Isso faz de você um aluno da academia, então? Como você entrou? Devia haver vários cavaleiros montando guarda, não?", Celia o questionou com cautela, recuando lentamente enquanto o fazia.
Havia um aluno assim antes? Uma criança estrangeira? Ela se perguntou enquanto olhava para o rosto de Rio duvidosamente. Seu corpo era masculino e sua forma era magra, mas visivelmente tonificada. O rosto do garoto era andrógino, com traços bonitos e refinados, e seus olhos pareciam gentis.
No entanto, havia algo suspeito sobre ele.
Seu rosto estava totalmente revelado, mas suas roupas não pareciam ser de alguém que veio aqui por meio de qualquer procedimento oficial. Assim, o primeiro pensamento de Celia foi que a pessoa diante dela era um agente secreto. Afinal, era típico que homens e mulheres atraentes fossem selecionados como espiões.
"Eu era aluno da academia. Como cheguei aqui é uma história bastante longa que vou omitir por enquanto. Os cavaleiros ainda estão protegendo o lado de fora de seu quarto, por isso, fique tranquila.", Rio respondeu, meio divertido.
".... Um antigo aluno?" As dúvidas de Celia ficaram mais fortes, mas por algum motivo, sua voz soou um tanto familiar para ela.
"Sou eu. Rio. Escrevi uma carta dizendo que viria vê-la, não foi?", Rio disse, sorrindo.
".... Eh?" Os olhos de Celia se arregalaram e ela congelou.
"Já faz muito tempo, Celia-sensei.", Rio disse, removendo seu colar para que seu cabelo mudasse de cinza para preto. Celia piscou sem expressão várias vezes enquanto olhava para o rosto dele.
"Ah... eh? R... Rio?", ela murmurou, bastante abalada.
Ele definitivamente se parecia com a pessoa em questão; no segundo em que seu cabelo ficou preto, a semelhança tornou-se impressionante. Não admira que sua voz soasse familiar. Mesmo que sua voz tivesse mudado durante a puberdade, ainda soava como Rio
“...Sensei? Eu te surpreendi tanto assim?", Rio inclinou a cabeça com um olhar preocupado, olhando para a perturbada Celia. Os olhos dela de repente se encheram de lágrimas.
"É mesmo, o Rio?", ela perguntou com a voz trêmula, desesperadamente se segurando para não chorar externamente.
Rio sorriu gentilmente e assentiu. "Sim, eu voltei como prometi. Já se passaram quase quatro anos, não é.… oh."
Celia de repente saltou no peito de Rio, e ele pegou seu corpo, gentilmente.
"Rio, é o Rio. É mesmo o Rio, não é?!", Célia perguntou a ele, levantando o rosto de seu peito.
Ela não se importava por que Rio estava nesta sala agora; o maior problema era se a pessoa diante dela era realmente o Rio, ou se ele era apenas uma ilusão que ela estava alucinando.
"Sim, sou eu mesmo.", Rio assentiu suavemente.
Celia tocou o corpo do Rio e enterrou o rosto em seu peito. ".... Sim, é cálido. O cheiro é do Rio também. Isso não é um sonho, certo?", ela perguntou nervosa.
"Sim, isto não é um sonho. Sou eu. Eu estou vivo. Senti sua falta, Sensei." Rio hesitantemente envolveu seus braços em volta das costas de Celia.
"Eu também senti sua falta... Eu queria te ver... Queria muito te ver. Você cresceu tanto em tão pouco tempo...", Celia olhou feliz para Rio, com os olhos brilhando.
"Eu também..., mas Sensei não mudou nada.", Rio disse, sorrindo maliciosamente para ela. Ela permaneceu atordoada por um momento.
"Eh? O-O que está dizendo? Mō~. Você foi quem que cresceu demais. Eu me tornei um pouco mais feminina também, para que você saiba!", ela inflou as bochechas e olhou para Rio.
"Sim, ficou linda.", Rio simplesmente assentiu com alegria.
"...?! Lá vai você de novo, dizendo coisas assim...", Celia corou de um vermelho vivo e enterrou o rosto no peito de Rio mais uma vez. Então, um instante depois, ela começou a bater no peito dele para se livrar do constrangimento.
"É verdade. Sensei está tão jovem quanto costumava ser... Mas se tornou ainda mais bonita.", Rio sacudiu a cabeça suavemente, falando em um tom gentil.
"Ugh... S-Se quiser colocar dessa forma, então Rio ficou mais bonito também. Você está mais forte, mais alto e mais viril, e aceita os outros, e.… e~tto...", Celia começou a falar enquanto olhava para Rio, com a intenção de se vingar de suas palavras. No entanto, aos poucos ela foi ficando mais envergonhada e acabou corando mais uma vez, até que soltou um fraco gemido.
"Uu~..."
Enterrando o rosto no peito de Rio mais uma vez, ela agarrou suas roupas. Com o quão perto o estava agarrando, ela podia ouvir claramente a batida do coração de Rio. Era aconchegante, tranquilizante e muito confortável. Celia queria ficar assim para sempre.
"E~tto, muito obrigado.", Rio disse timidamente. Então, depois de se perder na calidez de Rio, Celia voltou a seus sentidos com um sobressalto.
"Ah, sim. E-Eu realmente estou feliz que pudemos nos reunir com segurança. Bom trabalho ao voltar, e vamos deixar por isso mesmo!", ela disse em uma voz aguda, seu corpo estava tremendo.
"Sim.", Rio disse feliz, assentindo com firmeza. No entanto, sua expressão logo caiu. ".... Eu ouvi a notícia. Sensei vai se casar."
"Ah… Sim. Isso mesmo.", por um instante, os olhos de Celia vacilaram de tristeza, antes que ela logo esboçasse um sorriso falso com todas as suas forças e concordasse.
Ver Celia assim fez Rio dar mais um passo à frente. "Ouvi dizer que seu marido será Charles Albor."
"V-Você sabe sobre isso também?", Celia timidamente evitou o olhar de Rio.
".... Peço desculpas por ser tão franco, mas é esse o casamento que Sensei desejava?", Rio foi direto ao ponto com uma expressão totalmente séria.
"Eh, não... Umm... Por que tão direto?", Celia deu uma resposta vaga tingida de culpa e, em vez disso, redirecionou a pergunta.
"Desculpa, sei que estou sendo terrivelmente precipitado. No entanto, sabendo que não há muito tempo até o seu casamento e que Charles Albor será o marido, eu simplesmente não podia esperar e não fazer nada. Também não cheguei aqui pelos procedimentos oficiais."
".... Eh? E~tto, de forma alguma você entrou aqui sorrateiramente, não foi?", Celia perguntou incrédula.
"Sim, eu entrei."
"Esta é atualmente a área mais fortemente protegida de todo o reino... Se você realmente se infiltrou, então essa falha se refletirá em todos os cavaleiros e soldados, e até mesmo no próprio reino."
"Não houve nenhum problema com a segurança. Eu simplesmente encontrei uma brecha para minhas habilidades — não é como se qualquer um pudesse ter entrado, então não precisa se preocupar com isso. Localizar a Sensei e encontrar uma maneira de entrar sorrateiramente exigiu um pouco de esforço. No entanto, já que estamos com pouco tempo agora, eu preferia que você pudesse apenas dar um resumo do que aconteceu...", Rio disse, retornando a conversa perdida de volta ao tópico.
".... Sim, tem razão.", Celia assentiu suavemente. Ela ainda deve ter tido suas dúvidas, mas concordou com ele mesmo assim.
"Quando eu ainda era estudante, lembro que Sensei colocou toda a sua paixão em suas pesquisas e tinha uma opinião bastante negativa em relação ao casamento. Claro, não parecia que estava completamente desinteressada...", Rio relembrou, trazendo à tona o passado em questão.
".... Me pergunto se esse era o caso. Que nostálgico.", Celia sorriu um tanto tristemente.
"É claro, isso não significa que Sensei não poderia ter mudado de ideia. Muitos anos se passaram desde que eu a vi pela última vez, então é definitivamente possível que tenha mudado de opinião naquela época. É por isso que sei que pode ser agressivo da minha parte, mas gostaria de saber se este casamento era algo que Sensei queria do fundo do coração, para que eu possa te dar minhas bênçãos também.", Rio explicou honestamente.
"Ahaha... quer dizer, eu concordei com esse casamento...", Célia deu uma risada amarga, mas ela escolheu usar o termo "concordar" em vez de "desejar" — talvez, intencionalmente.
"Mesmo que seu futuro marido seja aquele Charles Albor?", Rio perguntou, observando o rosto de Celia de perto.
".... Você também tem uma conexão com ele, huh.", Celia desviou o olhar de Rio com culpa.
"Sua família estava em uma posição desfavorável? E então a família do duque Albor apareceu, exigindo vigorosamente a proposta?", Rio formou uma hipótese com as informações que havia reunido anteriormente.
"... Mm, essa é uma maneira bastante subjetiva de colocar as coisas. Como também sou uma nobre, alguns laços com a política devem ser esperados no que diz respeito ao meu casamento. Mas estou ciente de tudo isso e aceito. Afinal, já estou nessa idade.... Não posso ficar pensando na minha pesquisa para sempre.", sem mostrar qualquer traço da sua situação como um sacrifício humano, Celia facilmente desviou a pergunta em um leve tom. Para convencer Rio ainda mais, ela lhe mostrou um sorriso gentil.
".... Então, não vai mais se dedicar à sua pesquisa?"
"Claro que vou continuar. Vou abandonar meu cargo de professora da academia, mas tive permissão para continuar minha pesquisa na casa de Charles-sama. É uma condição bem favorável para mim, não acha?", Celia disse animadamente.
"Mas, está realmente bem que seja Charles Albor?", Rio perguntou amargamente, sua expressão não estava completamente satisfeita com a resposta. Com isso, Celia sorriu fracamente.
"Está realmente incomodado com isso, não é?... Bem, para ser honesta, ele não é meu marido ideal. Mas eu ainda sou uma mulher da nobreza — o que é melhor para mim não é a única coisa que posso considerar. Preciso fazer um compromisso em algum lugar.", respondeu ela.
"Sensei..."
"Além disso, apesar de seu comportamento, Charles-sama é um cavalheiro muito gentil com as mulheres, sabia?", com essas palavras, Rio sentiu uma intensa oposição. No entanto, as palavras de Celia de aceitação de Charles soaram convincentes o suficiente, o que colocou uma barreira entre eles; simplesmente não havia espaço para Rio inserir seus argumentos carregados de emoção.
"Isso é... É realmente assim que a Sensei se sente? Eu ainda não consigo aceitar.", apesar disso, Rio se recusou a abandonar o assunto.
Se Celia estava realmente bem com isso e realmente aceitou, então ainda havia uma parte dele mesmo que estava em oposição. Era porque seu marido seria Charles Albor? Rio não tinha certeza.
".... Então, Rio vai me tomar?", Celia perguntou de repente.
"...?!" Pego de surpresa pela pergunta, todo o corpo de Rio estremeceu.
"Rio... Rio vai me levar para algum lugar e morar comigo pelo resto das nossas vidas?", Celia perguntou, sua expressão de alguma forma era efêmera.
".... Se isso é realmente o que a Sensei deseja, vou levá-la para bem longe daqui.", Rio disse, quieto, mas cheio de determinação. Com isso, os olhos de Celia se arregalaram ligeiramente.
".... Estou apenas brincando. Desculpe, esqueça o que eu disse. Apenas ouvir essa resposta foi o suficiente para mim.", Celia balançou a cabeça com lágrimas nos olhos. Conhecer os sentimentos sinceros de Rio assim, a fez se sentir muito feliz.
Não. Eu não devo arrastar Rio para isso... Caso contrário, ele iria...
Ironicamente, as palavras de Rio agora tinham solidificado a determinação de Celia ainda mais, e foi por isso que ela sufocou a dor amarga em seu peito e colou um sorriso de felicidade em seu lugar.
"Mesmo se eu jogasse tudo fora e deixasse este reino neste minuto, eu não seria capaz de esquecer a família que deixaria para trás. Mesmo se eu fosse com Rio, provavelmente acabaria solteira pelo resto da minha vida...", ela continuou.
"Sensei, eu..."
"Bem, Rio. Vá agora."
"Não. Ainda dá tempo..."
"Não. Vou tomar um banho depois disso, então as ajudantes para isso estarão aqui em breve.", Celia não permitiu qualquer forma de refutação.
"Eu tenho que me preparar para a cerimônia amanhã cedo, afinal. Eles normalmente chegam um pouco mais tarde, mas podem chegar a qualquer momento, agora. Se alguém aparecesse, eu não seria capaz de encobri-lo. Todo o noivado poderia ser cancelado se eu fosse encontrada sozinha em meu quarto com um homem que não fosse meu noivo."
"..." Rio rangeu os dentes e cerrou os punhos em silêncio.
"Pode... ser difícil para nós nos encontrarmos novamente, mas se você se sentir disposto e se for possível... Uun, sinto muito. Estou feliz por ter visto você antes da cerimônia. É constrangedor, então certifique-se de não vir para a cerimônia, entendeu?" A expressão de Celia escureceu levemente enquanto ela falava, mas ela deu um sorriso atrevido na parte final.
"..." Incapaz de encontrar palavras que expressassem suas emoções, Rio permaneceu congelado no lugar. Celia, entretanto, empurrou Rio pelas costas.
"Vamos, vá agora. Ou eu vou gritar... entendeu?", ela o empurrou para a sala fora do ateliê.
"Não vou perguntar como entrou, mas você não pode ser visto na saída, está bem? Certifique-se de sair daqui dentro de 20 segundos depois de eu fechar esta porta. Se você ainda estiver no quarto, eu realmente vou gritar, entendido?... Adeus.", disse ela, fechando a porta sem esperar pela resposta de Rio. Ela sentiu que não seria capaz de recuperar o fôlego se continuasse olhando para o rosto de Rio por mais tempo.
Depois disso, Celia contou cuidadosamente os 20 segundos antes de abrir medrosamente a porta do ateliê mais uma vez. Não havia sinal de ninguém no quarto.
"Ele já… foi embora? Uun, Area Search ."
Só para ter certeza, Celia usou a habilidade de detectar qualquer reação à essência mágica próxima. Um círculo mágico apareceu a seus pés, enviando uma onda de essência para procurar qualquer outra fonte mágica em seu quarto e nas áreas ao redor.
"Há apenas os cavaleiros protegendo o corredor... Não há ninguém fora do edifício."
Celia de repente olhou para a janela conectada ao terraço. Encontrando a fechadura do lado esquerdo completamente destrancada, ela deduziu que provavelmente Rio entrou por ali. Ela imediatamente a trancou mais uma vez, deixando o som do clique da fechadura ecoar inutilmente no quarto.
Lágrimas começaram a derramar dos olhos de Celia. "... Obrigada, Rio. Fiquei muito feliz em vê-lo mais uma vez. Adeus..."
Ela ofereceu palavras de gratidão e um adeus para alguém que não estava mais presente.
◇ ◇ ◇
Enquanto isso, depois que Rio deixou o quarto de Celia, ele imediatamente se reuniu com Aishia em sua forma física e voou para o céu noturno juntos.
"Haruto, você está aflito?", Aishia perguntou, vendo a expressão azeda em seu rosto.
"Não, eu não acho que estou aflito... Talvez. É mais como se eu ainda não tivesse aceitado totalmente."
"Por quê?"
".... Eu não conseguia ver o que a Sensei realmente estava sentindo.", Rio murmurou em resposta.
"Então, o que quer fazer?", Aishia perguntou, indagando sobre suas verdadeiras intenções.
"Iremos assistir à cerimônia amanhã. Mas, primeiro, quero saber mais detalhes sobre como o casamento entre a casa do conde Claire e a casa do duque Albor surgiu."
Porque não parecia que ele seria capaz de falar com Celia corretamente sem saber disso.
"Então, eu vou ajudar.", Aishia ofereceu sem qualquer hesitação.
"...Desculpa." Rio se desculpou vergonhosamente.
"Porque está se desculpando?"
"Estou fazendo Aishia seguir todos os meus caprichos."
"Eu te disse antes — Haruto e eu sempre estaremos juntos. Enquanto Haruto precisar de mim, estarei sempre aqui para você se apoiar. Então... apoie-se em mim.", Aishia disse, abraçando Rio suavemente no ar.
".... Obrigado. Não quero impedir nossa busca de informações causando confusão, então prosseguiremos com cuidado. Pode ser uma noite um pouco longa, mas você vem comigo?"
"Deixe comigo. Vamos.", Aishia assentiu, pegando Rio pela mão.
A noite deles estava apenas começando.
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