Capítulo 4: Infiltrando-se Na Propriedade Claire

 Nesse mesmo dia, ao voltar para a casa de rocha, Celia fechou-se no quarto que lhe foi atribuído e começou a escrever uma carta. O destinatário era, claro, sua família.

Enquanto ela dolorosamente ponderava sobre o quanto deveria dizer e o que escrever além de informá-los de sua segurança, o conteúdo da carta progrediu gradualmente. Algumas horas depois que ela começou a escrever, uma carta com uma quantidade aceitável de conteúdo registrado foi concluída.

Ela queria dormir por uma noite antes de revisar, mas por agora, ela leu novamente para se certificar de que não havia problemas gritantes.

".... Está pronta."

Celia respirou fundo e colocou a pena sobre a mesa. Ela esticou os braços e se levantou da cadeira, dirigindo-se para a porta. Quando ela abriu a porta e foi para a sala, Rio e Aishia estavam sentados no sofá, conversando. Os dois imediatamente notaram a presença de Celia.

"Sensei, terminou de escrever sua carta?", Rio perguntou a Celia. Ela assentiu.

"Sim, por enquanto. Eu gostaria que Rio lesse para ter certeza de que não há problemas com o conteúdo...", ela disse timidamente.

"Claro, não vejo problema em fazer isso."

"Obrigada. Aqui está."

Rio aceitou a carta de Celia e correu os olhos pelo texto. "Como esperado, a caligrafia da Sensei é linda.", ele disse, abrindo um sorriso.

"M-Mō~. Não se preocupe com isso.... Há algum problema com o conteúdo?", Celia perguntou com as bochechas vermelhas.

".... Não, nada que estou vendo. É uma carta muito carinhosa."

"E-Entendo. Obrigada.", Celia aceitou a carta um pouco envergonhada.

"Na verdade, estávamos apenas discutindo a viagem ao território do conde Claire. Eu estava pensando em estabelecer uma base nos arredores de Amande por um tempo e partir depois de amanhã, mas há um lugar onde eu gostaria de parar no nosso caminho de volta.", disse Rio.

"Não vejo problema. Onde você quer ir?", Celia perguntou.

"Território do marquês Rodan — a capital Rodania."

"Onde Flora-sama está agora, no quartel-general da facção do duque Euguno... Vai verificar a história do Herói-sama que foi invocado, não é?", Celia perguntou, imediatamente fazendo uma suposição do porquê Rio estava indo para Rodania.

"Isso ajuda a encurtar a história.", Rio sorriu amplamente e assentiu.

Ontem, ele tinha ouvido de Celia que havia quatro reinos que tinham pedras sagradas que invocavam heróis: uma no Reino de Bertram, uma com a facção Euguno que havia sido exilada de Bertram, uma no Reino de Galark e uma no Reino de Centostella. Destes quatro, o único cujo nome foi identificado foi o herói do Reino de Bertram, Rui Shigekura. Assim, Rio estava considerando a confirmação do nome do herói da facção Euguno em seu caminho para o território do conde Claire.

"Tenho certeza de que não há necessidade de dizer nada a vocês dois, mas tenham cuidado, está bem?", Celia disse, olhando timidamente para os rostos de Rio e Aishia.

"Nós teremos. Por enquanto, nosso objetivo é simplesmente confirmar o nome do herói, então não faremos nada muito perigoso.", Rio concordou prontamente, tentando não preocupar Celia.

".... Em outras palavras, você não vai abordar o herói de Rodania, mesmo que ele acabe sendo o herói que está procurando?"

"Se for esse o caso, tomarei uma decisão cuidadosa com base na situação de sua segurança. Não sei se ele estará disposto a ouvir as palavras de um intruso que aparece do nada, e se o pior acontecer e ocorrer uma batalha, não sei que tipo de habilidades o herói pode estar escondendo. Eles são completamente desconhecidos.", não era como se ele estivesse visitando um conhecido, então ele não estava disposto a sair à procura de problemas.

"As habilidades do herói, huh? Você já deve saber disso, mas há uma lenda.... Que eles tinham armas divinas dos deuses e podiam derrotar um exército de vários milhares de demônios com um único golpe. Ou é o que dizem.", disse Celia.

"... O herói invocado no castelo de Bertram, Rui Shigekura, tinha um poder como o das lendas?", Rio perguntou curiosamente. Uma lenda era apenas uma lenda — não havia garantia de que fosse verdade. No entanto, os heróis da lenda estavam realmente aparecendo no presente, então não era impossível descobrir.

"Eu não sei os detalhes, mas ele tinha um Equipamento Divino. No caso de Rui Shigekura-sama, o seu tomou a forma de uma arma — um arco. Um que pode controlar relâmpagos, ou algo assim."

"Equipamento Divino… forma de um arco de raios...", Rio murmurou baixinho.

Não me diga que o ataque que ele lançou naquela vez foi...

Algo familiar veio à mente de Rio. Quando ele estava agindo como uma distração para Celia escapar com segurança da capital, o garoto havia atirado nele do topo de uma torre.

"O que há de errado?", Celia olhou para o rosto do Rio com curiosidade.

Rio negou com a cabeça. "Nada. Aquele Equipamento Divino realmente tinha o poder de derrotar um enorme exército de demônios, como foi dito?", ele perguntou. Rio não queria dizer que possivelmente cruzou espadas com o herói, já que Celia iria apenas se preocupar.

"Eu não sei. Mesmo se ele pudesse lançar um tiro com tanto poder, não é algo que você pode usar em qualquer lugar..."

"Bem, isso é verdade.", Rio aceitou com um sorriso irônico. Na pior das hipóteses, a paisagem pode mudar.

"Sim, mas...", Celia fez uma pausa com o cenho franzido, fazendo com que Rio a encorajasse a continuar.

"Mas?"

"Você se lembra de como eu estava desenvolvendo um artefato que pudesse medir a essência armazenada dentro de uma pessoa?", Celia mudou repentinamente de assunto com uma pergunta para o Rio.

"Claro."

"Na verdade, consegui não muito tempo atrás."

Os olhos de Rio se arregalaram. "...Parabéns. Isso é incrível... uma façanha histórica."

O desenvolvimento de um artefato mágico que pudesse medir a quantidade de essência dentro de uma pessoa era um desafio que ainda não tinha sido realizado, até agora.

Celia timidamente abriu um largo sorriso antes de imediatamente parecer preocupada e continuar sua história. "Obrigada. Por causa disso, eu realmente usei aquele artefato para medir a essência mágica do Herói-sama e seus amigos que foram invocados junto com ele..."

"Como foi o resultado?", Rio perguntou com uma expressão séria, combinando o clima da história de Celia com o seu próprio entusiasmo.

".... Todos eles tinham tanta essência, era incomensurável. O artefato quebrou. Mesmo eu o tendo feito capaz de medir até dez vezes a quantidade de essência necessária para usar a magia de aniquilação em larga escala do mais alto grau...", Celia disse com um olhar em conflito.

O tipo de magia que ela mencionou referia-se à grande magia superpoderosa que foi desenvolvida principalmente com a guerra em mente. Se usada em uma área lotada, tinha poder suficiente para tirar a vida de várias centenas de pessoas. No entanto, além da taxa de compatibilidade do contrato de fórmula de magia ser baixa, também exauria uma quantidade ridícula de essência mágica, exigindo mais essência do que o mago médio poderia usar.

"Entendo. Não só o herói, mas seus amigos também não puderam ser medidos em essência...", nesse caso, Miharu e os outros podem ter bastante essência também, Rio pensou.

"Eu nunca vi magia de aniquilação em larga escala ser usada antes. É tanto quanto a sua essência, Sensei?", Rio perguntou sobre a quantidade de essência de Celia para ter uma ideia de quanto uma maga gênia teria.

"Sem nenhuma poção de recuperação de essência, posso lançá-la duas vezes, no máximo. Só para você saber, eu sou a maga com a maior quantidade de essência mágica do Reino de Bertram, entende?", Celia suspirou, respondendo com um sorriso amargo.

"Então, mesmo para a Sensei, o limite é duas...", Rio bateu a mão contra a boca em contemplação.

"A essência do Haruto é ilimitada.", Aishia murmurou baixinho.

".... Mesmo?", os olhos de Celia se arregalaram enquanto ela olhava para o rosto do Rio inquisitivamente.

"Não... eu me pergunto? Me disseram que tenho muita, mas nunca medi corretamente.", Rio coçou a cabeça, inquieto.

"É um suprimento infinito, então é ilimitado. Se a essência da Celia fosse um único balde de água, então a essência do Haruto seria como um lago infinitamente grande que nunca pode secar. Miharu, Aki e Masato também têm muito, mas não tanto quanto o Haruto.", disse Aishia, usando uma metáfora para explicar a escala da essência mágica do Rio.

"A-Ahaha... Isso é impensável.", o sorriso de Celia se contraiu de forma involuntária.

Se isso fosse verdade, então seria um absurdo para Celia se comparar a ele. A declaração foi um pouco difícil de acreditar, mas apesar do pouco tempo juntas, ela sabia que Aishia não era do tipo que mentiria sem razão alguma.

".... Are, espera um minuto. Por que você sabe quanta essência Rio tem?", Celia de repente questionou em voz alta, olhando para Aishia.

"Os espíritos podem dizer quanta essência mágica uma pessoa possui imergindo nelas. Haruto e eu estamos conectados por um caminho espiritual, então posso ler sua quantidade de essência com mais precisão do que com os outros. Mesmo assim, não consigo ver seu limite."

".... Em outras palavras, quer dizer que nem mesmo você consegue medir a quantidade da essência dele com precisão?", Celia confirmou timidamente.

"Algo assim.", Aishia assentiu brevemente.

"Ahaha. Bem, em vez de falar sobre a minha essência mágica, vamos falar sobre o herói de Rodania. E sobre a carta para entregar na casa da Sensei.", Rio sorriu ironicamente e redirecionou a conversa errante de volta aos trilhos.

".... Certo.", Celia concordou cansada. "Tenho uma ideia a respeito da carta. Há uma passagem escondida dos fundos da propriedade para a casa principal.... Se usarmos isso, devemos ser capazes de colocar a carta e retornar sem problemas."

"Entendo. Então, parece que seria melhor que a Sensei nos guiasse até sua casa.", Rio olhou para Celia dependentemente.

"Sim, por favor, deixe comigo.", Celia concordou orgulhosamente.

"O que só deixa o problema de entrar furtivamente em Rodania... Sensei poderia esperar em algum lugar seguro durante esse tempo?", Rio perguntou.

"Sim. Se algo ruim acontecer, eu só vou atrapalhar de qualquer maneira. Se pelo menos eu tivesse dominado a arte da autodefesa..."

Não importa quanta magia ela pudesse usar, Celia não havia treinado para o combate como um soldado. Não havia garantia de que ela poderia lançar magia ofensiva sem hesitar contra alguém durante uma batalha, e ela era impotente em combate de perto. Se alguém se aproximasse dela, ela não seria diferente de qualquer outro civil indefeso.

Rio pensou por um momento. "Gostaria que eu lhe ensinasse um pouco de autodefesa simples? Claro, seremos Aishia e eu que vamos protegê-la normalmente, mas pode haver uma utilidade para isso se estivermos caminhando lá fora.", ele sugeriu.

".... Tem razão. Não seria bom para mim ficar trancada lá dentro também. Você poderia, por favor?", Celia era mais do tipo interna, mas ela concordou com a avaliação do Rio.

"Então, quando voltarmos da casa do conde Claire, podemos começar as aulas junto com as de magia e artes espirituais."

Celia concordou. "Sim. Você também prometeu me ensinar a cozinhar. É como se nossos papéis tivessem se invertido completamente.... Eu fui a professora no passado, fufu.", disse ela, sorrindo divertidamente.

"Para mim, a Sensei ainda é minha professora, mesmo agora.", disse Rio, sorrindo alegremente.

◇ ◇ ◇

Dois dias depois, depois do almoço...

Rio carregou Celia enquanto ele e Aishia voavam pelo ar para visitar a capital do território do conde Claire, Cleia.

Cleia estava localizada a leste do Reino de Bertram, uma cidade regional por onde passava a estrada principal em direção ao Reino de Galark. Era a primeira vez que Rio estava a visitando.

Com cerca de 30.000 habitantes, a cidade regional ostentava uma população de tamanho médio e funcionava como um importante ponto de comércio entre os lados leste e oeste de Bertram.

Rio entrou na cidade pelo lado leste, de mãos dadas com as duas garotas enquanto desciam a estrada principal.

"Já que entraremos furtivamente na propriedade à noite, que tal irmos a algum lugar antes disso?", Rio perguntou a Celia, que caminhava do seu lado direito.

Cleia era a cidade natal de Celia; era possível que ela tivesse memórias que ela queria revisitar, Rio pensou, mas Celia balançou a cabeça.

"Não, está tudo bem. Pode haver pessoas que me conheçam, então estou bem em apenas olhar para a cidade assim.", disse ela. O capuz da capa cobria seu rosto e tornava difícil ver sua expressão, mas ela parecia um pouco abatida para Rio.

"Vamos caminhar, então. Eu estou com fome. Devíamos comer algo gostoso.", da esquerda de Rio, Aishia olhou para os dois e puxou o braço de Rio. Ela pode estar tentando animar Celia à sua maneira.

".... Isso mesmo. Vamos, Sensei. Se houver alguma especialidade local, podemos ir comer.", Rio sorriu fracamente e puxou Celia pela mão.

"Ah, espera! Esperem, vocês dois.", apesar de fazer uma objeção verbal, Celia estava sorrindo alegremente enquanto permitia que os dois a levassem adiante.

Assim, o tempo passou em um piscar de olhos. Enquanto eles caminhavam e experimentavam diferentes comidas, o crepúsculo finalmente caiu sobre a cidade.

No momento, os três estavam tomando chá em um café bastante falado durante uma pausa. Sentados no terraço do segundo andar, eles observaram as pessoas caminhando pela cidade com o sol se pondo atrás deles, comendo seus pedidos extras de sobremesa.

"Posso ter comido um pouco demais, no fim das contas.", Rio disse com um sorriso tenso, segurando a mão contra o estômago.

"S-Sim. Estava delicioso, mas talvez este bolinho fosse um pouco demais. De jeito nenhum vou jantar agora. Ugh, vou ter que fazer dieta...", Celia concordou, baixando a cabeça com culpa.

"Estava delicioso.", Aishia disse. Como um espírito, ela poderia mudar sua ingestão de comida em essência mágica, então ela poderia comer facilmente o quanto quisesse sem nunca ganhar peso.

"Que tipo de corpo um espírito tem? Estou com inveja...", Celia fez beicinho, olhando para Aishia.

"A materialização de um corpo físico a partir de uma existência espiritual é uma arte espiritual exclusiva dos espíritos. Não sei se tenho os órgãos necessários para a vida humana funcionar, mas minha estrutura geral e habilidades físicas não devem variar muito de um ser humano normal.", disse Aishia, dando uma resposta bastante séria de forma inesperada. Celia foi tomada de surpresa.

"H-Hee~..."

"Quanto mais uma arte espiritual causa fenômenos que vão contra as leis da natureza, maior é a essência consumida. Assumir a natureza física de uma forma pode ser a forma mais natural de materialização, creio eu.", explicou Rio, acrescentando sua própria suposição.

"Entendi. Certamente, mesmo na magia, fenômenos que contradizem as leis da natureza afetarão o consumo da essência...", Celia murmurou enquanto começava a se perder em seus próprios pensamentos. Imaginando que ela não prestaria atenção por um tempo, Rio sorriu ironicamente.

"Está quase escurecendo.", disse Aishia.

Rio pensou por um momento. ".... Vamos esperar mais um pouco. Ainda há muitas pessoas nas ruas, então pelo menos espere até que meu estômago se acalme.", ele riu, decidindo estender o tempo de intervalo.

◇ ◇ ◇

Quase uma hora se passou depois de sua visita ao café. Com exceção da estrada principal, as ruas estavam completamente vazias de pessoas enquanto Rio e as garotas se dirigiam à propriedade Claire.

A propriedade ficava no topo de uma pequena colina, seu interior estava iluminado por tochas enquanto os soldados patrulhavam a área. Qualquer amador seria facilmente descoberto pelas medidas de segurança; no entanto, Rio e Aishia se misturaram à escuridão enquanto voavam com suas artes espirituais, pousando em um canto da propriedade sem serem vistos por ninguém.

"Acha que podemos chegar à passagem escondida sem sermos vistos? Se não, podemos sempre tentar entrar furtivamente pelo telhado ao invés disso...", Rio sussurrou, baixando Celia enquanto observava o estado do terreno da propriedade por entre os arbustos.

"Vai ficar tudo bem — a entrada está localizada em uma área difícil de localizar."

"Entendido. Então, por favor, nos mostre o caminho."

"Bem. Por aqui.", Celia assentiu, abaixando-se enquanto começava a se mover. Rio e Aishia fecharam a retaguarda enquanto ficavam alertas da presença de qualquer soldado patrulhando.

Aproximadamente um minuto depois, eles pararam de se mover.

"É a fonte ali. O terreno atrás da propriedade é a entrada da passagem secreta.", disse Celia, apontando para uma fonte nos arredores do jardim.

"Entendo. Parece que não há patrulhas por perto, mas só para garantir.... Posso segurá-la um pouco?", Rio perguntou, olhando das sombras para o jardim.

"Eh...?", Celia enrijeceu de perplexidade.

"Há uma chance de sermos vistos enquanto nos movemos daqui para aquela fonte, então eu gostaria de nos esconder com artes espirituais, apenas por precaução.", explicou Rio.

"A-Ahh, é isso que você quis dizer. Assim como as artes espirituais que Aishia usou quando estávamos fugindo da capital, certo? Claro, está bem.", disse Celia em compreensão, tendo uma ideia da arte espiritual que seria usada. Parecia que Aishia já havia usado nela uma vez antes, quando o Rio estava agindo como uma distração na capital.

"Então, com licença.", disse Rio, pegando Celia em seus braços. Então ele se virou para Aishia. "Vamos, Aishia."

"Bem. Vou usar as artes espirituais, então."

"Obrigado. Por favor."

"Deixe comigo.", Aishia disse, ativando sua arte espiritual. Em seguida, uma brisa suave soprou ao redor deles, envolvendo o Rio completamente.

"Vamos.", disse ele, seguindo em frente. Aishia seguiu atrás dele.

"... Ei, Rio também pode ver os arredores, certo?", Celia perguntou baixinho, ainda sendo carregada. Ela não conseguia ver os arredores — era como se houvesse uma espessa névoa no ar, distorcendo o espaço.

"Sim. Se a Sensei treinar para visualizar a essência mágica, também será capaz de ver.", explicou Rio.

A arte espiritual que Aishia estava usando era uma ilusão de invisibilidade baseada na magia de vento que tecia sua essência mágica no ar circundante. Isso cria um espaço único que faz com que aqueles dentro do espaço parecessem transparentes para o exterior. Ao contrário da transformação em forma espiritual, seus corpos físicos ainda estavam presentes, então não era possível bloquear sons e presenças também. Além disso, a interferência externa e o contato poderiam facilmente abalar o espaço, de modo que eles não eram capazes de fazer movimentos bruscos ou vigorosos, como correr e pular.

Fora isso, as pessoas que podiam visualizar a essência podiam ver através da ativação da arte espiritual e ver o interior do espaço, enquanto as pessoas com alta sensibilidade para detectar a essência mágica também podiam sentir o deslocamento, então havia um limite para seu uso.

Dito isso, quase nenhum ser humano na região de Strahl pode detectar visualmente a essência mágica, então é uma habilidade que vale a pena usar.

Assim, eles se misturaram com o ambiente e se moveram em direção à fonte.

"Aishia, o respingo da água fará o espaço tremer. Pode desfazer agora.", disse Rio.

"Bem.", depois que Aishia desfez a arte espiritual, a visão de Celia voltou ao normal.

"Sensei, já que um guarda pode vir, por favor, deixo a entrada com você."

Solicitada por Rio, Celia imediatamente começou a procurar pelo chão. "Deixe comigo. Deve ser por aqui..."

Então, um momento depois, Celia descobriu a entrada para a passagem secreta. "Aqui está!"

Ela moveu as mãos e pressionou contra os ladrilhos de pedra no chão, movendo-os para o lado como uma porta deslizante. No entanto, Celia não tinha força para mover o ladrilho de pedra com facilidade.

"Deixa-me ajudar. Eu só tenho que puxar dessa maneira, certo?", Rio perguntou, prontamente se oferecendo para ajudá-la.

"Sim, obrigada...", assim que Celia assentiu, Rio estava movendo levemente o ladrilho de pedra para o lado, revelando a escada oculta para a casa.

"Vou fechá-la.", disse Rio enquanto desciam.

"Sim, por favor. Vou iluminar o lugar...", enquanto Rio fechava a entrada, Celia mexia nos artefatos mágicos no corredor subterrâneo para iluminar a passagem.

"Vamos lá."

"Está bem."

Eles desceram a passagem; no final do longo e estreito corredor havia um espaço amplo e aberto. Provavelmente estava logo abaixo ou muito perto da casa.

"Estou acendendo as lanternas.", disse Celia, ativando os artefatos na sala. As luzes no teto imediatamente se acenderam, iluminando o espaço. Bem em frente ao corredor da fonte havia um conjunto de escadas que conduzia aos andares superiores; estava forrado com várias portas de cada lado.

"É muito espaçoso.", Rio observou, olhando ao redor da sala com curiosidade.

"Ninguém além da minha família vem aqui, então não se preocupe. As portas à esquerda e à direita levam à cozinha, quartos e áreas de convivência de emergência. A escada diretamente à nossa frente leva à casa, saindo no quarto do Otou-sama e da Okaa-sama.", disse Celia, explicando ao Rio a estrutura da sala subterrânea.

"Entendo. Então devo deixar sua carta no quarto dos seus pais? Se eles estiverem presentes, então também podemos providenciar para que você os encontre...", Rio perguntou, observando a expressão de Celia.

".... Não. Os dois devem estar na capital agora. Okaa-sama limpa este lugar regularmente, então você pode deixá-la aqui. Os criados às vezes vão para o quarto também.", Celia balançou a cabeça e tirou a carta do bolso de sua capa.

".... Compreendo.", Rio estava prestes a sugerir que esperassem até que seus pais retornassem, mas ele engoliu suas palavras e concordou em vez disso. Era possível que Celia não tivesse organizado completamente seus sentimentos ainda, afinal.

"Obrigada, Rio.", Celia sorriu suavemente.

"Sem problemas. Vamos vê-los outra hora."

Nós definitivamente iremos, Rio jurou a si mesmo e devolveu o sorriso de Celia.


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