Capítulo 2: Chegada Em Amande
Rio, o grupo de Liselotte e os outros chegaram a Amande. A carruagem entrou na cidade pelo portão oeste e desceu a rua principal em direção ao centro da cidade, fazendo o seu caminho para o distrito norte, onde a propriedade de Liselotte estava localizada.
"Obrigado por me acompanhar até aqui, Liselotte-sama.", Rio estava descendo na praça do centro da cidade para se dirigir ao alojamento que lhe foi preparado.
"Não foi um problema. Mandarei um mensageiro amanhã de manhã, então, por favor, divirta-se pelo resto de hoje. Aria, certifique-se de cuidar do Haruto-sama.", disse Liselotte, que havia descido com Rio da carruagem.
"Entendido.", Aria respondeu, assentindo respeitosamente. Liselotte embarcou na carruagem mais uma vez e se dirigiu para sua propriedade e Aria começou sua tarefa de guiar Rio.
"Bem então, Haruto-sama, permita-me mostrar o caminho. Por aqui, por favor."
"Estarei sob seus cuidados.", Rio começou a andar atrás de Aria. Um momento depois, eles chegaram à pousada.
"É aqui.", a pousada ficava bem na praça onde a carruagem os havia deixado. Estando na praça no centro da cidade, era relativamente perto da propriedade de Liselotte e era um local altamente desejável.
"Esta é, uma pousada espetacular.", Rio levantou a vista para a pousada a que foi conduzido com olhos arregalados. O prédio de três andares era feito de pedra elegante e lembrava um prédio recém construído, pois ainda parecia assim. Não havia dúvida de que era de uma classe superior em comparação com as outras pousadas de luxo da área.
"Obrigada pelo elogio. Por favor, entre.", Aria abaixou a cabeça respeitosamente e se aproximou da entrada do prédio. Várias atendentes estavam esperando de pé na frente da pousada — Elas pareciam reconhecer o rosto de Aria, enquanto recebiam os dois sem interrupção.
"Haruto-sama, por favor, sente-se aqui e espere um momento.", Aria fez Rio se sentar em um sofá no salão de espera antes de ir sozinha para a recepção. Então, uma funcionária vestindo uma roupa de atendente se aproximou dele.
"Aqui está, Haruto-sama.", disse a funcionária, colocando uma xícara de chá diante do sofá. Ela deve ter ouvido o nome dele de Aria. Então, nem mesmo um minuto depois, Aria voltou.
"Haruto-sama, os preparativos para o seu quarto foram concluídos. Vou guiá-lo até lá agora, então, por favor, siga-me."
"Por favor.", Rio se levantou e se curvou brevemente antes de começar a se mover. Ele foi conduzido a uma sala no último andar do prédio.
"Esta sala se adequaria ao seu gosto? Tem vários quartos, então sua companhia pode ficar em quartos separados do seu, se assim o desejar.", explicou Aria assim que eles chegaram.
"Naturalmente, eu nunca encontraria uma falha em uma sala tão maravilhosa como esta...", Rio olhou ao redor da espaçosa sala com admiração.
O espaço alocado para a sala de estar facilmente ultrapassava quinze metros quadrados, e havia vários quartos em cima disso. Era um pouco menor que a casa de rocha que Rio possuía, mas era sem dúvida a suíte.
"Se estiver satisfeito com este espaço, está livre para ficar aqui o tempo que desejar. Ele foi reservado para seu uso ilimitado. E não haverá necessidade de se preocupar com taxas.", Aria curvou-se e falou com reverência. Era tudo muito luxuoso.
".... Estou muito agradecido.", Rio disse apologeticamente, aceitando a boa vontade de Liselotte.
◇ ◇ ◇
Depois que Aria saiu da sala —
Aishia, pode me ouvir?
Rio se sentou no sofá da sala e chamou Aishia através de sua conexão telepática. Para espíritos contratados como Aishia, era possível se comunicarem em um raio de meio quilômetro.
Sim, estou ouvindo, Aishia respondeu imediatamente, fazendo Rio sorrir.
Ainda bem. Onde vocês estão agora? Como tudo aconteceu tão rápido, eles mal puderam se comunicar antes de se separarem, então Rio temeu que ele pudesse ter causado preocupação as duas.
Tomando chá com a Celia em uma cafeteria próxima.
Ahaha, fico feliz em ouvir isso. Elas pareciam estar tendo um momento mais relaxante do que ele esperava, o enchendo de uma sensação de alívio. No entanto, não parecia ser o caso.
Celia está preocupada, então venha aqui rapidamente.
.... Entendido. Há coisas que quero dizer a vocês duas, então já estou indo. Rio se levantou silenciosamente do sofá.
◇ ◇ ◇
Rio deixou a chave de sua sala com a recepção e saiu para se encontrar com Aishia e Celia.
Isso, continue em frente assim. Estamos em uma loja chamado Shieru — estamos na varanda do segundo andar. Seguindo as instruções de Aishia, Rio chegou a cafeteria mencionada.
"Bem-vindo!", uma linda garota que atraía clientes para a loja estava na frente, dando as boas-vindas ao Rio com energia.
"Minhas companheiras já chegaram. Posso entrar?"
"É claro. Fique à vontade!", a garota concordou prontamente, deixando Rio subir as escadas em direção à varanda. A varanda em si não era muito ampla, tendo espaço apenas para uma mesa redonda. Rio viu Celia e Aishia sentadas lá imediatamente.
"Ele chegou.", disse Aishia, imediatamente percebendo a chegada de Rio.
"Haruto!", Celia saltou, correndo preocupada em direção ao Rio.
"E~tto, desculpe a demora, Cecilia.", Rio sorriu sem jeito, dirigindo-se a Celia por seu pseudônimo.
"Está tudo bem? Você está ferido em algum lugar?", Celia perguntou preocupada, sentindo todo o corpo de Rio com mãos buscadoras. Os dois estavam parados na entrada da varanda, à vista dos clientes lá dentro.
"Olha, olha, a garota que estava na varanda está agarrada a um homem!"
"Ele não é bonito?"
"As duas que estavam sentadas nos assentos da varanda eram realmente fofas também."
E assim por diante. As clientes tomando chá na cafeteria fofocavam, sua atenção estava voltada para os três.
"Ahaha, não estou nem um pouco machucado, então, por favor, não se preocupe. Parece que todos estão olhando para nós, então por que não nos sentamos primeiro?", Rio sentiu os olhares apunhalando suas costas de dentro da loja e sugeriu que eles se sentassem com uma careta.
"S-Sim.", Celia se deu conta de que se agarrava a Rio e corou furiosamente. Ela girou nos calcanhares e timidamente voltou para seu assento.
"Senhorita, por favor, traga-me o chá recomendado pela cafeteria.", Rio falou sua ordem para a funcionária que acabava de subir as escadas para anotar seu pedido, solicitando um pedido de chá antes de sair na varanda para se sentar ao lado de Celia e Aishia.
"Peço desculpas por fazer você se preocupar, mas a batalha terminou sem incidentes. A amiga de Cecilia também saiu ilesa, então, também não precisa se preocupar com ela.", disse ele à Celia. Deste assento, os clientes dentro da cafeteria não deveriam ser capazes de ouvi-lo. Eles continuariam usando pseudônimos apenas para garantir, mas a conversa poderia ser mantida tranquilamente, desde que ficassem de olho na funcionária. A propósito, a mesa em que estavam sentados já tinha vários bolinhos que elas devem ter pedido antes. Celia não parecia ter muito apetite, mas Aishia ainda estava mastigando ansiosamente, mesmo agora.
"S-Sim. Estávamos observando de cima até pouco antes do fim da batalha...", Celia assentiu com hesitação.
"Então você deve saber que não estou ferido, certo?", Rio riu divertido.
"O-Olhar você foi desesperador! Você pode ter sido extremamente forte, mas os monstros que estava enfrentando eram enormes também!", Celia disse, fazendo beicinho. Rio pode ter sido opressor, mas a visão dele cruzando espadas de frente com tais monstros gigantes foi de parar o coração. Foi o suficiente para deixá-la preocupada que Rio estivesse machucado em algum lugar que ela não podia ver a olho nu.
"Ahaha. Talvez se eu ainda fosse uma criança, mas agora, não vou ser superado por um monstro daquele tipo.", Rio riu inexpressivamente, sacudindo a cabeça como se não fosse nada.
"D-Daquele tipo... É indiscutivelmente o mais forte dos monstros que foram confirmados desde o período da Guerra Divina. Eram minotauros.", disse Celia meio exasperada, com o rosto se contorcendo.
"Mas, mesmo Cecilia teria sido capaz de derrotá-los, nas condições certas. Estou certo?", Rio perguntou, dando a Celia um olhar penetrante. Ela deve ter adquirido várias magias que podem derrubar um minotauro com um único golpe. Ela não era chamada de maga gênia à toa.
"Eles se movem muito rápido, então eu teria que contê-los primeiro, mas... Espera, não se trata disso! Por que parece que você está tentando desviar o assunto?!", Celia começou a considerar seriamente como ela os teria derrotado, mas logo voltou aos seus sentidos, já que ela estava ocupada se preocupando com Rio agora. Afinal, ela não o queria em situações perigosas.
"Ahaha, bem, parece que o chá está aqui, então deixe-me explicar o que vai acontecer a partir de agora.", Rio disse com um leve sorriso, movendo sua conversa adiante.
".... Bem.", Celia fez beicinho, mas assentiu obedientemente.
"Com licença. Aqui está o chá preto que pediu.", a funcionária saiu para a varanda e deixou cuidadosamente um jogo de chá antes de se retirar imediatamente. Uma vez que Rio confirmou que ela se foi, ele começou a falar.
"Primeiro, ficaremos na cidade de Amande nos próximos dias. Nossas acomodações foram preparadas pela amiga de Cecilia, Aria-san, então ficaremos lá durante toda a viagem. Sinto muito por lançar isso sobre vocês sem aviso prévio.... Isso está bem?"
"Está bem.", Aishia fez uma pausa antes de morder um bolinho e deu uma resposta imediata que mostrou que ela não se importava particularmente.
"Claro, eu também não me importo... mas terei que ter cuidado para não encontrar Aria. Bem, eu duvido que ela me reconheceria se nós apenas nos cruzássemos nas ruas...", apesar de sua concordância, o rosto de Celia escureceu de preocupação.
"Agora Cecilia dá uma impressão bem diferente de como costumava ser, então acho que vai ficar tudo bem. Mas Aria-san não será a única pessoa de quem precisará estar ciente...", Rio disse cuidadosamente, relutante em falar.
".... Algo está errado?", Celia inclinou a cabeça com curiosidade.
"E~tto, na verdade há visitantes da realeza e nobreza de Bertram aqui no momento.", Rio encontrou sua resolução e nervosamente revelou a verdade.
"Eh?!", os olhos de Celia se arregalaram em choque.
"Bem, eu também fiquei surpreso. Eu não percebi até que a batalha havia acabado.", durante a batalha, Flora estava se escondendo e a luta de Aria atraiu a maior parte da atenção. É por isso que Celia e até mesmo Rio não perceberam.
"Q-Quem estava lá?", Celia perguntou nervosamente.
"Quem, ou melhor, além de Liselotte-san e suas assistentes, todos os outros eram do reino de Bertram. A facção separada do duque Euguno, para ser mais preciso. A Segunda Princesa, Sua Alteza Flora, o duque Euguno, bem como Roanna-san, da facção do duque Fontaine, também está aqui.", disse Rio, listando as figuras mais importantes.
".... Todos eles são figuras importantes.", e todos eles eram pessoas que Celia conhecia. "Espera, Roanna-san era sua colega de classe e Flora-sama deveria ter te conhecido bem também. Elas não perceberam?", Celia percebeu em pânico.
"Sim. Flora-sama tem uma boa intuição e parecia sentir que algo estava estranho, mas Roanna-san não pareceu notar nada em particular.", Rio respondeu prontamente.
".... Ei, não seria melhor se deixássemos Amande imediatamente?", Celia sugeriu com um olhar ligeiramente em pânico.
"Não, vamos ficar em Amande.", Rio sacudiu a cabeça em recusa direta, sua decisão foi firme.
"Você pode ser exposto, certo?"
"O maior perigo é a Flora-sama, mas não nos vemos há anos. Sem mencionar o fato de que a cor do meu cabelo está diferente agora. Acredito que o risco está dentro de um limite razoável."
Além de usar tinturas, não havia como mudar a cor do cabelo na região de Strahl, mas o conceito de tingir o cabelo não era uma ideia comum entre o público em geral para começar. Mesmo se alguém tingisse o cabelo, pareceria muito mais anormal em comparação com o uso de artefatos mágicos do Rio.
".... Há uma razão?"
"Sim. Desejo estabelecer relações favoráveis com Liselotte-san. Ela é filha do grande senhor do Reino de Galark, duque Cretia, e é a presidente da Companhia Rikka."
"Com Liselotte-san?", os olhos de Celia se arregalaram com a resposta inesperada.
"Sim. Achei que não faria mal ter uma conexão com alguém poderoso dentro deste reino, caso o herói que estou procurando seja afiliado ao Reino de Galark e eu precisasse de uma maneira de encontrá-lo formalmente. É por isso que quero ganhar o favor dela. Claro, salvar sua amiga também era um dos meus objetivos, mas a principal razão pela qual eu intervim na batalha anterior foi por causa disso.", Rio revelou honestamente. Além dessas razões, formar uma relação favorável com Liselotte também poderia ser útil um dia, se algum dia retornassem Celia ao mundo da nobreza, Rio pensou.
".... Bem. Sim, eu entendo.", Celia hesitou por um longo minuto, mas pareceu chegar a um entendimento quando acenou com a cabeça logo depois.
"Muito obrigado. Na verdade, esperava mais oposição do que isso.", disse Rio um pouco inesperadamente.
".... Não é como se você estivesse tentando fazer algo perigoso, certo?", Celia perguntou, observando o rosto de Rio cuidadosamente.
"Claro que não.", Rio afirmou imediatamente.
"Então eu vou acreditar no Haruto. Essa foi minha decisão desde o início.", Celia sorriu suavemente enquanto falava.
"Cecilia...", Rio se sentiu estranhamente envergonhado, mas ao mesmo tempo, a felicidade surgiu dentro dele.
"Mas você não deve baixar a guarda, entendeu? Ela pode parecer uma garota perto da sua idade, mas Liselotte-san é bem conhecida por ser uma nobre influente mais do que capaz.", advertiu Celia. Ela ainda era Sensei do Rio em áreas como esta.
"Sim.", Rio assentiu alegremente.
"Por que você está tão feliz? Bem, tanto faz. Fico feliz em responder a qualquer pergunta que você possa ter, então fique à vontade para me perguntar mais, está bem?", Celia ofereceu timidamente.
"Muito obrigado. Na verdade, eu tenho planos de encontrar Liselotte-san mais uma vez amanhã. Você poderia me ensinar um pouco da etiqueta envolvida em visitar a propriedade de um nobre?", Rio sorriu suavemente, imediatamente aceitando a oferta de Celia.
"Sim, deixe comigo!", ela assentiu alegremente.
◇ ◇ ◇
Depois disso, Rio, Celia e Aishia conversaram um pouco na cafeteria antes de seguirem para a pousada. Aishia parecia ter adquirido gosto por bolinhos desde aquele que comeu em Cleia e estava mais satisfeita do que de costume.
"A propósito, que tipo de pessoa é Liselotte-san?", Celia perguntou a Rio no caminho.
"Ela tem um comportamento suave, mas é uma mulher muito inteligente. Suponho que faça sentido que sua amiga queira servi-la.", Rio olhou para os céus enquanto pensava em sua primeira impressão de Liselotte.
"Entendo.", Celia sorriu um tanto timidamente. Ela deve ter ficado orgulhosa de ouvir sua amiga ser elogiada.
"Falando nisso, a amiga de Cecilia — Aria-san — também é do Reino de Bertram?", Rio perguntou.
"Sim. Ela costumava ser minha colega de classe na Academia Real de Bertram, mas, bem... sua casa caiu em ruínas. Ela acabou abandonando a academia. Mas ela era uma pessoa excepcional, então ela encontrou um emprego no castelo facilmente. Porém, a discriminação foi demais para ela suportar, então ela desistiu logo depois disso.", explicou Celia.
"Certamente, ela tinha um esplêndido manejo de espada pelo que testemunhei.", Rio lembrou a maneira como Aria lutou na batalha anterior e falou com admiração.
"Sim, quando estávamos na academia, suas notas em esgrima podiam oprimir os garotos. Ela sempre saiu por cima.", Celia se gabou com orgulho.
"Entendo. Como uma jovem e habilidosa cavaleira, deve ter sido difícil para ela lidar com as opiniões predispostas das pessoas ao seu redor.", Rio imaginou as circunstâncias de Aria na época com um sorriso amargo. A discriminação foi forte contra o Rio, que era um órfão de rua, então deve ter sido duro para um nobre caído.
"Eh?", Celia fez uma cara confusa.
"... E~tto, eu, disse algo estranho? Ela era um cavaleiro, não era?", Rio também inclinou a cabeça com curiosidade.
"Ah, não, não, não era isso. Mas, entendo... certamente seria mais natural para ela ter sido um cavaleiro, huh? Mas sabe, aquela garota estava realmente trabalhando como a maid chefe do castelo.", Celia riu enquanto corrigia o mal-entendido de Rio. A maid chefe era a encarregada de receber os hóspedes e garantir que estivessem confortáveis; era preciso ter as origens adequadas para fazer isso.
"Entendo... tirei conclusões precipitadas. Perdoe-me.", Rio se desculpou com um leve sorriso.
"Espera... eh? Pensando bem, você também deveria ter conhecido Aria uma vez.", Celia disse de repente.
"É… sério?", Rio foi pego de surpresa, com a pergunta na ponta da língua.
"Sim. Quando você tinha sete anos e foi convocado pela primeira vez ao castelo real. Você se lembra da garota que estava encarregada de cuidar de você, pouco antes da sua audiência com Sua Majestade?"
"... Aah, a garota daquela vez. Eu não tinha ideia alguma.", Rio finalmente lembrou, seus olhos se arregalaram em círculos redondos quando ele se lembrou do fatídico encontro.
"Fufu, não te culpo por esquecer. Afinal, já se passaram nove anos.", Celia sorriu divertida.
"Verdade.", Rio concordou com uma risada.
"Aquela garota deixou seus deveres no castelo logo depois disso. Então, ela pegou a espada e se tornou uma aventureira, que foi onde Liselotte-san a recrutou. Eu a encontrei várias vezes desde então, mas parece que ela está se divertindo muito agora.", disse Celia, olhando à distância com um sorriso.
◇ ◇ ◇
Na propriedade da governante de Amande, Liselotte estava tendo uma reunião individual com o duque Euguno depois de alocar um quarto de hóspedes para Hiroaki, Flora e Roanna.
"Oh, céus! As coisas ficaram terríveis desde que aquela criatura parecida com um dragão apareceu.", duque Euguno abaixou-se no sofá e começou a falar com uma finalidade cansada.
"Sinto muito. Eu o causei muitos problemas.... Houve até pessoas do seu lado que ficaram feridas.", Liselotte franziu a testa se desculpando.
"Não, fomos nós que insistimos em acompanhá-la. Só porque nos deparamos com um ataque inimigo inesperado não significa que você deva assumir a responsabilidade. Houve ferimentos graves, mas pelo menos ninguém foi morto. Contanto que cumpramos nosso papel como guardas, então está tudo bem.", duque Euguno balançou a cabeça calorosamente.
".... Estou muito grata por isso. Foi uma sorte que os cavaleiros tivessem uma defesa muito robusta. Se eu estivesse viajando sozinha com apenas meus seguidores, não acredito que teríamos conseguido sair sem nenhuma morte.", Liselotte respondeu respeitosamente.
"Não, não, eu ouvi dizer que as acompanhantes de Liselotte-kun desempenharam um papel bastante impressionante na batalha também. Principalmente Aria-kun. Raymond, o líder dos guardas de elite, estava insistindo que sua força poderia até alcançar a da Espada do Rei."
"Oh, ele disse isso? Vou me certificar de passar isso para ela mais tarde, então.", Liselotte sorriu feliz.
".... Parece que nosso reino realmente largou um talento maravilhoso, por mais lamentável que seja. Mas estou maravilhado com suas habilidades em ter selecionado alguém de seu valor.", duque Euguno deu uma risada, encolhendo os ombros com exasperação.
"Mas, Aria sozinha não teria sido capaz de superar essa crise. Minotauros e monstros humanoides desconhecidos... O campo de batalha imediatamente ficou pior quando eles apareceram.", Liselotte recordou os acontecimentos com uma cara sombria.
"Hmm. Dos quatro minotauros que apareceram, sua Aria-kun venceu um, certo? Eu ouvi que os monstros humanoides que surgiram ao mesmo tempo também eram oponentes bastante poderosos. Foi muito louvável como ela conseguiu escapar sem ajuda depois de ser cercada. Mas o garoto que apareceu depois disso também deixou uma impressão extrema. Seu poder era verdadeiramente avassalador. Se ele não tivesse aparecido, poderíamos ter sido eliminados.", duque Euguno analisou os eventos do ataque com calma.
".... No entanto, o Herói-sama não teria o poder de reverter essa situação, se fosse necessário?"
"Hahaha, talvez. Mas o Herói-sama carece de experiência real em batalhas — mesmo você deve estar ciente disso, estou certo?", duque Euguno riu inadequadamente, questionando-a de volta.
".... Eu já suspeitava disso, mas para ser sincera, ainda não consegui medir adequadamente quanto poder o Herói-sama tem dentro dele. Ele não parece ter nenhum treinamento prático substancial, mas ele foi capaz de pegar a espada do minotauro. Ele só foi capaz de realizar isso porque pegou emprestado o poder dos Equipamentos Divinos?", Liselotte perguntou, falando honestamente sobre suas impressões de Hiroaki.
"Sim, você pode considerar os Equipamentos Divinos na mesma categoria das espadas mágicas. É semelhante a como a compatibilidade com a arma traz mais poder, mas no caso dos Equipamentos Divinos essa compatibilidade é limitada apenas ao herói. Embora existam casos irregulares onde a potência de um Equipamento Divino pode ser sacada livremente ou sem nenhum treinamento. Existem muitos mistérios em torno do assunto, mas Heróis e Equipamentos Divinos são certamente especiais.", disse o duque Euguno, assentindo profundamente.
"O que significa que o que falta ao seu Herói-sama é experiência de batalha real, afinal?", Liselotte perguntou com uma expressão séria.
"Realmente, ele precisa. Bem, parece que ele nunca teve nenhum treinamento de combate para começar, e também não queremos que nosso precioso Herói-sama seja colocado em perigo. Pensando ser prematuro para ele experimentar uma batalha real, limitamos seu treinamento a batalhas simuladas casuais com os cavaleiros. Recentemente, ele está construindo sua confiança por meio de vitórias consecutivas, então estávamos considerando movê-lo para monstros de baixo nível e experimentar o ar de uma batalha real, mas..."
Parecia que o ar de uma batalha real era diferente. Apesar do fato de Hiroaki ter um grande poder como herói, quando ele sentiu que sua vida estava em perigo, ele ficou nervoso — e inútil.
"Sua primeira batalha acabou sendo uma experiência bastante pesada.", Liselotte mostrou um sorriso amargo.
"Sim, francamente. Mas, batalhas reais nunca acontecem de acordo com o planejado. Pelo menos se tornou uma experiência valiosa, se pensarmos nisso com otimismo.", disse o duque Euguno com um leve sorriso amargo.
Portanto, parece que o duque Euguno realmente não está usando o herói para nada além de um símbolo da vontade divina, por enquanto. Seu uso em batalha é secundário, que é exatamente o que eu esperava. Com base em sua conversa até agora, Liselotte formou seu palpite sobre os pensamentos do duque Euguno.
Da mesma forma, Liselotte concordou com a percepção do duque Euguno sobre o equilíbrio político. Seria um caso diferente se uma guerra em grande escala estivesse no horizonte, mas no momento não havia necessidade de o herói exibir seu poder e deixar uma lenda. Na pior das hipóteses, poderia ser percebido como uma ameaça aos reinos vizinhos, afinal.
E, por mais improvável que seja, se o herói ficasse tão absorto em seu próprio poder que se separasse do reino, esse poder seria apontado para eles. Por causa disso, este era o momento de verificar a personalidade do herói e construir confiança em seu relacionamento.
"A propósito, em uma nota ligeiramente diferente, poderíamos discutir um pouco sobre o garoto?", o tom do duque Euguno mudou enquanto ele falava solenemente.
".... Sobre o Haruto-sama, certo?", Liselotte também muda sua expressão.
"Ele derrotou três dos quatro minotauros que apareceram. Ele também eliminou vários monstros humanoides misteriosos, mas poderosos.... Um feito impossível se ele não tivesse controle total sobre sua espada mágica. Honestamente falando, o que acha daquele espadachim mágico extremamente poderoso, Liselotte-kun?"
".... Com base em sua forma de falar e conduta — e claro, seu domínio da espada — eu senti uma sensação de elegância e refinamento. Embora eu possa entender por que alguém de origens nômades precisaria de tal comportamento..."
"Ainda existem muitos pontos inexplicáveis aí. Embora a possibilidade de ele ser um agente secreto não deva ser descartada também, acho mais provável que ele seja um nobre escondido devido a alguma circunstância ou outra, ou talvez alguém de uma família nobre decaída?"
".... Sim, há casos como o de Aria também. Se ele fosse de uma família nobre decaída, posso entender por que não gostaria de falar sobre sua própria origem. Quanto às outras possibilidades, não tenho nada a oferecer.", Liselotte concordou, falando eloquentemente.
"Eu imaginei. À medida que continuamos construindo nosso relacionamento com ele, gostaria de aprender mais sobre sua origem..."
"No entanto, seria uma má jogada mostrar quaisquer sinais de nossas suspeitas. Seria muito impróprio ser descortês com quem nos salvou, e para alguém com sua habilidade, desejo tratá-lo cuidadosamente e construir uma relação de confiança."
Se eles interagissem usando uma abordagem de mão pesada, isso poderia resultar em antagonismo estúpido.
"Eu sinto o mesmo. Parece que realmente estamos na mesma página.", disse o duque Euguno com uma risada.
"O que quer dizer?", a normalmente afiada Liselotte parecia fingir ignorância.
"Hahaha, que duro de sua parte. Quero dizer, em nosso desejo de construir confiança com ele. Com os olhos postos na mesma pessoa, seria melhor ter nosso primeiro passo planejado com antecedência. Você não concorda?", duque Euguno riu com vontade, persuadindo Liselotte a responder.
"Gostaria de participar da nossa reunião amanhã?", Liselotte perguntou com um pequeno suspiro.
"Estou feliz que você seja rápida na compreensão. Desejo conhecê-lo mais pelo bem do futuro também.", duque Euguno assentiu com firmeza.
"Compreendo. Então, vou marcar uma reunião para você.", Liselotte concordou facilmente.
De qualquer forma, o herói provavelmente exigirá participar também. Se eu tiver que fazer isso de qualquer maneira, pelo menos dar permissão com antecedência conta como fazer um pequeno favor, ela pensou.
"Como símbolo da minha gratidão, fique à vontade para usar meus cavaleiros como desejar. Naturalmente, você estará conduzindo investigações sobre a aparição em massa de monstros, não? Se você for vasculhar as florestas, quanto mais mãos no convés, melhor.", sugeriu o duque Euguno como compensação.
"Oh, isso seria uma grande ajuda. Eu estava pensando em enviar apenas as melhores pessoas.", Liselotte deu um sorriso radiante.
"Situações anormais têm ocorrido continuamente, incluindo o aparecimento daquela criatura parecida com um dragão. Tenho certeza de que tem sido uma fonte de muitas dores de cabeça, com todos os incidentes sendo causados por questões que não são da humanidade."
"...Sim. Na verdade, houve relatos de aventureiros desaparecidos há algum tempo, o que pode estar relacionado à aparição em massa de monstros.", Liselotte franziu a testa amargamente.
"Eu entendo como você deve se sentir.", duque Euguno murmurou, suspirando baixinho.
"Não tenho palavras para todos os problemas que devemos tê-lo causado, tendo que vir aqui em tempos tão difíceis."
"Hahaha. Não, não, fomos nós que escolhemos visitá-la sem avisar. Eu deveria estar me desculpando por visitar sem ser convidado em um momento tão movimentado."
"Isso não é problema nenhum, mas... Duque Euguno, veio aqui com algum negócio em mente?"
"Ah, sim, agora que mencionou... todos os eventos até agora me distraíram completamente de nosso objetivo original.", duque Euguno encolheu os ombros com um leve sorriso.
"Que é.…?", Liselotte inclinou a cabeça, perguntando sobre suas intenções.
"É sobre a cerimônia de casamento de Charles Albor. Recebemos informação de que devido a determinadas circunstâncias, a noiva Celia-kun foi raptada. Eu queria ouvir sua história, como alguém que estava presente."
".... É assim mesmo. A informação viaja rápido.", Liselotte disse, impressionada. Eu presumi que o cérebro por trás do incidente fosse o duque Euguno, mas será que posso ter me enganado? Ao contrário de sua atitude externa, ela analisou suas palavras com calma.
"Eu gostaria que você me contasse mais sobre isso. Para ser honesto, não tenho certeza de qual força estaria por trás disso."
"Sim, é claro."
Assim, os dois começaram sua discussão sobre o sequestro de Celia.
Comentários
Postar um comentário