Capítulo 1: O Plano A Partir Daqui
Revisitando a noite em que o Rio tirou Celia da capital...
Acompanhado por Aishia, Rio carregava Celia enquanto ele voava com as artes espirituais, indo em direção ao território do duque Cretia no Reino de Galark em direção ao sudoeste. Sua posição atual era nos céus, acima de uma vasta floresta perto da fronteira de Bertram, diretamente a leste da capital.
Nas proximidades ficava a cidade comercial de Amande, onde a Companhia Rikka era sediada e Liselotte Cretia atuava como governante. Rio havia escolhido Amande no Reino de Galark para escapar, em parte porque queria colocar o máximo de espaço entre eles e a capital de Bertram, e em parte porque queria provisionar todas as necessidades diárias de Celia na Companhia Rikka.
Eles falaram sobre muitas coisas em seu caminho aqui: os tópicos mudaram da saída original de Rio para fora do reino, o que aconteceu em seu caminho para a região de Yagumo, o que aconteceu no caminho de volta de Yagumo para Strahl e assim por diante. Eles se revezaram conversando sobre o que havia acontecido em ordem cronológica, mas simplesmente havia muito o que abordar para ficar em dia. Mesmo agora, eles ainda estavam conversando.
"Entendo, então agora Rio está procurando pelos heróis de cada área..."
Rio explicou a Celia sobre Miharu, Aki e Masato: sobre como eles foram invocados de outro mundo, como ele cuidou deles, como os deixou aos cuidados de outros e como ele estava procurando por seus amigos e familiares, que tinham uma grande possibilidade de serem heróis.
"Sim. O incidente desta vez me permitiu confirmar que o herói de Bertram não era quem eu estava procurando, mas, Sensei tem alguma informação sobre os outros heróis?", Rio perguntou a Celia esperançoso. Apesar de ela ter ficado fechada na casa de hóspedes do castelo por um tempo, ele imaginou que, como nobre, ela teria mais informações de fofocas vindo em sua direção do que a maioria dos outros.
"Não ouvi por meio de um anúncio oficial, mas conheço outros dois lugares além de Bertram com pedras sagradas que convocaram heróis. Além disso, havia outra pedra sagrada dentro de Bertram também. Provavelmente foi levada, junto com Flora-sama, pela facção do duque Euguno. Você estava ciente disso?", Celia perguntou.
"Como esperado da Celia-sensei. É a primeira vez que ouço falar disso.", os olhos de Rio se arregalaram de admiração antes de sorrir.
"N-Não é grande coisa. As invocações de heróis fizeram barulho, então eu fiz uma pequena investigação por conta própria. O resto foi que ouvi ou escutei por acaso dos outros.", as bochechas de Celia coraram um tanto timidamente.
"Não, o pesquisador que questionei na academia provavelmente não tinha nenhum interesse em assuntos atuais, porque ele só pôde me dizer o nome do herói que foi invocado no castelo.", disse Rio com um leve sorriso.
"Ahaha. Bem, os nobres que optam por trabalhar como pesquisadores tendem a ser estranhos. Mas quando você diz que questionou um pesquisador.... Ah, entendo. Você se esgueirou no meu quarto no castelo. E está voando assim. É realmente incrível, essa coisa das artes espirituais...", Celia de repente voltou a si, expressando sua admiração pelas artes espirituais pela enésima vez neste dia. Houve muitos eventos e histórias chocantes que aconteceram, deixando-a completamente entorpecida para tudo, mas sua natureza como pesquisadora foi fortemente atraída pelas artes espirituais.
"Hmm. Em vez de dizer que as artes espirituais são incríveis, é mais correto dizer que Aishia é incrível. A diferença de habilidade é muito mais evidente nas artes espirituais do que na magia.", Rio murmurou em contemplação antes de falar em referência a Aishia, que estava voando ao lado deles silenciosamente.
"Haruto é mais incrível.", Aishia disse simplesmente.
"Fufu. Entretanto, Aishia parece estar dizendo algo contrário?", Celia se voltou para Rio alegremente, com uma expressão tingida de diversão.
"Ahaha. Esse não pode ser o caso." Os espíritos eram conhecidos como os progenitores das artes espirituais, e Aishia era consideravelmente de uma classe alta entre eles. No entanto, Rio decidiu rir disso facilmente, já que a conversa ficaria longa se ele entrasse em detalhes. Afinal, era improvável que Aishia mudasse de opinião sobre o que havia dito.
"Para mim, vocês dois são incríveis... Além disso, estou realmente feliz em ver que Rio cresceu e se tornou um jovem tão bom. Agora está muito mais alto do que eu também.", Celia sorriu enquanto elogiava Rio.
Ele havia sido especialmente ridicularizado durante seus dias de escola por ser incapaz de usar magia, mas realmente foi capaz de utilizar uma habilidade incrível com artes espirituais, que ele usou para salvar Celia de sua situação difícil. Esse fato a deixou tão incrivelmente orgulhosa e feliz que ela mal conseguiu se conter.
"Muito obrigado.", disse Rio com um leve sorriso.
Celia estava olhando para o rosto de Rio com uma expressão satisfeita, quando de repente ela pensou em algo. ".... Eh? Mas, espera um pouco. Havia outra pessoa que foi invocada junto com o Herói-sama no castelo, mas ele não era capaz de se comunicar com ninguém além do Herói-sama. As crianças sob seus cuidados conseguiam se comunicar?", ela perguntou, sua mente havia se desviado do tópico da busca do herói.
"Ah, e~tto... Afinal, acho que essa parte era meio perceptível...", Rio fez uma careta com uma cara um tanto perturbada.
"... Umm, talvez, foi algo que eu não deveria ter perguntado?", Celia deve ter percebido a mudança na expressão de Rio.
"Não, só estava me perguntando qual seria a melhor maneira de explicar... Por enquanto, como o sol está prestes a se pôr, vamos descansar por aqui por hoje. Continuaremos esta conversa depois disso.", Rio balançou a cabeça evasivamente antes de virar para se dirigir a Aishia ao lado dele e lentamente começou a baixar sua altitude. "Vamos descer para uma clareira adequada, Aishia."
Embora ele tivesse experiência explicando a Miharu e os outros sobre como ele tinha memórias de sua vida anterior, mesmo que fosse Celia — não, não importa quem fosse — ele precisava de tempo para se preparar antes de explicar.
"Ah, bem.", Celia assentiu hesitantemente, suavemente apertando seu agarre que estava abraçando Rio. Então, uma vez que encontraram uma clareira na floresta onde poderiam pousar, Rio gentilmente abaixou Celia até o chão.
"Vou preparar um lugar para dormirmos imediatamente, então, por favor, espere um momento. Tenha cuidado para não sujar o vestido."
".... Está bem. Vamos passar a noite aqui?", com uma expressão ligeiramente atordoada, Celia olhou em volta para a área nervosamente. Não havia nada além de uma densa vegetação rasteira e árvores grossas na escuridão mal iluminada, enchendo a floresta de silêncio.
"Sim. Mas, não acamparemos ao ar livre, então não se preocupe.", Rio se agachou e tocou o solo com as mãos com um sorriso. Ele estava usando artes espirituais para estabilizar secretamente a base do solo, mas não havia como Celia saber disso.
"Eh? Mas...", Celia inclinou a cabeça.
"Discharge.", Rio se levantou e entoou. Ele ergueu a mão esquerda com o bracelete de Armazenamento Espaço-Tempo nela e manipulou sua essência, ativando a magia escondida no bracelete.
"Eh?! O quê...", os olhos de Celia se arregalaram em choque. De repente, o espaço diante de seus olhos torceu e distorceu, fazendo uma pedra gigante aparecer.
"Parece uma pedra, mas o interior é uma casa. Por favor, venha por aqui.", Rio explicou com familiaridade, caminhando em direção à entrada da frente. No entanto, Celia permaneceu de pé atordoada, completamente sem palavras.
"..."
O padrão de magia na região de Strahl não podia nem mesmo usar os fundamentos da magia espaço-tempo, então a surpresa dela era razoável.
"Sensei?", Rio chamou Celia nervosamente, preocupado que ele a tivesse assustado um pouco demais.
"O que.… é.… isso?", a boca de Celia abriu e fechou sem palavras.
"E~tto, chama-se Armazenamento Espaço-Tempo. Ele usa uma magia de espaço-tempo que libera um espaço vazio e isolado, separado do tempo. Ou melhor, é um artefato mágico com isso dentro.", Rio dobrou a manga esquerda e mostrou a Celia o Armazenamento Espaço-Tempo que havia equipado.
"Armazenamento... Espaço-Tempo...", Celia murmurou o nome e olhou para o bracelete com grande interesse.
Então, depois de uma longa pausa com nada além dela olhando para seu braço, Rio chamou Celia mais uma vez.
"Sensei?"
"Mō~... não posso mais.", Celia sussurrou baixinho.
"Eh?"
"Mō~! Eu não aguento mais!", sem se preocupar com a forma como a bainha do vestido estava arrastando pelo chão, Celia se aproximou de Rio precipitadamente.
"S-Sim?", Rio pego de surpresa gaguejou.
"Eu estava me segurando para não perguntar sobre tudo, pensando que seria melhor não perguntar descuidadamente sobre aquelas coisas das artes espirituais que desafiam a lógica, mas... chega! Conte-me mais sobre esse bracelete e tudo mais! Ou melhor.... Me deixaria estudar esse bracelete?!", ver o avançado cristal de magia despertou o coração de pesquisadora dentro de Celia. Ela olhou para o rosto de Rio bem de perto.
"Kuh... Ahaha!", Rio não pôde deixar de cair na gargalhada. Celia voltou aos seus sentidos com isso e corou levemente.
"... O-O que é tão engraçado?", ela perguntou embaraçada.
"Nada, só trouxe de volta memórias. Ver aquele olhar voltando ao seu rosto me deixa muito feliz, Sensei.", Rio conteve sua risada e sorriu gentilmente.
Celia ficou vermelha e fez beicinho. "Uh... M-Mō~! É tudo por sua causa, me mostrando todas essas coisas impossíveis! Qualquer pessoa com conhecimento de magia teria reagido da mesma maneira, não apenas eu. Você não pode mostrar esse 'Armazenamento Espaço-Tempo' ou qualquer uma das suas artes espirituais na frente dos outros, entendeu?! Isso causaria todos os tipos de problemas desnecessários!", ela o advertiu com olhos reprovadores.
"Ahaha, claro. Mas, agora só a Sensei está aqui, então não há necessidade de esconder, certo?", Rio deu um brilhante sorriso enquanto observava Celia de volta.
"!!... Haa, mō~!" O rubor de Celia atingiu o auge enquanto ela lutava para respirar. Incapaz de olhar diretamente para o rosto de Rio, ela olhou para baixo ao invés.
"Sensei?", Rio inclinou a cabeça com curiosidade, olhando para o rosto de Celia.
"E-Espere! Espere um pouco! Eu tenho que silenciar meus sentimentos primeiro!", Celia acenou com as mãos em pânico, tentando impedi-lo de se inclinar e dar uma olhada em seu rosto.
".... Sim?", Rio continuou a inclinar a cabeça, mas obedeceu a Celia por enquanto.
".... Pronto, está bem.", disse ela depois de algumas respirações profundas, olhando para o rosto de Rio. Percebendo tardiamente como eles ainda estavam perto o suficiente para se abraçar, ela recuou um pouco. Ela havia sido carregada ao estilo noiva durante todo o caminho até aqui, então realmente foi uma realização bastante tardia.
Dito isso, ser carregada aqui era uma necessidade, e não havia necessidade de estar tão perto um do outro agora. Essa diferença era extremamente importante para Celia.
"Então, vamos entrar na casa. Por aqui, por favor. Aishia também — vamos entrar.", Rio olhou para o rosto de Celia e se certificou de que ela estava bem, antes de girar para chamar Aishia e seguir em direção à porta da frente.
"Está bem.", Aishia assentiu brevemente e seguiu Rio. Celia começou a andar hesitantemente. Assim que os três entraram na casa, Celia olhou ao redor da sala de estar aberta e arregalou os olhos.
".... Nunca imaginei que pudesse haver um espaço tão agradável para se viver dentro de uma rocha..."
"Posso garantir que é confortável morar aqui. Vamos trocar de roupa primeiro, certo? Não podemos permitir que a Sensei permaneça com esse vestido de noiva para sempre."
"...Sim. Mas.... Você tem uma muda de roupa...?", disse Celia, olhando para Rio com dúvida. Ela havia deixado a capital com nada além das roupas do corpo, então não tinha uma muda de roupa à mão. Sem falar que eles não pararam em nenhum lugar no caminho até aqui, já que queriam colocar o máximo de distância possível entre a capital, não lhes deixando tempo para fazer compras.
"É mesmo. Com certeza iremos às compras amanhã, mas por hoje, Sensei pode apenas..."
Rio olhou para a estatura de Celia de perto.
◇ ◇ ◇
Rio trocou seu sobretudo e roupa de combate por sua habitual roupa casual e se pôs a preparar o chá na sala de estar. Algum tempo depois, Celia e Aishia terminaram de se trocar em um quarto diferente e voltaram para a sala com vestidos confortáveis.
"Diga, de quem são essas roupas?", Celia perguntou a Rio e Aishia enquanto olhava para sua roupa completa.
"Elas pertencem a uma das garotas que foi invocada durante as invocações de herói. Eles moraram nesta casa por um curto período, então..."
As roupas que Celia estava usando agora eram as que Miharu e os demais esqueceram de tirar da lavanderia quando se mudaram para a vila dos Seirei no Tami. Era óbvio à primeira vista que as roupas de Miharu não cabiam em Celia em termos de altura e ajuste, então Rio deu a ela as roupas de Aki para experimentar.
Como esperado, parece que as roupas da Aki-chan são perfeitas para a Sensei.
Rio não pôde evitar sorrir com diversão ao ver como Celia cabia nas roupas de uma estudante do ensino fundamental.
"... A propósito, quantos anos tinha a garota que possuía essas roupas?", Celia perguntou de repente, do nada.
"E~tto... treze.", Rio respondeu após uma estranha pausa.
"E a outra garota que você mencionou?", Celia inchou um pouco as bochechas.
"...Dezesseis. Ah, como pensei, é um pouco pequeno? Uh, Aki-chan — a garota dona dessas roupas — tem quase a altura da Sensei, então achei que funcionaria. A outra garota — Miharu-san — gostaria de experimentar as roupas dela?", estava claro como o dia que as roupas não serviriam, mas Rio tentou ser considerado e oferecer de qualquer maneira.
"E-Está bem. Sim, está bem... está bem, mas... umm, e-está um pouco apertado no meu peito, talvez. Sim, só um pouco, apertado... M-Mas está bem!", ela recusou com uma voz aguda e chateada, balançando a cabeça. Celia também percebeu que as roupas de Miharu não caberiam nela. Embora, suas críticas à área do peito da roupa possam ter sido simplesmente para mostrar...
"Entendo, em volta do seu peito...", o fluxo da conversa naturalmente guiou o olhar de Rio em direção ao peito de Celia. Celia certamente parecia mais feminina do que Aki nesse aspecto.
"M-Mō~, não olhe tanto. Isso mesmo, de qualquer maneira eles são pequenos! Rio também deve gostar dos grandes, não é? Uuh...", embora ela não tivesse sido exatamente comida com os olhos, o rosto de Celia ficou vermelho e ela escondeu o peito com vergonha. As aflições de uma jovem senhorita eram complicadas.
"Ahaha, isso não é verdade.", Rio sacudiu a cabeça com um sorriso forçado.
"... H-Hmph. É-É mesmo?", os olhos de Celia se arregalaram levemente quando seu interesse foi despertado por sua resposta.
"Sim, eu não acho que o encanto de uma mulher seja decidido pelo tamanho de seu busto. Sensei é muito encantadora, então, por favor, tenha mais confiança em si mesma.", Rio falou sua resposta de livro de texto. No entanto, ele deve ter realmente se sentido assim, pois suas palavras não pareciam forçadas.
Por um momento, Celia piscou atordoada. "O-Obrigada... Espera, do que estamos falando aqui? M-Me desculpo.", com um agradecimento nervoso e um pedido de desculpas, ela sorriu de alívio. Rio também sorriu timidamente.
"Deixando isso de lado, sobre o que gostaria de falar primeiro? Por que pude me comunicar com as crianças que foram invocadas junto com o herói, sobre as artes espirituais e o Armazenamento Espaço-Tempo? Ou gostaria de um banho primeiro?", ele perguntou, desajeitadamente mudando de assunto.
"C-Certo. Então, primeiro podemos conversar? Já que o chá está servido e tudo mais.", Celia assentiu desconfortavelmente, ansiosa pela conversa.
"Entendido. Então, vamos sentar... Aishia também. Pensando bem, já faz muito tempo que não tomo chá com a Sensei.", Rio sorriu, convidando Celia a se sentar no sofá, antes de servir o chá aos três.
"Sim, é verdade. Que nostálgico..." Celia assentiu com um sorriso ao recordar aqueles tempos, antes de sua expressão mudar de repente. "Ah, mas, está realmente tudo bem para você me dizer?"
"O que quer dizer?", Rio inclinou a cabeça, questionando.
"E~tto, deixando as coisas sobre artes espirituais e o Armazenamento Espaço-Tempo à parte, você parecia estar pensando bastante sobre como explicar a razão pela qual podia se comunicar, então parecia que você realmente não queria contar...", Celia explicou nervosamente.
"Ah, não, não é que eu não queira contar isso. É só que preciso preparar meu coração e encontrar as palavras certas para fazer isso. Sensei provavelmente ficará surpresa.", Rio disse com uma expressão preocupada.
"Ficarei… surpresa?", Celia inclinou a cabeça com curiosidade.
"Sim. Eu vou dizer algo que não parece possível por nenhum meio lógico..., mas eu não estou mentindo. Não quero manter isso em segredo da Sensei para sempre, então, ouvirá o que tenho a dizer?", Rio olhou diretamente nos olhos de Celia.
".... Sobre a razão pela qual conseguiu se comunicar, certo?", Celia perguntou nervosa, ao perceber que o ar ao redor de Rio havia mudado.
"Sim.", Rio assentiu calmamente.
"Está bem. Sim, eu acredito.", Celia assentiu simplesmente, sem qualquer sinal de dúvida.
"Não foi um pouco rápido?", os olhos de Rio se arregalaram um pouco de surpresa.
"Porque é você, Rio. Eu vou acreditar em qualquer coisa que Rio tenha a dizer.", Celia disse, então sorriu com diversão.
".... Muito obrigado.", Rio estava um pouco inquieto, mas sorriu feliz. Embora fosse leve, Aishia estava sorrindo gentilmente também. Então, depois de um momento, ele falou abruptamente.
"Eu tenho as memórias de uma versão de mim mesmo de outra vida."
".... As memórias de si mesmo... de outra vida?", os olhos de Celia se arredondaram ligeiramente.
"Elas são as memórias da minha vida passada, provavelmente.", Rio complementou.
"Memórias... de sua vida passada... Hee ...", Celia parecia atordoada enquanto repetia as palavras de Rio de volta para ele.
".... Como pensei, é difícil de acreditar, não é?", Rio perguntou timidamente. Como parte interessada, seus sentidos foram entorpecidos para aceitar naturalmente o fato, mas qualquer pessoa normal teria mais probabilidade de achar a declaração delirante.
"Ah, não, não é isso. Eu acredito em você. Eu acredito em você, e não estou chocada.... Pelo contrário, na verdade eu posso aceitar tão facilmente, que estou tendo dificuldade em encontrar as palavras para explicar o porquê.... Por agora, poderia me falar um pouco mais sobre isso?", Celia respondeu impacientemente, pressionando por mais.
Rio arregalou os olhos e gentilmente continuou a falar. ".... Para começar pela conclusão, as crianças que foram invocadas junto com o herói eram do mesmo país e mundo em que vivi nas minhas memórias."
".... Então é por isso que você foi capaz de entender as palavras deles. Mas o que quis dizer com 'provavelmente' as memórias de sua vida passada?"
".... Não tenho como saber se essas memórias são reais, se são realmente minhas memórias, se são reais ou se são simplesmente as memórias de outra pessoa.", havia apenas uma conexão subjetiva, e nenhuma conexão objetiva. Mas porque Rio falava de si mesmo de um ponto de vista tão distante e falava com tanta tristeza, Celia levantou a voz sutilmente, sentindo uma estranha sensação de resistência ao que ele dizia.
"Isso... pode ser verdade..., mas você realmente tem essas memórias, e as pessoas que chegaram eram realmente de um mundo exatamente igual ao dessas memórias, certo?"
Rio assentiu com um leve sorriso no rosto. "...Sim. Mas se essas memórias são minhas ou não, não importa agora. O que é mais importante é se isso explica por que eu poderia me comunicar com eles. O que acha?"
"Aceito sua razão sobre isso, mas...", Celia não parecia muito satisfeita.
Rio fez uma careta com a reação de Celia. "Se eu fosse acrescentar alguma coisa, essas memórias despertaram dentro de mim logo depois que fiz sete anos. Como a Sensei sabe, eu era órfão nas favelas até então.", ele disse, complementando sua explicação.
".... Foi por volta da época em que nos conhecemos, certo?"
"Sim. Na verdade, a primeira vez que nos encontramos nas favelas foi logo depois que recuperei essas memórias. Eu ainda estava no meio da minha confusão quando a Sensei falou comigo.", Rio relembrou aquele tempo e falou com nostalgia.
"Então... foi isso... Não é à toa que você parece uma criança muito calma e inteligente desde que nos conhecemos. Era como se você não fosse realmente mais jovem do que eu... Ahh, entendo. Compreendo.... Então era por isso. Entendi..." os olhos de Celia se arregalaram como se ela tivesse percebido algo.
"O que aconteceu?", Rio inclinou a cabeça e perguntou.
"Ah, não, é apenas sobre a razão pela qual aceitei suas palavras sobre as memórias de sua vida anterior tão facilmente. Acho que é porque isso explica por que Rio sempre foi tão maduro no passado."
"Entendo... Como eu parecia para a Sensei naquela época?", Rio perguntou curiosamente.
"Como você parecia... Bem, você era maduro e meio isolado do seu entorno, e era como se eu não pudesse ver os limites do seu potencial...? Ah, mas depois que comecei a falar com você corretamente, nos tornamos amigos com bastante facilidade, então pensei que você era uma criança boa e educada.", Celia lembrou do Rio daquela época enquanto falava.
".... Mesmo? Então, se minhas memórias não tivessem despertado, Sensei poderia ter tido uma impressão diferente de mim.", Rio disse, fazendo uma careta com um olhar culpado.
"Mesmo?"
"Eu teria sido mais amargo e distorcido. Porque eu era um tanto ingênuo nessas memórias, acho que o que a Sensei viu, foi o resultado de adicioná-las ao meu eu órfão."
"Eu... entendo... Então sua personalidade mudou quando suas memórias voltaram. Mas também estou um pouco interessado em saber que tipo de criança você era antes de suas memórias retornarem. Você acha que se nos conhecêssemos um pouco antes, minha impressão sobre você teria mudado, certo?", Celia perguntou, olhando para o rosto de Rio.
".... Provavelmente, Sensei e eu não teríamos nos dado bem, honestamente. Eu não teria respondido corretamente se me pedissem direções, e eu não teria tentado salvar a princesa Flora."
"Eh. É-É sério?!", os olhos de Celia se arregalaram em choque.
"Sim. Eu era agressivo e não confiava nas outras pessoas. Acredito que também teria rejeitado sua amabilidade, Sensei.", a desconfiança dele em relação às outras pessoas ainda era a mesma até hoje, no entanto.
"Uh... M-Mas eu não teria recuado! Eu também teria sido amiga daquele Rio.", disse Celia avidamente, fazendo Rio rir com diversão.
"Ahaha." Era tudo hipotético, mas com Celia, ele poderia ter sido capaz de abrir seu coração para ela.
"N-Não é para rir. Quero ser sua amiga de qualquer jeito, Rio!", Celia olhou para ele com reprovação.
".... Muito obrigado. Eu também quero ser um bom amigo da Sensei. De verdade, estou muito feliz.", Rio sorriu alegremente.
"S-Sim... Espera, quantos anos tinha Rio em suas memórias?", Celia assentiu com um leve rubor, mudando de assunto em seguida para esconder seu constrangimento.
"Em minhas memórias... eu tinha vinte anos.", Rio pausou por um momento antes de responder à pergunta.
"V-Vinte... O que significa... Eh? Espera um minuto. Então, mentalmente, isso significa que Rio é mais velho do que eu, certo? Porque eu tinha cerca de doze anos quando nos conhecemos..." Combinar a personalidade de uma criança de sete anos com as memórias de uma pessoa de vinte não significava que sua mentalidade se combinaria para se tornar a de alguém de vinte e sete anos. Mas, no mínimo, sua idade mental ainda era mais velha do que Celia quando se conheceram.
"Hmm. É mesmo? Mesmo que eu possa ter me fundido com as memórias e personalidade de mim mesmo como Haruto, ainda sou principalmente eu mesmo como Rio, então estou mais ciente do meu eu de dezesseis anos como Rio agora, embora eu ache que a parte jovem de mim pôde ser fortemente influenciada...", Rio inclinou a cabeça ao responder, sorrindo levemente.
"Isso... mesmo. Bem, algo desse tipo... é isso?", Celia respondeu um tanto desconexa. Ela de repente ficou nervosa com a ideia de alguém que ela pensava ser mais jovem o tempo todo sendo mais velho. E Rio estava estranhamente imperturbável com tudo isso.
"Eu normalmente não presto atenção a isso, então não tenho certeza. Não é algo que possa ser respondido apenas pensando sobre isso também. Bem, se me chamarem pelo meu nome anterior, Haruto, não me sinto nada estranho.", Rio disse, rindo alto.
"Seu nome era Haruto... Ah, entendo. Por isso que o escolheu como seu pseudônimo.", Celia percebeu com satisfação.
"Sim. Achei que seria mais fácil de se relacionar do que com um nome completamente desconhecido."
"Aishia chamou você de Haruto também. Oh, me desculpe, Aishia — estivemos conversando completamente entre nós.", Celia se desculpou com Aishia, que estava ouvindo silenciosamente ao lado de Rio.
"Está bem. Agora é a hora da Celia falar com o Haruto. Estou com um pouco de sono mesmo.", Aishia bocejou fofamente e balançou a cabeça.
"Ahaha, obrigada.", Celia agradeceu a Aishia, então se virou para se dirigir ao Rio. ".... Ela não conversa muito, mas é uma criança muito boa."
Aishia sonolenta encostou a cabeça no ombro do Rio. "Sim, Aishia me ajudou muito.", Rio sorriu com familiaridade e assentiu, mas os olhos de Celia se arregalaram em choque.
"A-Assim parece. E ela é muito fofa e bonita também.", disse Celia, em uma voz estranhamente aguda.
O-O quê?! Por que ela de repente começou a se agarrar a ele com tanta naturalidade?! Embora o sorriso da conversa continuava em seu rosto, os pensamentos de Celia quase pararam bruscamente.
"Sensei?", Rio detectou a mudança na expressão de Celia.
"A-A propósito, eu ouvi algumas coisas de Aishia durante o tempo que estávamos esperando para nos encontrar com Rio na capital. Sobre artes espirituais e o fato da Aishia ser um espírito.", Celia voltou aos seus sentidos e guiou a conversa para Aishia. Ela tinha medo de perguntar diretamente por que os dois estavam tão grudados.
"Sim. Quanto Sensei ouviu de Aishia?", Rio perguntou calmamente.
"Umm, que Aishia era o seu espírito contratado, e um pouco sobre o conhecimento básico sobre artes espirituais. Eu estava preocupada se poderíamos nos encontrar de maneira adequada naquele momento, então não pude realmente prestar atenção como gostaria. Rio poderia me falar mais sobre isso também? Bem como sobre seu relacionamento. O que é um espírito contratado, afinal?", Celia estreitou os olhos enquanto enfatizava a parte sobre o relacionamento deles e questionava as artes espirituais e os espíritos de uma forma que não poderia ser evitada.
"E~tto, em primeiro lugar, quanto Sensei sabe sobre espíritos e artes espirituais?", Rio sentiu uma estranha sensação de vigor de Celia, fazendo com que ele respondesse um pouco nervoso.
No que diz respeito à região de Strahl, esses dois tópicos não eram de conhecimento comum. Ler uma vasta gama de literatura antiga revelaria livros que tratavam um pouco do assunto, mas não havia nada que desse muito detalhe.
".... Eu já sabia da existência de espíritos há um tempo. Mas eu só tinha visto menções sobre eles em livros, e nunca imaginei que realmente existissem. Aishia parece uma garota normal para mim, então ela realmente não parece ser um deles."
"Em outras palavras, não tem muito conhecimento prévio sobre espíritos nem artes espirituais, mas está disposta a acreditar que ela é um espírito?"
"Bem, ela se transformou em sua forma espiritual enquanto estávamos esperando por você fora da capital. Não parecia uma arte espiritual que poderia simplesmente torná-la invisível.... Então eu não tive escolha a não ser acreditar no que estava vendo.", disse Celia, suspirando cansada.
"Entendo. Então, para começar com uma explicação simples dos espíritos primeiro, espíritos são formas incorpóreas de mana com um senso de identidade."
"...Mana?"
"Ao contrário do odo... ou essência mágica, que é a energia vital, seria mais fácil se eu lhe dissesse para imaginar mana como a energia natural que está simplesmente pairando no ar? Tanto a magia quanto as artes espirituais manipulam a essência para interferir com mana e criar fenômenos que alteram o mundo. Esse é um ponto que eles têm em comum."
"O que é isso? É a primeira vez que ouço tal coisa...", Celia mostrou uma expressão de espanto, embora parecesse bastante interessada. Sua sede de conhecimento havia sido ativada.
"Ao contrário de como a magia depende das fórmulas mágicas para interferir com o mana, as artes espirituais são caracterizadas por como o usuário interfere diretamente no mana. Essa relação significa que é mais fácil padronizar o evento de ativação da magia e, embora as artes espirituais sejam mais flexíveis no controle de eventos, são mais difíceis de aprender."
"Eu seria capaz de usar artes espirituais também?"
"Sim. Se treinar, poderá refinar as habilidades para usar as artes espirituais. No entanto, precisará remover todas as fórmulas mágicas que foram armazenadas em seu corpo por meio dos contratos de fórmulas."
"Remover as fórmulas mágicas do meu corpo... Quer dizer que você não pode aprender artes espirituais se adquirir magia?", Celia questionou com os olhos arregalados.
"Exato. A fim de interferir com o mana, a imaginação e a vontade do usuário desempenham um fator importante, mas se você tiver fórmulas mágicas dentro de seu corpo, elas não serão transmitidas ao mana de forma eficiente."
"... O que significa... espera um minuto. Então... o motivo pelo qual Rio falhou em todos aqueles contratos de fórmulas e não foi capaz de adquirir magia durante seu tempo na escola foi porque usar artes espirituais o tornava incapaz de aprender magia ou algo assim? Estava falhando de propósito?"
"Como esperado, é afiada. Mas, não exatamente. A razão pela qual eu falhei nos contratos de fórmulas e fui incapaz de adquirir magia foi porque eu tinha um contrato espiritual com Aishia. Naquela época, eu não sabia nada sobre espíritos ou artes espirituais.", Rio sorriu suavemente, sacudindo a cabeça enquanto falava.
"Então é aí que entra o contrato espiritual... Nesse caso, é necessário ter um espírito contratado para usar artes espirituais?"
"Não, não há exigência de um contrato espiritual para usar artes espirituais. Entretanto, como os espíritos são formas sublimadas de mana, o que é essencial para o uso das artes espirituais, sua harmonia com as artes espirituais é excelente. Como resultado, a afinidade de artes espirituais do usuário contratado aumenta assim que um contrato é formado. Por outro lado, a desvantagem é que ter contrato com um espírito significa que os contratos de fórmulas não funcionarão, tornando-a incapaz de usar magia."
".... Em outras palavras, Rio tem um contrato com Aishia desde seus tempos de escola? Então, tal intimidade... é compreensível, eu acho?", saber que eles tinham um contrato há tanto tempo fez Celia corajosamente perguntar o motivo de sua intimidade. Ela fez beicinho com os lábios, emburrada.
"Não... parece assim, mas Aishia esteve dormindo até recentemente, e nós também formamos um contrato sem meu conhecimento. Tentei perguntar a ela o motivo, mas parece que Aishia não tem nenhuma memória de antes de acordar...", Rio coçou a cabeça com uma expressão preocupada, olhando para Aishia caída contra ele.
".... É mesmo?", Celia perguntou, olhando para os rostos dos dois.
"Sim. De acordo com um conhecido que tem conhecimento sobre espíritos, a posição de Aishia como espírito é alta, mas ela é um espírito recém-nascido... Como um espírito bebê, quase."
"Muu... Então é isso.", assim, o fato de Aishia ter se encostado contra o Rio pode ser apenas porque ela queria ser consentida. Tal pensamento cruzou a mente de Celia, mas ela não disse em voz alta para confirmá-lo.
"Entende nosso relacionamento agora?", Rio perguntou, observando a expressão de Celia.
"Sim, bem... eu acho.", Celia assentiu com certa relutância.
"A seguir vem a explicação sobre o Armazenamento Espaço-Tempo, certo?"
"Tem isso também, mas..."
"Há algo mais a incomodando?", Rio perguntou.
"De onde tirou esse conhecimento e esses artefatos mágicos? Rio parecia não saber sobre espíritos e essas coisas quando estava na academia, então tenho certeza que aprendeu sobre eles depois que deixou Bertram, mas..."
"Na verdade, no meu caminho para a região de Yagumo, conheci algumas pessoas que viviam tranquilamente, longe dos humanos. Eles me ensinaram muitas coisas. Sobre artes espirituais, sobre magia — a tecnologia deles estava muito além do que estava disponível na região de Strahl — e embora eles tivessem cortado todo contato com forasteiros, eu tive a sorte de ser aceito como um conhecido...", em consideração ao povo espiritual, Rio falou vagamente sobre as circunstâncias específicas deles.
"Entendo... Então foi onde conseguiu o Armazenamento Espaço-Tempo.", Celia leu o ambiente e optou por não se intrometer muito na identidade das pessoas a quem Rio se referia.
"Sim. Eles me deram de presente como um símbolo de nossa amizade."
"Eles realmente devem confiar em você se te deram um artefato tão revolucionário e incrível. Ou é algo que pode ser feito facilmente por essas pessoas?"
"Não, não é algo que possa ser produzido em massa facilmente.", disse Rio em respeito aos Seirei no Tami. Ele balançou a cabeça com uma leve expressão sorridente.
"Entendo... Umm... Então não seria bom pesquisar indiscretamente, afinal, certo?", Celia olhou para a expressão de Rio com pesar, pensando que sua declaração anterior foi descuidada.
"Não, eu não me importo se o examinar. Se houver algum conhecimento que deseja adquirir, posso dizer o máximo que puder. Contanto que siga a condição de não divulgar ou circular o conhecimento que adquirir.... Mas tenho certeza de que posso confiar na Sensei.", Rio deu seu pronto consentimento, mostrando sua forte confiança em Celia.
"Uh... O-Obrigada. Se for esse o caso, então eu... eu juro. Estou até mesmo disposta a me comprometer em um contrato de magia.", Celia agradeceu, inquieta, fazendo seu juramento com um tímido rubor nas bochechas.
"Compreendo. Bem, podemos deixar os rituais problemáticos para mais tarde. Gostaria de dar uma olhada agora?", Rio perguntou, alcançando seu braço esquerdo com a mão direita.
".... Não. É uma oferta muito tentadora, mas vou deixar de lado por enquanto. Houve tantas verdades chocantes.... Estou um pouco cansada.", Celia balançou a cabeça com um sorriso tenso.
"Ah, então que tal um banho em vez disso? Vai ajudá-la a relaxar.", Rio sugeriu.
"Um banho! Parece ótimo...", o rosto de Celia se iluminou imediatamente. Ela se aproximou de Rio, sentado em frente a ela, quando a forma sonolenta e relaxante de Aishia entrou em seu campo de visão. "... M-Mas posso relaxar um pouco mais aqui? Ver Aishia com tanto sono também me fez sentir um pouco sonolenta. E-Ela parece bem cômoda.", disse ela em uma voz aguda, olhando para Aishia.
"Então, vamos decidir qual será o seu quarto, Sensei. Há muitos quartos, então pode usar o que quiser..., mas se precisar de um ateliê, uma sala maior seria melhor?", Rio respondeu com uma alegre sugestão. Celia fez beicinho e olhou fixamente para o rosto de Rio com um olhar de reprovação, como se ela estivesse fazendo um apelo.
".... Sim, vamos.", ela concordou um pouco sombriamente depois de um momento.
Rio sentiu o comportamento suspeito de Celia e inclinou a cabeça em dúvida. "E~tto, há algo errado? Sensei... Espera, Aishia?"
Aishia se levantou, então rapidamente caminhou até Celia e parou na frente dela.
"O-O quê?", Celia olhou para Aishia nervosamente.
"Por aqui.", Aishia agarrou a mão de Celia e gentilmente a fez se levantar.
"O que— espera?!", Celia levantou uma voz de objeção em surpresa, mas Aishia continuou a puxar sua mão.
"Ei, eh?", Celia foi obrigada a se sentar ao lado do Rio. Ela soltou um leve grito; seu recuo por ser obrigada a sentar a fez inclinar-se sobre Rio antes que percebesse. Vendo Celia assim, Aishia deu um único aceno de cabeça antes de se sentar no lado oposto, recostando-se sobre o Rio como ela havia estado antes.
"Nós três deveríamos apenas dormir assim.", ela sugeriu com Rio imprensado no meio.
Depois que ela finalmente processou a situação, o rosto de Celia ficou vermelho. "O-O-O-O-O-O quê?!"
"C-Calma, Sensei!", Rio tentou apaziguar a repentinamente em pânico Celia.
"O-O que significa isso, o que significa isso?!", com um rosto vermelho brilhante, Celia questionou Aishia sentada do outro lado.
"Celia também queria fazer isso, certo?", Aishia respondeu sem rodeios.
Celia abanou a cabeça. "E-Esse tipo de coisa! Esse tipo de coisa...!", ela gritou, sentindo como se estivesse perdendo a cabeça.
"S-Sensei, acalme-se! Olhe, respire fundo.", Rio agarrou o ombro de Celia e a encarou. Com isso, os movimentos de Celia congelaram por um segundo, mas encontrar os olhos de Rio à queima-roupa fez Celia corar ainda mais.
"B-Ba-Ba-Ba-Ba-Banho! Não é bom, eu tenho que tomar um banho, um banho!", Celia levantou-se agitada, correndo para fora da sala ruidosamente.
"S-Sensei?!", Rio chamou Celia para detê-la, mas seus passos não mostraram nenhum sinal de cessar. No entanto, em pouco tempo, Celia voltou para a sala de estar.
"...O-Onde é o banheiro?", ela perguntou, envergonhada.
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