Capítulo 1: O Caminho Para Amande

 Depois disso, o grupo foi até a carruagem quebrada.

A carruagem havia sido lançada na floresta ao lado da estrada, completamente virada sobre si mesma. Além disso, o revestimento de ferro do teto tinha sido completamente amassado pela grande espada de pedra, enquanto várias partes destacadas — incluindo as rodas — estavam ao redor da área circundante. Isso fez com que toda a cena parecesse uma ruína.

Dois cavalos foram enviados voando junto com a carruagem, mas as maids já haviam usado magia de cura para tratá-los e os levaram de volta à estrada principal.

"O que... acha?", Liselotte olhou para as ruínas com uma expressão desconfortável e perguntou ao Rio. Para seu olho amador, parecia danificado além do reparo.

"... posso ser capaz de fazer algo sobre isso.", Rio respondeu enquanto olhava as partes espalhadas da carruagem.

"Tem... razão. Espera, eh?!", Liselotte já estava balançando a cabeça reflexivamente quando processou a resposta de Rio em completo estado de choque.

Rio riu da surpresa de Liselotte. "Embora eu não possa fazer nada sobre o quão terrível a carruagem parece, felizmente as rodas e eixos não foram danificados de forma irreparável. Se eu fizer alguns reparos temporários, ela deve ser capaz de aguentar até vocês chegarem a Amande."

Aria ficou satisfeita ao ver a rara visão de surpresa de sua mestra e estava sorrindo suavemente. Chloe também estava observando a expressão de Liselotte como se estivesse testemunhando uma cena rara.

Liselotte percebeu seus olhares e pigarreou com vergonha.

".... Isso é.… muita sorte."

"Então começarei os reparos imediatamente. No entanto, será impossível fazer reparos na cobertura de metal aqui, então posso pedir sua permissão para cortá-la?"

"Cortá-la...?", a pergunta de Rio fez Liselotte inclinar a cabeça com curiosidade.

"O amassado está bloqueando a entrada na carruagem e o peso do aço pode sobrecarregar o próprio transporte. Acredito que seria melhor aliviar o peso, mas se for um problema, posso pensar em outra coisa..."

"Claro, isso não será um problema...", Liselotte disse, confusa. Embora ela entendesse sua intenção, ela não conseguia descobrir como ele poderia realizar tal tarefa.

"Então, por favor, afastem-se.", disse Rio, começando imediatamente seu trabalho. Tirando a espada da bainha da cintura, ele se aproximou da carruagem virada.

"?!"

Um flash. A cobertura de aço foi arrancada do corpo da carruagem, como se tivesse sido cortada como papel. Liselotte e suas assistentes arregalaram os olhos com a cena.

No entanto, a placa de aço era muito grande para ser cortada de uma vez, então Rio repetidamente mudou de lugar e brandiu sua espada com habilidade. Depois que o aço foi completamente separado da carruagem, Liselotte de alguma forma conseguiu expressar seus pensamentos.

".... Sua habilidade é realmente impressionante."

"É tudo graças a esta espada.", respondeu Rio, segurando a espada feita por anões para mostrá-las.

"Você estava controlando o vento com aquela espada na batalha anterior... Essa é uma espada mágica, certo? E uma da Classe Artefatos Antigos...", Liselotte perguntou hesitantemente.

Espadas mágicas eram amplamente definidas como espadas com magia embutida nelas, mas a definição precisa se referia a ser magia antiga — magia que não podia ser reproduzida usando a magia moderna. A maioria das pessoas usavam a palavra no sentido mais restrito, mas isso não significava que o sentido mais amplo da palavra não era usado.

As habilidades da espada de Rio permitiram que ele cruzasse espadas com um minotauro de frente e disparasse um golpe final na forma de uma rajada de vento semelhante com a magia de classe superior. É claramente diferente do que poderia ser feito com a magia moderna na região de Strahl. Assim, Liselotte suspeitou que a espada de Rio era uma espada encantada no sentido mais restrito do termo.

No entanto, as espadas mágicas da Classe Artefatos Antigos não eram exatamente um item de circulação comum e, mesmo se uma estivesse no mercado, não seria um preço que um plebeu pudesse pagar. Mesmo Liselotte tinha apenas alguns em seu nome — um dos quais ela equipou com sua confidente, Aria.

"Um amigo próximo a outorgou a mim. Tenho a usado com cuidado.", Rio revelou parcialmente, assentindo sem hesitar. Ele queria que Liselotte entendesse mal a força que ele havia mostrado na luta anterior e atribuísse tudo à espada. Embora a espada de Rio tivesse magia embutida, seu verdadeiro efeito era pegar as artes espirituais do usuário e envolvê-las em torno da espada. A propósito, esse efeito também aumentava o poder das artes espirituais.

Rio não tinha intenção de espalhar o conhecimento das artes espirituais por Strahl, então era mais conveniente para ele deixar os outros acreditarem que ele estava lutando com as habilidades da espada mágica.

"Oh, então foi isso...", os olhos de Liselotte se arregalaram.

No mínimo, isso significa que ele é alguém a quem se pode confiar essa espada mágica. Que pessoa misteriosa. Mas ele é bem-apessoado, habilidoso e nos salvou. Seria rude bisbilhotar muito profundamente a vida dele. Espero que possamos estabelecer algum tipo de relação amigável, entretanto... ela pensou.

"Tudo o que resta é reconectar as rodas e virar a carruagem de volta, em seguida, realizar uma verificação final para quaisquer outros problemas. Não é algo com o que precise se preocupar, Liselotte-sama, se deseja voltar a dirigir os outros. Elas parecem estar aguardando suas ordens ali.", Rio olhou para a estrada atrás deles enquanto falava com Liselotte. No final de seu olhar havia várias maids curiosas os observando.

Quando Liselotte percebeu as maids olhando para eles de longe, ela suspirou baixinho.

".... Então, com licença. Vou deixar minha atendente Aria aqui, então, por favor, informe a ela se precisar de alguma ajuda. Vamos, Chloe."

"S-Sim!", Chloe respondeu agitada, seguindo Liselotte. Pouco antes de partirem, ela lançou um olhar interessado em Rio.

"Estou deixando o resto com você, Aria. Se precisar de mais ajuda, não hesite em pedir.", Liselotte piscou discretamente para Aria com essas palavras antes de sair. Provavelmente era uma ordem para analisar o Rio enquanto os dois estavam sozinhos.

"Por favor, deixe comigo.", Aria entendeu a intenção de sua mestra com apenas um olhar e assentiu respeitosamente.

◇　◇　◇

"Por que vocês estão relaxando?"

Assim que Liselotte e Chloe voltaram para a estrada principal, Liselotte suspirou cansada enquanto se dirigia as maids ali reunidas.

Cosette deu um passo à frente em nome das demais.

"Estávamos esperando as seguintes ordens de Liselotte-sama. Os cavaleiros disseram que estarão observando os arredores e recolhendo as pedras mágicas, e terminamos de curar os feridos e os cavalos. Também terminamos de recolher os pertences espalhados.", ela respondeu com um largo sorriso.

"Entendo.", respondeu Liselotte com um suspiro misturado em sua voz. Elas haviam completado todas as tarefas que deviam fazer, ela não conseguia encontrar defeitos neles. Então, uma maid diferente — Natalie — deu um passo à frente.

"Além disso, em relação ao descarte da grande espada presa no caminho, os cavaleiros disseram que cuidariam disso após a coleta das pedras mágicas... Parece que não temos mãos para movê-la nós mesmas.", Natalie olhou para a esquina da estrada enquanto fazia seu relatório adicional. Lá, a grande espada de pedra do minotauro estava cravada no chão. Tinha cerca de três metros de diâmetro.

"Certo, temos que lidar com aquilo também...", Liselotte se lembrou da luta anterior enquanto olhava para a espada de pedra em transe. Em contraste, os olhares das garotas atendentes foram todos atraídos para a floresta lateral onde Rio estava consertando a carruagem.

"Umm, aquela foi realmente uma luta impressionante antes. Conseguiu descobrir alguma coisa sobre ele?", Natalie perguntou hesitante, olhando para Rio. Mesmo alguém tão sério quanto ela não podia deixar de sentir curiosidade sobre ele.

"Isso mesmo! Quem exatamente é aquele jovem ridiculamente forte e bonito?", Cosette perguntou, cheia de curiosidade. As outras garotas atendentes também ouviram atentamente.

".... Aparentemente, conhecido da Chloe.", disse Liselotte com indiferença.

"Eh?!", Chloe não esperava os holofotes repentinos e se encolheu.

"Espera, espera, isso não é justo, Chloe. Não o monopolize só para você. Apresente-nos mais tarde.", Cosette respondeu, se aproximando imediatamente de Chloe, que apenas balançou a cabeça agitada.

"N-Não! Por conhecido, ele apenas ficou na pousada da minha família por uma única noite no passado, não é como se fôssemos próximos o suficiente para eu apresentar alguém!", Chloe balançou a cabeça nervosa.

"Ee~, sério? Acho que é uma desculpa mais do que suficiente para chegar perto dele, no entanto. Você tem alguma história daquela época? Eu quero ouvir mais.", Cosette pressionou, perseguindo Chloe por mais detalhes.

"Isso é o suficiente, Cosette. Você está incomodando a Chloe.", Natalie a repreendeu com um olhar exasperado.

"Francamente, é por isso que você não tem um único namorado, sabia?", Cosette suspirou.

"O qu— eu não quero ouvir isso de você! Não é uma questão de quanto mais, melhor, sabe?!", Natalie reclamou com o rosto vermelho.

"Bem, bem, chega disso. Ninguém quer ouvir vocês duas brigando o dia todo de novo.", Liselotte parou as duas, cansada.

"Ahaha.", as outras maids riram divertidas. Cosette e Natalie trocaram um olhar antes de fazer beicinho pelo leve embaraço.

Enquanto isso, a atenção de Chloe foi puxada para Rio enquanto ele consertava a carruagem na floresta. Seu rosto parecia um pouco triste, o que fez Liselotte notar seu humor sombrio.

"O que há de errado, Chloe?", ela perguntou imediatamente.

"Ah, não, não é nada.", Chloe balançou a cabeça desajeitadamente.

"Entendi. Talvez, Chloe gostava dele... estou certa?", Cosette questionou com um sorriso provocador.

"V-Você está errada! Não é isso! E, de qualquer forma, ele parece não se lembrar de mim...", Chloe objetou nervosa, com os ombros caídos desanimados.

Suas palavras pareceram despertar uma curiosidade ainda maior em Cosette.

"Hmm... Parece que você terá que nos contar mais sobre o que aconteceu."

"Antes disso, garotas, vocês vão distribuir água potável aos cavaleiros que recuperam as pedras mágicas. Em seguida, façam mais uma verificação para ver se há mais fragmentos de destroços espalhados pela área.", disse Liselotte, interrompendo a conversa.

"Sim, o grupo da Grace irá preparar a água para os cavaleiros! Isso significa que estou livre para ajudar o Haruto-sama, se necessário!", Cosette respondeu energicamente, olhando na direção de Rio enquanto oferecia sua ajuda.

"Absolutamente não. Você só estará no caminho se for. Agora, mãos à obra!", Liselotte balançou a cabeça com um sorriso.

◇　◇　◇

Enquanto isso, Rio consertava a carruagem com mãos muito habilidosas. Já que ele não precisava de ajuda no momento, Aria simplesmente o observou trabalhar de lado.

".... Você realmente é muito proficiente nisso.", ela disse, o tom de sua voz revelou sua completa admiração.

"Aprendi habilidades simples de carpintaria durante minhas viagens por vários lugares.", Rio respondeu enquanto recolocava uma roda no corpo da carruagem.

"Isso é maravilhoso. Você também mostrou incríveis habilidades com a espada na luta anterior."

"Eu simplesmente fui abençoado com uma brilhante arma."

"Você está brincando. Embora seja verdade que sua espada mágica é impressionante por si mesma, o que eu testemunhei do usuário da espada foram habilidades superiores a ela. Essa quantidade de habilidade não é algo que pode ser alcançado tão facilmente. Você deve ter feito algum treinamento substancial, não?", Aria perguntou.

"Muito obrigado. Tenho feito questão de manter meu treinamento sem falhar desde que era jovem. Eu vi que a própria Aria-san tem excelentes habilidades."

"Obrigada pelas amáveis palavras. Fui reconhecida por Ojou-sama devido minhas habilidades com a espada... oh, me desculpo. Devo estar distraindo você do seu trabalho com essa conversa.", Aria se desculpou com um sorriso tenso.

Rio balançou a cabeça suavemente. "Não, é uma boa mudança de ritmo. Não me importo de continuar, se estiver disposta.", assim como Aria e Liselotte estavam interessadas no Rio, Rio também estava curioso sobre Liselotte e a velha amiga de Celia, Aria. Ele queria falar com ela enquanto eles estivessem sozinhos.

"Claro, seria um prazer.", Aria concordou prontamente.

".... Então, posso perguntar algo sobre o que disse antes?"

"Claro.", Aria assentiu.

"Aria-san está trabalhando para Liselotte-sama há algum tempo?"

"Isso mesmo. Acredito que já se passaram cerca de cinco anos desde que comecei oficialmente a trabalhar para ela.", Aria respondeu enquanto refletia sobre o passado.

"Cinco anos atrás... Isso foi antes de Amande passar por seu grande avanço de crescimento, certo?"

"Sim. Foi pouco antes de minha mestra assumir sua posição como governante de Amande, bem quando a Companhia Rikka estava sendo estabelecida. Embora realmente tenhamos nos conhecido antes disso."

"Então, parece a confidente mais confiável da Liselotte-sama, realmente é Aria-san.", Rio fez uma pausa em seu trabalho por um momento e sorriu agradavelmente para ela.

"Eu gostaria de pensar assim.", disse Aria, com um sorriso um tanto inquieto no rosto. "Falando nisso, Haruto-sama mencionou que visitou Amande há alguns anos. Talvez já tenhamos nos passado um pelo outro antes.", ela disse com um sorriso.

"Isso é possível. Fiquei apenas uma noite, mas quando visitei novamente recentemente, fiquei chocado ao ver o quanto a cidade havia se desenvolvido em apenas alguns anos.", Rio respondeu, retomando seu trabalho.

"É uma honra ouvir isso. Desde que foi nomeada governante, minha mestra tem se dedicado totalmente ao desenvolvimento da cidade."

"Já viajei por muitos lugares, mas acredito que Amande é incrível. Tem sido um lugar tão agradável de se visitar, que me vejo parando com mais frequência nos últimos tempos."

"Oh, é assim? Se minha mestra ouvisse isso, ela ficaria muito satisfeita.", Aria curvou-se feliz para Rio.

"Então, por favor, informe a ela. Estive especialmente sob os cuidados da Companhia Rikka em todas as minhas compras.", disse Rio com um sorriso.

Com isso, Aria sorriu. "Vou me certificar de que ela saiba.", ela respondeu com sua voz melódica. "A propósito, se posso perguntar puramente por minha própria curiosidade... Haruto-sama está viajando há muito tempo? Pelo que posso ver, você ainda parece estar entre o meio e o fim da adolescência."

Rio pensou por um breve momento antes de decidir misturar verdade e mentira em sua resposta.

".... Sim, tenho viajado desde os onze anos. Estou com dezesseis agora, então isso faria minha jornada durar cerca de cinco anos. Acredito que a primeira vez que visitei Amande foi há cerca de quatro anos.", agora que ele havia encontrado Flora e os outros inesperadamente, ele acrescentou alguns pontos falsos em sua linha do tempo, apenas para garantir.

"Desde tão jovem... Eu também me tornei uma aventureira muito jovem, mas eu era alguns anos mais velha que isso. Na verdade, aos onze anos, você não seria capaz de se registrar como um aventureiro, não é?", Aria perguntou, com os olhos ligeiramente arregalados. O Grêmio de Aventureiros tinha uma regra geral de que era preciso ter 12 anos ou mais para se registrar como aventureiro.

"Sim. Ou melhor, ainda não me registrei como aventureiro. Não era algo particularmente necessário para eu viajar por vários reinos. É por isso que minha principal fonte de renda era liquidar as pedras mágicas deixadas pelos monstros que derrotei ao longo do caminho em nome do treinamento.", explicou Rio, revelando o fato de que ele não era um aventureiro.

O grêmio de aventureiros era uma organização internacional estabelecida por consignação de cada reino. O objetivo original do estabelecimento era forçar aqueles inaptos para trabalhar na sociedade normal na defesa nacional com poucos funcionários, colocando-os indiretamente sob a administração do reino e fazendo-os trabalhar com eficácia.

No entanto, a organização internacional estava apenas no nome. Embora a sede da organização existisse formalmente, sua administração era conduzida por ramos independentes em cada reino. A razão para isso era que cada reino precisava enviar seu próprio oficial para supervisionar as operações da congênere, o que tornava impossível cruzar as barreiras nacionais.

Além disso, para se tornar um aventureiro, era necessário registrar-se na filial ou no quartel-general, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens. Por exemplo, ingressar em uma filial significava restrições ao trabalho em outras filiais (nesse sentido, ingressar na sede significava capacidade de se mover livremente entre filiais).

".... Certamente, embora ingressar em um grêmio como um aventureiro conceda benefícios da organização, também significa que suas ações também podem se tornar restritas. Já ouvi falar de pessoas que não gostam disso e optam por não se tornar aventureiros também.", Aria disse eloquentemente.

Quem é ele? Por que ele está viajando? Os mistérios continuam crescendo com ele, ela pensou ao mesmo tempo.

"Isso deve resolver. Vou colocar a carruagem na posição vertical agora, então, por favor, afaste-se um pouco.", Rio disse, tendo recolocado a roda com sucesso.

"Isso deve ser difícil de fazer sozinho. Permita-me ajudar.", Aria ofereceu.

"Não, o aprimoramento corporal desta espada é o suficiente para eu lidar sozinho.", Rio negou com a cabeça.

"Ainda mais motivo para eu ajudar. Eu também recebi uma espada mágica da minha mestra, então, por favor, deixe comigo.", disse Aria, recusando-se a recuar. Depois de ser deixada aqui com o propósito de ajudar, ela não achava certo deixar tudo para o Rio.

"Eu vou ficar bem, então Aria-san, por favor, continue atenta ao nosso entorno.", disse Rio, estendendo a mão direita e acalmando Aria de agir.

"Mas...", Aria parou.

Os cavaleiros já fazem isso há algum tempo... ela pensou com pesar. Ela sabia que Rio tinha que estar mais do que ciente de que os cavaleiros estavam patrulhando a área. Foi por isso que Aria pensou que ele provavelmente estava oferecendo a ela uma desculpa para fazer uma pausa.

Depois disso, Rio segurou sua espada com a mão esquerda e balançou-a em uma demonstração de puxar o poder da espada — quando ele estava na verdade usando suas próprias artes espirituais para fortalecer seu corpo.

"Vamos lá.", Rio imediatamente largou a espada e usou ambas as mãos para agarrar a carruagem com firmeza, levantando-a facilmente.

Os olhos de Aria se arregalaram levemente. ".... Esplêndido.", ela elogiou. As maids e cavaleiros próximos na estrada também estavam surpresos, seus olhares foram roubados pela visão de Rio levantando a carruagem.

"Eu apenas a levantei, certo? É obra da espada mágica.", Rio disse a Aria, implicando que suas reações eram exageradas.

"Não, manter o aprimoramento após soltar a espada requer controle avançado da sua essência mágica. E, no entanto, você está fazendo isso tão facilmente."

Quando uma magia contínua, como o aprimoramento do corpo físico, era ativada por meio de um artefato mágico, geralmente era muito difícil manter a magia depois de soltar o artefato. Além disso, os tipos de artefatos que exigiam a manipulação da essência para ativar a magia, em vez de um cântico verbal, tendiam a flutuar erraticamente no desempenho. Essa característica era especialmente notável em espadas encantadas da Classe Artefatos Antigos com magia de alto nível embutida. Se o controle do usuário sobre a essência mágica estivesse faltando, eles não seriam capazes de tirar todo o potencial do artefato — em alguns casos, nem mesmo ativar a magia.

Embora Aria pudesse realizar a mesma façanha que Rio agora, quando ela recebeu a espada mágica de Liselotte pela primeira vez, ela teve que passar por um treinamento rigoroso para ser capaz de usá-la totalmente. No mínimo, ela não poderia fazer isso na idade do Rio. Era a prova de que Rio tinha um alto controle sobre sua essência mágica, ou assim Aria tinha julgado.

".... Bem, já se passaram dois anos desde que comecei a usar esta espada.", Rio disse, olhando para o céu distante vagamente. Embora ele teve que ajustar sua história a fim de esconder a existência das artes espirituais, ao fazer isso ele percebeu quanto tempo havia passado e se sentiu nostálgico.

"...", a impressão que Aria recebeu ao examinar o perfil de Rio era madura e infantil ao mesmo tempo, fazendo seus olhos se arregalarem de curiosidade.

"Vou verificar se há alguma anormalidade nas rodas do outro lado. Se não houver outros problemas, ela pode ser levada para a estrada.", disse Rio, contornando para o outro lado da carruagem que estava voltada para o chão antes. Por um breve instante, ele olhou para o rosto de Aria.

Aria-san, huh. É o mesmo nome que a Sensei murmurou antes, então ela deve ser a mesma pessoa. Ela também não parece uma pessoa má. ..., mas por alguma razão, tanto o nome dela quanto o rosto parecem familiares de alguma forma, ele pensou, sentindo-se um tanto peculiar.

◇　◇　◇

No final, a carruagem foi considerada como tendo escapado de qualquer dano irreparável.

"Ojou-sama, os reparos de emergência na carruagem foram concluídos.", ao retornar à estrada principal, Aria imediatamente relatou a Liselotte, que estava limpando a área com as outras garotas atendentes.

A expressão de Liselotte iluminou-se.

"Mesmo?! Espera, até mesmo a trouxe até aqui!", quando ela viu Rio agarrando uma corda e rebocando a carruagem atrás dele, ela ficou ligeiramente surpresa.

"Desculpe por deixá-la esperando.", Rio disse a Liselotte, puxando a carruagem para a estrada.

".... Eu sinto muito, Haruto-sama, por obrigá-lo a transportar a carruagem depois de consertá-la.", Liselotte baixou a cabeça para Rio apologeticamente.

"Não — Aria-san também ajudou a empurrar por trás na maior parte do caminho. Eu peguei emprestado o poder da minha espada mágica, também, então foi muito mais fácil de lidar do que o ataque do minotauro.", Rio brincou, sacudindo a cabeça.

"Oh, como você é confiável.", Liselotte riu.

"Haruto-sama, por favor, aceite algo para beber.", a maid Cosette se aproximou de repente, oferecendo educadamente a Rio uma caneca de madeira com algo para beber. Estava cheia de um doce suco de fruta dentro.

"Oh, muito obrigado pela oferta. E~tto...", Rio se curvou, agradecendo-lhe agradavelmente, mas encontrando-se sem conhecimento de seu nome.

"Permita-me humildemente dizer, perdoe-me pela apresentação tardia. Sou uma das atendentes servindo Liselotte-sama. Sou a maid Cosette.", Cosette beliscou a bainha de seu uniforme de maid e fez uma reverência de maneira elegante.

"...", Liselotte e Aria, que estavam familiarizadas com a verdadeira forma de Cosette, mal conseguiram conter o riso ao ver seu entusiasmo.

"Muito obrigado, Cosette-san.", Rio disse alegremente, não tendo notado as expressões das outras duas se contorcendo de riso.

"Também gostaria de agradecer pelo que fez por nós antes. Pode ser atrevimento da minha parte falar assim, mas queria transmitir minha gratidão. Por favor, perdoe minha grosseria.", disse Cosette, abaixando a cabeça em uma demonstração de respeito.

Rio inclinou a cabeça com um olhar preocupado.

"Não foi nada. E eu não sou um nobre, então não precisa agir tão formalmente comigo."

"Eu não posso aceitar isso. Haruto-sama salvou a vida da minha mestra. Bem, então, estarei pelos arredores.... Com licença.", Cosette balançou a cabeça graciosamente e curvou-se antes de se virar. Com essa mensagem clara transmitida, ela deu a volta e saiu com a graça de um cisne.

"Aria-san também, parece que todas que servem Liselotte-sama são modestas.", Rio disse com admiração.

"Não, isso... Sinto muito.", Liselotte curvou-se com uma expressão conturbada.

◇　◇　◇

Pouco depois, os cavaleiros que patrulhavam em busca das pedras mágicas e possíveis ameaças começaram a retornar um por um. Assim que os cavaleiros foram reidratados, o duque Euguno também apareceu; eles decidiram que tentariam mover a espada do minotauro que estava obstruindo a passagem pela estrada.

"Bem, vamos mover isso para o lado da estrada"

"Fui eu que joguei no chão. Se desejarem, eu mesmo posso pegar...", Rio sugeriu.

"Hmm... Isso não seria um pouco difícil para você fazer sozinho? Acredito que pegá-la no ar e brandi-la é um fardo muito diferente do que levantá-la do chão...", duque Euguno declarou logicamente.

"Então, permita-me fazer uma tentativa primeiro.", Rio disse, apertando a empunhadura de sua espada ainda embainhada e fingindo balançá-la como se quisesse extrair o poder mágico. Ele se aproximou da grande espada, agarrando a espada de pedra que era algumas vezes mais alta que ele.

"... Fuu!", com um pequeno suspiro, ele exerceu sua força. A grande espada que estava cravada no chão rangeu quando começou a ser levantada. Um momento depois, ela foi puxada, completamente livre.

"Oooh!", aplausos foram dados para o Rio.

"É perigoso, por favor, afastem-se um pouco.", infelizmente, a lâmina era bastante longa, então Rio advertiu aos cavaleiros e maids próximas para terem cuidado.

".... Você poderia fazer a mesma coisa?", Liselotte observou Rio com olhos arregalados e perguntou a Aria, que estava ao lado dela.

"Não saberei até tentar por mim mesma, mas... eu acredito que deveria ser possível.", Aria respondeu calmamente.

"Oi, oi, com certeza está barulhento aqui.", Hiroaki apareceu da carruagem. Aparentemente, todo o barulho chamou sua atenção.

".... Parece que Haruto-sama está carregando aquela espada.", Flora viu Rio segurando a grande espada de pedra e arregalou os olhos enquanto murmurava com admiração.

"Hah, entendo...", enquanto isso, os olhos de Hiroaki pousaram na mesma cena. Ele olhou fixamente para Rio atraindo a atenção com um olhar bastante indiferente em seus olhos.

Ainda carregando a grande espada, Rio caminhou lentamente para a floresta ao lado da estrada. Os cavaleiros e assistentes murmuraram para si mesmos enquanto o observavam fazer isso.

Ah, ótimo.... Agora eles estão todos em alvoroço. Claro, deve ser legal, ser atraente. É como viver a vida no modo fácil, tendo pessoas bajulando você apenas por carregar algo pesado... Hiroaki pensou com uma cara desinteressada enquanto olhava para as maids agitadas nas proximidades. Até Liselotte estava observando Rio com um olhar de admiração em seu rosto. Hiroaki achou esse fato o mais desagradável de todos. Nesse intervalo, Rio chegou à floresta com a espada de pedra na mão e gentilmente a colocou de lado na floresta.

Hiroaki suspirou exasperado.

Acho que é hora de mostrar a eles o poder de um verdadeiro herói. Ele partiu, caminhando casualmente em direção ao Rio.

"...Herói-sama?", quando Liselotte percebeu que Hiroaki havia descido da carruagem, ela o chamou.

"Olha só isso.", Hiroaki disse com um olhar presunçoso, indo em direção ao lado da estrada onde Rio estava. Rio tinha acabado de se levantar depois que seu trabalho estava terminado e estava se girando para voltar. Ele notou Hiroaki se aproximando e inclinou a cabeça.

"Se não é o Herói-sama. Posso ajudá-lo?"

"Eu só estava me perguntando quão pesada era essa espada de pedra. Apenas me empreste por um segundo.", Hiroaki sorriu pretensiosamente, agarrando com ambas as mãos a espada que Rio tinha colocado no chão. Com um grunhido audível, ele tentou levantá-la. Então, embora tenha balançado inquieto por um momento, Hiroaki conseguiu segurar a grande espada de pedra perfeitamente.

"Ooh!", os cavaleiros ergueram suas vozes em aplausos.

"Como era de se esperar, Hiroaki-sama.", Roanna também se aproximou imediatamente.

"Ah, é um pouco difícil de carregar por causa de seu tamanho, mas acho que isso deve bastar. Não é grande coisa.", Hiroaki sorriu presunçosamente, cheio de confiança em si mesmo.

A maneira como ele detém seu corpo é completamente amadora, mas suas habilidades aprimoradas são promissoras. Se ele tem tanta força, então provavelmente é mais forte do que o cavaleiro médio, então faz sentido que ele esteja confiante em sua força. Mas... isso é arte espiritual? Rio analisou por si mesmo, com olhos arregalados.

"Isso é muito impressionante, Herói-sama.", ele elogiou Hiroaki enquanto pensava.

"Hahaha. Bem, você também não é tão ruim. Vamos voltar.", Hiroaki baixou a grande espada de pedra de volta para onde estava e deu uma tapinha no ombro de Rio antes de voltar para a carruagem em uma caminhada rápida. Roanna o acompanhou. Seu peito estava estufado de orgulho com toda a atenção reunida em Hiroaki. Os lábios de Rio se curvaram em um sorriso enquanto ele seguia os dois por trás.

"Vamos, Liselotte, vamos lá. Entre na carruagem. Você também, Flora.", Hiroaki foi direto para Liselotte e chamou por ela, obviamente de bom humor. Ele incluiu Flora como uma reflexão tardia.

"Ah, sim.", Flora respondeu primeiro. Liselotte assentiu respeitosamente, olhando para Rio.

"Entendido. Então, Haruto-sama pode nos acompanhar? Estaremos indo em direção a Amande em seguida..."

"Eu também tenho negócios em Amande, então não tenho motivos para rejeitar... Mas tem certeza de que quer me deixar entrar na carruagem com vocês?", Rio perguntou, observando a expressão de seu grupo com atenção. Sua posição social não era apropriada para montar em uma carruagem com um herói, uma princesa, um duque e duas damas nobres. Normalmente, ele nem teria permissão para montar em uma carruagem com nobres regulares.

"Não há necessidade de sentir qualquer tipo de reserva. Afinal, você salvou todas as nossas vidas antes.", disse o duque Euguno, sorrindo alegremente.

"Isso mesmo, Haruto-sama. Também gostaríamos de agradecer formalmente, então, por favor, você é mais do que bem-vindo a se juntar a nós.", disse Liselotte, baixando a cabeça profundamente.

"Não, não, por favor, levante a cabeça, Liselotte-sama.", Rio agitadamente tentou parar Liselotte.

"Sim, ele está certo. Alguém tão grande quanto você não deveria baixar a cabeça tão facilmente.", Hiroaki concordou.

"... Isso é… me desculpe.", Liselotte disse com uma expressão conturbada, olhando para Rio.

"Bem, vamos indo. Venham.", disse Hiroaki, indo em direção a carruagem primeiro.

Assim, Rio seguiu Liselotte e os outros até Amande.

◇　◇　◇

Liselotte conduziu Rio até a carruagem; ele hesitantemente entrou.

".... Com licença.", o interior da carruagem era espaçoso e acomodava oito pessoas sentadas juntas. Lá, Hiroaki, Flora, Roanna e o duque Euguno ocuparam seus primeiros lugares.

Hiroaki olhou para Rio entrando tarde. "Bem, sente-se.", disse ele com um ar pomposo.

"Então, Haruto-sama, por favor, sente-se deste lado.", Liselotte apontou para o assento mais alto restante.

"Obrigado pela hospitalidade.", Rio se curvou educadamente antes de se sentar. Liselotte escolheu um assento abaixo do Rio antes de se sentar também. Era o mais distante de Hiroaki, que estava sentado na posição mais alta.

Hiroaki parecia um pouco chateado por estar mais longe de Liselotte, mas cruzou as pernas calmamente. "Então quem é você, realmente? Um nobre de algum lugar?", ele perguntou ao Rio.

Com isso, Flora se encolheu. "Hiroaki-sama, fazer perguntas como essa do nada... É rude com o Haruto-sama.", disse ela à Hiroaki nervosamente, olhando para Rio.

"Oi, oi, você está me dizendo que não o deixamos entrar na carruagem só para perguntar isso? Devemos ir direto ao ponto para esse tipo de coisa.", Hiroaki encolheu os ombros exageradamente.

"A-Ainda assim...", Flora observou a expressão de Rio preocupada enquanto ela tropeçava em suas palavras. Havia uma maneira e um procedimento adequados para que essas coisas fossem feitas, de modo que, quando aqueles de status superior ignoravam as regras, ficava mais difícil para os outros falarem. Afinal, era assim que funcionava uma sociedade construída com base no status.

"Por favor, não há necessidade de se preocupar comigo. É verdade que minha origem não foi deixada clara para vocês.", com um leve sorriso, Rio sacudiu a cabeça para mostrar que não estava incomodado.

"Bem, ao que parece, você é apenas um espadachim viajando enquanto treina suas habilidades com a espada. Uma configuração típica de clichê, mas é o que o torna ainda mais suspeito. Os caras do lado de fora se apressaram em fazer um estardalhaço sobre você, mas gostaria de aprender um pouco mais sobre seu passado antes de confiar em você completamente.", Hiroaki declarou sem rodeios, dirigindo-se a Rio. Enquanto isso, Liselotte lutava contra o desejo de ignorar a diferença de status e interromper várias vezes.

.... Está basicamente declarando sua desconfiança em relação a ele. Não é um pouco rude com quem te salvou? Mesmo se você quiser perguntar mais, deve haver uma maneira de fazer perguntas educadas. Seus modos estão todos fora de lugar.

Mas ela não teve escolha a não ser ficar em silêncio; provavelmente seria melhor agradecê-lo pela luta anterior em um momento posterior sem Hiroaki por perto, de qualquer maneira. Com esse pensamento, Liselotte manteve o sorriso no rosto.

"Naturalmente, também não espero que todos acreditem em mim tão facilmente..., mas, infelizmente, não possuo nada que possa provar objetivamente minha identidade.", disse Rio com expressão preocupada.

"Bem, o nível de civilização neste mundo é o que é... Se você tivesse algo com o brasão de uma casa nobre, então você poderia provar a si mesmo...", Hiroaki disse, perguntando de forma indireta se ele era um nobre ou não.

"Como eu disse no início, não sou um nobre. Pelo contrário, sou um mero errante, um nômade que viaja sem um reino em particular para chamar de lar.", Rio disse o mais sinceramente que pôde.

"Hmm... Então é por isso que você está viajando para todos os lugares?", Hiroaki perguntou, olhando desconfiadamente para Rio.

"Sim.", Rio assentiu secamente.

"Mas sua fala e comportamento não parecem ser bastante educados para um andarilho?", Hiroaki perguntou, olhando para Roanna. Ele tinha ouvido falar dela antes sobre como os maneirismos do Rio não pareciam com os de um plebeu normal.

".... Estou honrado que pense assim. Mas é apenas uma habilidade de vida que adquiri ao longo do caminho. Por ser um andarilho, tenho que me esforçar para viver em paz com as pessoas, não importa aonde eu vá.", disse Rio com uma reverência respeitosa.

"Hahaha. Bem, você parece ser capaz de falar bem. Eu não sei como nômades e refugiados são tratados neste mundo, para ser honesto, mas.... Na verdade, como eles são tratados, realmente?", Hiroaki perguntou àqueles ao seu redor com um sorriso alegre.

".... Não é que eles sejam alvo de discriminação agressiva, é apenas que eles podem ser tratados como inferiores aos habitantes locais que vivem na área. É por isso que existem muitas pessoas que não sentem nenhum apego pela terra e acabam vagando de um lugar para outro.", respondeu o duque Euguno, o mais velho presente e mais versado com o mundo.

"Ah, entendo. Então é assim. Bem, eu entendo.... Esse é um problema que existe no meu mundo também. Claro que causa muitas dores de cabeça. Pode haver pessoas talentosas entre os refugiados, mas eles não podem ser tratados com favoritismo em relação aos verdadeiros cidadãos da nação. Quanto mais eles se destacam, mais os locais inferiores os invejarão também.", disse Hiroaki em compreensão.

"Como era de se esperar, que experiente, Hiroaki-sama.", disse Roanna com um suspiro de admiração.

"Bem, não é grande coisa. Mas acho que isso dá algum crédito à sua história sobre viajar ao redor do mundo, mais ou menos.", Hiroaki sorriu presunçosamente e olhou para Rio.

".... Eu aprecio sua bondade.", Rio forçou um sorriso em seu rosto e curvou a cabeça educadamente.

"Bem, você não parece um cara mau. Suponho que você pode passar. No mínimo, você agora tem o selo de aprovação de um herói por ser confiável.", Hiroaki ria com vontade enquanto falava.

"Isso é realmente uma honra.", uma vez mais, Rio curvou a cabeça de maneira educada.

◇　◇　◇

Enquanto isso, do lado de fora da carruagem onde Rio estava com os outros...

"Ei, ei, Aria. Você falou um pouco com o Haruto-sama, certo? Como ele era?", Cosette perguntou a Aria com entusiasmo. Com isso, Natalie e Chloe, que estavam andando nas proximidades, também se aproximaram de Cosette e Aria para escutar a conversa.

Aria sentiu a curiosidade de suas subordinadas tão clara quanto o dia.

".... Parece que ele é um ano mais velho que a Ojou-sama, mas parece muito calmo e maduro para sua idade. Ele mencionou que está viajando há anos.", ela respondeu com um suspiro.

Cosette e Natalie também eram atendentes veteranas. Aria era sua líder como chefe das atendentes, mas seus longos anos de trabalho juntas as tornaram mais parecidas com colegas de mesma hierarquia.

"Algo mais? Como seu tipo de mulher ideal ou algo assim.", Cosette perguntou mais, com a expressão cheia de interesse.

"Não há como eu perguntar algo tão intrusivo em uma conversa tão curta.", disse Aria com um olhar cansado.

"Mas isso é algo que você pode observar quando está perto dele, não? Ele se parece com o tipo que gosta de garotas quietas e graciosas, ou garotas inteligentes e falantes?", Cosette continuou com uma piscadela provocante.

"Infelizmente, não possuo essas habilidades de observação.", Aria balançou a cabeça secamente.

"Ara, não tenho certeza se acredito nisso.", Cosette objetou. "Por exemplo, o Herói-sama não parece que prefere garotas que são mansas e obedientes? Claro, elas precisam ser extremamente atraentes primeiro, mas ainda assim."

"E-Ei, ei! Isso é desrespeitoso... O que você faria se alguém ouvisse isso?!", Natalie interrompeu em pânico.

"Ara~, você estava ouvindo? Escutar as escondidas não é muito gentil da sua parte.", Cosette respondeu bruscamente.

"Uh. Eu só estava andando por perto — é claro que eu iria ouvir você.", Natalie estremeceu enquanto argumentava de volta.

"Bem, eu sabia que você estava ouvindo de qualquer maneira. Está tudo bem, estou mantendo minha voz baixa o suficiente para que não alcance os ouvidos dos cavaleiros. Eu mal estou mudando minha expressão também.", disse Cosette com um encolher de ombros.

"Certamente, essa não foi uma crítica bastante mordaz vinda de você..."

"Certo? Na realidade..." ... ele é um homem superconfiante e intrusivo. Como o filho estúpido de um nobre que confundiu o dinheiro e o poder de sua família com seu próprio talento. Isso é o que eu gostaria de ter dito em vez disso, Cosette pensou, mas não falou em voz alta.

"Bem, deixando isso de lado, tenho certeza que você concorda com a minha declaração, mesmo que um pouco para responder com o que você fez, não é?", Cosette sorriu para Natalie.

"I-Isso não é verdade. Ele é uma pessoa incrível. Afinal, ele pegou a espada do minotauro mais cedo.", Natalie respondeu com um chiado na voz.

"Isso pode ser verdade, mas... havia necessidade de ele pegá-la naquele ponto?", Cosette inclinou a cabeça em dúvida.

"...", as maids não tiveram nada a dizer em resposta.

◇　◇　◇

De volta à carruagem com Rio e os outros, quase uma hora se passou desde sua partida, quando alguém bateu na janela da carruagem.

"Liselotte-sama, podemos conversar um minuto?", a voz de Aria podia ser ouvida chamando por Liselotte de fora.

"O que foi?", Liselotte abriu a janela da carruagem e perguntou.

"Amande está à vista. Estaremos chegando em breve.", relatou Aria, dando a Liselotte apenas a quantidade necessária de informações.

Eh? J-Já estamos aqui?! A expressão de Liselotte congelou.

".... Há algum problema?", Aria perguntou curiosamente.

"N-Não, não é nada. Eu estava tão envolvida com a conversa que não tinha percebido quanto tempo havia passado.", Liselotte respondeu alegremente, tendo recuperado o sorriso.

No final, por causa do herói não consegui falar com o Haruto-sama... ela pensou consigo mesma. Hiroaki dominou toda a conversa enquanto eles se moviam. Não importava sobre o que ela falasse, Hiroaki imediatamente se agarraria no assunto e o levaria em sua própria direção.

"Obrigada pelo relatório.", Liselotte disse para Aria, fechando a janela silenciosamente.

"Já estamos em Amande?", Hiroaki parou a conversa para perguntar a Liselotte.

"Sim. Deve ser a qualquer momento, então por favor, preparem-se.", Liselotte repetiu o que lhe foi dito com um sorriso.

"Hahaha. Você diz isso, mas não temos nenhum pertence.", Hiroaki riu alegremente.

Liselotte retribuiu a risada dele com uma risada forçada antes de fazer seu movimento no meio da conversa. "A propósito, Haruto-sama tem algum plano depois disso? Se for para sua conveniência, eu adoraria convidá-lo para minha residência...", ela se virou para o Rio e perguntou.

Rio franziu a testa apologeticamente. "Por favor aceite minhas desculpas. Sei que é rude recusar o convite de um nobre, mas infelizmente tenho um compromisso bastante urgente para ir em Amande...", ele disse humildemente.

Liselotte também franziu a testa se desculpando. "N-Não, eu também me desculpo por convidá-lo do nada... Então, você estaria livre para visitar minha propriedade outro dia?", ela ofereceu em seu lugar.

"Sim. Se estiver tudo bem, será um prazer."

"Então, está decidido. Obrigada por seguir meus caprichos.", Liselotte suspirou de alívio e disse alegremente.

"Não, eu deveria agradecê-la pelo convite.", Rio respondeu com uma educada reverência.

"Haruto-sama vai ficar em Amande por um tempo?"

"Sim, essa é minha intenção."

"E já decidiu sobre suas acomodações?"

"Não, o plano era decidir depois de encontrar minha companhia em Amande..."

"Nesse caso, permita-me dar-lhes as boas-vindas a uma das pousadas sob a gestão da Companhia Rikka.", disse Liselotte. Embora ela estivesse mais do que feliz por ele e sua companhia ficarem juntos em sua propriedade, esta era a oferta mais cortês a fazer depois que ele já havia recusado uma vez. Ser muito agressiva apenas a faria parecer mais rude.

"Agradeço sua oferta, mas...", Rio hesitou em dar uma resposta clara. Considerando que era um convite, o alojamento provavelmente seria da responsabilidade de Liselotte, e havia uma grande chance de ser uma estadia de classe bastante alta.

"É o mínimo que posso fazer para mostrar minha gratidão. Não pode considerar aceitar? Bem, também seria muito mais fácil para eu enviar um mensageiro.", explicou Liselotte com um sorriso irônico. Rio poderia ter optado por rejeitar esta proposta também, mas depois de um momento de reflexão —

".... Compreendo. Vou aceitar sua oferta, então. Haverá três pessoas, incluindo eu — duas das quais são garotas que não se importam de dormir no mesmo quarto — se puder levar isso em consideração.", disse ele respeitosamente, curvando a cabeça. Agora que ele disse a ela que estaria hospedado em Amande, não poderia mais ir e alojar sua casa de rocha fora da cidade. Considerando como isso eliminava o incômodo de procurar uma pousada, parecia uma troca favorável. Mais importante, ter Liselotte ciente de sua localização também seria benéfico.

"Entendido. Vou fazer os preparativos de acordo."

"Muito obrigado. Devo estar livre a qualquer momento a partir de amanhã em diante."

"Aguardarei ansiosa por isso.", disse Liselotte, baixando a cabeça respeitosamente.

"Vejo que você também está se divertindo por aí, com duas garotas acompanhando você. Legal.", Hiroaki sorriu para Rio. Depois disso, Hiroaki dominou a conversa mais uma vez, monopolizando os tópicos de acordo com seus caprichos.