04: Espada Ninja Enterrada
Após a transferência para um veículo diferente em uma garagem subterrânea, eles chegaram ao apartamento de Sugiyado Souha em um carro comum.
Ele havia sido aceito do lado delas, então estaria dormindo naquele caminhão-tanque de agora em diante. Mas primeiro, ele precisava arrumar uma sacola com roupas e tudo mais.
Ele deu um sorriso autodepreciativo enquanto se apoiava no ombro de Suiren, uma das gêmeas em vestidos brancos com fendas ousadas.
“Então este lugar já estava sendo monitorado, hein?”
“Sim. Mas apenas por outros espiões. Não se preocupe; nenhum daqueles samurais estava espionando você.”
“Haha. Sim, não quero ver um deles escondido atrás da máquina de vendas.”
Guren entrou na frente deles para se certificar de que o local era seguro e, em seguida, os outros dois entraram na sala degradada.
Parecia tão terrivelmente nostálgico agora.
Era como voltar para casa depois de uma viagem. Os móveis estavam no mesmo lugar e a quantidade de roupa suja não havia mudado, mas não tinha o cheiro de casa.
“Eu dei uma olhada, mas há uma enorme quantidade de roupa suja e sacos de lixo empilhados aqui.”
Tinha ficado tão ruim assim nos poucos dias desde que Ouka e os outras limparam para ele.
“Este mundo confuso não é adequado para um instrutor. Você ficará longe de casa por um tempo, por isso seria melhor limpar isso agora.”
Ele estava prestes a implorar para que não esperassem muito de um cara que morava sozinho, mas então as kunoichis gêmeas começaram a trabalhar na imponente cordilheira elas mesmas.
“Esperem. Não posso ter espiãs do Xogunatos fazendo esse tipo de trabalho para mim.”
“Nosso dever é cumprir qualquer tarefa que seja exigida de nós, independentemente do que isso acarrete.”
“Ah? O que é isso? Hum, ‘um valioso pacote de Happy Churn’???”
“Oh, se vocês, senhoritas, não estão preparadas para o caminho difícil que as espera, recomendo parar aqui. Vocês devem se manter fortes ou serão arrastadas para o abismo antes que percebam. Não me culpem se experimentarem um e ficarem viciadas por toda a vida.”
Enquanto isso, eles se dividiram em equipe de sacos de lixo e equipe de lavanderia e começaram a trabalhar. Ter aquelas garotas compostas emitindo uma pressão silenciosa enquanto observavam que marca de roupa íntima ele usava era incrivelmente incómodo, mas ele havia sido colocado na equipe de sacos de lixo. Ele não podia se aproximar delas, então não podia usar suas técnicas ninjas para sorrateiramente obstruir seu trabalho.
“A coleta de lixo é amanhã de manhã, mas não podemos esperar até lá. Podemos relatar um galho de árvore derrubado na beira da estrada e mandar que eles enviem um caminhão agora.”
“Obrigado, eu acho.”
Eliminar aquelas montanhas fez o espaço parecer muito maior.
Ele lembrou de como Kuhou Ouka, Hanasawa Bara e as outras lhe tinham feito uma visita surpresa, rudemente disseram que ele ficaria doente vivendo em um lugar como esse e limparam tudo por ele.
Além disso, a melhor visão da sala havia trazido algo à vista.
Uma espada em uma bainha preta e enrolada repetidamente por um longo pano decorativo estava em um canto da sala. Ao contrário das espadas japonesas comuns, esta não tinha curva.
Em vez de simplesmente cortar um inimigo, ela poderia ser usada para criar apoios de pés enquanto subindo cercas altas, podia ser usada como um gancho para escalar paredes, desembrulhando o tecido que tinha um peso no final e poderia ser mantida à frente no escuro para verificar se há obstáculos.
Shirazaya Guren engoliu em seco, suspirou e falou em um tom impressionado.
“Isso é uma espada ninja?”
“Se chama ‘Salvation & Punishment’. É demais para mim agora, mas nunca tive a chance de me livrar dela. Eu meio que me apeguei, apesar de não ter utilidade para ela.”
“Isso por si só, mostra o quanto você uma vez confiou nela. Não vejo nada com que se envergonhar.”
As espadas ninjas normais eram feitas mais curtas do que a espada japonesa média para facilitar o uso em ambientes fechados, mas essa era na verdade maior que a média. Todas as suas idiossincrasias pessoais devem ter sido tecidas em seu design. Era óbvio para todos que ele estava afeiçoado à lâmina.
Guren estreitou os olhos enquanto carregava o último saco de lixo para a porta da frente.
“Posso perguntar a sua história?”, disse Sugiyado enquanto estava encostado na parede.
“Não é uma agradável.” Ela brincou com seus lindos cabelos loiros e soltou um suspiro lento. “Nós estávamos em um acidente de avião. Nunca tivemos nenhum negócio com este país isolacionista, mas uma vez que fomos varridas para a praia aqui, não tivemos escolha a não ser nos mantermos em pé por nossa conta. Felizmente, tínhamos talento. Talento em se esconder nas sombras e traçar estratégias. Isso nos permitiu evitar os horrores que você ouviu o samurai mencionar.”
“...”
“Não colocarei toda a culpa nos pés desta era ou no sistema desta nação. Há momentos em que estou tão absorta em uma missão que esqueço todo o resto. Gostei de usar o poder do Xogunato para atuar como caçadora. Algumas das que caçamos eram garotas de cabelos loiros mais jovens que eu. Mas esta é a vida que queríamos porque nos convém. Isso é tudo o que há sobre isso.”
Era verdade que quase todo mundo que se dedicava às sombras tinha algum tipo de circunstância que os levava nessa direção. Sugiyado Souha tinha, e suas alunas também.
Mas havia algo diferente na história de Shirazaya Guren que ela contou com um tremor em sua pequena garganta.
Elas não escolheram isso.
As pulseiras nos pulsos das irmãs provavelmente rastreavam sua localização.
Era como se elas recebessem dinheiro e fossem forçadas a fazer apostas cada vez mais altas e de alto risco com ele, mas se elas estragassem tudo e acabassem no vermelho apenas uma vez, seriam vendidas. Apontar para os perdedores dessas apostas e dizer a essas irmãs que haviam destruído a vida dessas pessoas parecia errado de alguma forma. No mínimo, aqueles samurais, que haviam engordado com impostos, não estavam em posição de dizer isso.
“Você já quis voltar para casa?”
“Sonho com isso todas as noites. Mas simplesmente não é mais possível.”
Ela parecia estar se referindo a mais do que apenas as políticas isolacionistas do país.
Normalmente, outros países queriam a tecnologia do Japão o suficiente para enviar repetidamente exploradores e tomar medidas militares contra o país isolacionista. Eles deveriam ter se regozijado se algumas pessoas retornassem depois de se infiltrarem tão profundamente no Japão.
Então, por que não funcionaria dessa maneira?
“Eu não disse que já cortamos várias pessoas com a mesma cor de cabelo? Os cavaleiros do outro lado do mar nos colocaram em uma lista de indivíduos perigosos, para que nunca pudéssemos viver uma vida normal, mesmo que voltássemos à nossa terra natal. Sem o apoio do governo, seríamos marcadas como traidoras e imagino que estaríamos em um risco ainda maior do que ficando aqui.”
Tinha que haver mais do que isso.
Os superiores haviam certamente enviado intencionalmente aquelas gêmeas para caçarem seus compatriotas. Tanto para testar sua lealdade quanto para deixar o Xogunato como o único lugar que elas poderiam esperar sobreviver, tornando-as mais fáceis de controlar. Era como um ritual de iniciação de gangue no qual o iniciado tinha que atirar em um policial ou professor para eliminar qualquer esperança de ajuda e isolá-los da sociedade.
Estas foram vítimas.
Não importa quanto poder elas possam ter, Sugiyado não conseguia pensar em nenhuma outra palavra para descrever essas gêmeas.
Ele havia sido aceito do lado delas, então estaria dormindo naquele caminhão-tanque de agora em diante. Mas primeiro, ele precisava arrumar uma sacola com roupas e tudo mais.
Ele deu um sorriso autodepreciativo enquanto se apoiava no ombro de Suiren, uma das gêmeas em vestidos brancos com fendas ousadas.
“Então este lugar já estava sendo monitorado, hein?”
“Sim. Mas apenas por outros espiões. Não se preocupe; nenhum daqueles samurais estava espionando você.”
“Haha. Sim, não quero ver um deles escondido atrás da máquina de vendas.”
Guren entrou na frente deles para se certificar de que o local era seguro e, em seguida, os outros dois entraram na sala degradada.
Parecia tão terrivelmente nostálgico agora.
Era como voltar para casa depois de uma viagem. Os móveis estavam no mesmo lugar e a quantidade de roupa suja não havia mudado, mas não tinha o cheiro de casa.
“Eu dei uma olhada, mas há uma enorme quantidade de roupa suja e sacos de lixo empilhados aqui.”
Tinha ficado tão ruim assim nos poucos dias desde que Ouka e os outras limparam para ele.
“Este mundo confuso não é adequado para um instrutor. Você ficará longe de casa por um tempo, por isso seria melhor limpar isso agora.”
Ele estava prestes a implorar para que não esperassem muito de um cara que morava sozinho, mas então as kunoichis gêmeas começaram a trabalhar na imponente cordilheira elas mesmas.
“Esperem. Não posso ter espiãs do Xogunatos fazendo esse tipo de trabalho para mim.”
“Nosso dever é cumprir qualquer tarefa que seja exigida de nós, independentemente do que isso acarrete.”
“Ah? O que é isso? Hum, ‘um valioso pacote de Happy Churn’???”
“Oh, se vocês, senhoritas, não estão preparadas para o caminho difícil que as espera, recomendo parar aqui. Vocês devem se manter fortes ou serão arrastadas para o abismo antes que percebam. Não me culpem se experimentarem um e ficarem viciadas por toda a vida.”
“A coleta de lixo é amanhã de manhã, mas não podemos esperar até lá. Podemos relatar um galho de árvore derrubado na beira da estrada e mandar que eles enviem um caminhão agora.”
“Obrigado, eu acho.”
Eliminar aquelas montanhas fez o espaço parecer muito maior.
Ele lembrou de como Kuhou Ouka, Hanasawa Bara e as outras lhe tinham feito uma visita surpresa, rudemente disseram que ele ficaria doente vivendo em um lugar como esse e limparam tudo por ele.
Além disso, a melhor visão da sala havia trazido algo à vista.
Uma espada em uma bainha preta e enrolada repetidamente por um longo pano decorativo estava em um canto da sala. Ao contrário das espadas japonesas comuns, esta não tinha curva.
Em vez de simplesmente cortar um inimigo, ela poderia ser usada para criar apoios de pés enquanto subindo cercas altas, podia ser usada como um gancho para escalar paredes, desembrulhando o tecido que tinha um peso no final e poderia ser mantida à frente no escuro para verificar se há obstáculos.
Shirazaya Guren engoliu em seco, suspirou e falou em um tom impressionado.
“Isso é uma espada ninja?”
“Se chama ‘Salvation & Punishment’. É demais para mim agora, mas nunca tive a chance de me livrar dela. Eu meio que me apeguei, apesar de não ter utilidade para ela.”
“Isso por si só, mostra o quanto você uma vez confiou nela. Não vejo nada com que se envergonhar.”
As espadas ninjas normais eram feitas mais curtas do que a espada japonesa média para facilitar o uso em ambientes fechados, mas essa era na verdade maior que a média. Todas as suas idiossincrasias pessoais devem ter sido tecidas em seu design. Era óbvio para todos que ele estava afeiçoado à lâmina.
Guren estreitou os olhos enquanto carregava o último saco de lixo para a porta da frente.
“Posso perguntar a sua história?”, disse Sugiyado enquanto estava encostado na parede.
“Não é uma agradável.” Ela brincou com seus lindos cabelos loiros e soltou um suspiro lento. “Nós estávamos em um acidente de avião. Nunca tivemos nenhum negócio com este país isolacionista, mas uma vez que fomos varridas para a praia aqui, não tivemos escolha a não ser nos mantermos em pé por nossa conta. Felizmente, tínhamos talento. Talento em se esconder nas sombras e traçar estratégias. Isso nos permitiu evitar os horrores que você ouviu o samurai mencionar.”
“...”
“Não colocarei toda a culpa nos pés desta era ou no sistema desta nação. Há momentos em que estou tão absorta em uma missão que esqueço todo o resto. Gostei de usar o poder do Xogunato para atuar como caçadora. Algumas das que caçamos eram garotas de cabelos loiros mais jovens que eu. Mas esta é a vida que queríamos porque nos convém. Isso é tudo o que há sobre isso.”
Era verdade que quase todo mundo que se dedicava às sombras tinha algum tipo de circunstância que os levava nessa direção. Sugiyado Souha tinha, e suas alunas também.
Mas havia algo diferente na história de Shirazaya Guren que ela contou com um tremor em sua pequena garganta.
Elas não escolheram isso.
As pulseiras nos pulsos das irmãs provavelmente rastreavam sua localização.
Era como se elas recebessem dinheiro e fossem forçadas a fazer apostas cada vez mais altas e de alto risco com ele, mas se elas estragassem tudo e acabassem no vermelho apenas uma vez, seriam vendidas. Apontar para os perdedores dessas apostas e dizer a essas irmãs que haviam destruído a vida dessas pessoas parecia errado de alguma forma. No mínimo, aqueles samurais, que haviam engordado com impostos, não estavam em posição de dizer isso.
“Você já quis voltar para casa?”
“Sonho com isso todas as noites. Mas simplesmente não é mais possível.”
Ela parecia estar se referindo a mais do que apenas as políticas isolacionistas do país.
Normalmente, outros países queriam a tecnologia do Japão o suficiente para enviar repetidamente exploradores e tomar medidas militares contra o país isolacionista. Eles deveriam ter se regozijado se algumas pessoas retornassem depois de se infiltrarem tão profundamente no Japão.
Então, por que não funcionaria dessa maneira?
“Eu não disse que já cortamos várias pessoas com a mesma cor de cabelo? Os cavaleiros do outro lado do mar nos colocaram em uma lista de indivíduos perigosos, para que nunca pudéssemos viver uma vida normal, mesmo que voltássemos à nossa terra natal. Sem o apoio do governo, seríamos marcadas como traidoras e imagino que estaríamos em um risco ainda maior do que ficando aqui.”
Tinha que haver mais do que isso.
Os superiores haviam certamente enviado intencionalmente aquelas gêmeas para caçarem seus compatriotas. Tanto para testar sua lealdade quanto para deixar o Xogunato como o único lugar que elas poderiam esperar sobreviver, tornando-as mais fáceis de controlar. Era como um ritual de iniciação de gangue no qual o iniciado tinha que atirar em um policial ou professor para eliminar qualquer esperança de ajuda e isolá-los da sociedade.
Estas foram vítimas.
Não importa quanto poder elas possam ter, Sugiyado não conseguia pensar em nenhuma outra palavra para descrever essas gêmeas.
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